*
Ver além
Se eu for só atentar ao que eu sou,
De que me valerá a minha vida?
O que eu posso é muito pouco, eu sei,
E o que eu sei jamais será bastante.
De que me adiantará ser mais que sou,
Se tudo que eu for não será nada?
De que me servirá ter mais poder,
Se tudo que eu puder não tem sentido?
Conhecimento eu posso procurar,
Me esforçar e achar sabedoria,
Mas de que vale tudo conhecer,
Se isso apenas me conduz ao vento?
Sabedoria, posses, ser alguém,
São coisas que se buscam neste mundo,
Mas não é sem razão, e é profundo,
Que elas em si mesmas nada são.
O Deus que tudo fez criou a vida
Para que o sábio se renda aos Seus planos,
Para que o rico encontre vãos tesouros,
E os poderosos mirem seus enganos.
Somente Deus concede entendimento,
E a Deus pertence toda a riqueza,
Em Deus reside a glória e a nobreza,
E tudo isto o homem busca em vão.
Ó homem, volta os olhos para a vida
Que o Senhor dos céus, Deus soberano,
Tão amorosamente descortina
Diante dos incrédulos vencidos.
Ó homem, reconhece ser perdido,
E reconhece em tudo que alcançaste
Os frutos de um árduo trabalho
Que no entanto não vêm do bom Deus.
Se os teus olhos, sim, humildemente,
Oferecerem a esta esperança
A chance de então se fazer bonança
Nos corações que tudo rejeitaram,
O rico beberá da fonte eterna,
O sábio entenderá todo o caminho,
O poderoso dará glórias a Deus
E nenhum deles andará sozinho.
(do livro Tharsei - Tem bom ânimo, poesias evangélicas)
MEU E TEU CAMINHO
Se tu partiste e estás em teu caminho,
Não te detenhas ao ouvir rumores.
O alegre canto já bateu as asas
E os teus olhos podem te perder.
Somente um é o Caminho, sempre,
E é a Voz que o coração escuta
Que te conduz à frente, adiante,
E não as luzes que tu podes ver.
Flores e frutos em meio aos espinhos,
Por mais formosos, mesmo cintilantes,
Não vão passar de luz de uma vereda
Inebriante, longe do Caminho.
Teu coração pode andar sozinho?
Somente os olhos podem te guiar?
Falsas veredas acenam prazeres
Que esqueceste que não vais buscar?
Qual é a força, enfim, que te domina?
É o anseio breve de um momento?
O mesmo apelo que seduz teu corpo
É o veneno que desfaz o alento.
De quem és tu, coração que me prendes?
Dentro em meu peito escondes teus segredos?
Não vem da Voz a minha segurança,
E do teu meio todos os meus medos?
Não são teus pés que escolhem o caminho,
Se o coração resiste à Voz que guia.
Se reconheces Quem te fortalece,
Por que ceder à força da miragem?
Vai, tem coragem, fecha os teus olhos,
Caminha cego, se preciso for,
Para permanecer no bom caminho,
E o falso encanto não te desviar.
São muitas vozes em que só se entende
Que, se eu puser os pés fora da estrada,
Eu serei tudo sem temer mais nada,
Tantas as prendas a me oferecer.
Mas meu caminho é muito mais estreito,
Fechei os olhos sem olhar os lados,
Cores e sonhos, canções e recados
Ficaram longe enquanto eu sigo além.
Eu me entrego à paz que me envolve:
À noite, o fogo aquece os meus passos,
De dia vejo a nuvem de esperança
Até que eu chegue aos braços do meu Deus.
Visite o blog do autor: http://www.portodopoente.blogspot.com/
*
terça-feira, março 31, 2009
quinta-feira, março 26, 2009
Dois poemas de Adail Campelo de Abreu
UM CHUTE NA MORTE
A morte para o crente
não é o fim, é lucro
é um começo diferente
e vai além do sepulcro
A Bíblia mesmo diz
que o dia desse evento
é um dia mais feliz
que o próprio nascimento
Uma coisa vou dizer:
tudo que nós sabemos
vamos na Bíblia ver
diferente que aprendemos
O mundo precisa ver
pegar, cheirar, apalpar
o crente apenas crê
porque da fé viverá
Crente fiel não duvida
no que Deus prometeu
Jesus, o Autor da vida
a morte na cruz venceu
O crente não tem medo
do diabo nem da morte
tem com Deus segredo
que já mudou sua sorte
Sabe que o Salvador
foi preparar um lugar
onde não há mais dor
nem dívidas a pagar
O mundo acha loucura
crer na Bíblia Sagrada
mas pior é a tortura
de quem não crê em nada
Faço um convite a você
para a verdade investigar
com o coração é que se crê
que só Jesus pode salvar
Nem no Céu e nem na terra
há outro com esse poder
o diabo escuta e berra
e se põe logo a correr
Jesus mesmo desbancou
as obras de maldição
a chave da morte tomou
e nos garantiu salvação
Não tenha medo, amigo
do futuro que lhe espera
Jesus estará contigo
ae O buscares deveras
A simplicidade do Evangelho
salva o pobre, salva o rico
salva o moço, salva o velho
salva o gigante e o nanico
\"Aquele que crê em mim
nunca jamais morrerá\"
se Jesus nos fala assim
quem ousa duvidar?
Quer perder o medo?
Curar qualquer ferida?
vou contar um segredo:
Jesus é a própria Vida
O convite feito está
pra você e seu consorte
aceite a Jesus já
e dê um chute na morte
ADAIL CAMPELO DE ABREU
SERVO DE JESUS QUE VIRÁ
HOMEM QUE NUNCA MORREU
E NUNCA JAMAIS MORRERÁ
JESUS ESTÁ VOLTANDO!
Dias finais já chegaram
a moralidade está mudando
todos os sinais já declaram:
- Jesus está voltando!
\"Esse crente é um louco\"
você deve estar pensando
é seu ouvido que tá mouco
- Jesus está voltando!
Se não crê nas profecias
a Bíblia vai confirmando
que são os últimos dias
- Jesus está voltando!
Examine a Escritura
é Jesus que tá mandando
este mundo é uma loucura
- Jesus está voltando!
O fim se aproxima
os dias estão voando
pode olhar para cima
- Jesus está voltando!
