Mostrando postagens com marcador Jonathas Braga. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jonathas Braga. Mostrar todas as postagens

domingo, dezembro 10, 2017

Antologia de Poesia Missionária Volume 3: Poemas e Frases missionais em livro para download gratuito


   “A poesia é o idioma mais destilado e mais poderoso”, asseverou a poeta americana Rita Dove, ciente de que a poesia é a melhor maneira de comunicar, e comunicar com grandeza, a verdade. E isto é o que uma heterogênea coletividade de poetas cristãos faz, com rara felicidade, nas linhas aqui coligidas: empregam sua lírica para versejar sobre a mais sublime das tarefas dada a um homem – comunicar a tempo e fora de tempo a Verdade, a Boa-nova de Cristo, e Seu poema escrito em sangue naquele rude madeiro. Sim, trabalhar em Deus e por Deus para a obra de salvação dos demais: sobre tal tarefa e sobre aqueles que a executam se desenvolvem estes versos.
        A produção de grandes poetas de saudosa memória como Mário Barreto França, Mirthes Matias, Jonathas Braga e Celso Diniz une-se à de poetas de agora, colaboradores que gentilmente enviaram seus textos para esta seleta. Além de autores pátrios, contamos com textos de autores de todo o mundo, alguns traduzidos especialmente para esta obra, caso, dentre outros, dos poemas do exemplar missionário e verdadeiro herói da fé dos tempos modernos, Charles Studd; de Sarah Judson, segunda esposa do insigne Adoniran Judson, e do pastor e grande promotor missionário porto-riquenho Luis M. Ortiz. E ainda coligimos textos anônimos, alguns cujo conteúdo adaptamos para vestir-lhes de conotação missionária.
        Mas esta é também uma seleta de frases. Sim, muitas: são 48 páginas de frases sobre a missão da igreja, colhidas em livros, revistas, artigos e ainda por nós traduzidas diretamente do inglês e do espanhol. E ao lado dessas frases escritas ou proferidas eminentemente em contexto eclesiástico/missiológico, por aqueles que promovem, sustentam, pensam e fazem a Missão, reunimos também frases motivacionais de origem diversa, tudo isso com o objetivo de ferramentar a igreja para o cumprimento de sua razão de ser terrena, a qual seja, proclamar a cada povo, língua e nação a boa nova de Cristo.
        Assim, após diligente esforço apresentamos aos leitores esta seleta, neste algo inusitado formato de almanaque literário, já consagrado no primeiro e no segundo volumes desta iniciativa, e cujo motivo de ser e conteúdos visam acima de tudo a despertar e avivar o ímpeto missionário de cada cristão e igreja ao seu alcance.
        Compartilhe esta obra e seus textos das formas que lhe parecerem oportunas, pois os campos branquejam e os segadores permanecem ainda poucos em face da gigantesca seara, cujos meandros de mais difícil e inseguro acesso esperam a manifestação dos filhos de Deus.

      Não temos opção outra senão avançar, até que Ele venha! Maranata!
Sammis Reachers, editor

Para baixar o livro pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI.
Para baixar o livro pelo site Scribd, CLIQUE AQUI.

domingo, outubro 25, 2015

CONSAGRAÇÃO, poema de Frances Havergal


CONSAGRAÇÃO

Frances Havergal
Tradução de Jonathas Braga, a partir da letra do Hino Take my Life

Toma-me a vida e faze-ma, aonde eu for,
Somente consagrada a Ti, Senhor.

Toma-me as mãos e adestra-as para Ti,
Por teu amor movidas sempre aqui.

Toma-me os pés e induze-os a correr,
Ágeis e prontos a te obedecer.

Toma-me a voz e deixa-me cantar
Para o teu nome excelso eu exaltar.

Toma-me os lábios e enche-os de louvor,
Tua mensagem a anunciar, Senhor.

Toma-me a prata e ouro que eu tiver,
Pois não desejo nada te esconder.

Toma-me os dias todos a passar,
Que ao teu louvor os quero consagrar.

Toma-me a inteligência e quanto sei
E aplica-me ao serviço do meu Rei.

Toma-me da vontade a alta expressão
E põe-me sob a tua direção.

Toma-me o coração; faze-o leal,
E ele há de ser teu trono perenal.

Toma-me o amor profundo e singular
Que eu, aos teus pés, me apresso em derramar.

