CORPO VIVO
Ver, com os olhos da fé;
Andar, nas pisadas do Mestre;
Pensar, com a mente de Cristo;
Amar, segundo o coração de Deus;
Abençoar, com mãos santas e generosas;
Abraçar, com braços fraternos;
Trabalhar, como para o Senhor;
Repousar, para renovar a alma;
Confiar, na soberana vontade do Pai;
Morrer, para o mundo;
Viver, para Deus;
Renascer, como herdeiros da graça;
Combater, o bom combate;
Exercitar, o fruto e os dons do Espírito;
Antever, o novo céu e a nova terra;
Compartilhar, as palavras de vida eterna;
Cumprir, o chamado para servir ao povo de Deus!
VOZ QUE VEM DO CÉU
De onde vem essa voz
Que fala alto ao coração?
Terá vindo das nuvens?
Terá vindo do firmamento?
Só pode ter vindo do céu!
De onde vem essa mensagem
Que cala fundo na alma?
Terá vindo do vento?
Terá vindo do nada?
Só pode ter vindo d’além!
Palavra que fala ao
coração
Palavra que cala na alma
Eu sei donde vens:
Vens do céu.
És voz de Deus!
Vieste um dia do céu
Só para me dizer
Que um dia para o céu irei...
Palavra de Deus!
PÁ NELAS
Panelas grandes, pequenas
ou médias;
De pedra, de barro, de
alumínio ou de ferro;
Novas ou velhas, não
importa,
Realçam o incômodo
entrevero.
Panelas levadas ao fogo,
Que atiçam a fervura da
água
E refogam os grãos na
salmoura
Ativando ávidos olfatos.
Benditas panelas rústicas
ou nobres,
Que adornam palácios ou
casebres,
Emoldurando paredes
antagônicas,
De trágicos cômodos
disformes.
Panelas cheias de ganância
Transbordam a opulência da
gula
Enquanto panelas vazias
Denunciam os disparates da
vida.
Panelas que exalam vapor
Quando a pressão aumenta
Por causa da maldita
exclusão
Que amplia a tensão e a
tormenta.
Panelas que se agitam ao
vento
Emitem sinais de alerta
Como um grito de
resistência
Quando o silêncio aperta
Panelas agudas ou graves
Recortam o vazio da noite
Ao vibrarem diante de
açoites
Que os cerrados punhos
deflagram
Panelas que orquestram
sonidos
Que despertam o sono da
alma
Fazendo vibrar corações altivos
Que não se conformam com o
sufocante martírio.
Ungidas panelas que tinem
Acima dos decibéis imbecis
Que pensam que a lâmina da
baioneta
É mais aguda do que os
acordes hostis.
Panelas cheias de espanto
Diante dos discursos
vazios
Daqueles que zombam do
pranto
Forjando deboches
sombrios.
Ouve-se das massas o
estardalhaço
Ecoando além das vidraças
opacas:
“Independência ou morte de
fato”
É a voz que vem do
panelaço!