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segunda-feira, maio 22, 2023

Dois poemas de Eber Jamil

 


QUANDO TUDO DESABA

 

Quando tudo desaba

Algo fica em pé: A minha fé.

Quando tudo desaba

Há algo que possa fazer: Interceder.

Quando tudo desaba

Tenho motivo para sorrir,

Porque Jesus é minha força motriz

 

Quando tudo desaba

Aprendo a humildade

Porque só em Cristo

Há possibilidade.

Quando tudo desaba

Há alguém para me socorrer:

Jesus Cristo, o Rei

 

Quando tudo desaba

Chego a conclusão

Que dizer “tudo acabou”

É um engano,

Porque em tudo

Deus tem um plano.

 

 

 

TUDO BEM?

 

– Tudo bem?

– Não, nada bem!

– Por que?

– Porque ninguém me quer bem!

– Quem te disse?

– A vida.

– Mas não há saída?

– Para mim não.

– Tenho algo a te dizer.

– Diga!

– Jesus é a Avenida!

– Avenida?

– Sim. Jesus é a Avenida para quem está num beco sem saída!

 – Deus? Ele se esqueceu de mim!

– De forma nenhuma!

– Você está gravado nas mãos dEle!

– Sério?

– Sincero!

– O que faço?

– Crê no Senhor Jesus e serás salvo! 

– Creio de todo o coração!

– Pois bem, descanse nas mãos de Deus!

O jovem que esteve atribulado cochilou na poltrona do avião.

O ancião olhando pela janela , sorriu.

E um pensamento o lampejou: Tudo bem?

E ele respondeu: Sim Jesus, tudo bem!


Fonte: Blog do autor >> https://preberjamil.wordpress.com


domingo, maio 07, 2023

OS CRIADORES, poema de Dorothy L. Sayers

 


OS CRIADORES

 

O Arquiteto disse, indo à frente:

"Da arte, o mestre eu sou:

Eu tenho um pensamento em mente,

Eis o que meu coração sonhou.

 

"Vem agora, bom artesão, exerce tua arte

Com ferramenta e pedra — obedece-me;

Veja, no plano que fiz, tua parte.

Eu sou o mestre; serve-me".  

 

O Artesão respondeu: "Senhor, eu vou; observa,

Contudo, que este teu rascunho

Seja do tipo a que a minha habilidade é serva —

Tu não és mestre do ofício que empunho.

 

"É por mim que a torre se toma distinta,

Eu estabeleço o curso, eu moldo e talho;

Tu fizeste um pequeno rabisco à tinta,

E isso é tudo o que alcanças em teu trabalho.

 

"Conta comigo, o mestre humano,

Para colocar minha rígida trena

Sobre o plano, e sobre o que serve ao plano:

A pedra impotente e mui serena".

 

A Pedra responde: "Mestres meus, escutai:

Sabei isto: abençoar ou condenar poderei

O que quer que vós dois projetais

Sendo apenas a coisa que sou; pois sei

 

"Que ouro não sou, mas puro granito,

Pois sou mármore, não argila;

Inútil martelar, a mim impor molde estrito:

Eis que sou mestra, não pupila.

 

"No entanto, vez que se me impõe maestria,

Com paciência, hei de sofrer o necessário

Do aço que cliva, do peso que me trituraria,

De ambos que fazem de mim um calvário;

 

"E tu podes, com tua mão, me esculturar

Para arco e botaréu, telhado e parede,

Até o sonho surgir e perdurar:

Serve apenas apedra, ela que servir todos cede.

 

"Que cada um faça bem o que melhor sabe,

Que nada recuse e não fuja da obrigação,

Já que se assenhorear dos demais a ninguém cabe,

Mas todos da obra apenas servos são;

 

"A obra que mestre nenhum dominou,

Salvo Aquele que a todos ensina,

O Arquiteto que tido imaginou,

Dela Artesão e Pedra de Esquina.

 

"Então, quando o maior e o inferior

Sentarem-se juntos na festa,

Após terminarem todo o seu labor,

Vós vereis uma maravilha manifesta:

 

"O Criador de cada homem que trabalha

Vai se curvar entre os querubins de fulgor,

Tomando aos braços bacia e toalha,

Servindo aos servos que o servem com amor".

 

Arquiteto e Artesão, em intacto

Acordo falam: "A Pedra diz bem";

Vinculados à tarefa por um pacto,

Cada um à sua obra dá-se como convém.


Tradução de Francisco Nunes.

Do livro O Homem que nasceu para ser Rei.