Jesus é o nosso socorro
quem está nos guardando
é pra Ele que eu corro
- Jesus está voltando!
Só nEle há salvação
o que está esperando?
tome a sua decisão
- Jesus está voltando!
Prepara-te, já é noite
não fique aí vacilando
vem o dilúvio do açoite
- Jesus está voltando!
Esse mundo é passageiro
tudo vai se acabando
o Céu, sim, é verdadeiro
- Jesus está voltando!
Quer viver eternamente?
Jesus está te esperando
e Ele jamais mente
- Jesus está voltando!
Ouça, se tens ouvido
o Espírito Santo falando
este mundo está falido
- Jesus está voltando!
Os crentes já vão embora
e todos eles cantando
já é a última hora
- Jesus está voltando!
FONTE: http://www.palavradaverdade.com/
domingo, março 22, 2009
Um novo blog para a Poesia Evangélica: LIRICOLETIVO
Caros irmãos e leitores, é com prazer que comunico o nascimento de mais um projeto visando incentivar e divulgar a poesia evangélica: O blog Liricoletivo (http://liricoletivo.blogspot.com), um blog coletivo dedicado totalmente à poesia e aos poetas evangélicos.
São diversos poetas, de diferentes gerações e fazeres poéticos, que têm atuado (isoladamente) pela internet, em blogs e sites, agora congregados num espaço franco e que, além de incentivo e divulgação, propicia um intercâmbio de idéias e iniciativas.
O Blog começou esta semana, mas já conta com 7 poetas colaboradores, e outros serão convidados.
São diversos poetas, de diferentes gerações e fazeres poéticos, que têm atuado (isoladamente) pela internet, em blogs e sites, agora congregados num espaço franco e que, além de incentivo e divulgação, propicia um intercâmbio de idéias e iniciativas.
O Blog começou esta semana, mas já conta com 7 poetas colaboradores, e outros serão convidados.
Visite. Divulgue. Comente. Apóie essa idéia!
Uma palinha do que já foi publicado:
Coroa de espinhos
Coroa de espinhos
Cravada na fronte
Derrama no Linho
Com sangue pesponte
Abre o caminho
Além do horizonte
Ele sozinho
Madeiro no monte
Sangue era vinho
Água era fonte
A todos filhinhos
Escreva e conte
Foi mais que carinho
Amor foi a ponte.
Camilo Borges
O Milénio
O leão não será mais rápido que o boi
em busca de pastagens
o cordeiro e o pássaro
nascerão de uma fórmula poética
e o lobo
o beijo terá na sua boca
Os jogos dos meninos
serão com as aves
uma pomba e uma águia
navegarão
em águas de branco lôdo
Um anjo passará
em forma lírica
ao mundo o seu desejo.
João Tomaz Parreira
Confissão e agradecimento de um ex-inimigo
Dos que amam a Ti:
pude estar perto a eles,
e conhecê-los.
Apertaram minha mão
sem importar com o odor do pecado.
Comi-lhes do pão,
e , defronte e dentre a
meus olhos,
cansados ossos,
me disseram:
"Irmão".
Sammis Reachers
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terça-feira, março 17, 2009
Entrevista com o poeta evangélico português João Tomaz Parreira
O português João Tomaz (ou J. T.) Parreira é poeta e colaborador da imprensa religiosa evangélica. Escreve na revista «Novas de Alegria» e no Portal da Aliança Evangélica Portuguesa. Na juventude escreveu poesia e artigos juvenis no "República", entre 1970-1972. Tendo começado em 1965 no Juvenil do "Diário de Lisboa", de Mário Castrim. Participa hoje em Blocos on Line, Famigerado, Cronópios, Critério, Bestiário e Máquina do Mundo, revistas electrónicas de Cultura. Está presente em Poem Hunter, Literary Kicks, Andar 21-poesía galega e L'Angolo della Poesia. Está representado no Projecto Vercial, a maior base de dados da literatura portuguesa. Entrada na Wikipédia. Tem publicados 5 livros de poesia (o último "Os Sapatos de Auschwitz" em 2008, editado por El Taller del Poeta, Pontevedra) e um ensaio teológico. Participa em várias antologias de poesia moderna e cristã contemporânea, em Portugal e no Brasil. 1ºs Prémios de Poesia da Confraria Camoneana de Ílhavo em 2007 e 2008.
Presença constante no blog Poesia Evangélica, realizamos com ele a entrevista que se segue, abarcando temas como religião, internet, literatura e lusofonia.
Fale-nos sobre o seu ‘início’ e caminhada no Evangelho. Como se deu sua conversão?
Sou um vulgar menino oriundo da Escola Dominical. Desde 1953 que comecei a amar Jesus Cristo na histórica Igreja Assembléia de Deus da Neves Ferreira, em Lisboa. A conversão/novo nascimento vem essencial e teologicamente de crermos que Jesus é o Cristo. E eu aos 7 anos cri. A conversão mais visível, para efeitos eclesiais, veio aos 16 anos quando aceitei «formalmente» Cristo numa Campanha evangelística de Samuel Doctorian, que me tocou profundamente, em Lisboa também no ano de 1963. Depois, muitos anos depois, em 1985, já a residir na cidade de Aveiro, pude estar com o rev. Doctorian na minha Igreja, conversamos e ofereci-lhe o meu primeiro livro de poemas, «Este Rosto do Exílo» (1973).
E o interesse pela literatura, vem de quando?
Talvez de 1957, quando li todos os Salmos. Quem sabe! Porém em 1963, ao ler um livro daquele pregador arménio, interessei-me pelas notícias do mundo, pelo jornalismo internacional, procurava ler a revista Newsweek que ia buscar todas as semanas à Embaixada dos EUA, em Lisboa. Comecei por esboçar pequenos artigos e a refazer os que lia em jornais diários e na Newsweek. Sonhava já ser jornalista, ou pelo menos, escrever para revistas e jornais, o que veio de facto a suceder. No Liceu em Aveiro com alguns amigos que gostavam de Letras/Poesia, comecei a ler Guerra Junqueiro, Gomes Leal e depois, em 1964, Fernando Pessoa. Com aquela que haveria de ser minha mulher, trocavamos sonetos, ao estilo da Florbela Espanca, ela, e eu de Bocage. Desde 1964 até agora, 2009, escrevi e publiquei, pela Graça de Deus, centenas ou milhares de textos em revistas evangélicas e jornais seculares, bem como 5 livros de poesia e um ensaio teológico sobre o Prólogo do Evangelho de João.
