Páginas

quinta-feira, novembro 14, 2013

FÉ, um poema de Nelson de Godoy Costa




Quando eu deixar o corpo no sepulcro
as energias todas de meu ser
despir-se-ão das vestes rôtas da matéria,
e, lavadas no sangue do Cordeiro,
trajar-se-ão felizes
desse corpo glorioso
de roupagens alvíssimas do espírito
para as glórias eternas dos céus.

Quando eu fechar os olhos para o mundo,
há outro mundo espiritual, eterno,
onde serei eterno e espiritual.
Outra cidade existe, e permanente,
não por mãos de homens edificada
mas, construída por Deus antes de haver os mundos.

Se esta vida se esvai como um suspiro,
quando eu deixar a vida transitória,
há outra vida que não morre mais!
Eternidade sobre eternidade —
Que vida eterna de felicidade;
livre das vestes rôtas da matéria,
de perfeição em perfeição junto de Deus!

Quando eu deixar o mundo,
dá-me a ventura de viver
numa casinha humilde
da rua menos bela da cidade.
Não tenho nem ao menos um merecimento,
mas, acima da miséria a que estou preso
paira, sublime e puro, o teu amor.
E eu guardo e tu bem sabes com que glória
pelos teus próprios merecimentos
uma certeza imensa de ser teu.

Dá-me a ventura de viver num canto humilde
da rua menos bela da cidade.
Escutarei feliz as salmodias
e as harpas junto ao trono de meu Deus.
E louvarei por toda eternidade

o nome excelso do Senhor Jesus. 

Nelson de Godoy Costa foi poeta, escritor e pastor metodista.
In O Jornal Batista #44, 02/10/1969
Originalmente no livro Vida (São Paulo: Imprensa Metodista, 1952)


Um comentário:

  1. Graça e paz irmã Nelson de Godoy Costa. Linda poesia. Fui abençoado por DEUS através de teu talento. Que DEUS continue te usando e abençoando rica e abundantemente nos serviços do Reino.
    Amplexos,
    MArcelo GEsta

    ResponderExcluir