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sexta-feira, novembro 25, 2011

Três poemas de J.T.Parreira




A VIÚVA DE SAREPTA


I Reis, 17,12


Vamos cozer este pão
e depois morrer


vamos
carregar este chão
seco
com os nossos corpos, filho
e mãe, vamos comer a terra
que a seca amassou


vamos trazer para dentro
das quatro paredes
estes cavacos, encher os obscuros
buracos da sombra, alumiar a casa
com o lume e depois morrer
entre o vazio e a plenitude.




AS CARTAS


Eram cartas sem resposta
apenas num sentido, como as raízes
irrompem da terra na flor vertical
impossíveis de responder, as cartas
ardiam no pergaminho, como a sarça
a viver num fogo celeste
e sem peso
vertiam-se na voz de quem as lia
o céu está nas cartas, é um lugar
na terra, em Corinto ou em Éfeso.




O QUE DISSERAM OS COMPANHEIROS DE EMAÚS


Percorreste os nossos ouvidos
para encontrar um recanto
para o Amor
as palavras que abriam clareiras
na vasta linha da noite
As Tuas palavras foram amaciando a noite
foram dando asas ao chão
do caminho de Emaús
que pisavamos na noite
o Teu invisível fogo
das palavras, que depois à mesa
se transformaram em pão
e aí os nossos olhos entenderam.


http://papeisnagaveta.blogspot.com

segunda-feira, novembro 21, 2011

Um poema de João Testi Sobrinho




A Árvore da Felicidade


Na floresta da minha vida eu plantei três sementes.
A primeira foi a semente do meu orgulho;
A segunda a semente da minha ganância;
Nasceram duas grandes árvores
Nestas árvores, depositei todo minha esperança.


A terceira semente, com esta eu não me importei
Não foi com carinho que eu a plantei
Na terra de qualquer jeito semeei
Não me importei se essa semente nascia
Eu não esperava qual seria minha surpresa um dia.


O tempo foi passando, meu orgulho e minha ganância aumentando
Orgulhoso fui até a floresta passear
Foi grande a desilusão, vi toda minha soberania desmoronar
A árvore do meu orgulho, juntamente com a árvore da minha ganância,
Encontrei as duas sem esperança.


Seus fortes galhos secando
Suas folhas amareladas
Eu chorei como criança, acabou minha esperança!
Estas duas árvores em pouco tempo seriam derrubadas!


Com meus olhos chorando
Para frente fui andando
Algo me surpreendeu
Encontrei uma grande árvore
Com grandes galhos rodeados
Suas flores perfumadas.


Esta árvore nasceu daquela semente
Que um dia covardemente o meu coração esqueceu
Eu corri ao seu encontro
Abracei o seu tronco
De alegria eu chorava.


Parece que a árvore me dizia:
Filho para onde você ia
Os caminhos que você seguia
Minha sombra te acompanhava.


Hoje eu sou feliz
Já esqueci do meu orgulho
Não lembro da minha ganância
Sou feliz como criança.


Não sinto nem tristeza, nem saudade
Agora, convido meus irmãos, amigos
E o povo desta cidade,
Para vir colher os frutos e descansar na sombra
Desta arvore que se chama
A ÁRVORE DA FELICIDADE!!!!!


Fonte: http://www.radiorepentistas.com/

sexta-feira, novembro 18, 2011

Documento histórico: Carta Origem da Antologia da Nova Poesia Evangélica


(clique na imagem para ampliar)

Carta do poeta Joanyr de Oliveira, de Fevereiro de 1974, ao poeta João Tomaz Parreira, na qual se começava a estruturar o sonho de uma Antologia para divulgar a Nova Poesia Evangélica, distante dos versos passadistas; estava a nascer a Antologia da Nova Poesia Evangélica que a CPAD editou em 1977.
Hoje, passados quase dois anos da morte e partida para a Glória do poeta Joanyr de Oliveira, e para que não haja reivindicações de última hora  no que concerne ao trabalho histórico do insigne poeta na área da Poesia Evangélica, é frutuoso saber que há documentação, em nosso arquivo, documentos escritos epistolares entre JO e outros poetas, sobretudo lusitanos, como Clélia Mendes, Brissos Lino, Samuel Pinheiro e J.T.Parreira, que são fontes da História da Nova Poesia Evangélica em língua portuguesa.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Dois poemas de C. Dantas



Paul Klee - Tunisian Gardens



Realidade Sublime em Poesia


Existe uma realidade sublime:
Que é mais formidável,
Que Palcos, proscenios, tablados, aclamações públicas,
Que o brilho deste mundo confuso,
Que aplausos, esplendor, alegria, satisfaçăo, triunfo.


