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segunda-feira, julho 29, 2013

Três poemas de Marcelo Edu Oliveira


Canção para Cansado

Luz em meio a trevas,
Canção para cansado,
silêncio para barulho,
versos para o calado.

Vento, fôlego de vida,
dias melhores,
esperança,
assim, balança a mãe,
no colo essa criança.

Como esse pequeno,
minha alma em Ti descansa.


De ver

De ver,
viver versos,
compor por expressão,
em letras,
devoção de dias,
distintos, 
distantes,
diversos,
de ver,
viver versos.



Amanhã ser


Amanheceu,
amanhecer,
amanhã ser,
se der pra explicar,
nova manhã,
em teu amor,
em ti amar,
assim viver,
e entregar,
rimas e rumos,
de manhã,
de amar.


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quarta-feira, julho 24, 2013

Dois poemas de Agenivaldo Almeida Silva


Quem Poderá Proclamar?

Quem irá? Quem poderá proclamar?
As boas novas de meu mestre falar.
Quem irá proclamar a salvação?
Que Jesus morreu numa cruz,
Para nos dar o perdão.
Quem está disposto a falar
Do grande amor e do perdão?

Que seu sangue foi derramado por ti
Que sua dor foi imensa por ti,
Mas calado Jesus padeceu,
Por nossos pecados na cruz Ele morreu,
Quem irá falar de Jesus,
Que numa cruz padeceu,
Mas que com sua morte,
A vida nos deu.

Quem irá proclamar?
A paz que nos deixou.
E seu amor que na cruz doou,
Quem irá falar de Jesus
Que na cruz por nós morreu?
Quem irá falar de Seu amor?
E da paz que nos deu?
Quem ira falar?
Quem irá proclamar
A vida eterna de amor...

Eis que aqui, eu irei,
Eis-me aqui meu Jesus eu vou,
Falar de Ti, deste grande amor,
Vou proclamar,
Que Tu nos salvou,
Vou falar deste teu amor,

Eis me aqui... Jesus eu vou. 


NAS RUAS DO CORAÇÃO

Eu queria andar por aí, numa estrada infinita, onde pudesse encontrar-me com tudo que já sonhei.
Queria andar sem destino, nem beira e nem eira, e passear dentro das ruas do meu próprio coração e encontrar quem nunca encontrei.
Queria passear nas montanhas e florestas, e ir ao encontro com minha imaginação e descobrir lá na linha do horizonte, o lindo por do sol ao entardecer.
Sentar-me-ia junto ao pé de uma árvore à sombra para descansar o meu coração sonhador.
Queria ver cada minuto do meu dia, as coisas acontecerem sem pressa, mas calma e tranquilamente, assim como essa brisa que toca meu rosto.
Desejaria sentir o perfume das flores silvestres, e passear pelos campos, onde pássaros cantam alegrando-se pelo lindo momento e as borboletas dançam majestosas à procura do néctar das flores.
 Queria muito, mais que simplesmente andar a vagar por lugares que não desejo atravessar.
E nestas ruas infinitas do meu próprio coração encontrar-me-ia então com aquela que ama a minha alma.
A tomaria em meus braços e sentiria seu corpo colado ao meu. Beijaria seus lábios macios com ternura e depois do beijo de amor, expandiria ainda mais o nosso amor.
Ao cair da noite nas ruas, a lua que, majestosa com sua cor prateada, ilumina meu coração, faria-me observá-la então, a linda rainha lua clareando o céu escuro da noite, acompanhada de milhares de pequenas estrelas que como suas súditas princesas acompanham-na para embelezar a linda noite de luar. E no segredo da noite escura encontrar-me-ia então com meus sonhos, que mesmo às vezes frustrados lá na frente não poderiam deixar de sonhar com um momento melhor de um dia novo ser melhor que cada velho dia...

