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sexta-feira, novembro 25, 2016

Três poemas de Yasmin Araújo


Pena de vida


Irmão,

Ontem te vi na televisão
Estavas com os jornais velhos e os trapos do colchão
E com o papel velho que te faz ser considerado cidadão.

Irmão, o cassetete é para as costas do infiel
Mas tu, desde o principio, estavas no céu
E cuspiram em tua face te chamando de réu.

Homem,
Quem é este que ri de tua aflição ?,
"Feres a mim quando feres meu irmão"
"Quando te vimos nu e faminto, Senhor?"
"Quando recuastes, retendo vossas mãos"

Irmão,
A alma que há em ti não é de um deus falecido
Caíram hoje as tochas de teus inimigos,
As tendas jamais chamuscadas serão
Hoje tens ruas de ouro para chamardes de abrigo

Lá em Sião,
Podes descansar em paz

Dedico aos meus irmãos de rua
Sim... irmãos!


CLIX

Vida na cidade

Alamedas estreitas,
Até sufocarem alguém
Que nasceu sem chão e céu
Porque o asfalto não é mundo de ninguém

Avenidas turbulentas,
Com buzinas violentas
É preciso espairecer em um novo dia
Ou herdar outra vida

Somente, só mente
Nem tente provar
Que uma pureza ausente
Compensa meu ar

Nasceste de novo?
Substitua seu lugar,
Uma árvore caída
É um pulmão falido
De quem pensa respirar


CLX

Céu violeta

Colori meu céu de violeta,
Fantasia infantil obsoleta
Uma jovem que não esquece
Um adulto que não envelhece

Admire suas nuvens de algodão doce
Volte para as ruas em que você correu,
Adulto criativo
Criança que não morreu

Olhe nos olhos meus,
Cores da tua aquarela,
Do giz de cera despedaçado
Na aquarela ou no traço

Como se conserva, e não escapa
Permanecia aqui mesmo quando não estava
A imaginação, um olhar atento
Do que está ali e não capto no momento

Não tenha medo, não é errado sonhar
Se seu pés estão firmes no monte
Deixe o balão da sua mente voar
No meu céu violeta

Visite o blog da autora: http://omacrostico.blogspot.com.br/

domingo, novembro 20, 2016

Cordel do Amor de Deus, de Paulo Henrique Feitosa


Cordel do Amor de Deus

O sertão do Nordeste é berço de um povo valente.
Brava gente brasileira, de um torrão de solo quente.
Povo que não se apequena, conquanto sofra a pena,
Que no próprio couro sente.

Mesmo de pele lanhada, vez até, aperreado,
Segue a lida na jornada.
Ainda que castigado, não deixa o nordestino
De sonhar igual menino com futuro acertado.

Coração de sertanejo é igual terra rachada.
Se torrado pela seca, a alma fica pesada.
Mas, é gotejar a água, e a esperança vence a mágoa
Renovando a caminhada!

Se a água que falta pode agir em seu favor,
O que não lhe falta é fé, como não lhe falta senhor.
Fé por poderosos abusada.
Tornando essa gente usada, por pura falta de amor.

Mas, existe e conhecemos uma Água arretada!
Quem bebe dessa fonte não quer beber mais nada!
Essa água é JESUS, fonte de vida e toda luz,
Que de graça nos é dada.

Não se pode esconder essa fonte divina.
Todo crente é convidado: Adulto, jovem, menina.
A viver e a falar, na vida toda mostrar
Essa luz que ilumina!

Nas casas e nas ruas, no escritório ou no roçado,
Essa luz vai se espalhando.
A partir de um bocado de pessoas transformadas,
E que seguem animadas a JESUS em seu chamado.

Quem atende essa ordenança do amor divino espalhar.
Sabe que as palavras andam abraçadas ao lidar.
Diga sim e diga alto, do que mesmo não é falto
Seu próprio exemplo de amar.

Vamos cantar rimado um xaxado de louvor!
Bendito seja JESUS, nosso guia, Salvador!
Que ensina e que manda: Caminha firme, anda!
MULTIPLICANDO O MEU AMOR!

Via Junta de Missões Nacionais

quarta-feira, novembro 02, 2016

Três poemas de Alexandre Dantas


{Morte traiçoeira, quem a suportará?}

Inunda os olhos...

Embota os sentidos...

Angustia o coração...

Desfaz alegrias...

Amargura a alma...

Desvanece semblantes...

Enterra planos...

