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quarta-feira, abril 27, 2022

O Cerrado secou?!, poema de Silas Figueiredo Nunes


 O cerrado secou?!


Terra muy seca,

Cascalhos habitam o meu coração.

Calor a beça, galhos tortos, peno nessa insolação.

.

Semente lançada a sorte,

Não sou robusto, médio porte.

Suportando a faísca da morte,

Felizmente não passei pelo corte.

.

Sofrendo na sequidão,

quieto, quebro e choro;

Por apenas uma gotícula 

de salvação!

.

Árvore de casca dura,

folhas secas ao vento.

Orvalho pode ser a cura.

A espera do alento.

.

O Criador de mim não esquece,

O guardião manda torrentes de paixão.

As raízes se firmam, engrandece.

Brotos, flores e frutos da renovação.

.

Secou a sequidão.

O amor inundou.

Alagou o coração.

E o Cerrado abundou!


quinta-feira, abril 14, 2022

Aldravias: Quatro poemas de Pedro Garrido



deuses

de 

pedra

já 

nascem

mortos



me

amou

antes

de

haver

mundo



poema

grão

tão

(des)pequeno

que

(r)existe



sou

verso

inspirado

pelo

verbo

criador


Do livro Duo.

Você pode ler mais poemas e reflexões do autor em seu perfil no Instagram.

"A Aldravia é um poema sintético, minimalista. O poema é constituído numa linométrica de até seis (6) palavras-verso. Esse limite de seis palavras se dá de forma aleatória, porém preocupada com a produção de um poema que condense o máximo de significação com um mínimo de palavras, conforme o espírito poundiano de poesia, sem que isso signifique extremo esforço para a sua elaboração. O estilo poético foi criado no Brasil, entre 2000 e 2010" (Flavia Rohdt, in O Pantaneiro).