Quais são suas influências literárias, tanto no âmbito da literatura secular quanto da cristã?
Inúmeras. Desde autores nacionais/poetas e romancistas, até aos internacionais. Curiosamente depois da poesia de Pessoa e do Mário-Sá Carneiro, modernistas que li até ao osso, depois dos românticos e simbolistas, interessei-me pelo romance de tese, li tudo o que havia para ler de Vergilio Ferreira, Albert Camus e até Sartre. Isto levou-me sublimado pelo Evangelho a um certo Humanismo Cristão, que mais tarde, nos anos 66 até 70 procurei entender em Kierkegaard. Na Guerra Colonial, em Angola, entre 68-70, escrevi e li muito: de Heidegger a Dostoiévski. Houve neste tempo um poeta português que modelou meu lirismo, Eugénio de Andrade.
Na poesia evangélica li Mário Barreto França e Jônatas Braga, também Gióia Junior, mas contactei, em 1967, com o poeta brasileiro Joanyr de Oliveira. Hoje este poeta e eu próprio somos entranháveis amigos, renovamos até o discurso poético dito evangélico, criando em 1974 o Movimento pela Nova Poesia Evangélica, com Manifesto e tudo, assinado por nós e pelo poeta, mais jovem, Brissos Lino.
Não poderei esquecer aqui um enorme poeta mundial: Ezra Pound, que só descobri em 1972. Li-o com sofreguidão e continuo, claro que me deixei influenciar por ele e por todos que já referi. Também devo imenso à maioria dos poetas espanhóis da Geração de 27 e, coisa díspar, também devo a alguns poetas modernos norte-americanos da Beat Generation. Do Brasil, li e mergulhei em Drummond e Bandeira, Osvaldo e Mário de Andrade, claro que li e leio sempre muitos outros, de Cassiano Ricardo a Vinicius, não esqueço mais Cecilia Meireles.
Finalmente, o Poeta que por isso escreve poemas deve ler, ler, ler, muita e diversa poesia. Para me adestrar no jornalismo, periodismo evangélico, curiosamente, li quase todo o Hemingway.
Que nomes o senhor destacaria no cenário literário contemporâneo, nas vertentes secular e cristã?
Na vertente cristã, leio apenas os comentaristas bíblicos antigos, dos chamados Fundamentais, R.A.Torrey, etc., e os do Grupo do comentário bíblico Moody. Gosto sobretudo de leituras de teólogos Bernard Raam, Karl Barth, Bonhoffer e outros, não rejeito ler até Bultmamm, embora não concorde com a sua desconstrução do sobrenatural da Bíblia Sagrada. Também privilegio leituras sobre a História da Igreja.
Não me interesso muito pelos autores cristãos contemporâneos, porque alguns que estão na moda, escrevem do género da auto-ajuda. Talvez destaque aqui um autor: Jaime Kemp e, já agora, a esposa, Judith Kemp, porque tratam muito bem a psicologia/psicanálise cristã sem excessos.
Na literatura dita secular contemporânea, isto é, de hoje, leio mais poesia que prosa. No entanto, nesta, gosto de ler Imre Kértesz, E.L.Doctorow, Saul Bellow, o recentemente falecido, John Updike. Contrariamente ao que penso na área do livro evangélico, são quase todos romancistas norte-americanos.
O senhor matém dois blogs na rede, o Papéis na Gaveta, onde veicula sua produção evangélica, e o Poeta Salutor, de cunho mais secular, além de colaborar em outros blogs. Como se deu seu contato com os blogs?
Comecei por publicar poesia em foruns portugueses e brasileiros e isso levou-me aos blogues, por influência de outros que comecei a conhecer e a ler.
Como o senhor avalia o uso desta ferramenta?
Posso avaliá-la pela práxis, usando-a diariamente. É um extraordinário meio divulgador do nosso trabalho e sobretudo dos nossos pensamentos, e quando veiculamos por eles a mensagem cristã e evangélica, no nosso caso, estamos a partilhá-la com Arte. Arte tecnológica e Estética.
Fale-nos um pouco sobre Portugal. Em sua visão, quais os aspectos positivos e negativos do protestantismo em Portugal? Ainda há muita perseguição?
Na era das Novas Tecnologias, da Sociedade de Informação, da globalização, conhece-se já tudo, ou quase tudo, sobre todos. Portugal é hoje um país sem telhados de vidro, depois da Revolução do 25 de Abril. Há Liberdade Religiosa, embora o maior quinhão ainda vá para o lado do Catolicismo Romano. Os aspectos negativos do protestantismo em Portugal, já não se medem entre Igrejas Reformadas Históricas e os Pentecostais das Assembleias de Deus, de divergências acentuadas dos anos 30 até aos 50. Nem sequer de 60 para cá, com campos colocados no Fundamentalismo e no Movimento Ecuménico.
O perigo que enfrentamos hoje, está no chamado neo-pentecostalismo, que usa o nome de «Igreja» como se esta fosse um off-shore para tudo.
À maneira de Rainer Maria Rilke, que conselhos o senhor daria aos jovens (ou não) poetas evangélicos?
Há uma década li um ensaio sobre a Poesia de Paul Valery e vou recuperar uma frase-chave do mesmo: «Há poetas, que por sê-lo, fazem versos; e outros que por saberem fazer versos, são poetas». Que vejam em qual destas categorias se inserem.
Para responder concretamente à sua pergunta, à maneira do autor de Elegias a Duíno, direi como ele nas Cartas a um Poeta, que entrem em si próprios e procurem a necessidade que os faz escrever. Se houver essa necessidade e o sofrimento da mesma, então continuem. Se puderem parar, é porque não há necessidade. Façam outra coisa. Criar implica sofrer.
O que o senhor tem a dizer sobre os vários e diversificados movimentos de integração entre os países da comunidade lusófona (um dos quais, talvez o principal, culmina agora no Novo Acordo Ortográfico)?
