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segunda-feira, novembro 16, 2009

Dois poemas de Cláudio Camargo Martins

*


Um dia partirei

Um dia , ou cedo ou tarde, partirei
Pois tudo, tudo nesta vida passa
E, contra, nada existe que se faça
A morte é inevitável - Rija lei

Na terra há de ficar o que ajuntei
à mercê da ferrugem e da traça
Mas tenho meu tesouro junto à Grei
Nos céus de onde alcancei suprema graça

Da minha humilde e curta trajetória
Nenhum vestígio ou rasto há de ficar
Serei um livro em branco sem história

Um cisco devorado pelo mar
Mas no Livro da Vida, lá na glória
Enfim meu nome escrito hei de encontrar.



FARDO

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Mt 11.28

O fardo que carregas – tão pesado!
Cansado, sem sentir o ponto norte
É jugo conseqüente do pecado
Com ele te encaminhas para a morte.

E vais por entre pedras, por espinhos
Pisadas vacilantes, passos lentos
Caminhas já sem forças, sem alentos
Até surgir Jesus nos teus caminhos.

A confiar-lhe o fardo te convida
Em troca te oferece paz, descanso
Livrando-te da atroz e escrava lida.

Liberto de teu fardo, alma remida
Com Ele, vero amigo, humilde e manso,
Irás, pelo Caminho, rumo à vida.

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