terça-feira, maio 29, 2012

Dois poemas de Noélio Duarte, do livro Missões, é tempo de avançar!



É tempo de avançar

Que tempo é esse?

Olhando tudo ao redor,
Vejo com preocupação
Um mundo cada vez pior,
Sem paz, vida e salvação!

É um tempo
De medo,
Ansiedade,
Impiedade;

De injustiça,
Maldade,
Crueldade...

De exploração,
Desavença,
Descrença...

De agressividade,
Ingratidão,
Complicação...

De abandono,
Insensibilidade,
Necessidade...

De indiferença,
Desilusão,
Omissão!

É o cenário cruel, de agora,
- São os desafios desta hora –
É uma realidade tão dura...
E a constatação é real:
Aumenta o pecado e o mal
- É o tempo da semeadura!

Cristãos,
O tempo de avançar chegou!
Jesus mesmo assim declarou:
“Levantai vossos olhos e vede:
É tempo de semear e colher,
Há muito trabalho a fazer...
Estou convosco, crede!”

E se o mal é devastador,
Jesus Cristo é resgatador,
E Ele nos deu uma missão:
Semear Sua Palavra de Luz,
O evangelho ao perdão conduz
- Salvar vidas está em nossas mãos!


HÁ FOME NA TERRA

Há fome na terra...
Fome, muita fome,
(E isto faz tanto mal...)
Fome que assola,
Fome que desola,
Fome: dor sem igual!

Há fome na terra...
Sim, fome que está aí:
Cerca-nos por todos os lados
E vemos seus resultados
Em cada vida a cair...

Há fome na terra:
Fome de alimento,
De sustento,
De sentimento...

Fome...
De atenção,
Aceitação,
Aproximação...
Fome, sim,
De carinho,
De caminho
De um tempinho...

Há fome, muita fome...
De calor,
De valor,
De amor...

De profissão,
De satisfação,
De realização...

De moradia,
De alegria,
De simpatia...

De escutar,
De aceitar,
De falar...

Há fome demais:
Fome que não passa,
Fome que arrasa:
Há fome de Paz!

Há fome na terra...
Como negar?
Como deixar?
Como disfarçar?

Sim, a fome é demais,
Toma os espaços sociais...
O clamor é crescente,
O grito é forte, urgente,
E não podemos negar mais!

Mas entre todas as fomes
Existentes entre nós,
Há uma fome premente,
Há uma fome inclemente,
Há uma fome insistente
Expressa em cada voz real
Que se ouve a clamar:
É a fome espiritual!

Foi o Senhor Jesus quem disse:
“Dai-lhes vós também de comer...”
“Não os deixe assim viver...”
“Mostre vida, expresse amor...”
Sim, alarguemos a nossa visão
- É preciso participação –
Nisto expressemos nosso vigor!

A fome de Deus é maior
- Talvez a fome pior –
Pois ela à morte eterna conduz...
E só pode ser saciada
Se a igreja conscientizada
Levar o Pão da Vida – Jesus!

Sim, Jesus é o Pão da Vida,
Ela sacia toda a fome!
Ele é a esperança,
Ele é a saída
Ele cura toda ferida:
Jesus – Há poder nesse NOME!

Do livro Missões, é tempo de avançar! (Editora Convicção, 2012) 

domingo, maio 27, 2012

FALANDO ENTRE VÓS COM SALMOS - Novo livro poético de J.T.Parreira para download



“FALANDO ENTRE VÓS COM SALMOS”

O mote para este trabalho poético-literário sobre os Salmos, foi-me dado por essa recomendação paulina aos crentes da Igreja em Éfeso, que lemos na Epístola 5, 19.
Partindo do estilo interno tradicional dos Salmos, usando um discurso poético contemporâneo, sem perda do lirismo e da linguagem que devem compor uma peça literária como um salmo, procuro num acto de pura poiética construir um poema-salmo. O alvo é tentar re-escrever do ponto de vista estético do poeta,  a valia espiritual de uma substantiva parte do saltério.

Assim, este primeiro volume , dedica-se a 25 cânticos davídicos, de 1 a 25; e o 2º volume, ainda em processo de escrita, tratará dos cânticos suplicantes, que englobará alguns salmos entre  o 44 a 106.

O Autor

Para baixar o livro, CLIQUE AQUI.
Para ler online, CLIQUE AQUI.
 