E andando nestas ruas infinitas do meu próprio coração, descobriria novos valores, novos sonhos, novos amores, gente que passa pela gente e deixa um bocadinho de carinho de amor e de felicidade, mas mesmo diante de tantas coisas lindas, nestas ruas infinitas vi gente mesquinha e egoísta, e sem razão da vida tem a tristeza no olhar e raiva... o ódio a qualquer custo querendo e destruindo quem se opor ao passar e ter felicidades.
E assim andando pelas ruas de meu coração sonhador, queria mais e muito mais, queria buscar em cada canto destas ruas de sentimentos e sonhos e dar um pouquinho de amor, de carinho e de felicidade - e daria para aquela ou aquele que necessitasse de amor - e então nas ruas do meu coração sonhador ofertaria meu coração cheio de paz. 




quarta-feira, julho 17, 2013

Antologia de Poesia Missionária, volume 2 - Envie seus poemas para seleção!


Em 2010 tivemos o prazer de organizar a Antologia de Poesia Missionária, reunindo dezenas de poemas sobre e para Missões, da lavra de diversos poetas evangélicos de todo o Brasil. No mesmo livro inserimos um apêndice, reunindo uma antologia de frases e citações sobre Missões e Evangelismo, de pensadores, missiólogos, missionários, pastores, escritores etc.
Pois bem, estamos agora preparando o segundo volume desta obra, que objetiva, além de edificar a igreja, servir de auxílio para promotores de missões, missionários, pregadores, pastores, professores de escola dominical e outros empenhados na obra do Mestre.
Neste novo volume, incluiremos uma nova e extensa seleta de frases e pensamentos sobre Missões, além, é claro, de poemas diversos.
Convidamos a você, poeta evangélico que possui genuíno amor pela obra missionária, e que possui poemas dentro desta temática, a enviar seus poemas para avaliação. Caso sejam selecionados, serão publicados na Antologia. O prazo para o envio é até a primeira semana de agosto (07/08/2013). Por isso, não deixe para depois! Contribua com sua arte para a obra missionária, e tenha seu trabalho divulgado.
O livro circulará apenas como livro eletrônico (e-book) gratuito, em livre circulação.

Envie seus poemas para meu e-mail: sreachers@gmail.com

Caso não sejam aproveitados no livro, seus poemas poderão ser publicados no blog Poesia Evangélica.

domingo, julho 14, 2013

Usa-me, poema de Cecília Sant'Anna do Valle Marques


Usa-me

Então parei em frente a você e pude sentir
o coração apertando e dos olhos brotando
lágrimas puras, misturadas à tristeza,
de me sentir tão inútil, tão egoísta e má.
Pude sentir minhas pernas tremerem, e
meus passos indecisos, quando pensei em
fugir, e deixá-lo ali.
Minhas mãos, simplesmente paradas,
pareciam mais vazias, mais sem razão de
ser, pois que, quantos talvez tenham
ficado para trás, no longo caminho de
meus passos apressados, entrando e
saindo de ruas, farmácias, ônibus,
e me esquecendo de olhar.
Simplesmente olhar, e ver todo o sofrimento
das pessoas que me cercavam.
E agora fico a pensar:
Será que até mesmo você, muitas vezes,
não deixei passar?
E pensar que estou aqui, parada, olhando
para você, sentindo cada vez mais doer lá dentro,
bem no fundo de meu ser.
Estou aqui, as lágrimas brotando dos meus
olhos, que já estavam secos e sem brilho,
pela falta de, simplesmente, deixar as
lágrimas rolarem.
Venha e perdoe-me se pensei tanto em mim,
nos problemas, na vida, e esqueci-me de
olhá-lo, enxergá-lo.
Venha, suas mãos sujas, seu suor
brotando na fronte, seus olhos
do tamanho de uma interrogação,
seus pés descalços, seu sorriso triste,
suas frases mudas.
Deixe-se e venha.
Quero repartir contigo a minha
alegria, a minha esperança, as minhas
certezas, e lhe mostrar um caminho
que será todo seu.
Agora me sinto feliz, Senhor.
Perdoa-me por tantos que esperaram
de mim uma palavra, um olhar, um
sorriso e que eu,  simplesmente,
deixei de dar.
E, por favor, Senhor, enquanto
há tempo: “USA-ME”.