Aceito movimentos tendentes a integrar sem aculturar, isto é, movimentos colaborativos sem perda de identidade de cada um. Sou incondicional das transculuras. Sou contra o Novo Acordo Ortográfico porque sou a favor da manutenção de raízes identitárias como falantes e na língua escrita que são enriquecedoras, mantendo as óbvias diferenças. Por vezes as divergências são enriquecedoras.
Embora seja o maior país de fala portuguesa no mundo, é perceptível que no Brasil se dá muito menos importância a este tema da lusofonia do que em Portugal. O senhor acha que, neste ponto, como versa a letra de nosso Hino Nacional, o Brasil ainda está “deitado em berço esplêndido”?
O brasileiro olha demasiadamente para a América de cima. E o vosso centro geo-cultural não está em termos «genéticos» nos States. É geograficamente compreensível, no entanto. Mas, neste momento, a verdade é que o trafêgo cultural e a importância de toda a temática inerente à lusofonia se fazem num só sentido, i.é., estamos por cá em Portugal mais abertos para o objecto cultural brasileiro do que o contrário. O que deveria acontecer, era a reciprocidade tout court, mas, desculpem-me, não há. Por isso talvez se aplique aqui a referência «nacionalista» do verso do Hino Nacional citado por Você.
A União de Blogueiros Evangélicos tem, desde seu início, buscado a interação com os irmãos blogueiros de Portugal. Agora, num segundo momento, temos buscado também ligações com blogueiros evangélicos de fala espanhola. Como o senhor avalia essa colaboração entre blogueiros, e num plano maior, entre as próprias igrejas destes países?
E tem feito muito bem. Hoje, a nível sociológico, procura-se por todos os meios fazer com que a Família se conheça. Percebeu-se que, dada a crise dos valores e do secularismo, a Família é a base estruturante da sociedade.
Parece-me bem, desde que tal colaboração, neste eixo latino (Brasil-Portugal-Espanha-etc), com nossas falas diversas, fonetica e linguisticamente, intercambiemos Cultura, e Cultura Cristã, repare que digo intercambiar e não exportar.
Presença constante no blog Poesia Evangélica, realizamos com ele a entrevista que se segue, abarcando temas como religião, internet, literatura e lusofonia.
Fale-nos sobre o seu ‘início’ e caminhada no Evangelho. Como se deu sua conversão?
Sou um vulgar menino oriundo da Escola Dominical. Desde 1953 que comecei a amar Jesus Cristo na histórica Igreja Assembléia de Deus da Neves Ferreira, em Lisboa. A conversão/novo nascimento vem essencial e teologicamente de crermos que Jesus é o Cristo. E eu aos 7 anos cri. A conversão mais visível, para efeitos eclesiais, veio aos 16 anos quando aceitei «formalmente» Cristo numa Campanha evangelística de Samuel Doctorian, que me tocou profundamente, em Lisboa também no ano de 1963. Depois, muitos anos depois, em 1985, já a residir na cidade de Aveiro, pude estar com o rev. Doctorian na minha Igreja, conversamos e ofereci-lhe o meu primeiro livro de poemas, «Este Rosto do Exílo» (1973).
E o interesse pela literatura, vem de quando?
Talvez de 1957, quando li todos os Salmos. Quem sabe! Porém em 1963, ao ler um livro daquele pregador arménio, interessei-me pelas notícias do mundo, pelo jornalismo internacional, procurava ler a revista Newsweek que ia buscar todas as semanas à Embaixada dos EUA, em Lisboa. Comecei por esboçar pequenos artigos e a refazer os que lia em jornais diários e na Newsweek. Sonhava já ser jornalista, ou pelo menos, escrever para revistas e jornais, o que veio de facto a suceder. No Liceu em Aveiro com alguns amigos que gostavam de Letras/Poesia, comecei a ler Guerra Junqueiro, Gomes Leal e depois, em 1964, Fernando Pessoa. Com aquela que haveria de ser minha mulher, trocavamos sonetos, ao estilo da Florbela Espanca, ela, e eu de Bocage. Desde 1964 até agora, 2009, escrevi e publiquei, pela Graça de Deus, centenas ou milhares de textos em revistas evangélicas e jornais seculares, bem como 5 livros de poesia e um ensaio teológico sobre o Prólogo do Evangelho de João.
Quais são suas influências literárias, tanto no âmbito da literatura secular quanto da cristã?
Inúmeras. Desde autores nacionais/poetas e romancistas, até aos internacionais. Curiosamente depois da poesia de Pessoa e do Mário-Sá Carneiro, modernistas que li até ao osso, depois dos românticos e simbolistas, interessei-me pelo romance de tese, li tudo o que havia para ler de Vergilio Ferreira, Albert Camus e até Sartre. Isto levou-me sublimado pelo Evangelho a um certo Humanismo Cristão, que mais tarde, nos anos 66 até 70 procurei entender em Kierkegaard. Na Guerra Colonial, em Angola, entre 68-70, escrevi e li muito: de Heidegger a Dostoiévski. Houve neste tempo um poeta português que modelou meu lirismo, Eugénio de Andrade.
Na poesia evangélica li Mário Barreto França e Jônatas Braga, também Gióia Junior, mas contactei, em 1967, com o poeta brasileiro Joanyr de Oliveira. Hoje este poeta e eu próprio somos entranháveis amigos, renovamos até o discurso poético dito evangélico, criando em 1974 o Movimento pela Nova Poesia Evangélica, com Manifesto e tudo, assinado por nós e pelo poeta, mais jovem, Brissos Lino.
Não poderei esquecer aqui um enorme poeta mundial: Ezra Pound, que só descobri em 1972. Li-o com sofreguidão e continuo, claro que me deixei influenciar por ele e por todos que já referi. Também devo imenso à maioria dos poetas espanhóis da Geração de 27 e, coisa díspar, também devo a alguns poetas modernos norte-americanos da Beat Generation. Do Brasil, li e mergulhei em Drummond e Bandeira, Osvaldo e Mário de Andrade, claro que li e leio sempre muitos outros, de Cassiano Ricardo a Vinicius, não esqueço mais Cecilia Meireles.
Finalmente, o Poeta que por isso escreve poemas deve ler, ler, ler, muita e diversa poesia. Para me adestrar no jornalismo, periodismo evangélico, curiosamente, li quase todo o Hemingway.