Quatro dos Salmos:


SALMO 4

A alegria de Deus
não é a alegria dos trigos abundantes
nem das uvas cheias de vinho
é muito mais
alimenta o sangue que entra e sai
no nosso coração
Todos os que buscam o que é falso
desconhecem esta verdade
e por isso a insônia
não lhes desce as pálpebras.


SALMO 8

Quando a terra deixar de girar
em torno do eixo que Tu, ó Deus
manténs ainda vertical, e o universo
deixar de ser uma seara infinita de fogos
controlados, então os homens
saberão como tem sido magnífico
o Teu nome! Como a tua majestade
é mais alta do que os céus!


SALMO 12

Os ímpios gerem os seus próprios lábios
cada palavra parece ser uma vitória
não sabem que em cada palavra
contra Ti, Senhor, se esconde
uma fissão do átomo.
Mas as Tuas mãos, ó Deus, ainda são
as almofadas do abrigo dos pobres.



SALMO 14

Os insensatos trazem à sua boca
o que não entendem e dizem
“Não há Deus”, os seus corações
são um poço de vento
Senhor, tu olhas desde o teu inefável
lugar para a humanidade
caixeiros-viajantes que vendem
a si próprios a morte
enquanto tu olhas como se o universo
todo fosse um vidro
através do qual teus olhos buscam
sem encontrar um sábio
e tocam
em alguém sozinho a precisar de abrigo.

quinta-feira, maio 24, 2012

Dois poemas de Marcos Soler



Além do Rio  

    A viagem é longa e cansativa,
às vezes tem bonança - muito mais tufão!
Na verdade: somos tristes peregrinos,
neste mundo de angústia e solidão!  
   
 Nossa vida é caminhar... Só caminhar...
Não há voltas no caminho, pois um dia!...
pequenino ou grande, rico ou pobre,
desceremos à campa: rude e sombria!    
  
 Ah! muito além daquele grande rio,
muito além da vida que a morte encerra,
há uma vida que é mais vida, sim!
A vida eterna que por nós espera!  
   
Além do rio não haverá mais noite,
ali não haverá maldição e dor,
nem sede, nem fome, doença não haverá!
Pois, Deus é quem reina - O reino do Amor!    
 
Oh! Senhor! admirável são tuas obras!
Os mares... Os rios... As estrelas luzentes...
Porém, de tudo que fez!... Não se compara:
A celeste morada de todos os crentes!...  
   
Ah! Eu quero ver Jerusalém celeste!
Suas ruas de ouro e rios de cristal!
De Jaspe!... Topázio!... Safira!... Esmeralda!...
Não há no universo beleza igual!      

Quero ver amigos que um dia partiram!
Ver o coro de anjos! O lindo Jardim!
Sim! Mas antes de tudo e de todos:
Quero ver aquele que morreu por mim!      

Jesus! Jesus! Morreu! Mas vivo está!
Ele é o caminho - Nele eu confio!
somente por Ele! Somente por Ele!
salvo e feliz chegarei: Além do Rio!  


 Ensina-me a Viver

p/Maurício e Adriane

Oh! Senhor! A vida é tão curta!
Uma fumaça que o vento espalha...
Quando no caminho vem a luta,
Muitas vezes a força falha!

Ensina-me a viver no mundo...
Sou fraquinho – mas tu é forte!
Quero viver cada segundo...
E não temer a negra morte!

Quero aprender contar meus dias,
Pois, passam tão rapidamente!...
Nas ilusões e fantasias...
Ao teu lado serei prudente!

Sem medo abraçar no caminho,
O que é bom e perseverar!
- Nas riquezas não ser mesquinho.
- Nas agruras não desanimar.

Pois, no crepúsculo da vida,
Velhinho!... Pouco posso fazer!
Por isso, Senhor! Te peço na lida:
Hoje e sempre: Ensina-me a viver!

Do livro Além do Rio (Editora Hosana, 2000)

sábado, maio 19, 2012

Dois poemas de Thiago Rocha



Minha Casa

Minha casa é pequena, simples, pobre,
Mas gosto dela e nela sinto paz...
Minha casa não tem brasão de nobre,
Pois a nobreza é o coração que faz...

Na minha casa um tosco pano cobre
A rude mesa e um velho banco, atrás,
Serve de assento, e, embora pouco sobre,
Há o bastante, que a todos satisfaz.

Minha casa não tem comodidade
Como os ricos palácios da cidade,
Mas foi um lar assim que eu sempre quis.

Lá, todos se amam, querem bem aos seus
Na minha casa pobre eu sou feliz.
Porque nela “buscamos sempre a Deus”.

in Vida Cristã


Fatal Negligência

Sonhei num sonho triste, impressionante,
Que um grande amigo me dizia adeus...
Havia dor expressa em seu semblante...
E lágrima a correr dos olhos seus...