Toma-me a mim, Senhor, e quanto é meu,
E eu serei sempre teu, somente teu.

Do livro O Cântaro Junto à Fonte (JUERP, 1971)

sábado, outubro 18, 2014

Dois poemas missionários de Jonathas Braga


O Clamor dos Perdidos

As estrelas estão brilhando no infinito
como brilham no oceano indívagos faróis:
será que estão ouvindo o doloroso grito
dos que sofrem na terra, anônimos e sós?

Há lágrimas de sangue e a dor é de granito:
quem pode sufocar no peito a própria voz
se, em cada ser humano há um coração aflito
e em cada coração o sofrimento é atroz?

Observa quanto é triste e amarga a realidade:
a dúvida aniquila a pobre humanidade
e a nuvem da ilusão para o abismo a conduz...

Pois então já não vês que o mundo todo é um ermo?
E por que onde exista um coração enfermo,
não levas a eternal mensagem de Jesus?


Missionários

Esses que lá se vão pelos sertões bravios,
através dos matagais, transpondo as cordilheiras,
rasgando sem cansaço, as selvas brasileiras,
atravessando vaus, abismos, fontes, rios;

Levam o Pão da Vida aos entes erradios
que vivem a chorar de fome nas lareiras,
sem esse Pão que dá conforto nas canseiras
e as almas alimenta em seus transes sombrios.

São eles os titãs que lutam com denodo
contra a cegueira e contra a idolatria,
para os mortais tirar do mundanário lodo...

Emissários de Deus, vão eles cada dia
levando este Evangelho a todo homem, a todos
que vivem sem a luz que as almas alumia!

Do livro Antologia Missionária (JUERP, 1967)

quinta-feira, junho 26, 2014

JESUS E OS PEQUENINOS, poema de Jonathas Braga


JESUS E OS PEQUENINOS

Quando esteve na terra, entre os homens, o Cristo,
cheio daquele amor que em outro não foi visto,
dando aos tristes conforto e alento aos oprimidos,
aos cegos restituindo a vista e aos perseguidos 
por espíritos maus tornando-lhes a calma,
coxos fazendo andar e erguendo com viva alma
os mortos do sepulcro onde inertes jaziam;
à sua doce voz os lírios se entreabriam
e até dos temporais a fúria se abrandava
porque Ele, sendo Deus, o mundo governava.

De todos os confins da terra as turbamultas
corriam a adorá-lo, em seus males sepultas,
que a semente do bem o Mestre conduzia
e a mensagem do amor a todos transmitia.

Era de ver-se então as mães com seus filhinhos,
em busca de Jesus por todos os caminhos,
ansiosas que os tomasse em seus braços divinos
e, sorrindo, abençoasse a todos os meninos.

E Jesus, com ternura a todas repetia,
cada vez que um dos seus impedi-las queria:
- Vós não as impeçais de vir a mim, porquanto
esse reino de Deus de que vos falo tanto,
com todos os seus bens e doces esperanças,
pertence finalmente a todas essas crianças.

Do livro A Maravilhosa Luz (CPAD, 1985)

sábado, agosto 10, 2013

Antologia de Poesia Missionária Volume 2 - Baixe este livro gratuito


Em 2010 publicamos a Antologia de Poesia Missionária – uma rica seleta de poemas missionários, e também frases temáticas, para edificação e deleite dos leitores. Tendo colhido uma muito boa recepção, vimo-nos estimulados a encetar agora este segundo volume da Antologia, reunindo desta vez as obras de alguns de nossos maiores poetas evangélicos de ontem, como Myrtes Mathias (1933 – 1996) e Mário Barreto França (1909 – 1983), ao lado de novas e pulsantes vozes.

       Esta antologia cumpre um duplo papel. Podemos dizer que ela é um devocional e uma ferramenta. Devocional em seu objetivo de despertar, reforçar ou reavivar no indivíduo e na igreja o amor e o ardor missionários, sem os quais ambos, o indivíduo e a coletividade de indivíduos comungantes, não são igreja. E também uma ferramenta, por seu conteúdo útil para promotores de Missões, missionários, pregadores, escritores...

       Mesmo que particularmente você não aprecie poesia, lembre-se que esta é uma antologia também de frases. São 28 páginas de citações de teólogos, missiólogos, missionários e outros servos de Cristo cuja opinião e conhecimento são dignos de nota – autores do Brasil e do mundo, de ontem e de hoje.