Que nomes o senhor destacaria no cenário literário contemporâneo, nas vertentes secular e cristã?
Na vertente cristã, leio apenas os comentaristas bíblicos antigos, dos chamados Fundamentais, R.A.Torrey, etc., e os do Grupo do comentário bíblico Moody. Gosto sobretudo de leituras de teólogos Bernard Raam, Karl Barth, Bonhoffer e outros, não rejeito ler até Bultmamm, embora não concorde com a sua desconstrução do sobrenatural da Bíblia Sagrada. Também privilegio leituras sobre a História da Igreja.
Não me interesso muito pelos autores cristãos contemporâneos, porque alguns que estão na moda, escrevem do género da auto-ajuda. Talvez destaque aqui um autor: Jaime Kemp e, já agora, a esposa, Judith Kemp, porque tratam muito bem a psicologia/psicanálise cristã sem excessos.
Na literatura dita secular contemporânea, isto é, de hoje, leio mais poesia que prosa. No entanto, nesta, gosto de ler Imre Kértesz, E.L.Doctorow, Saul Bellow, o recentemente falecido, John Updike. Contrariamente ao que penso na área do livro evangélico, são quase todos romancistas norte-americanos.
O senhor matém dois blogs na rede, o Papéis na Gaveta, onde veicula sua produção evangélica, e o Poeta Salutor, de cunho mais secular, além de colaborar em outros blogs. Como se deu seu contato com os blogs?
Comecei por publicar poesia em foruns portugueses e brasileiros e isso levou-me aos blogues, por influência de outros que comecei a conhecer e a ler.
Como o senhor avalia o uso desta ferramenta?
Posso avaliá-la pela práxis, usando-a diariamente. É um extraordinário meio divulgador do nosso trabalho e sobretudo dos nossos pensamentos, e quando veiculamos por eles a mensagem cristã e evangélica, no nosso caso, estamos a partilhá-la com Arte. Arte tecnológica e Estética.
Fale-nos um pouco sobre Portugal. Em sua visão, quais os aspectos positivos e negativos do protestantismo em Portugal? Ainda há muita perseguição?
Na era das Novas Tecnologias, da Sociedade de Informação, da globalização, conhece-se já tudo, ou quase tudo, sobre todos. Portugal é hoje um país sem telhados de vidro, depois da Revolução do 25 de Abril. Há Liberdade Religiosa, embora o maior quinhão ainda vá para o lado do Catolicismo Romano. Os aspectos negativos do protestantismo em Portugal, já não se medem entre Igrejas Reformadas Históricas e os Pentecostais das Assembleias de Deus, de divergências acentuadas dos anos 30 até aos 50. Nem sequer de 60 para cá, com campos colocados no Fundamentalismo e no Movimento Ecuménico.
O perigo que enfrentamos hoje, está no chamado neo-pentecostalismo, que usa o nome de «Igreja» como se esta fosse um off-shore para tudo.
À maneira de Rainer Maria Rilke, que conselhos o senhor daria aos jovens (ou não) poetas evangélicos?
Há uma década li um ensaio sobre a Poesia de Paul Valery e vou recuperar uma frase-chave do mesmo: «Há poetas, que por sê-lo, fazem versos; e outros que por saberem fazer versos, são poetas». Que vejam em qual destas categorias se inserem.
Para responder concretamente à sua pergunta, à maneira do autor de Elegias a Duíno, direi como ele nas Cartas a um Poeta, que entrem em si próprios e procurem a necessidade que os faz escrever. Se houver essa necessidade e o sofrimento da mesma, então continuem. Se puderem parar, é porque não há necessidade. Façam outra coisa. Criar implica sofrer.
O que o senhor tem a dizer sobre os vários e diversificados movimentos de integração entre os países da comunidade lusófona (um dos quais, talvez o principal, culmina agora no Novo Acordo Ortográfico)?
Aceito movimentos tendentes a integrar sem aculturar, isto é, movimentos colaborativos sem perda de identidade de cada um. Sou incondicional das transculuras. Sou contra o Novo Acordo Ortográfico porque sou a favor da manutenção de raízes identitárias como falantes e na língua escrita que são enriquecedoras, mantendo as óbvias diferenças. Por vezes as divergências são enriquecedoras.
Embora seja o maior país de fala portuguesa no mundo, é perceptível que no Brasil se dá muito menos importância a este tema da lusofonia do que em Portugal. O senhor acha que, neste ponto, como versa a letra de nosso Hino Nacional, o Brasil ainda está “deitado em berço esplêndido”?
O brasileiro olha demasiadamente para a América de cima. E o vosso centro geo-cultural não está em termos «genéticos» nos States. É geograficamente compreensível, no entanto. Mas, neste momento, a verdade é que o trafêgo cultural e a importância de toda a temática inerente à lusofonia se fazem num só sentido, i.é., estamos por cá em Portugal mais abertos para o objecto cultural brasileiro do que o contrário. O que deveria acontecer, era a reciprocidade tout court, mas, desculpem-me, não há. Por isso talvez se aplique aqui a referência «nacionalista» do verso do Hino Nacional citado por Você.
A União de Blogueiros Evangélicos tem, desde seu início, buscado a interação com os irmãos blogueiros de Portugal. Agora, num segundo momento, temos buscado também ligações com blogueiros evangélicos de fala espanhola. Como o senhor avalia essa colaboração entre blogueiros, e num plano maior, entre as próprias igrejas destes países?
E tem feito muito bem. Hoje, a nível sociológico, procura-se por todos os meios fazer com que a Família se conheça. Percebeu-se que, dada a crise dos valores e do secularismo, a Família é a base estruturante da sociedade.
Parece-me bem, desde que tal colaboração, neste eixo latino (Brasil-Portugal-Espanha-etc), com nossas falas diversas, fonetica e linguisticamente, intercambiemos Cultura, e Cultura Cristã, repare que digo intercambiar e não exportar.