O caminho! O caminho? Será distante?
Quem me pode guiar os passos meus?
Ó, meu amigo, parto neste instante,
Sem saber o caminho para Deus...

Foi um aviso, sim, eu bem senti
Que do Evangelho nunca lhe falara...
E ao telefone fui, correndo, para

Levá-lo à decisão por Cristo, ali:
“Onde está, por favor, o amigo meu?”
E do outro lado disse a voz: “Morreu!”

in Raio de Luz

segunda-feira, maio 14, 2012

Dois poemas do Pr.Assis Cabral


Edward Hicks

Noé

Aí vem o dilúvio. Entra sem demorar
Na arca que construíste em anos, muitos anos
Leva a tua mulher, filhos, noras... Os danos
Que a terra vai sofrer quem pode calcular.

O famoso Noé, duma fibra sem par,
Obedece ao Senhor. Seus esforços insanos
Valem pela vitória. É que os divinos planos
Cumprem-se para a raça humana destroçar.

As águas em porções crescem por todo o mundo
E as fontes abismais do pélago profundo
Rompem-se. A mortandade é pavorosa até.

E a arca vai subindo além dos altos montes
Até surgir o sol nos claros horizontes
Levando o homem de Deus o intrépido Noé.


De Longe...

Venho de muito longe, exausto da jornada,
Das praias, areais, penhas rijas, abrutas,
Em refregas cruéis, nas mais duras labutas,
Com sombra, chuva ou sol, ventos ou invernada.

Venho do interior, da capina e a roçada,
Das viagens sem fim, dos prados e das grutas,
Dos dias de bonança e do fragor das lutas.
Venho qual peregrino ao fim da caminhada.

Venho do Seminário, a casa da virtude,
Do púlpito, pioneirismo e da seara rude...
E quanto essa lembrança me enche de saudade!

Por que não retornar à infância, ao tempo moço?
Ao passado distante e não mais me remoço?
Estou na senectude. E vem a Eternidade.

In O Jornal Batista

domingo, maio 13, 2012

Grupo Poesia Evangélica no Facebook



Contamos agora, no Facebook, com o grupo Poesia Evangélica. Nele, além das atualizações do blog, publicamos muitos outros textos e imagens, e os membros podem publicar textos à vontade.  

Se você tem interesse, participe deste espaço de confraternização e cultura: http://www.facebook.com/groups/35625181819/

sexta-feira, maio 11, 2012

Um poema de Rosa Leme para o Dia das Mães




Doce Som


Voz leve, mansa.


Sua voz é amor,
O som.
Ser mãe é um Dom!


Sua voz,
Sua voz é o canto em verso
É a rima em prosa...


Sua voz transmite amor,
Sua voz é leve como o toque
Da fina neblina nas pétalas da flor...


Como sua voz é formosa!
Sua voz é suave, cheirosa
Como o desabrochar de uma rosa.


Sua voz,
É como o grito sem eco,
Como a essência do silencio...
Como a meiguice da paz.


Sua voz,
Sua voz é deleite...
É como o sussurrar lento
E suave do vento...


Sua voz é divina!
Cheia de graça...
Sua calma traz sossego
Traz paz na minha alma.


(Provérbios 30:29.)
Muitas filhas têm procedido virtuosamente,
Mas tu és de todas é a mais excelente!


Rosa Leme

quarta-feira, maio 09, 2012

Uma Muralha de Deus Chamada Mulher - Poema de José Britto Barros


Tony Karp


Uma Muralha de Deus Chamada Mulher


Um dia Deus criou uma muralha
A fim de proteger muitas pessoas...
E aí ela está, quase não falha,
Fazendo sempre muitas coisas boas.


Como escrava ela fez cesta de palha
Para salvar Moisés! Ganhou coroas...
Disse a Cristo também: Dá-me a migalha
Pois minha filha só Tu abençoas!


A muralha de Deus por este mundo,
Em toda parte e com amor profundo
Realiza o melhor onde estiver...


Tem gestos de bondade e sentimento,
Está pronta a servir qualquer momento.
Deus, quando a fez, chamou-a de MULHER!


Do livro “Doce mãe, Querida mãe, Imortal!!!”

