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domingo, dezembro 26, 2010

Deus não é Enfadonho – John Piper

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Foto Sammis Reachers - uso livre. Mais em http://imagenscristas.blogspot.com/

 Uma meditação sobre a imaginação 

Uma das maiores tarefas da mente cristã é a imaginação. A mente observa, analisa, organiza e memoriza... A imaginação, entretanto, é diferente. Ela não observa ou analisa o que nós vemos; no entanto representa o que não vemos, mas que pode realmente estar ali. Assim, ela é bastante útil à ciência, porque ajuda a encontrar explicações para coisas que nós ainda não compreendemos, levando a todo tipo de descoberta. Ou vislumbra novas formas de expressar coisas de forma nunca ditas antes, como no caso da literatura, da música e das artes.

Digo que a imaginação é uma tarefa cristã por duas razões. Primeiro, porque sem ela não se consegue aplicar a regra de ouro de Jesus. Ele disse: "Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles" (Mt 7:12). Devemos nos imaginar no lugar dos outros e imaginar o que gostaríamos que nos fizessem. Compaixão, empatia, amor solidário apóiam-se muito na imaginação daquele que ama.

Há milhares de formas para se dizer coisas estúpidas e inúteis numa situação tensa, trágica ou alegre. "Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo" (Pv 25:11). De que forma podemos dizer palavras que sejam "adequadamente escolhidas"? Uma resposta é que o Espírito de Deus nos dá uma "imaginação empática". "Empatia" significa que nos sentimos como o outro. Quando abrimos os lábios, espontaneamente, com pouca reflexão, imaginamos a coisa certa a dizer — ou não dizer — por causa dos outros. Sem imaginação, seremos socialmente inadequados.

A outra razão para a imaginação ser uma tarefa cristã é que quando alguém fala, escreve, canta ou pinta a respeito de uma verdade empolgante, porém de forma enfadonha, provavelmente é um pecado. A supremacia de Deus sobre a mente não é honrada quando ele e seu mundo maravilhoso são observados de forma correta, mas comunicados de forma enfadonha. A imaginação é a chave para matar o tédio. Devemos imaginar formas de dizer a verdade pelo que ela realmente é. Isso não é enfadonho.

O mundo de Deus, e tudo que há nele, é cercado de maravilhas. A imaginação evoca novas palavras, imagens, analogias, metáforas, ilustrações e conexões para expressar a antiga e gloriosa verdade. Deus nos dá a faculdade da imaginação para tornar a comunicação de sua beleza realmente bela.

Poetas, pintores e pregadores não tornam a beleza de Deus mais bela,mas a tornam mais visível. Eles removem a neblina entorpecida de nossa percepção finita, falível, pecaminosamente distorcida, e nos ajudam a ver a beleza de Deus por aquilo que ela realmente é. A imaginação age como um telescópio em relação às estrelas: ele não as torna grandes, elas o são sem ele, mas permite que sejam vistas como realmente são.

A imaginação pode ser a tarefa mais difícil para a mente humana e, talvez, a mais relacionada com Deus. É a atitude mais próxima que podemos ter dessa criação feita a partir do nada. Quando falamos sobre a beleza da verdade, devemos pensar num arranjo de palavras, talvez um poema. Devemos pensar em uma analogia, metáfora ou ilustração que ainda não tenha sido inventada. A imaginação deve manifestar-se em nossa mente trazendo aquilo que ainda não existe ali. Criar combinações de palavras e sons jamais criados é o que podemos fazer. Tudo isso porque somos como Deus e porque ele é infinitamente digno de novas palavras, canções e imagens.

Uma instituição comprometida com a supremacia de Deus sobre a mente, cultivará imaginações férteis. O mundo precisa de mentes impregnadas de Deus! Mentes que possam dizer, cantar, representar e retratar as grandes obras de Deus da forma como nunca o foram antes.

A imaginação é como um músculo, torna-se mais forte à medida que você a exercita. Então, exercite-a, pois ela não costuma colocar-se sozinha em ação. Isso exige vontade. A imaginação também é contagiante. Quando você está em companhia de pessoas que usam muito a imaginação, tende a ser tomado por isso. Sugiro que você passe algum tempo com algumas pessoas cheias de imaginação (principalmente os poetas já mortos) e então, exercite-se ao pensar numa nova forma de dizer a velha verdade. Deus é digno. "Cantai ao SENHOR um cântico novo" (SI 96:1; 98:1; Is 42:10), ou lhe dê um filme, um poema, uma frase, uma pintura.

Querido Deus, Criador e Pai. Louvo-te por tua imaginação infinitamente sábia! Prostro-me com admiração diante do teu poder de criar o Universo, assim, tão cheio de maravilhas para nossa alegria. Oro pela graça da imaginação, para que eu falhe menos em amar meu próximo e em expressar tua glória pelo que ela realmente é, a maior de todas as coisas belas. Através de Cristo, oro. Amém.

