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Chegou suave com asas de borboleta
sem movimentar o ar
bailando leve em piruetas
como se quisesse me mostrar
que sem meu fardo tão pesado
podia ser livre que nem passarinho
beber néctar que nem beija-flor
e ficar me equilibrando na brisa
e voar
igual borboleta
E eu quis mas não pude
porque era escravo do chão
sepultado em minha cova de pedra caiada
Sobre mim havia uma pedra
tinha uma pedra sobre mim
tinha uma pedra
selando a minha cova
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão remoçadas
capazes de enxergar
quem tirou a pedra
foi Cristo.
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«Sobre mim havia uma pedra
ResponderExcluirtinha uma pedra sobre mim
tinha uma pedra
selando a minha cova
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão remoçadas»
Meu caríssimo Tiago, os primeiros 4 versos aplicam aqui o assunto do célebre poema de Carlos Drummond, e dessa aplicação eu gosto, tem uma metáfora da pedra sobre a vida do homem, que Cristo pode retirar.
Os últimos 4 versos já são plágio do poema de Drummond, mesmo trocando o vocábulo «fatigadas»(«retinas...) por «remoçadas». Compreendo o sentido, mas «Nunca me esquecerei dêsse acontecimento na vida de minhas retinas...» é de Carlos Drummond de Andrade.
Um abraço fraternal,
JTParreira