       Este é um livro gratuito, e lhe convidamos a compartilhá-lo com quantos irmãos você puder. O livro não pode ser comercializado de nenhuma forma, mas você pode copiá-lo, republicá-lo, imprimi-lo para seu uso ou para ofertar a outros - e nós lhe incentivamos a fazer isso!

       Enquanto cristãos, avancemos em nossa colaboração e serviço à igreja e ao mundo, levando cada vez mais longe a chama do Evangelho - e o Evangelho é a pessoa de Jesus Cristo -, salvação gratuita para todo aquele que nele crer.

       Que esses versos e pensamentos possam ser usados pelo Santo Espírito para servir-nos de inspiração e motivação, pois o tempo de Deus é agora. Militemos sem embaraços até que Ele venha!

Sammis Reachers

Para ler o livro online, ou baixá-lo pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI.

Para baixar o livro pelo site 4Shared, CLIQUE AQUI.

*Caso tenha dificuldades em fazer o download, por favor, solicite-me o envio por e-mail: sreachers@gmail.com

**Você pode redistribuir (sempre gratuitamente) este livro entre seus amigos e contatos, bem como reproduzir este post/livro em seu site, blog ou outra mídia, sem necessidade de prévia autorização.

Baixe ainda a Antologia de Poesia Missionária - Volume 3. CLIQUE AQUI.



quinta-feira, dezembro 08, 2011

O NATAL DE JESUS - Jonathas Braga


O NATAL DE JESUS

Tudo isso aconteceu para que se cumprisse
o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta. Mat 1.22

Quando o sol irrompeu nos cimos azulados
e deu vida e calor às árvores e aos prados,
e os pássaros, trinando, a alvorada anunciaram
e a luz triunfal do dia entre ovações saudaram,
dir-se-ia a natureza em festa esplendorosa
no radiante fulgor da manhã cor-de-rosa.

Quem fosse até Belém naquele instante, certo,
deixando atrás de si a poeira do deserto,
havia de sentir um gozo estranho e ingente,
uma alegria nova, imensa, surpreendente,
porque, na expectação do mundo estarrecido,
nascera, finalmente, o Cristo prometido.

Os homens a buscá-lO o seu nome exaltavam
e, cheios de ventura, uns aos outros falavam,
enquanto pelos céus divina melodia
de cantos imortais os páramos enchia.

Mas, eterno desígnio, a pequenina criança,
que era do mundo inteiro a mais bela esperança,
nascera, humildemente, em pobre estrebaria,
porque nenhum lugar na estalagem havia
e agora, ao maternal regaço reclinada,
mostrava à luz do dia a face mui rosada.

A doce mãe, feliz na sua fé ardente,
olhava para o filho enternecidamente,
não sonhando sequer o drama extraordinário
de que seria palco o monte do Calvário!...

Mas havia de ser assim...
                                              Estava escrito
nas páginas de luz do Livro do infinito
e um dia, sobre o lenho infame do madeiro
Ele seria exposto assim, como o Cordeiro,
para que se cumprisse a divinal vontade
e fosse redimida e salva a humanidade.

E por isso as canções que os pássaros entoavam
e os lampejos do sol que os campos redouravam
festejavam, também, nessa alvorada loura,
o Salvador nascido em pobre manjedoura!

in O Caminho da Cruz (JUERP, 1962)

segunda-feira, março 14, 2011

Dois poemas de Jonathas Braga



No Getsêmane


De joelhos sobre a terra, o Mestre orava,
naquele instante cheio de amargura
e, ao pressentir que o fim se aproximava,
a noite parecia mais escura.


- Meu Pai, se for possível, vem e afasta
de mim o cálix negro da maldade,
mas, se tanto sofrer já não me basta,
seja feita, meu Pai, tua vontade.


E enquanto um anjo ali o confortava
os sofrimentos cruéis lhe amenizando,
dos seus olhos a lágrima rolava
em gotas de cristal se transformando.




A Humildade de Jó


Eu sei que tudo podes, Deus bondoso,
em todos os momentos,
e pensamento algum, Deus poderoso,
sonda os teus pensamentos.


Coisas maravilhosas não sabia
e por isso falei,
mas nem o que falava eu entendia
e só agora o sei.