No livro A Vida é Como a Neblina (Ed. Mundo Cristão)

terça-feira, dezembro 21, 2010

Um poema de Jonathas Braga - O cântico de Zacarias

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O cântico de Zacarias

Bendito seja o Deus onipotente,
porque amparou seu povo em sua mão,
e sob o teto do seu servo crente
fez renascer a sua salvação.

Como por seus profetas tem falado
desde que fez o mundo com amor,
livrar-nos-ia do mortal pecado
e das ignóbeis mãos do enganador,

para manifestar sua bondade
e do seu pacto eterno se lembrar,
e conceder a toda a humanidade
a bênção de o servir e de o adorar.

Seja-lhe o nosso tempo dedicado
em santidade e amor, justiça e luz,
e tu serás então, filho, chamado
profeta e irás adiante de Jesus.

Prepararás caminhos apertados
e por veredas rudes passarás,
clamando ao povo contra seus pecados
e a salvação de Deus anunciarás.

E alumiarás os que andam assentados
nas trevas onde a morte dá pavor,
porque serás, nos ermos desolados,
profeta entre os profetas do Senhor.

No livro A Maravilhosa Luz (CPAD, 1985)

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Um poema natalino de Mário Barreto França

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Por Que Comemoro o Natal


Eu perguntei ao papai:
- “Por que motivo Jesus
Nasceu numa manjedoura
Para morrer numa cruz?”


Ele então me respondeu:
- “Foi pelo seu grande amor
Que Cristo nasceu tão pobre
Para sofrer nossa dor!”


E como exigia a Lei
Sangue para a remissão...
Ele foi crucificado
Para a nossa salvação.” –


             *


Agora já aprendi
Essa lição paternal
Quero ser grato ao meu Jesus
Comemorando o Natal.


No livro O Louvor dos Humildes (Rio de Janeiro, 1953)

domingo, dezembro 12, 2010

UM POUCO DE POESIA À SOMBRA DO GÓLGOTA

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Jefferson Magno Costa 


     O nascimento, o ministério, os ensinamentos, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo constituem o alicerce do cristianismo. Cristo não foi um líder a mais a fundar uma religião, mas o único que, com o seu sangue derramado na cruz do Calvário, abriu para a humanidade o único caminho que conduz ao Céu.

     No decorrer de quase dois mil anos, o cristianismo tem inspirado inumeráveis obras literárias. Por não querer cometer o pecado da prolixidade, reuni aqui tão-somente quatro poemas sobre o significado da morte de Jesus. 

     Dois deles foram escritos por poetas com quem eu tive o privilégio de conviver (Joanyr de Oliveira e Gióia Junior), servos de Deus que já partiram para encontrar-se com o Senhor Jesus, que lhes havia inspirado os mais belos poemas. Foram convocados para participar do encontro de poetas que já tem data marcada para acontecer no Céu, sob a liderança do sublime e inspiradíssimo salmista Davi. Esse é o encontro que eu jamais quero perder. 

     Entre esses poemas, inclui um soneto que escrevi em 1986 (naquela época, com vinte e poucos anos, eu era ingênuo o suficiente para cometer este e outros atentados contra a poesia).




SENHOR, EU VEJO

Joanyr de Oliveira



Com alguns pregos

trêmulos e um madeiro

pesado de angústias

e remorsos futuros
feriram-te, Cristo.
Hoje, Senhor, eu vejo.



Todo o peso do inferno

e a humana culpa

sobre ti desabaram

na extrema hora
da amarga colheita.
(Mas de plena vitória
sobre os braços da morte.) 
Hoje, Senhor, eu vejo.



E eu lá estava, Jesus,

nessa carga de fel

e de agudo silêncio.

Teus olhos em sangue
sobre mim pousaram.
As gotas da fronte
apagaram abismos
de minhas trevas.
Hoje, Senhor eu vejo.



Vera vida brotou

de tua morte, Cristo.

E as colunas da noite

mergulhadas em pânico
gotejaram seu medo.
Mesmo os céus rasgaram
as cortinas do azul.
Em teu corpo moído
as máguas e as dores
deste mundo insano,
deste mundo em pântanos,
deste mundo infame.
Hoje, Senhor, eu vejo.




RECONQUISTA UNIVERSAL NO GÓLGOTA

Jefferson Magno Costa



Prego e carne,

têmpora e espinho,

lábios, sede

e sangue



soerguidos em cruz:

por entre pedras,

trapos de véu,

tremores



e túmulos iluminados,

rasgam um caminho,

vertical e límpido.



Equilibram, pesam

e compram

horizontes reencontrados.