Sepulta sonhos...

Leva queridos...

Separa os amados...

Entristece o ser...

Destrói a vida...

Estamos perdidos! Seremos levados!! Seremos traídos!!! ...em cada momento, a qualquer hora, não importa o dia, sem benevolência e sem esperança...

Ah, que terrível! Morte que nos trai... Malquista que nos visita... Maldita que nos persegue... Quem a suportará?

Quem? Quem? Quem? ... o forte... o nobre... o fraco... o pobre... o justo... o vil... o sábio... o néscio... todos tombam à sua presença... contra suas vontades são carregados em seus braços fúnebres seguindo seu caminho tenebroso...

Quem a suportará? Quem a vencerá?? Quem a derrotará???

Ele, o Autor da Vida - JESUS CRISTO! ...A própria Vida (Jo 14.6) suportou, venceu, derrotou a Morte, matando-a em Sua própria morte na cruz!

Ele, o Deus Vivo, a Vida de Deus, morreu como homem mortal! Livrou-me da morte infernal! Conduziu-me à vida eternal! Deu-me Prazer sem igual! Agraciou-me com Ele o Amor Real!

“Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?
Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor.” Romanos 7:24-25

“Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.
Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a Sua Vida pelas ovelhas.” João 10:10-11

“Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus” 1 Pedro 3:18

“Tragada foi a morte na vitória.
Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?
Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Coríntios 15:54-57



CANÇÃO DO CORDEIRO PASCAL
Da ceia aos céus, da páscoa à presença de Deus

Senhor humilde
Servo sofredor
Salvador grande
Na penúltima ceia de amor
Pés lavados
Pão partido
Vinho partilhado
Um corpo santo será ferido
Um sangue puro será derramado

Era noite de Páscoa
E um jantar entre amigos celebrado
A despedida fraterna ecoa
O inimigo era apontado
Uma canção final
Jardim de lágrimas
“Livra-Me do mal”, assim Ele orava
Em Sua angústia infernal
Suor em sangue derramava
Pois Sua missão mortal
Para Ele se aproximava

Noite escura
Sentimento aterrador
Legião de soldados
Beijo traidor
Prisão sem motivo
Tribunal difamador
Negação do amigo
Injúrias, surras e dor
Ele passava em Sua humilhação
Em um julgamento opressor
Na madrugada de solidão

Já era sexta da paixão
E o povo blasfemador
O trocavam por um ladrão
Interrogado pelo governador
Era caluniado por Sua nação
Chicoteado como ofensor
Mudo Ele esteve
Como ovelha entregue ao matador
Lavadas foram as mãos
à causa do Mestre amado
Nenhuma falta ou erro
Não foi Nele encontrado
E entre gritos e o clamor:
“Seja Ele crucificado!”
O reputavam como um pobre pecador
E nem sabiam eles
que ali estava o Seu Senhor
O Rei dos reis, Reis dos judeus
O próprio Deus e Salvador!

Mas, Sua missão Ele seguiria
Nossa transgressão Ele a tomaria
Caminhando pelas ruas
Ninguém O defendia
Em escárnios, com espinhos O coroaram
As filhas de Jerusalém
de longe por Ele choravam
E nem sabiam elas
que por si mesmas pranteavam

Todos olhavam Aquele homem sofrido
Carregando Seu pesado madeiro
E um estranho era constrangido
A ajudar o zombado cordeiro
Para juntos levarem a maldita cruz
E até ao calvário a levou meu Jesus

No lugar da morte
Cravos em Suas mãos e pés se pregou
Neste sofrimento, na cruz hasteado
Seis horas Ele ficou
Ferido, cuspido e abandonado
Seu perdão nos foi dado
E por nós pecadores ao Pai rogou
Entre a terra e o céu levantado
Justiça e misericórdia Deus ali manifestou

Em meio às trevas o tempo fechado
Clamando em alta voz pelo Seu rebanho amado
Orava ao Pai, de Sua presença afastado,
Cristo bradava: “Está consumado!”

Tudo está pago!! Tudo está pago!!!

E o Filho solitário, despido, transpassado
da cruz se inclinou, suspirou, Sua vida entregou...

Tu és nossa Páscoa, que da morte à vida conduz,
Graças a Ti Jesus.

Obrigado meu Jesus
Pelo madeiro ensanguentado
Por Sua graciosa cruz
No Seu sangue pagar meu pecado
E me trazeres à luz
Pelo véu que foi rasgado.