Existe uma realidade sublime:
Que é mais transcendental,
Que entendimentos, contentamento, regozijo,
Que lugares de honra, pedestais.


Existe uma realidade sublime:
Que é um reflexo do caleidoscópio do amor,
Que é belo, suave, sereno, radiante,
Que é o olhar do Supremo benfeitor nosso Criador.




Algo Além


A algo além do Sonho , mais que ilusões do palco desta vida,
É mais que o pódio, que paixões terrenas.
É ter esperança nos planos do Real Realizador de sonhos.


Onde a alegria brota de forma solida e brilhante.


Com Deus o altíssimo e Onipotente,
A vida plena , é certeza que Cristo tem algo lindo, singular, surpreendente.
O Criador escreve histórias e realiza sonhos.
A vida vai ser uma vitrine de alegria, esperança, segurança.


Mais poemas do autor em http://www.poesiasonline.com

quinta-feira, novembro 10, 2011

Um poema de Heldai Lemos Ferreira



Tudo sob controle


“Ah! Como é bom ter tudo sob controle.
As contas, a família, o lazer, os sonhos... enfim... a vida!
Uma vida sem surpresas, onde nada deixamos escapar”.


Será que isso é assim tão bom?
Não sabemos sequer se amanhã estaremos vivos!
Não podemos reduzir em um dia a nossa idade,
Ou acrescer alguns centímetros a nossa estatura.


Mesmo assim, pessoas insistem em querer controlar tudo a sua volta.
Queremos ser cada vez mais independentes, fortes e auto-suficientes.


Em contra-partida Paulo disse: “Quando estou fraco é que estou forte”.
E Deus então: “o meu Poder aperfeiçoa na fraqueza”?


Isso é para que não sejamos egoístas.


Deus sabe que somos incapazes de controlar o que quer que seja.
Mal conseguimos controlar nossos “instintos”.


Mas quando estamos sob Sua dependência, quando derramamos nosso coração a
Seus pés e deixamos que Ele controle o barco. Nossos sonhos e desejos ficam tão
pequenos, tão insignificantes e nesse momento vemos que não somos nada, não
podemos querer ser nada, mas pela graça de Deus sim, temos tudo sob controle.


Não foi assim com José, Davi e tantos outro homens de Deus?


Pode ser assim comigo e com você!


Deus não muda!
Deus não falha!
Deus é Fiel

domingo, novembro 06, 2011

Dois poemas de Ana Menires





Carta de um Pai

Sinto sua falta
Relembro felizes  momentos
No qual eu era a base de seus pensamentos

As coisas aqui não são as mesmas
Minha casa fica incompleta quando seu lugar está vago
Ou quando seu belo sorriso é trocado por um choro amargo

Choro que você insiste em derramar sem mim
 Lágrimas de dor sem fim
Estou aqui e sempre estive do seu lado
Você é o meu filho amado

Estou à sua espera
Venha ainda é primavera
É o recomeço
Cobrirei tua vergonha e te darei um novo começo

Eu sei que tens sua vida para cuidar
Mas nunca pensei em te abandonar
Filho não insista nesse caminho
Que parece rosa, mas seu fim é só espinho.

Minha mão ainda está estendida
Acredite a fé não está perdida.
Ainda há salvação
É tempo de restituição

Eu sei que é difícil mudar
Mas posso te transformar
Não fique aí nesse chão
Aí não é lugar de campeão

Você pode até ter se afastado
Mas nunca te abandonei
Você me sente do seu lado?
Você ouviu quando te chamei?

É tão difícil ver essa indiferença
Ou não te ter aqui comigo
Você sente minha presença?
Quando insisto em ser seu amigo

Volte para casa, jogarei tudo ao mar.
Não importa o que você fez
Nunca deixei de te amar
Volte, agora é o momento e a vez.