Atenta para mim, Senhor clemente,
e falarei sem medo,
pois eu te inquirirei, humildemente,
de manhãzinha, cedo.


Ouve-me, que de tudo me arrependo
de todo o coração,
e em pó e cinzas hoje me envolvendo,
espero o teu perdão.


Do livro A Maravilhosa Luz

terça-feira, dezembro 21, 2010

Um poema de Jonathas Braga - O cântico de Zacarias

.

O cântico de Zacarias

Bendito seja o Deus onipotente,
porque amparou seu povo em sua mão,
e sob o teto do seu servo crente
fez renascer a sua salvação.

Como por seus profetas tem falado
desde que fez o mundo com amor,
livrar-nos-ia do mortal pecado
e das ignóbeis mãos do enganador,

para manifestar sua bondade
e do seu pacto eterno se lembrar,
e conceder a toda a humanidade
a bênção de o servir e de o adorar.

Seja-lhe o nosso tempo dedicado
em santidade e amor, justiça e luz,
e tu serás então, filho, chamado
profeta e irás adiante de Jesus.

Prepararás caminhos apertados
e por veredas rudes passarás,
clamando ao povo contra seus pecados
e a salvação de Deus anunciarás.

E alumiarás os que andam assentados
nas trevas onde a morte dá pavor,
porque serás, nos ermos desolados,
profeta entre os profetas do Senhor.

No livro A Maravilhosa Luz (CPAD, 1985)

quarta-feira, novembro 04, 2009

Dois poemas de Jonathas Braga

*


No Mar da Galiléia

...quem é Este que até o vento e o mar lhe obedecem? Marcos 4.11

Naquela tarde rósea o doce Nazareno,
vibrando as cordas da alma em divina epopéia,
no barco atravessara esse espelho sereno,
que é o sempre encantador lago da Galiléia.

A noite vinha perto... E logo passaria
o crepúsculo suave em que a tarde expirava,
que, depois do rumor estafante do dia,
Jesus, todo bondade, ao pouso regressava.

E por isso ordenara àqueles que O seguiam
que fizessem ao largo o barco pequenino,
enquanto as multidões olhavam e sorriam,
relembrando talvez o seu último ensino...

Começou a descer a mortalha da noite,
qual enorme fantasma a assomar no infinito.
O vento estava quieto e das vagas o açoite
era, na meia-luz, um quereloso grito.

Depois... rapidamente as ondas se eriçavam,
vomitando pavor dos abismos profundos,
enquanto no barquinho os homens pelejavam
contra a fúria mendaz dos ventos iracundos.

Mas a procela erguia a crina espumejante
e sobre a embarcação, uivando, se lançava
sem reparar que, alheio a tão sinistro instante,
num recanto da popa, o Mestre repousava.

Os discípulos, então, lutando sem proveito
contra o imenso revés de um desespero forte,
buscaram a Jesus no improvisado leito,
tão perto lhes estava a regougar a morte!

- Senhor, não se te dá que todos pereçamos
diante do temporal que contra o barco estruge?
Não vês com que bravura as vagas enfrentamos
e ainda o mar se encrespa e o vento açoita e ruge?

O Mestre levantou-se: o seu semblante augusto
refletia o clarão da suprema bondade
e, Ele, cheio da glória e do poder de um justo,
os ventos repreendeu e o mar e a tempestade.

O amor ficou tranqüilo e o vento sussurrava,
enchendo a noite cruel de encanto e de harmonia,
pois o barco em silêncio agora navegava,
conduzido ao sabor da brisa que o impelia.

E eles, inda temendo, entre si perguntavam,
como se descobrir uma razão quisessem:
- Quem é Este que amaina as ondas que bramavam
e a Quem até o mar e os ventos obedecem?

Mas esse bom Jesus que emudecera o vento
e fizera voltar ao lago a doce calma,
Ele transforma em gozo o humano sofrimento
e desfaz para sempre as tempestades da alma.

Do livro O Caminho da Cruz (JUERP Editora, 1968)



Buscar ao Senhor

Deixe o ímpio a estrada longa e duvidosa e siga
a trilha que o conduz com firme segurança,
escute a voz de Deus que o chama, doce e amiga,
e lhe oferece a paz, num mundo de bonança.

Converta-se ao Senhor e seu nome bendiga,
num cântico feliz de profunda confiança,
e seu contentamento aos outros ímpios diga
para que eles também tenham essa esperança.

