segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Um poema de Luciano Costa

Cláudio Dickson

Clamor do Sertanejo

Trazendo no rosto as marcas da dor
 Traços cinzentos que o tempo fez e riscou
 Coração sofrido e alma ansiosa
 O nordestino resiste com coragem audaciosa
 Carrega nos ombros a razão da sua fé
 Pesada é a jornada que a peregrinação produz
 Pagando promessas a quem nunca promessa recebeu
 O lamento de esperança envolve o seu cântico
 No entardecer silencioso a ouvir o estalo do vento
 Imagens que a sua imaginação projeta, materializadas na capela
 A sede que mata a plantação é a mesma que dilacera o seu coração
 E o coração vai batendo qual pêndulo do relógio
 Que anuncia as horas do tempo que não veio
 E a chuva nem chegou, o vento levou a última gota de esperança
 A sua prece sempre repete aquilo que aprendeu
 Embora não entenda o que ela quer dizer
 Sabe que ela o comove tanto e sempre nova é
 É apenas uma questão de fé, de crença (e a dúvida não quer parar)
 Meus Deus, nosso Sinhô! Ainda lembra desse pedaço de torrão?
 Manda a chuva, manda a tua misericórdia, socorre o aflito sofredor!
 Sertanejo que nunca desiste de lutar, o lamento é a sua canção...
 Ele nunca muda do seu lugar, é planta que Deus plantou...
 Que não quer o pedaço de chão deixar, suas raízes ali estão.
 Ouve o soar do trovão é certeza que Deus ouviu
 Que o viu, que está mandando a provisão
 A terra seca começa a cantar... a rã orquestra a sinfonia
 Dizendo que vai chover, o sertanejo enche os olhos d’água
 Como a nuvem que solta a chuva, não dá para esconder
 É a emoção de ser filho dessa terra
 Nordeste de muitas cores, culturas e sabores
 É terra querida, discriminada e sofrida
 Mas é o maior lugar, é o meu chão
 É aqui onde aprendi a ter fé no Criador
 Muitos altares conheci, mas agora sou altar de Deus
 Eu sou a capela do Espírito Santo, e adoro ao Senhor
 Deixei tanta superstição, abracei a verdade que libertou meu coração
 Sou nordestino sim senhor, de nada me envergonho de aqui ter nascido
 Minha terra é lugar de provação, mas é aqui que minha fé tem crescido...
 Porque de milagres vive esse povo, é na esperança que nos envolve

 Que sabemos que sempre temos... O Deus que nos socorre!


sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Dois poemas de Elienai Cabral Jr.

Juan Gris, 'Still Life with Violin and Glass

SE

A descontinuidade redentora de duas letrinhas, quando portuguesas, "se". 
Antecedendo frases, suscitando aberturas. 
A dúvida que pode nos livrar da tolice de uma certeza inerte.
De um medo infantil.
De uma alegria leviana.
De uma desistência precipitada.
De um orgulho tóxico.
Da pobreza,
solidão,
perversidade,
panaceia.
Acrescente "se" às conclusões de sua história. Coragem.
Os próximos passos contarão com um pouco mais de ansiedade.
Serão um tanto quanto inseguros.
Mas nós seremos mais amorosos? Perdoaremos mais?
Imaginaremos mais,
acusaremos menos, morreremos menos?
Uma boa dúvida amplia horizontes.
Despede-nos de cavernas.
Catalisa ressurreições.
Aprofunda a vida, ao menos.



O pastor das palavras

Só existe palavra porque há amor,
abertura nervosa para o mundo.
Se falamos é porque o outro nos afeta,
a vida nos fere,
o mundo nos reivindica.
A palavra é incontornável.
Viver é dizer.
Falamos tanto que o silêncio palavreia,
os gestos dizem,
os olhares brigam,
o toque sussurra poesia na pele.
Se sonhamos,
é porque antes de soltar-se na vida,
a palavra é imaginação.
Antes de nos tirar o fôlego e dizer que Deus é amor, João nos surpreende,
afirma que desde sempre Deus é palavra,
logos,
revelação,
manifestação,
testemunho,
sua glória é dizer-se entre nós.


segunda-feira, fevereiro 01, 2016

Revista AMPLITUDE chega à segunda edição - Leia agora

    


    É com felicidade que apresentamos o segundo número de AMPLITUDE. Durante estes seis meses de espera ou gestação desta segunda edição, pudemos auferir a boa recepção que a nossa primeira edição obteve entre autores e leitores. Isso nos incentiva a avançarmos na jornada, cientes da seriedade e importância da iniciativa de reunir em revista, o melhor da produção literária poética e ficcional, além de outras expressões artísticas levadas a cabo por cristãos protestantes e de outras filiações.

      Vamos ao panorama da edição: Na seção Hot Spots, a sapiência de um dos maiores nomes da mística cristã, Ramon Llull (Raimundo Lúlio). Em Galeria, a obra da pastora, artista plástica, grafiteira, quadrinista e ativista cultural Lya Alves. Na seção Cinema, destacamos a realização da terceira edição do Festival Nacional de Cinema Cristão.

      Esta edição chega inaugurando diversas novas seções. Uma delas é Poeta em Detaque, iniciando com a obra da pernambucana Júlia Lemos.

      Inaugurando a nossa seção Especial, de enfoque temático, temos como mote Estêvão para tempos de perseguição, uma mini-antologia reunindo as percepções de seis excelentes poetas acerca de nosso protomártir, sobre quem nos é oportuno refletir em tempos de recrudescimento das perseguições aos cristãos ao redor do globo.

      E as artes visuais ganharam ainda mais destaque: além da já citada seção Galeria, e de HQ (História em Quadrinhos), inauguramos mais uma seção, Luminares, destacando, em singelas inserções, a pintura, ilustração ou desenho de nossos concidadãos de Reino. E a Fotografia chega com força na seção Álbum, abrindo as portas com a obra de William Rosa.

      Os contos, como diria meu pai, estão de lascar: Iniciamos com Eça de Queiroz, na seção Jardim dos Clássicos, apresentando o conto O Suave Milagre. Seguimos com o humor e a precisão de Judson Canto (A Morte da Encrenqueira); a dramaticidade soberba de J.T.Parreira (O Poeta do Salmo Exilado); Florbela Ribeiro relatando (em O Hóspede) sobre o príncipe que tinha por norma se hospedar junto aos pobres; Lindolfo Weingärtner num conto terno e luminoso (O canto do sabiá preto); Joed Venturini com o impactante & metafísico A Troca; este vosso humilde escriba, num conto de terror(!?), A Matilha Fantasma; e concluímos com nossa saudosa e maravilhosa Myrtes Mathias, num conto com um toque arrebatador (O Menino).

      O objetivo de AMPLITUDE é fomentar a reflexão e a expressão, AMPLIAR visões, entreter com valores cristãos, comunicar a verdade e o belo e estimular o engajamento artístico/intelectual entre nossos irmãos. Convidamos todos a compartilhar esta publicação gratuita, seja por e-mail e nas redes sociais, e ainda em blogs e sites, livremente.

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