Pena de vida
Irmão,
Ontem te vi na televisão
Estavas com os jornais velhos e os trapos do colchão
E com o papel velho que te faz ser considerado cidadão.
Irmão, o cassetete é para as costas do infiel
Mas tu, desde o principio, estavas no céu
E cuspiram em tua face te chamando de réu.
Homem,
Quem é este que ri de tua aflição ?,
"Feres a mim quando feres meu irmão"
"Quando te vimos nu e faminto, Senhor?"
"Quando recuastes, retendo vossas mãos"
Irmão,
A alma que há em ti não é de um deus falecido
Caíram hoje as tochas de teus inimigos,
As tendas jamais chamuscadas serão
Hoje tens ruas de ouro para chamardes de abrigo
Lá em Sião,
Podes descansar em paz
Dedico aos meus irmãos de rua
Sim... irmãos!
CLIX
Vida na cidade
Alamedas estreitas,
Até sufocarem alguém
Que nasceu sem chão e céu
Porque o asfalto não é mundo de ninguém
Avenidas turbulentas,
Com buzinas violentas
É preciso espairecer em um novo dia
Ou herdar outra vida
Somente, só mente
Nem tente provar
Que uma pureza ausente
Compensa meu ar
Nasceste de novo?
Substitua seu lugar,
Uma árvore caída
É um pulmão falido
De quem pensa respirar
CLX
Céu violeta
Colori
meu céu de violeta,
Fantasia
infantil obsoleta
Uma
jovem que não esquece
Um
adulto que não envelhece
Admire
suas nuvens de algodão doce
Volte
para as ruas em que você correu,
Adulto
criativo
Criança
que não morreu
Olhe
nos olhos meus,
Cores
da tua aquarela,
Do
giz de cera despedaçado
Na
aquarela ou no traço
Como
se conserva, e não escapa
Permanecia
aqui mesmo quando não estava
A
imaginação, um olhar atento
Do
que está ali e não capto no momento
Não
tenha medo, não é errado sonhar
Se
seu pés estão firmes no monte
Deixe
o balão da sua mente voar
No
meu céu violeta
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