Pois o Senhor é grande e compassivo e forte
e não deseja que o ímpio experimente a morte,
antes deixe o caminho em que anda errante e vá...

Porque tempos virão em que será buscado
e longe, muito longe, há de ser invocado
mas, depois do clamor, ninguém o encontrará.

quarta-feira, setembro 30, 2009

Poemas do Cativeiro

*

Amados leitores, abaixo publicamos quatro poemas de quatro diferentes autores, que tem como tema a mesma passagem bíblica (Salmo 137), e o relato do cativeiro de Israel na Babilônia .


CATIVEIRO

à sombra do Salmo 137

As harpas nos salgueiros
estavam penduradas
e canto não existia

só lágrimas
só sonhos
repletos de alvoradas

esperança pelo Messias

Jerusalém!
eu choro saudades d’ Israel
oh! terra da Promessa
lugar de leite
e mel

o povo estava triste
junto aos rios da Babilónia
cativo
em terra estranha
e quando se assentava lembrando Sião
não podia cantar
qualquer canção

Jerusalém!
Eu choro saudades d’Israel
oh! terra da Promessa
lugar de leite
e mel.

Brissos Lino


O Salmo da Solidão

Junto às torrentes frescas assentados,
cativos, tristes, pobres e humilhados
e sem vislumbre de consolação,

na Babilônia, muita vez choramos
quando, cheios de angústia, nos lembramos
das glórias fascinantes de Sião.

Nossas harpas estavam desprezadas,
nos ramos dos salgueiros penduradas,
mudas, sem vibração, quietas e sós,

porque os soluços da tristeza infinda
e os dolorosos ais de certo ainda
enchiam de temor a nossa voz.

Aqueles que cativos nos levaram
e as nossas tendas logo derrubaram,
sem reparar a nossa humilhação,

para afligir-nos ainda mais, pediam
que cantássemos e eles ouviriam
os salmos e as cantigas de Sião.

Como, porém, podíamos, um dia,
mudar nossa tristeza em alegria
e transformar em riso a nossa dor?

Mas inda assim, exaustos e abatidos,
amamos nossos íntimos gemidos
e, humildes, bendizemos o Senhor.

Jonathas Braga
Do livro A Maravilhosa Luz



Saudade, Op. 137

Alguém nos exilou as liras.

Junto aos canais da Babilónia
trazia o vento familiares
cheiros do país fechado.

Pediam que fossemos ao fundo
dos objectos mais queridos
desarrumar a alegria,
aqueles que nos tinham oprimido
dos nossos soluços queriam
que o cântico de Sião
fosse inventado.

Mas alguém exilou as nossas harpas
desiludidas nos salgueiros,
como tirar das coisas deste mundo
um cântico ao Senhor?

Só o vento se inclinava
sobre as liras penduradas.

João Tomaz Parreira



Cânticos de Sião

Sentados na beira do rio
Da famosa Babilônia,
Os filhos de Israel choravam
Nas longas noites de insônia,
Pois se haviam afastado
Dos estatutos do Senhor,
Roubaram, foram injustos,
Seus corações sem amor!
Ah! As palavras dos profetas
Foram todas esquecidas,
Por isso agora são prisioneiros
Com mãos e almas feridas.
Diziam os babilônios:
“Cantem os cantos de Sião”
Ao vê-los tristonhos, saudosos,
A amassar barro no chão.
Se a sua dor é tão grande
E a saudade é verdadeira,
“Como cantar a canção
Do Eterno em terra estrangeira?”
Como esquecer poderiam
As glórias de Jerusalém
E o que edomitas fizeram
Para arrasá-la também?
Nos salgueiros pendurando
As suas harpas silenciosas
Não as podiam tocar
Com as suas mãos calosas!
A Deus pediam: queremos
Ver Babilônia destruída,
Pegar em cada criança
E dar fim à sua vida!
Hoje, escravos do pecado,
Querendo a libertação,
Temos no Filho de Deus
O caminho p’ra Sião!

Abigail Braga
do livro Cânticos de Sião Volume II
* Abigail Braga é irmã do nosso grande poeta Jonathas Braga

sábado, fevereiro 14, 2009

Um poema de Jonathas Braga


O Salmo da Solidão

Junto às torrentes frescas assentados,
cativos, tristes, pobres e humilhados
e sem vislumbre de consolação,

na Babilônia, muita vez choramos
quando, cheios de angústia, nos lembramos
das glórias fascinantes de Sião.