Glória a Ti Senhor
Pelo instrumento de horror
Que para nós se tornou
A maior prova de amor
A um povo não merecedor
De Teu imenso e inefável favor

Obrigado meu Senhor
Obrigado Salvador meu
Agradeço-Te por Tua irresistível Graça
Por teres me comprado para ser Teu

Graças por Tua indizível dor
Por Teu Espírito consolador
Por Teu indescritível amor

Obrigado por me escolher e amar
Obrigado pelo Teu sofrer e de mim me salvar

Agradeço-Te pela vitória
No madeiro amaldiçoado
Graças te dou, pelo Teu morrer
Em meu lugar, por teres vencido o diabo,
o mundo e o pecado.

Agradeço-Te pela conquista no sepulcro vazio
Por ressuscitares e aos céus ter sido elevado

Obrigado por intercederes por mim
e estar com o Pai ao Teu lado
Por teres conquistado a morte, por tê-la
matado em Sua morte.

Deste-me vida para Te servir, Te amar
e eternamente exaltá-Lo!

Graças te dou, meu amável pastor,
pelo Espírito enviado, em meu coração habitado,
pois Tu és meu eterno Dono e eu,
eterno devedor do Teu amor elevado!!

Em breve serei, à Tua presença levado,
e pelo Teu Espírito, Oh Deus amado,
estará para sempre em meus lábios este louvor,
somente a Ti meu SENHOR, somente a Ti Cordeiro Salvador!!!



POEMA {Eu o matei}

Ele foi vendido e traído pela minha mesquinhez e ganância

Ele foi preso por causa da minha liberdade libertina

Ele foi caluniado e difamado pela minha mentira

Ele foi esbofeteado e surrado por minha transgressão

Ele foi chicoteado e ferido por minha iniquidade

Ele foi coroado de espinhos porque busquei a coroa da fama e glória para mim

Ele foi cuspido na face pelo meu orgulho

Ele sofreu muitas dores porque eu só almejava conforto e paz

Ele foi trocado por um bandido por causa de minha ira e insensatez

Ele carregou uma pesada cruz por causa do meu egoísmo

Ele foi até o calvário porque desejei seguir meus próprios caminhos

Ele foi humilhado pela minha soberba

Ele foi odiado por causa do meu amor egocêntrico

Ele foi perfurado nas mãos e pés pelos meus desejos carnais

Ele foi escarnecido e zombado pela minha maldade

Ele foi transpassado pelo meu pecado

Ele foi abandonado porque eu queria tudo e todos, menos a Ele

Ele entregou a Sua vida porque a minha eu não a queria entregar

Ele foi morto porque preferi viver minha própria vida, do meu jeito, à minha maneira

Eu o matei... não porque eu tivesse poder suficiente para fazê-lo, mas porque Ele – voluntaria e graciosamente – morreu em meu lugar. Morreu por minha causa. Morreu a morte que eu deveria sofrer.

Tudo isso Ele fez sem eu merecer; e eu ainda achando que o meu Eu merece algo Dele.

O que tenho a oferecer-Lhe por tudo o que Ele passou por mim? Delitos, afrontas, desobediência, malignidade, infidelidade, incredulidade, arrogância, altivez, hipocrisia, falsidade, malícia, lascívia, caráter diabólico, ações imundas, atitudes desagradáveis, pensamentos sujos, palavras torpes, coração endurecido, corpo inútil, alma entenebrecida e um espírito sem vida...

Isso é o que tenho, o que faço e o que sou – pecado, pecado e pecado...
Mas Ele olhou-me, se deu por mim, me amou!

Ele tomou a minha vida imprestável e me entregou a Sua vida de obediência, justiça e retidão, para que eu vivesse de verdade, e na verdade, feliz e alegremente ao Seu lado.

Ele amou-me sem medida para que eu deixasse de amar a mim mesmo e passasse a amar Aquele que é infinitamente amoroso e irresistivelmente amável.

Compreendemos o que Ele fez na cruz? Não, não entendemos o que Ele fez por quem Ele é. Muitos chamam Seu ato de amor sacrificial de loucura, e é verdade também; descobri na realidade que o que Ele fez chama-se GRAÇA.


Alexandre Dantas colabora no Jornal O Nacional, da Igreja Batista Nacional em Areia Branca - RN. Você pode ler as edições do jornal gratuitamente aqui: 

https://pt.scribd.com/collections/3897954/Jornal-O-Nacional