Via blog do Filemon Martins - http://filemon-martins.blogspot.com.br

domingo, maio 06, 2012

Cristianismo e Literatura



Rodrigo Silveira
http://bibliotecaimbb.blogspot.com.br 

C. S. Lewis*, ao ser questionado sobre se Teologia é Poesia, respondeu que não (o texto da resposta está contida do livro O peso de Glória). No entanto, não há dúvidas de que idéias teológicas podem ser veiculadas sob a forma literária. O próprio C. S. Lewis utilizou a ficção para transmitir idéias teológicas bastante relevantes e profundas. As Crônicas de Narnia são um belo exemplo de como a Literatura pode exprimir mensagens bíblicas de uma forma simples e didática. Além das Crônicas, é possível ressaltar dentro da obra de Lewis o conto O Grande Abismo e sua Trilogia Espacial.

A Bíblia mesmo usa em diversas vezes a Literatura para expressar as verdades a respeito de Deus e de sua relação com o homem. Conforme o comentarista das Escrituras:

"Repetidas vezes, o Antigo Testamento irrompe em poesia. Até mesmo as suas narrativas são ornadas aqui e ali com uma parelha de versos, ou com uma seqüência mais longa de versos para ressaltar qualquer fato memorável (...), e esta é a forma que, de modo predominante, suas profecias assumem. Embora os Salmos formem o corpo principal de poesias nas Escrituras, (...) eles mesmos estão cercados por poesia e estão arraigados numa tradição poética longa e popular" (Kidner, Derek. Salmos 1-72: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1992)

Dois livros do Antigo Testamento, em especial, são compostos por poemas, os Salmos e Cântico dos Cânticos. No Novo Testamento, os evangelhos mostram que Jesus freqüentemente lançava mão de um tipo de texto literário chamado "parábola" de forma a ilustrar vários de seus ensinamentos. Segundo Bailey: "As parábolas de Jesus são uma forma concreta e dramática de linguagem teológica que força o ouvinte a reagir. Elas revelam a natureza do reino de Deus e/ou indicam como um filho do reino deve agir" (Bailey, Kenneth. As parábolas de Lucas. São Paulo: Vida Nova, 1995, p. 14). É bastante significativo que Jesus tenha usado a Literatura como forma preferencial de exposição das verdades do Reino de Deus, considerando que Ele é o modelo de Mestre para os cristãos. Nesse sentido, os ensinamentos de Cristo apontam para o fato de que determinadas idéias teológicas só podem ser bem expressas literariamente.

A propósito, poderíamos trazer um grande número de exemplos de obras literárias que veiculam importantes idéias teológicas: A Divina Comédia de Dante aborda aspectos da soteriologia e da doutrina do pecado; O Paraíso Perdido de Milton fala sobre a natureza do mal e da idéia de rebelião contra Deus; vários do romances e novelas de Tolstói e Dostoiévski tratam de assuntos bastante afetos à doutrina cristã. Dostoiévski, nesse sentido, acreditava que a arte literária tinha uma missão cristã relevantíssima em seu contexto ao se contrapor ao niilismo ateísta nascente na Rússia do século XIX, decorrente da importação das idéias revolucionárias européias.

A eficiência da arte literária para expor e divulgar idéias teológicas pode ser exemplificada pelo relato de Muggeridge citado por Philip Yancey em seu livro Alma Sobrevivente:

" No início da década de 1970, Malcolm Muggeridge ouviu, para sua surpresa, que membros da elite intelectual da União Soviética, ainda sobre o regime comunista, estavam experimentando um reavivamento espiritual. Um dissidente russo que vivia exilado na Inglaterra disse-lhe que virtualmente todo escritor artista ou músico de renome estava explorando questões espirituais. Muggeridge relata: 'Perguntei-lhe como aquilo poderia estar acontecendo, dados os esforços de lavagem cerebral anti-religiosa sobre os cidadãos e a ausência de literatura cristã, inclusive os evangelhos. Sua resposta foi memorável. Ele disse que as autoridades esqueceram de suprimir as obras de Tolstói (1828-1910) e Dostoiésvki (1821-1881), as mais perfeitas exposições da fé cristã dos tempos modernos.'" (Yancey, Philip. Alma sobrevivente. São Paulo: Vida, 2004, p. 128)

Com isso, Yancey nos mostra que a preocupação de Dostoiéski com a missão cristã da literatura não foi em vão, pelo contrário, agiu significativamente na vida de muitas pessoas ao longo de várias gerações.

