Cenário
A cena era indescritível:
Três homens – imagem terrível!
Três corpos – um em cada
cruz.
Nas extremidades – dois
ladrões;
Eram malfeitores - dois vilões;
E, bem mais no meio,
estava Jesus...
A cena era bem dolorosa,
Não pela turba raivosa,
Nem pelos cravos
perfurantes,
Nem pelo sangue vertido,
Nem pelo corpo moído,
Nem pela dor torturante...
A cena, vista por Jesus,
Ali pendurado na cruz,
Era triste, de grande
decepção:
Ele fora lá abandonado,
Agora era o Mestre
desprezado
- O Gólgota foi a
confirmação...
Onde estava aquele João,
O discípulo do coração?
E o Pedro, tão impulsivo?
E Mateus, o sério coletor?
E Tiago, o irritado
provocador?
E o Felipe ágil e
interativo?
Onde estavam seus
familiares?
E os abençoados, aos
milhares?
E os alimentados?
E os curados?
E os abençoados?
E os admiradores,
Apreciadores,
Defensores?
E os aliviados,
Os libertados,
Os resgatados?
E os cegos, agora com
visão?
E os surdos, agora com
audição?
E os leprosos, agora sãos?
Onde, onde estavam os
demais
Que não o abandonavam
jamais?
A dor do meu Senhor Jesus
Não era provocada pela
cruz
E sim pelo abandono
cruel...
Mas Ele tinha uma missão:
Resgatar, curar, dar
salvação
- E nisto Ele foi justo e
fiel!
Ele fora no Calvário
desprezado,
Mas o projeto do Deus
amado
Era ter de volta a alma
perdida.
E Jesus, como Filho
obediente,
Cumpriu a promessa,
consciente,
Ele fez a religação:
deu-nos vida!
Para Jesus, naquele
instante,
O mais grato e importante,
Era ser o Cordeiro
Redentor...
Desprezado, ele pôde nos
perdoar;
Rejeitado, ele quis nos
resgatar...
A solidão da Cruz é a
expressão do amor!
Celebração
Jesus Cristo veio
E vivo esteve entre nós!
Com sua alegria sem fim
Pudemos ouvir sua voz:
voz de adoção,
voz de valor,
voz de orientação,
voz de amor,
voz de dedicação,
voz de ajudador,
voz da salvação,
voz do resgatador!
E o que fizeram seus pares
Ao ouvir tanta vida?
- Fecharam-Lhe os lares,
- Negaram-Lhe acolhida,
- Difamaram-Lhe o Nome
com um furor que consome
E causaram-Lhe feridas...
Por fim, O crucificaram
Num gesto de abandono
cruel,
Discípulos se ocultaram,
Amigos Lhe faltaram,
Negaram-Lhe ser fiel...
E a multidão que O
aplaudiu
Friamente o desprezou,
traiu
E agora Lhe davam o fel...
Mas Ele dissera com vigor:
- “Eu sou o Pão da Vida...”
E o Pão da Vida
ressuscitou!
O Deus eterno, amoroso,
O Deus forte, Glorioso,
Seu amor manifestou!
Hoje temos garantida
A eterna e santa acolhida
Pela vida que nos doou!
Sim, o Sangue foi vertido:
Cristo se doou no
Calvário,
Queria ter-nos no
santuário
Como seu povo redimido...
Sangue que nos purificou,
Sangue que nos perdoou,
Sangue-Amor repartido!
E assim, reunidos em
comunhão,
Façamos a Santa Celebração
Da morte e vida do Senhor
Mas com profunda gratidão!
Pão – alimento restaurador;
Vinho – sangue que nos dá
vigor;
Ceia – Memorial,
consagração...
Lembremos do sacrifício
santo
Manifestemos com o nosso
canto:
“Estamos redimidos da
maldição!”
Comamos deste suave pão;
Bebamos do vinho, com
ardor;
Lembremos que a salvação
- Esta maravilhosa doação –
Foi uma oferta de amor...
E que ao sairmos do templo
Para a vida lá fora viver,
Anunciemos com santo
exemplo:
“Cristo é Vida, Ele é
poder!”
Do livro A Rude Cruz – A vida,
morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e a gloriosa mensagem da cruz (Editorial Textus, 2011)