FIM
*Parreira colabora no blog Confeitaria Cristã, e ainda num novo blog coletivo que iniciei, dedicado integralmente a poetas evangélicos, o liricoletivo .
quinta-feira, março 12, 2009
Um poema de William Booth
Enquanto mulheres
chorarem como choram
agora, EU LUTAREI;
Enquanto criancinhas
passarem fome, como
passam agora,
EU LUTAREI;
Enquanto homens
passarem pelas prisões,
entrando e saindo,
entrando e saindo,
EU LUTAREI;
Enquanto houver uma
moça vagando perdida
pelas ruas, enquanto
restar uma alma que seja
nas trevas, sem a luz de
Deus, EU LUTAREI;
Até o fim, EU LUTAREI!
*William Booth foi o fundador do Exército de Salvação. Clique nos nomes para saber mais sobre ambos.
chorarem como choram
agora, EU LUTAREI;
Enquanto criancinhas
passarem fome, como
passam agora,
EU LUTAREI;
Enquanto homens
passarem pelas prisões,
entrando e saindo,
entrando e saindo,
EU LUTAREI;
Enquanto houver uma
moça vagando perdida
pelas ruas, enquanto
restar uma alma que seja
nas trevas, sem a luz de
Deus, EU LUTAREI;
Até o fim, EU LUTAREI!
*William Booth foi o fundador do Exército de Salvação. Clique nos nomes para saber mais sobre ambos.
Um poema de Olivandi N. P. Junior
Inexplicável
Inexplicável sensação.
Inexplicável sentimento.
Inexplicáveis palavras.
Tudo é de tão difícil compreensão,
Tão difícil expressão,
Tão interessante explicação
De tal forma que nem mesmo o poeta
Saberia, ou teria a ousadia
De explicar.
Do sopro de vida surge o amor,
Surge o sacrifício,
Desaparece a distância.
Nada é cobrado, porém, apreciado:
O constrangimento diante de tão puro amor
É o que move efetivas mudanças
É o que traz interesse, atenção e dedicação
Que supostamente trarão as respostas
Das mais inexplicáveis indagações.
sábado, março 07, 2009
08 de Março, Dia Internacional da Mulher: 3 poemas
Dia 08 de Março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Como homenagem, publicamos aqui estes três belíssimos poemas.
Elogio à mulher
(João 20)
O teu olhar para dentro da noiteé o olhar de quem busca a vida
e não teme o sepulcro.
A tua lágrima que salta de dentro
é a lágrima de quem perdeu
toda a luz que da alegria nasce.
A tua visão de dois anjos na noite
é a visão de quem enxerga o mistério
e ouve a sua voz em meio ao silêncio triste.
Soluça, mulher, maria , madalena,
que no fundo dos teus olhos
dois anjos proclamarão a manhã.
Chora, mulher, maria, madalena,
que nos intervalos dos teus soluços
ouvirás a palavra de quem procuras.
Mulher, reclama o corpo que roubaram.
Ladrões, para onde o levaram?
Mulher, de quem é esta voz que te olha?
De quem é este olhar que te chama?
Olha, mulher, e vê que é rosto do homem que querias morto.
E agora tu o chamas pelo nome das flores.
E agora tu o vês pela imagem das águas
antes que ele Deus todo seja
e marche para o azul ao encontro deste Pai
que se fez filho conosco
e se deixou enterrar nas horas das pedras
Tu o viste, não entre a reclusão das lápides,
nem a respirar a quietude dos troncos tombados,
mas a caminhar por entre as pétalas,
a ouvir o teu lamento sem luz.
Tu o viste, não a anunciar a vitória da noite,
nem a chorar a dor por quem partiu para sempre,
Mas a proclamar o sorriso suave
dos teus lábios,
tu que sorriste com ele
na mais feliz de todas as madrugadas:
quando a rocha se fendeu
e ele pôde enxugar da fronte o orvalho que anunciava a sua ressurreição.
Israel Belo de Azevedo, in http://www.prazerdapalavra.com.br
Nasce Uma Mulher
Em meio a tantas expectativas
Entre tantos sonhos e esperança
Eis que um choro de criança
De repente ecoa pelo ar...
E neste mesmo instante,
Surge num ponto qualquer
Uma voz firme e possante
Que diz: “É uma mulher.”
Nasceu! É pequenina e delicada,
Mas pelo nome de mulher é chamada.
E em todo tempo, por onde ela andar
Sempre alguém vai lhe chamar
Pelo sublime nome de mulher...
Mulher... Já nasce com identidade!
Carregando sobre si a responsabilidade
De ser feminina, graciosa e diferente.
Aquela que na batalha da vida é guerreira
E na hora mais difícil e derradeira
Tem sempre um sorriso para dar...
Nasce uma mulher... Mais uma entre tantas!
Mas é única, é ímpar, é a primeira.
Aquela que o Senhor deu por companheira
Ao homem que tão só, no paraíso vivia.
Então, ...ela encheu a sua vida de alegria
E como as flores, sublime tornou o seu viver
Ela nasce e floresce para ao mundo trazer
O seu doce perfume de mulher...
Norma Penido Bernardo, in Revista Visão Missionária , Ano 87, Número 1 (UFMBB)
Mulher Como Esta...
Para tal tempo, em dias como estes,
foste chamada por Deus pra neste mundo
ser testemunha rica e altissonante
como pessoa, filha, esposa e mãe!
Para tal tempo, em dias tão sombrios,
de ódio e tristeza e muito desamor,
tu podes semear em muitas vidas
as bênçãos do amor e compaixão.
Para tal tempo de conturbação.
Deus exige de ti dedicação;
no lar, na igreja, em qualquer lugar;
podes ser uma bênção, um traço de união.
Em tempos de descrença e de pavor
é isto o que te pede teu Senhor:
um coração cheio de fé ingente.
Voltado sempre pra teu reino eterno.
Os caminhos são muitos, a estrada é longa,
muitas vezes deserta, tortuosa,
e sempre, sempre mostrará valor
de uma vida separada pra servir.
Jamais teus olhos fugirão do alvo,
do ideal de Deus pra teu viver;
erguerás marcos em cantos de vitória,
edificando em santidade e luz.
Serás mulher de fé, tal qual Ana,
“Valorosa e prudente como Ester”,
tão doce e pura e bem-aventurada
como Maria, a mãe do Salvador.
De geração em geração teus filhos
te chamarão bem-aventurada.