Nossas harpas estavam desprezadas,
nos ramos dos salgueiros penduradas,
mudas, sem vibração, quietas e sós,

porque os soluços da tristeza infinda
e os dolorosos ais de certo ainda
enchiam de temor a nossa voz.

Aqueles que cativos nos levaram
e as nossas tendas logo derrubaram,
sem reparar a nossa humilhação,

para afligir-nos ainda mais, pediam
que cantássemos e eles ouviriam
os salmos e as cantigas de Sião.

Como, porém, podíamos, um dia,
mudar nossa tristeza em alegria
e transformar em riso a nossa dor?

Mas inda assim, exaustos e abatidos,
amamos nossos íntimos gemidos
e, humildes, bendizemos o Senhor.

Do livro A Maravilhosa Luz

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Um poema de Jonathas Braga


Três Cruzes

Levantaram três cruzes no Calvário,
no dia em que Jesus por nós morreu,
e todo aquele monte solitário
de trevas e de sombras se envolveu.

Uma cruz era a cruz do Mestre amado
que entre outras duas cruzes se erigiu,
pois entre malfeitores foi contado
e foi assim que o mundo inteiro o viu.

Na cruz da esquerda um ímpio impenitente
proferia blasfêmias contra Deus,
desiludido, torpe e irreverente,
desanimado nos pecados seus.

Na outra cruz, ante todos os olhares,
o outro ladrão ao Mestre suplicou:
- Ah! Lembra-te de mim, quando chegares
no reino onde vais!...

Jesus falou:

- Em verdade te digo mesmo agora
que comigo no reino ficarás,
pois irei dentro em pouco e sem demora
e comigo hoje mesmo tu irás.

Eram três cruzes, três num só momento:
- uma de dor e de alucinação,
outra, de paz e de arrependimento
e a de Jesus, a cruz da redenção.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Um poema de Jonathas Braga


Os Três Seguidores

Ambicioso talvez, talvez interesseiro,
chegando-se a Jesus, assim disse o primeiro:
- Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores
e te acompanharei sem mágoas, sem temores!

Respondeu-lhe Jesus: - As aves têm pousadas
e as raposas, covis distantes das estradas,
mas ao Filho de Deus não há quem lhe ofereça
ao menos um lugar onde ponha a cabeça.

A um segundo Jesus chamou com voz maviosa:
- Segue-me! A estrada é longa e às vezes espinhosa.
Disse o moço, porém: - Deixa-me que primeiro
Vá sepultar meu pai, num gesto derradeiro.

Respondeu-lhe Jesus: - Ora, deixa que os mortos
sepultem, afinal, também os outros mortos,
e tu, cheio de fé e sem hipocrisia,
o reino que é de Deus a todos anuncia.

Depois, veio um terceiro o Mestre procurando
e de Jesus ouviu: - Vem, segue-me!

Recuando,
o moço respondeu: - Deixa que me despeça
daqueles a quem amo antes que te pareça
muito tarde demais para seguir-te ainda,
então te seguirei por essa estrada infinda!

Respondeu-lhe, porém, Jesus: - O que algum dia
lança mão de um arado e para trás espia,
esse não é capaz de ser meu companheiro
na pregação do reino eterno ao mundo inteiro!

O primeiro é dos tais que buscam o proveito,
mesmo que a salvação jamais tenham aceito;
o segundo é dos que se fazem conformados
ainda que jamais sejam interessados,
o terceiro, porém, indiferente e frio,
porque sempre apresenta um pretexto vazio,
não procura aceitar a mensagem divina
que livra o pecador da morte e eterna ruína.

do livro A Maravilhosa Luz

quinta-feira, junho 14, 2007

Um poema de Jonathas Braga


Era uma Biblia muito antiga,de letras bem graúdas,
Bíblia antiga que minha mãe usava há muitos anos.

Era a Biblia talvez melhor do mundo que jamais pude ver;
Naquela Bíblia todo o dia,
a minha velha mãe, lia e relia,
aquilo que me havia de dizer:
"Para que eu não pecasse,
e pelo mau caminho não andasse,
para eu não perecer."

Aquela Biblia antiga, era um tesouro.
Um verdadeiro manancial de vida que para minha mãe querida,
valia muito mais do que milhões...

