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sábado, setembro 27, 2008

Dois poemas de Flávio Américo


UMA VIDA DURA E A FÉ QUE DURA

A fé madura
Dura
Numa vida má e dura

O viver triste subsiste
“persista”,
Insta-me a fé

Sobre o fardo da vida, a fé diz:
Leve,
Mesmo não sendo leve

A dor sempre existe
Resistindo,
A fé insiste, insiste, insiste

O inacreditável torna-se real
Acredite,
O irreal passa a ser crível

À fé, não compete a prepotência
Competindo,
A primeira impotente se torna

Mas o prazo das minhas forças vence
Vencido,
Vejo a fé vitoriosa

Reconhecendo minha incompetência,
Posso
Descansar no Onipotente
Tudo posso naquele que pode



QUANDO A RAZÃO NÃO TEM RAZÃO

As teorias e experimentos não provam,
Que o doce amor
Que os cristãos experimentam, provam,
É só fuga da dor

Não é nem um pouco racional,
Quem a qualquer cristão chama
De pessoa simples e passional
Só porque da fé guarda a chama

Não faz sentido a utilização
Dos paradigmas dos humanos
Para entender o autor da criação,
Que vive bem mais que uns anos

Boca, olho, nariz, pele e ouvido,
Apesar de mostrarem o mundo,
Não me mostram, lá no fundo,
Algo sobre Aquele que tenho ouvido

Se for mister, prá conhecer,
que se toque ou veja
sobre o mister Mainardi, não dou parecer,
Pois só o conheço da Veja

Esqueça os cinco sentidos,
São efêmeros como o ar
Deus foge dos entendidos,
Não se deixa enquadrar

A ciência, prá provar,
Precisa da repetição
Tipo as ondas no mar
E as batidas no coração

Deus não pode ser isolado,
Para que a ciência
Construa um postulado
Baseada na experiência

Deus está muito além
De qualquer enquadramento
Não só por viver no além,
Mas por ser de tudo o fundamento

Ser Sensível não faz parte do seu ser,
Já que está além do tempo e do espaço
Mas é sensível apesar do grande Poder,
Pois me amou apesar de eu ser um bagaço

Na noite de chuva é sacada
Cura inclusive bicho-de-pé
Livra-me de cada enrascada
E das minhas besteiras até

Aqui acabo a conversa
Sobre a fé e a razão
Como vimos, o poema versa
Sobre essa união

A razão, não duvide,
Usada de forma indevida,
Secará qual galho de vide
Longe da fonte de vida


Para mais poemas, visitem o blog do autor: http://palavrasboladasereboladas.blogspot.com/

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