Mulher como esta, filha, esposa e mãe,
recebe a aprovação do teu Senhor.
http://poesiaevanglica.blogspot.com
Andrônica Borges Alcântara, in Revista Visão Missionária , Ano 87, Número 1 (UFMBB)
quinta-feira, março 05, 2009
NUNCA É TARDE - Um texto do Pr. Luiz Flor dos Santos
Amados irmãos, publico abaixo um belo texto do amigo e poeta, Pr. Luiz Flor dos Santos, colhido no blog do mesmo. Não pelos elogios, o que nos deixa um pouco constrangidos, mas pelo exemplo do Pr. Luiz, que foi inspirado a voltar ao uso da pena, ao conhecer este blog e a existência de muitos outros poetas evangélicos. Que este exemplo alcance a muitos, muitos que talvez já tenham desistido, muitos que tem seus poemas engavetados a anos (décadas?) numa cômoda de que nem mais se lembram... O Senhor é o Poeta Maior, e dele provém as maiores inspirações. Nunca é tarde para seja lá o que for!
Obrigado Pastor Luiz. Creio que este é um texto que vai falar ao coração dos leitores e principalmente de cada poeta que o ler, pois todos já vivenciamos sentimentos parecidos.
___________________________________Obrigado Pastor Luiz. Creio que este é um texto que vai falar ao coração dos leitores e principalmente de cada poeta que o ler, pois todos já vivenciamos sentimentos parecidos.
UM TRIBUTO
Compor poemas e textos de modo em geral é para mim um grande divertimento, um exercício de seriedade, uma terapia ocupacional saudável, o abrir da porta de meu coração para que Deus use o texto a fim de que este alcance outras pessoas e crie bons sentimentos nelas.
Desde muito cedo na vida quis ser poeta. Escrevi na juventude alguma coisa. Lembro-me de certo dia em que compus umas linhas e as apresentei a uma amiga de classe do antigo ginásio (quita a oitava série do primeiro grau).
O fiz todo entusiasmado, mas ela acabou com meu sonho de ser poeta. Entendam. O problema não foi ela. É que meu texto era mesmo ruim. O que se salvava dele era o desejo de querer compor. Por isso, durante muito tempo só guardei o desejo de ser poeta, aguardando com esperança o tempo da restauração de todas as coisas, quando lá no céu, no novo mundo que Deus criará, eu pudesse recitar versos ao meu Senhor e a Seu santo Cristo inspirado pelo amado Deus Espírito Santo. Vivi na esperança.
Declarava a todos que se Deus me permitisse nascer fisicamente outra vez e me fizesse a pergunta: que habilidades você gostaria de ter em sua nova fase? Eu sacaria meu esboço e diria: __ Quero três habilidades de Tua parte para mim. Primeiro gostaria de ser pregador. Segundo, gostaria de ser cantor e, terceiro gostaria de ser poeta. Eu não nasci fisicamente de novo, é fato. Mas por um grande milagre de Deus duas e meia dessas três coisas Deus me deu.
Duas e meia? Como assim? Sempre fui um sujeito falante. Lembro-me que ainda no ginásio fui líder de classe sem ter sido eleito para isso. A questão era que como eu falava muito o líder me punha para expressar suas idéias e eu ganhava a fama. O nome ajudou um pouco para eu ser um sujeito conhecido. Diga-se de passagem, quem tem um nome de Flor não passa despercebido. O dom natural da fala era o início de meu chamamento para o ofício pastoral (não o único). Função que exerço hoje com muita alegria.
Quando estava me preparando para exercer o ofício pastoral, fui para uma faculdade teológica. Participei de corais e tive aula de música e tenho uma voz harmônica. Então poso dizer que sou um “cantor meia boca”. Quando se faz necessário me apresento para liderar as músicas que cantamos em louvor a Deus na congregação.
Mas faltava meu grande anelo: ser poeta. Ou pelo menos, um arremedo. Não sei exatamente pra quê, num desses dias que a gente não encontra o que fazer de útil, fui fuçar na internet. Achei um site de um amigo no Rio de Janeiro chamado Sammis Reachers. Achei que se tratava de um americano. Pensei assim: __ puxa, um americano que ama meu país e organiza poesias de brasileiros e publica-as em seu blog.
No Blog do nobre desconhecido (hoje, amigo) estava um pedido para que o povo evangélico enviasse suas composições para serem postadas em sua página com o propósito de divulgar a poesia evangélica e por meio dela exaltar o nome de Deus.
Isso foi para mim um clique! Corri para casa, pequei uma folha de papel e escrevi minhas impressões sobre a noite. Depois de rascar papel e passar quase meia noite acordado compus um poema. Tomei coragem e o enviei para o suposto “americano”.
Fiquei morrendo de medo de o SAMMIS REACHERS (quando a gente não conhece bem uma pessoa tratamo-la com toda formalidade. Na minha mente só me referia ao Sammis pelo nome completo) dizer que aquilo não era poema. Que eu tomasse outro rumo.
Chegou um e-mail (ah! amigos, eu adoro receber e-mails). O Sammis dizia que gostou de meu poema e iria postá-lo em sua página. Nem esperei o tempo que havia pago na lan house acabar, corri pra casa e disse pra minha esposa esperando que ela partilhasse da alegria que eu estava sentido. Mas se ela não tivesse ficado alegre eu tinha alegria para dois, três, dez... pessoas.
Ansiosamente aguardei meu poema ser publicado. Aí ele aparece com uma imagem linda acompanhando as linhas e meu nome posando ao lado. Parece que o blog do Sammis era só meu. Os dias passaram e entupi o e-mail do meu amigo de outros e outros poemas. Coitado do Sammis! Outros e outros foram publicados pelo Sammis em seu “nascedouro de idéias”, seu blog.
Assim comecei minha carreira de poeta AMADOR. Não me considero um grande poeta. Apenas um poeta. E Deus vem me dando idéias para compor. Acabei criando meus próprios blog, mas faço questão de ter meus poemas publicados no www.poesiaevanglica.blogspot.com.
Mas, amigos chega uma hora que você precisa sair da fase de larva e se aventurar em novas composições. Enfrentei um problema: DIFICULDADE DE EXPRESSAR MINHAS IDÉIAS. Tomei algumas medidas: 1) orar a Deus pedindo que ele fizesse sua fonte de graça jorrar sobre minha massa cinzenta (deu certo. Voltei a compor); 2) Deus respondeu minha oração me guiando para ler textos e poemas de outros poetas que o SAMMIS tinha relacionado em seu blog.