Um outro livro de Philip Yancey, Muito mais do que palavras, mostra como os mestres da Literatura influenciaram os escritores cristãos. Lá é possível verificar como o pensamento de autores como Eugene Peterson, de Madaleine L'Engle e do próprio Yancey foi influenciado por artistas como John Donne, Flannery O'Connor, Ray Bradbury, J. R. R. Tolkien. O fato de que a Literatura possui esse poder de influência sobre a cosmovisão dos leitores gera uma responsabilidade para o cristão: não desprezar essa forma de arte.

De fato, os textos literários têm a capacidade de expressar as verdades da fé de um modo tocante, inspirativo e instigante. Por isso, é preciso ler e fazer Literatura para a glória do Senhor. Tendo isso em mente, iniciaremos uma nova série de posts em que reproduziremos algumas obras importantes da Literatura brasileira e mundial dedicadas a inspirar o louvor a Deus e à reflexão sobre importantes temas do Cristianismo. A maioria de textos reproduzidos será de poemas em razão das limitações próprias do formato de um blog, porém ocasionalmente será possível reproduzir também pequenos textos em prosa. Esperamos que todos se sintam inspirados e motivados a fazer a cada vez mais a vontade de Deus por intermédio dessas obras memoráveis.

*Aproveite para baixar o artigo 'Cristianismo e Literatura', de C. S. Lewis. O artigo foi traduzido por Gabriele Greggersen, e está em pdf. Para baixar, clique AQUI.

sexta-feira, maio 04, 2012

Quando eu era menino lia o Salmo oitavo - Novo livro de J.T.Parreira para download



A poesia de J.T.Parreira é poesia maior. É poesia que, ao ser lida, inevitavelmente produz a libertadora (e infelizmente rara) sensação de uma lufada de ar que nos eleva e, de roldão, transmigra-nos de nosso dia-a-dia corrido e muitas vezes repleto de sensaboria, para a dimensão poiética, de enlevo, fascinação e gozo auferidos pelas palavras  ao serem laboriosamente re-alinhadas para que ofereçam o seu melhor.

Nesses 29 poemas, escritos entre fins de 2011 e início de 2012, o vate português dá provas de seu dom de ampliar, ou melhor dito, alar as palavras, trabalhando os temas bíblicos, reafirmando poeticamente sua transcendência divina, ao re-capturar e re-vestir o que eu chamaria de seu élan  (ímpeto, vigor) devocional, como no poema que inspira o título do livro (O Salmo VIII), ou neste Pró Salmo 121:

Elevo os meus olhos para os montes
e há um monte deles
mesmo em frente,  quando caminho
no cimo dos montes as Tuas mãos
fazem o resguardo do abismo
a minha fadiga é soletrada nas palavras
com que peço socorro, o meu olhar
por isso se alonga, outras vezes
vou mais depressa
pareço um adolescente a distender as pernas
e corro sem temer o sol
nem os mistérios da lua.
Sou tão pouco perante os montes
mas eles ficam para trás e não são
mais do que poeira amontoada.

Como editor, me regozijo em oferecer aos leitores mais este volume, pequenina cornucópia de pérolas - a serem degustadas com os olhos da alma. E singela amostragem do melhor da poesia evangélica produzida atualmente em nossa língua.

Sammis Reachers

Para baixar o livro, clique AQUI.
Para ler online, clique AQUI.

terça-feira, maio 01, 2012

Despedida de um Velho Pastor - Um poema do Pr. Agenor Mafra




Despedida de Um Velho Pastor


Oh! Adeus rebanho que Jesus um dia
Com bondade extrema a mim entregou
Com grande alarido eu então dizia:
Velarei de noite, lutarei de dia
Pra servir-te, oh Cristo, pronto estou


Cheio o meu surrão, pronto o meu cajado
Suarento o sol, friorento o luar
A subir montanhas, a passar valado
Ia conduzindo o meu rebanho amado
Sob a graça eterna, sob eterno olhar


Tenho envelhecido com as serras brutas
Onde nascem murtas, onde medra a flor
Assentado em pedras ou dormindo em grutas
Sem cessar jamais as terríveis lutas
Pelo santo rebanho do meu Salvador


Hoje derreado, de pernas quebradas
Da tristonha tumba só distante um pé
Onde as minhas lutas? Onde as invernadas?
Nada mais me resta de ilusões passadas?
Oh, crepita ainda no peito a fé


No ostracismo agora, oh pastor bendito
Venho a ti em pranto, ouve o meu clamor
Tu onipotente, tu Deus infinito
Ouve a oração deste pobre aflito
Ao rebanho amado manda outro pastor

Via blog do Gladir Cabral - http://www.gladircabral.com.br
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