No livro Retalhos de Mim (UFMBB)

domingo, julho 07, 2013

A Dádiva de Maggie, poema de Mário Barreto França


A Dádiva de Maggie

Numa certa manhã festiva e ensolarada
De um cálido domingo, a alma angustiada
De um piedoso pastor se erguia aos céus, em prece
- prece cheia de fé — pedindo a Deus que desse
A cada coração gelado de seu povo
Uma melhor vontade - um sentimento novo -
Que o levasse a sentir pelas almas perdidas
Esse amor que convence e que transforma vidas,
Para testemunhar, pelas obras da fé,
Que Deus é o mesmo Deus de Abraão, de Jacó e José,
E é sempre o mesmo Pai, de braços sempre abertos,
Para acolher, perdoando, os corações despertos
Do letargo do mal, do horror da treva imensa,
Para a luta da vida e a sagração da crença.
E naquele momento em que esboçava, ansioso,
Para pregar na igreja, um sermão poderoso,
Sentia, no entanto, um medo sem motivo
De que ninguém lhe ouvisse o apelo decisivo
Para dar com amor, à sagrada missão,
Mais do que uma oferta — o próprio coração.

Muito perto dali, a Missão das Montanhas
Combatia o pecado e outras causas estranhas
Que faziam do mal daquela pobre gente
A própria encarnação da miséria inclemente.
E naquela manhã seria levantada
A oferta especial para a causa sagrada.

Havia em sua igreja um número elevado
De abastados casais. Nunca, porém, o estado
De penúria do povo havia-lhes movido
As entranhas do amor, por vê-lo convertido;
Nunca se lhes abriu em mínima piedade
A alma crente, ao notar tanta infelicidade...
Mas, naquela manhã — quem sabe? - iria achar
Deus, nos seus corações, em primeiro lugar?!

Quando o pastor subiu ao púlpito da igreja,
Todos se ergueram e ele orou confiante: Ó, seja,
Nosso Senhor e Pai, feita a Tua vontade
Na alma de quem Te adora em espírito e verdade!
Ensina-nos a amar! Ajuda-nos a crer
Que mais grato, Senhor, é dar que receber!

Sentaram-se, depois. E o piedoso pastor
Começou a pregar, cheio de fé e ardor:
- Lembrai-vos, meus irmãos, dos que vivem sem Cristo,
Dos que morrem sem fé!... Ah! Não vos comove isto?

Mas, enquanto o seu verbo em mensagem fulgia,
Toda a congregação continuava fria...
- Tão fria! - indiferente às desgraças alheias,
Pois, tendo posições e tendo as bolsas cheias
Eram pobres demais em fé e caridade...

Mesmo assim, apelou para a comunidade:
- Iremos levantar agora a nossa oferta!
Que tenha cada qual a sua mão aberta
Para dar ao Senhor e à causa da Missão
Mais do que seu dinheiro, o próprio coração.
A bandeja passava entre as filas de bancos;
Do filho ao pai, do moço ao de cabelos brancos,
Nenhum se decidia a dar o que podia.
E o servo do Senhor no púlpito sentia
O amargor da derrota e a angústia do fracasso...

Foi justamente aí que Deus ergueu seu braço
Para mostrar, num gesto heroico de criança,
A glorificação do amor e da esperança.

No fundo do salão, achava-se sozinha
A pequenina Maggie, a meiga aleijadinha,
Que, apesar de tão pobre e inválida, sabia,
Como ninguém ali, infundir simpatia,
Que era como o frescor de um bálsamo bendito
Nas mágoas e na dor de um coração aflito.