Aprendi e estou aprendendo muito com eles. Forma, uso de palavras, idéias. Coragem para compor. Sou sempre muito grato a esses amigos distantes e ao mesmo tempo tão perto por estarem me ensinando a arte da composição. Passeis ame corresponder com alguns que por sinal me acolheram muito bem. Em homenagem a estes amigos compus alguns poemas.
Então, leitores, agora eu sei há tempo para tudo. Não se faz poesia só. Aprende-se lendo os poetas. A oração a Deus é uma grande ferramenta para a composição. Tem sempre alguém disposto a nos ajudar.
Desde muito cedo na vida quis ser poeta. Escrevi na juventude alguma coisa. Lembro-me de certo dia em que compus umas linhas e as apresentei a uma amiga de classe do antigo ginásio (quita a oitava série do primeiro grau).
O fiz todo entusiasmado, mas ela acabou com meu sonho de ser poeta. Entendam. O problema não foi ela. É que meu texto era mesmo ruim. O que se salvava dele era o desejo de querer compor. Por isso, durante muito tempo só guardei o desejo de ser poeta, aguardando com esperança o tempo da restauração de todas as coisas, quando lá no céu, no novo mundo que Deus criará, eu pudesse recitar versos ao meu Senhor e a Seu santo Cristo inspirado pelo amado Deus Espírito Santo. Vivi na esperança.
Declarava a todos que se Deus me permitisse nascer fisicamente outra vez e me fizesse a pergunta: que habilidades você gostaria de ter em sua nova fase? Eu sacaria meu esboço e diria: __ Quero três habilidades de Tua parte para mim. Primeiro gostaria de ser pregador. Segundo, gostaria de ser cantor e, terceiro gostaria de ser poeta. Eu não nasci fisicamente de novo, é fato. Mas por um grande milagre de Deus duas e meia dessas três coisas Deus me deu.
Duas e meia? Como assim? Sempre fui um sujeito falante. Lembro-me que ainda no ginásio fui líder de classe sem ter sido eleito para isso. A questão era que como eu falava muito o líder me punha para expressar suas idéias e eu ganhava a fama. O nome ajudou um pouco para eu ser um sujeito conhecido. Diga-se de passagem, quem tem um nome de Flor não passa despercebido. O dom natural da fala era o início de meu chamamento para o ofício pastoral (não o único). Função que exerço hoje com muita alegria.
Quando estava me preparando para exercer o ofício pastoral, fui para uma faculdade teológica. Participei de corais e tive aula de música e tenho uma voz harmônica. Então poso dizer que sou um “cantor meia boca”. Quando se faz necessário me apresento para liderar as músicas que cantamos em louvor a Deus na congregação.
Mas faltava meu grande anelo: ser poeta. Ou pelo menos, um arremedo. Não sei exatamente pra quê, num desses dias que a gente não encontra o que fazer de útil, fui fuçar na internet. Achei um site de um amigo no Rio de Janeiro chamado Sammis Reachers. Achei que se tratava de um americano. Pensei assim: __ puxa, um americano que ama meu país e organiza poesias de brasileiros e publica-as em seu blog.
No Blog do nobre desconhecido (hoje, amigo) estava um pedido para que o povo evangélico enviasse suas composições para serem postadas em sua página com o propósito de divulgar a poesia evangélica e por meio dela exaltar o nome de Deus.
Isso foi para mim um clique! Corri para casa, pequei uma folha de papel e escrevi minhas impressões sobre a noite. Depois de rascar papel e passar quase meia noite acordado compus um poema. Tomei coragem e o enviei para o suposto “americano”.
Fiquei morrendo de medo de o SAMMIS REACHERS (quando a gente não conhece bem uma pessoa tratamo-la com toda formalidade. Na minha mente só me referia ao Sammis pelo nome completo) dizer que aquilo não era poema. Que eu tomasse outro rumo.
Chegou um e-mail (ah! amigos, eu adoro receber e-mails). O Sammis dizia que gostou de meu poema e iria postá-lo em sua página. Nem esperei o tempo que havia pago na lan house acabar, corri pra casa e disse pra minha esposa esperando que ela partilhasse da alegria que eu estava sentido. Mas se ela não tivesse ficado alegre eu tinha alegria para dois, três, dez... pessoas.
Ansiosamente aguardei meu poema ser publicado. Aí ele aparece com uma imagem linda acompanhando as linhas e meu nome posando ao lado. Parece que o blog do Sammis era só meu. Os dias passaram e entupi o e-mail do meu amigo de outros e outros poemas. Coitado do Sammis! Outros e outros foram publicados pelo Sammis em seu “nascedouro de idéias”, seu blog.
Assim comecei minha carreira de poeta AMADOR. Não me considero um grande poeta. Apenas um poeta. E Deus vem me dando idéias para compor. Acabei criando meus próprios blog, mas faço questão de ter meus poemas publicados no www.poesiaevanglica.blogspot.com.
Mas, amigos chega uma hora que você precisa sair da fase de larva e se aventurar em novas composições. Enfrentei um problema: DIFICULDADE DE EXPRESSAR MINHAS IDÉIAS. Tomei algumas medidas: 1) orar a Deus pedindo que ele fizesse sua fonte de graça jorrar sobre minha massa cinzenta (deu certo. Voltei a compor); 2) Deus respondeu minha oração me guiando para ler textos e poemas de outros poetas que o SAMMIS tinha relacionado em seu blog.
Aprendi e estou aprendendo muito com eles. Forma, uso de palavras, idéias. Coragem para compor. Sou sempre muito grato a esses amigos distantes e ao mesmo tempo tão perto por estarem me ensinando a arte da composição. Passeis ame corresponder com alguns que por sinal me acolheram muito bem. Em homenagem a estes amigos compus alguns poemas.
Então, leitores, agora eu sei há tempo para tudo. Não se faz poesia só. Aprende-se lendo os poetas. A oração a Deus é uma grande ferramenta para a composição. Tem sempre alguém disposto a nos ajudar.
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Camilo Borges
Patrícia Neme: “ O livro da intimidade”
P.S.: Leiam autores que não são do mundo evangélico e aprendamos com eles também!
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