Hoje, passados muitos anos, reavivo na minha alma todas as lições,
que minha mãe na Bíblia me ensinou...

O mundo só me trouxe desenganos, e até a minha mãe Deus a levou!

Porém, o que ela me ensinou em vida, tudo, Graças a Deus ficou!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

BIOGRAFIAS DE POETAS

Acesse, através dos links abaixo, as biografias de três de nossos maiores poetas evangélicos, redigidas pelo escritor, poeta e pesquisador Filemon F. Martins (que é um grande colaborador deste blog).

Gióia Júnior - http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=3575&cat=Ensaios&vinda=S

Mário Barreto França - http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=3503&cat=Ensaios&vinda=S

Jonathas Braga - www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=4533&cat=Ensaios&vinda=S

segunda-feira, novembro 06, 2006

5 Poemas de Jônathas Braga (1908 - 1978)

Não te deixarei

Eu não te deixarei ainda que aconteça
que fiquem os meus pés a sangrar pela estrada,
e eu tenha que chorar através da jornada,
ou sinta o sol arder sobre minha cabeça.

Eu não te deixarei ainda que feneça
a flor da juventude, airosa e perfumada,
e eu fique a olhar o céu, em noite constelada,
antes que a nuvem negra a atmosfera escureça.

Eu não te deixarei de modo algum, ainda
que tudo aqui me falte: o riso, o encanto e a calma,
com que as róseas manhãs tornam a vida linda...

Pois foi o teu amor que veio assegurar-me
essa grandiosa paz que vive em minha alma,
certo eu de que ninguém de ti pode arrancar-me.
Jônathas Braga



O Rei dos Reis

Depois de andar por todos os caminhos,
Aos homens ensinando a boa senda,
Jesus teve por trono a cruz tremenda,
E por diadema uns ásperos espinhos.

Todos lhe foram fúteis e mesquinhos,
Porém ele se deu em oferenda,
Para que o pecador assim aprenda
A segui-lo através desses caminhos.

Porque na sua voz havia o encanto
Das melodias de um saltério santo,
Vibrando junto ao nosso coração...

E, Rei dos reis, morreu como um cordeiro,
A fim de assegurar ao mundo inteiro
Um reino de perpétua duração.
Jônathas Braga




O Messias

Da raiz de Jessé subiu a vara
que havia de dar sombra ao mundo inteiro,
e desfraldar o lábaro altaneiro
da verdade que o mundo rejeitara.

Em igualdade numa vida rara,
o lobo andará junto ao cordeiro
e, em fraternal convívio verdadeiro,
a ursa e a vaca estarão na mesma seara.

Pois o renovo que subiu da terra
todo o poder nas suas mãos encerra
e há de mudar as coisas de uma vez.

Porque ele há de ser grande entre os maiores,
sendo o Senhor de todos os senhores,
e entre os reis do universo, o Rei dos reis.
Jônathas Braga




JOÃO 3.16

Por que Deus amou o mundo não entendo.
Os homens são tão maus e tão perversos
Que sua iniqüidade é um mal tremendo
E longe do Senhor vivem dispersos.

Porém sei que este amor de tal maneira
Aos homens fez sentir o seu poder
Que deu ao Unigênito a primeira
E mais preciosa dádiva a saber.

E Jesus sofreu tanto para que todo
Aquele que aceitar com fé intensa
E Nele crê levante-se do lodo
E viva para Deus em pura crença.

E todo aquele que Nele houver crido
Não pereça nas dúvidas fatais
Mas tenha Vida Eterna recebido
E permaneça sempre mais e mais.
Jônathas Braga




EU TE AGRADEÇO

Senhor, eu te agradeço a vida que me deste,
o ar que respiro, o sol e o céu cheio de estrelas,
os pássaros que estão cantando, alegres, pelas
campinas a florir, no mundo que fizeste.

Eu te agradeço a luz que os píncaros reveste
de cores que ninguém pudera concebê-las,
e as fontes de cristal que sempre sonho vê-las
sussurrando canções que tu lhes compuseste.

Eu te agradeço o riso inocente das crianças,
que semeiam na terra alegres esperanças,
enchendo os corações de cânticos de amor...

Eu te agradeço a paz que me consola e anima,
e tudo quanto é bom e que me vem de cima,
de onde me vês aqui, por onde quer que eu for.
Jônathas Braga
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...