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terça-feira, novembro 25, 2008
Três poemas de Wolô (Wolodymir Boruszewski)
Restaurando o contrito
Enquanto minha alma derramo
Diante do trono da graça
Escuto uma voz que me abraça:
Sossega, meu filho, eu te amo
Acalma o soluço sofrido,
Que manso chegou ao ouvido
Daquele que ama o contrito
No dia da Paz ou do grito
A lágrima limpa que brota
Denota um espírito santo
O pranto que Cristo desperta
Liberta o filho da derrota
E agora, passado o assombro,
Repousa tranqüilo em meu ombro;
Do amor deste instante sagrado
Escreve em teu peito um recado:
Por amor a meu Pai amoroso
Abandono esse andar cambaleante
Enxugando meus olhos, com gozo,
Posso ver o meu alvo adiante
Sem olhar para trás eu prossigo
Pois Jesus leva o fardo comigo
E em erguendo meus olhos avisto
O encontro perfeito com Cristo.
NÓS DESATADOS
Por que me amarro neste cais?
Por que me escondo no porão?
Se o mar aberto é muito mais
E o céu aberto imensidão
Nem sei...
Por que me amarro ao verbo ter?
Por que me escondo tanto assim
Nas aparências do poder
E me encolho dentro em mim?
Se o unigênito de Deus
De seu poder se esvaziou
Mas no barquinho para os seus
O mar e o vento aquietou
Já sei!
A quem criou os céus e o mar
A quem seu próprio Filho deu
Meu coração vou entregar
Navegar, voar, ser seu.
QUE TAL NÃO MATÁ-LO MAIS?
Na alma essa calma que invade e me atrai
Na mente somente a vontade do Pai
No olhar a brilhar um sorriso Natal
No gesto um protesto um juízo final
No espírito um lírio sublime e feliz
No corpo o martírio de um crime que eu fiz
Em tudo o conforto da luz-salvação
Contudo foi morto na cruz qual ladrão
Mas hoje vive para nossa paz
Que tal não matá-lo mais?
Mas hoje vive pra quem nele crê,
e quer vir nascer em você.
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