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Onde estavas na noite em que doía
no silencio das lágrimas perante
a cruz que se erguia desolada
Pedro onde estavas, quando só o vento
cantava baixinho entre os dedos de Maria
onde estavas Pedro, quando olhei
e vi apenas o sono nas pálpebras
daqueles que prometeram
ficar a velar nas sombras
Onde estavas? Pedro onde estás?
Aqui eu procuro-te e chamo pelo teu nome
Pedro, ou serei eu a perguntar por mim
na noite em que o galo canta.
Território
Do lado de cá vê-se a cidade e a ponte de ferro. Estende-se o rio
de vidro que a manhã vai deformando. Os pássaros voam mais baixo.
Do lado de cá. Deste lado o céu é mais alto e mais azul.
O vento mais frio. Sabe tão bem. Ninguém conhece o gosto do lado de
cá. Deste lado a música compõe-se, descompõe-se em nudez na
mesma pauta. A cor é mais cor, o riso mais brando.
Do lado de cá estou eu. O outro lado não tem luz.
Este é o lado onde as mãos se cruzam, tranquilas.
E os olhos deixam que a noite os trespasse num acto de amor.
Este é o meu lado. Aqui o meu lugar. E deste lado renova-se o
génesis a cada manhã. Haja vida. Ela se faz. Este lado tem o meu
nome. Autografo no chão. A linha traça-se.
in http://poetasalutor.blogspot.com
Olá parabéns pelo seu blog faço um convite para que vc visite o meu ta legal tbm
ResponderExcluirhttp://www.vivendo-com-deus.blogspot.com/
Bela poesia, vou adicionar este blog no meu blogroll dos meu dois blogs, pois tenho um que é de poesias também.
ResponderExcluirPoesia das Mangueiras faça-nos uma visitinha www.mangaepoesia.blogspot.com