Uma vez mais, cabe-me a satisfatória tarefa de
editar uma obra do poeta lusitano J.T.Parreira, em quem encontro um amigo e um
mestre nos meandros da Poesia. Mas como apresentar o poeta para aqueles que
porventura ainda não o conheçam? Preciso dizer que Parreira é o poeta das finas
texturas e da metáfora de ouro, a voz incessante e incensória de nossa melhor poesia
cristã, que, de sua Aveiro atlântica, é como um Davi(d) que dispara tesouros de
sua rica aljava, tendo por arco a lira, e por seta a palavra.
Neste Piquenique no Éden, o
leitor faceará palavras esmeradas que, em sua morfologia de pedestal, de câmara
sacra, de pluma e lâmina, rodopiam em suave dança, em círculos concêntricos em
torno à Palavra, o Cristo, o Verbo Encarnado: aqui podemos palmilhar com Ele
rompendo as brumas em direção a Emaús, ou melhor, em direção a Ele mesmo; e receber
de Suas mãos o pão que sacia a alma, e receber de Seu coração o sacrifício que
nos traz a paz.
Em
muitos dos poemas que compõem este singelo opúsculo, somos ainda convidados/constrangidos
a lamentar, na dor de Jó, nos muitos abismos de Jonas, na dura sina do
indivíduo judeu e da nação Israel, a tristeza de termos deixado um dia o
Jardim, como se fossemos membros amputados do corpo da infância,
abortados-quando-prestes, quando prestes a nos firmarmos na instância/estação
da Felicidade. Aquela Felicidade sempiterna que a redentora Palavra, que subiu
e desceu daquela cruz, nos assegura que será novamente, e será para sempre.
Sammis Reachers
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