Quando o diácono, tendo a bandeja vazia,
Dela se aproximava, uma prece ela erguia
Como um grito de apelo à bondade divina:
- Tu conheces, Senhor, a minha pobre sina;
Quisera te servir como missionária,
No entanto, nada sei e vivo solitária.
Tu sabes como é grande esta minha pobreza,
Mas conheces também minha grata firmeza
Em dar-te a minha oferta! Eu que não tenho nada,
A não ser minha vida, a ti só consagrada,
E esta simples muleta!...
                                             Ah! Sim, esta muleta! ...
Lembro-me agora bem! Foi ali, na saleta,
Que uma boa senhora, um dia, ma ofertou,
Dizendo-me que foi a melhor que encontrou
Nas lojas da cidade. E eu quero ta ofertar!...
Mas sem ela, Senhor,como é que eu vou andar?
É com ela que eu vou ao parque ver as flores
E os pássaros ouvir cantar-te os seus louvores!
É com ela que eu venho aqui para adorar-te
E vou pregar teu nome ao pobre, em toda parte!

Eu não tenho ninguém por mim; dessa maneira
Ela é o meu apoio e a minha companheira...
Ajuda-me, Senhor! Se assim queres que o faça,
Aqui tens minha oferta! E dá-me a tua graça!

E calma, e decidida, e alegre, deposita
Sua única riqueza - a muleta bonita -
No disco de metal da clássica bandeja.

Um sussurro de espanto ouviu-se em toda a igreja...

O diácono, surpreso e comovido, indaga:
- Que é isso, menina?
                                       - É a minha humilde paga
Por tudo o que Jesus por mim soube fazer!
Nada, nada além disso, eu posso oferecer
À causa das Missões! Aceite-a, por favor!
Deus há de me amparar com a mão do seu amor! 

O diácono, chorando, atravessou o templo,
Levando na bandeja o mais sublime exemplo
De completa renúncia e de abnegação:
- A dádiva de Maggie, o próprio coração
De quem, amando mais a Deus que a própria vida,
Cristalizava a fé na oferta desprendida ‑
Pô-la em cima da mesa e, sem poder falar,
Deixou que o seu apelo alçasse em seu olhar.
E o pastor, tendo a voz embargada de pranto,
Dirigiu-se aos fiéis:
                                    - Maggie deu tudo! E quanto
Ireis dar, meus irmãos, à causa das Missões?
Isso não vos constrange os pétreos corações?
Ela o pôde fazer porque antes soube amar.
Porque deu ao Senhor o primeiro lugar!
Irmãos, não vos comove este quadro sublime?
Reter esta muleta é cometer um crime!
Que fareis, então, a fim de resgatá-la?

Notou-se um burburinho estranho em toda a sala;
E a resposta à questão não se fez esperar:
Cada qual levantou-se e foi depositar
Ao lado da muleta a oferta generosa.
E, um instante depois, qual grande e linda rosa,
O monte singular das notas coloridas
Parecia dizer às almas convertidas:
- Agora, sim, podeis louvores entoar,
Pois colocastes a Deus em primeiro lugar!

Alegre e comovido, o piedoso pastor
Do púlpito desceu e foi, cheio de amor,
Levar à aleijadinha a muleta bonita,
Dizendo-lhe:
                         — Aqui tens a dádiva bendita
Que tua alma de santa ao Senhor consagrou,
E fez voltar a Deus a gente que pecou.
Teu gesto de piedade e de abnegação
Teve mais esplendor que a luz do meu sermão!
Foi o apelo melhor que esta Igreja atendeu,
E, pela generosa oferta que ela deu,
Resgatou-a também! Oh, aceita-a de novo!
É a justa gratidão da alma do nosso povo!

                               * * *

E desde aquele dia a Missão das Montanhas
Achou numa muleta o apoio singular
Que fez mover do povo incrédulo as entranhas
Pra dar a Deus, na vida, o primeiro lugar!