A GRANDEZA DO AMOR DIVINO

José de Abreu Albano



Amar é desejar o sofrimento,

E contentar-se só de ter sofrido,

Sem um suspiro vão, sem um gemido,

No mal mais doloroso e mais cruento.



É viver desta vida tão isento

E neste mundo enfim tão esquecido,

É por o seu cuidar num só sentido,

E todo o seu sentir num só tormento.



É viver qual humilde carpinteiro,

De rudes pescadores rodeado,

Caminhando ao suplício derradeiro.



É viver sem carinho nem agrado,

E ser enfim vendido por dinheiro,

E entre ladrões, morrer crucificado.




ENCONTRO

Gióia Júnior



No espaço

sem luz

um traço

seduz.



Reduz

cansaço,

conduz

meus passos.



E avisto

o espaço

em luz. 



– É Cristo

nos braços

da cruz!

Visite o blog do Pastor Jefferson: http://jeffersonmagnocosta.blogspot.com/

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Um poema de Mário Barreto França sobre as Sagradas Escrituras

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QUANDO EU LEIO O TEU LIVRO...

Quando eu leio, Senhor, o teu Livro Sagrado
Na inspiração de Jó, Isaías, Amós,
Sinto que vivo estás no texto consultado
E escuto a tua voz!...

Quando perlustro ansioso o Novo Testamento
E leio as preleções sublimes de Jesus,
Eu noto que se aclara o meu entendimento
Por tua excelsa luz...

E essa voz sempre amiga e terna me convence
Das faltas, da justiça e do juízo final,
Fazendo-me saber que só a Ti pertence
A vida universal.

Quando eu leio, Senhor, teu código divino,
Que exalta a fé e o amor de Paulo ou de Davi,
Eu sigo sem parar meu plácido destino,
Com o pensamento em Ti!...

E peço humildemente o teu auxílio forte
Para vencer o mal, para fazer o bem,
Levando a quem soluça entre as sombras da morte
A esperança do Além!...

Pois revelaste ao mundo a tua Maravilha
Através de lições desse livro sem par,
Em que a Ciência, as Leis, as Artes, tudo brilha,
Para Te consagrar...

Quando eu leio, Senhor, teus santos estatutos, 
Desde a primeira frase à última oração,
Sinto que estás em mim, em todos os minutos
De minha adoração!...

Ensina-me, portanto, a dizer a verdade
Que canta no teu Livro a aleluia do Amor,
Para que o mundo veja a tua santidade
- Tua glória, Senhor!

Mário Barreto França
No livro O Louvor dos Humildes (1953)


*Lembramos aos irmãos que no próximo domingo (12/12) comemoraremos o Dia da Bíblia. Visite o hotsite que a SBB preparou sobre o evento, e obtenha informações e recursos para auxiliar as comemorações na sua igreja - Clique AQUI.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Um soneto (natalino) de Filemon F. Martins

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TEMPO DE NATAL

A memória se embrenha pelo tempo
que ensina com amor tanta humildade.
Uma emoção envolve o pensamento,
é o Natal de Jesus, da Cristandade.

Aquela noite calma um leve vento
soprava, com dulçor, pela cidade
trazendo ao mundo, novo sentimento
e uma lição de amor à Humanidade.

Nasceu o Cristo, o meigo Nazareno,
envolto pela fé, Jesus sereno,
mostrou ao povo seu amor profundo.

Como nos céus da antiga Palestina
vejo outra vez brilhar a luz divina
iluminando o coração do Mundo.

Visite o blog do autor: http://www.filemon-martins.blogspot.com/

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Um soneto de Carlos Ribeiro Rocha

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PROFISSÃO DE FÉ


As mágoas, as tristezas do passado,
quero apagá-las todas no presente,
para viver, depois, maravilhado,
sob a luz de um futuro resplendente!


Que o “homem velho”, morto – sepultado,
surja das águas – novo e sorridente,
e seja, do Senhor crucificado –
servo fiel, amigo intransigente!


Medito em tua Lei, nos teus preceitos,
e busco a perfeição em teu amor,
e as rimas destes versos imperfeitos!


Desejo entrar no gozo dos eleitos,
corrigindo, no Sangue Remidor,
minhas faltas, pecados e defeitos!...

Obs.: Este soneto consta da Ata nº 211, de 14 de junho de 1953, da Igreja Batista de Ipupiara, lavrada por Almerinda Ribeiro Sousa, irmã do poeta, reproduzido no livro HISTÓRIA DOS BATISTAS EM IPUPIARA, de Arides Leite. Colaboração enviada pelo amigo Filemon Martins.  E fique atento: neste mês de dezembro, o Blog do Filemon está publicando poemas de diversos autores, tendo por tema o Natal.