Deus eu peço

Deus eu peço sabedoria, não para me exaltar diante da humanidade, mas para que eu possa fazer sabias decisões.
Peço forças, não para agredir alguém, mas para continuar em meio à fraqueza e nunca desistir.
Peço-te coragem não para me vangloriar, mas para que minha covardia não me paralise.
Peço gratidão, não para agradecer apenas o que me dá, mas para agradecer também tudo aquilo que me negaste.
Peço-te inspiração, não para escrever o que sinto, mas para sentir o que escrevo.
Deus eu peço amigos não somente para me ajudar, mas para eu ajudá-los em momentos difíceis.
Peço bons mestres que ensinem o que sabem, mas valorizem o que aprendem.
Peço ajuda a todos os que precisam
Deus eu peço fé, não para discutir com a ciência, mas para nunca duvidar de ti.

Eu sei que estou pedindo tantas coisas talvez pelo meu egoísmo ou pela vontade que eu tenho que o Senhor me faça ser melhor do que sou.
Deus eu peço tudo que meu coração não conseguiu traduzir em palavras.


Visite o blog da autora: http://anamenires.blogspot.com/

terça-feira, novembro 01, 2011

Dois poemas de Marcos André



QUANDO TE ACHEI


Na noite em que todos estavam indo
você estava chegando.
Quando perdi tudo
voce me deu a tua mão.


Mas eu quase não a enchergava
e por pouco não a perdi.
Os falsos amigos me abraçaram,
mas você me exortou.


E muitas vozes me coagiam
Tudo me parecia dizer algo,
porém nada era de confiança.


Mas aos poucos nos conhecemos
e você me ensinou a não ouvir as vozes.
Para cada voz você refutava.
Até as dos falsos amigos...


Muitos deles eram como Uzá para mim
colocando a mão onde não deviam
e pensando que me ajudavam.
Mas todos se foram.


Todos e tudo falavam ao mesmo tempo.
As vozes em casa mandavam separar,
mas você mandava entender.
Você mandou sorrir e eu queria chorar.


As vozes na rua mandavam eu me vingar
mas você mandou eu ajudar.
Tinha vozes no carro que mandavam eu pizar,
mas a tua voz me disse pra acalmar.


Até o dia em que todos se foram
tanto os bons como os falsos amigos.
Nesse dia eu te vi de perto.
Não tinha mais ninguém ali.


A última amiga que saiu
deu um sorriso, fez um pedido e partiu
seu coração parou e ninguém a trouxe de volta.
Mas você estava lá, ai eu te conheci melhor.


Quando todos se foram você ficou.
Quando tudo ficou escuro e vazio eu só tinha você.
Quando só me restou você eu descobri.
Que você era tudo que eu precisava!
Te amo meu Deus.




Quero Uma Armadura Nova


Cansei na luta, o fôlego me falta
Tenho que trocar essa armadura


Os sentidos vacilam
Essas peças não aguentam outro combate.


Meu escudo que levantei em tantas lutas
Agora está todo rachado
Minha fé fraqueja nessa guerra.
Preciso de um pouco de Paz.


O capacete amassou todo
pela violência dos golpes.
A salvação é a única certeza que me resta.
Estou fraco e abatido.


Rasgaram minha couraça
como folha de papel.
Assim eu vi minha justiça posta a prova,
pelas dúvidas que levantaram sobre mim.


As sandálias perdi em algum lugar
no meio dessa guerra.
Já não tenho saído para lugar algum
no terreno do inimigo.


O cinto que prende essa armadura
ainda está firme.
Porque ainda ando na verdade
por isso não perdi o que sobrou dessas peças.


Vou orando, caminhando e chorando,
quase sem forças, quase sem vida.
No frio da noite, com os olhos cansados
É preciso lutar, sobreviver mais uma noite.


Mas a espada ainda está comigo,
de tanto que lutei, grudou-se em minha mão.
Nessa noite vigiarei a chegada do inimigo
ainda tenho a Palavra, ainda tenho a oração.


Pela manhã comparecerei à presença do Rei,
Beberei do cálice de sua mão,
Comerei do pão partido em sua mesa
e receberei do meu Rei uma nova armadura.


E lutarei mais uma batalha.


Visite o blog do autor: http://umtempodepaz.blogspot.com