sexta-feira, setembro 28, 2012

Dois poemas de Sol Andreazza


Pavio em Flor

E disse: Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, vá agora o Senhor no meio de nós; porque este é povo de dura cerviz; porém perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado, e toma-nos por tua herança. - 
Êxodo 34:9

Havia ali,
rosa vermelha habitava
em meu esquecimento

Entre espinhos,
sangrava inerte toda vida
ao redor ferindo

Ao invés de pétalas,
labaredas a consumir e cegar e ferir
denunciavam toda aproximação

Indesejada,
havia nela uma semente
de dura-fria solidão

Como pode gelo em fogo?
Como pode?

Como pode a suavidade incinerar?
Como pode?

Como pode o anseio de um toque escravizar na distância?
Como pode?

Ah! Flor de dura cerviz
O Senhor achou graça de ti

Enviou Teu Santo Espírito
a te consumir em tuas incoerências

Pavio em flor tu és hoje
Azeite fresco alimenta o fogo do Espírito

Balsamo suave te trouxe novo aroma
abraçada és hoje em calor de afeto


Onde estava eu?

Onde estava eu?
Levado pelas ondas para sabe-se lá onde

Onde estava eu?
Pobre, podre cega e suja... Perdida

Onde estava eu?
Ah... tão perto de Gileade

Onde estava eu?
Quando Aquele que é Exaltado me tomou em seus braços

Onde estava eu?
Quando Aquele que é Exaltado me lavou com o próprio sangue

Onde estava eu?
Quando Aquele que é Exaltado sarou todas as minhas dores e feridas

Onde estava eu?
Quando Aquele que é Exaltado deu-me vestes novas brancas de louvor


Havia um bálsamo
Ahhhh
Havia um bálsamo

Havia um bálsamo
Quando Aquele que é Exaltado
Sarou-me

Havia um bálsamo
Onde hoje estou imersa
Limpa

Havia um bálsamo
Onde hoje estou imersa
De vestes brancas e de louvor

Hoje estou segura
Nos braços d'Aquele que é Exaltado
Que acalma o mar
E dá ordem aos ventos

Hoje eu e meu Amado
Caminhamos juntos
e em paz,
Estou imersa em seus ensinamentos

TE AMO JESUS!!!

Visite o blog da autora: http://sol-andreazza.blogspot.com.br

segunda-feira, setembro 24, 2012

MISSÃO POESIA, e-book poético de Marvin Cross


O jovem poeta Marvin Cross, editor do blog Missão Poesia, acaba de lançar e disponibilizar para download seu livro homônimo, reunindo poemas já publicados no blog, além de outros inéditos.

Você pode baixar o e-book clicando AQUI.

Três poemas do livro:

LO-DEBAR*

Quem sou eu, ó rei, para que uses de bondade comigo?
Eu, que não passo de um cão morto, imundo
De onde vim é escuro, densa terra do silêncio

Quebraram-me os pés, não posso andar
Ainda criança me tornei um manco humilhado
Mataram meus sonhos, ó Rei, fui machucado

Eu tinha futuro predestinado, a perder de vista
Palácios, luxos, riquezas e domínios
Mas indefeso caí, tão frágil fui à ruína

E agora tu vens, ó rei, a fim de me restituir
Tudo aquilo que um dia eu tive, e perdi?
Eu que quase fui um príncipe, posso outra vez sonhar?

Arrancaste-me da terra de minhas feridas
E puseste esperança diante de meus olhos
Estarei à tua mesa para cear contigo, ó Rei bondoso!

Quebraram-me os pés, silenciaram minha alma
E quando nada me restava, além de solidão
O bondoso Rei me aquece o coração

Quem sou eu, ó Rei, para usares de bondade comigo?
Sou agora um homem digno, de olhos erguidos
Nunca mais, Lo-Debar, lugar escuro de silêncio...

* Referência para este poema: 2Samuel:9



ORAÇÃO DO EU

Que eu seja uma voz de esperança, em vez de medo
Que eu possa vestir a roupa da verdade, em vez de um disfarce
Que eu saiba dar a outra face, em vez de mostrar os dentes
Que eu entenda um pouco de arte, em vez de amordaçá-la

Que eu tenha o dom de escutar mais, em vez de tentar calar
Que eu possa reconhecer outras belezas, em vez do meu próprio espelho
Que eu consiga ser menos ranzinza, em vez de brigar com o mundo
Que eu creia mais em Deus, em vez de despejá-lo à toa pelos lábios

Que eu seja capaz de ajudar a subir, em vez de chutar para cair
Que eu guarde minha boca do mal, em vez de jorrá-lo como ouro pela saliva
Que eu seja pacífico, em vez de estimular a vingança e a violência
Que eu ame sem salário, em vez de impor o valor da recompensa

Que eu pare de reclamar da sorte, em vez de birrar como criança mimada
Que eu esqueça dos pecados passados, em vez de trazê-los da tumba
Que eu ore e agradeça por tudo, em vez de pensar só no que me falta
Que eu abrace com braços de afago, em vez de dar abraços gelados

Que eu tenha a ignorância de uma criança, em vez da sabedoria maligna de adulto
Que eu louve e cante para um Deus real, em vez de um deus efêmero
Que eu limpe meu coração dos rancores, em vez de regá-los com água do ódio
Que eu chore nos colos do Pai, em vez de engolir pílulas de depressão

Que eu sirva com boa vontade, em vez de cobrar qualquer palavra dita
Que eu me desvie das sombras estranhas da noite, em vez de namorá-las
Enfim, que um dia possa eu, em minhas quimeras
Chegar a um mínimo de minha humilde oração, quem dera!


(CH)OREMOS AO SENHOR

Orar, como nunca oramos antes
Uma vez ao menos, um esforço somente
E veremos tal grandeza de milagres
Perpétuo socorro vislumbrado

Orar, mas com muita, muita fé
Um grão de mostarda regado com lágrimas
Tocar a Deus, lavar seus pés
Apresentar diante Dele nossas almas

Expor nossos corações sangrados
Manchados retratos de nossas sombras
Cantar, dançar, louvar, ex-ter-nar
Pôr pra fora toda a dor, descarregar

Chorar, prantear do ponto mais fundo
Oremos com o rosto em pó, clamemos
Clamemos por toda dor desse mundo
Ao Senhor, Senhor, como santos O adoremos

quinta-feira, setembro 20, 2012

Três poemas de Francisco Carlos Machado


        
                   XII

Este livro de capa preta,
antologicamente organizado em versos
dos mais diferentes estilos,
me leva para dentro de mim,
e sempre na experiência de lê-lo
encontro minha alma e o meu coração.
Nele bilhões de leitores sabem que
a verdade máxima é simples
e fora puramente revelada,
sendo possível ouvir a voz de Deus nos desertos,
nos cumes dos montes,
e no mais profundo íntimo dos homens.

É certo que a mitologia grega,
todas as crenças remotas
e a esperança messiânica dos judeus
e de outros povos, nele se materializou
em um carpinteiro que não tinha onde declinar
a cabeça, amava as crianças, as prostitutas
e os pecadores pobres e ricos,
no qual andando com eles interagia e os fazia sorrir.
E tudo demonstra que realmente ele é o Cara
que todas as civilizações dispersas de Babel sonhavam.

Este livro de capa preta é o mais bonito,
e o mais perigoso da história.
O clássico que fez surgir santos,
e também alimentou confusão e loucura,
na mente de muitos que no folhear de suas páginas
nada entendem e jamais entenderão suas linhas.
Devido a isso as piores guerras estrondaram,
derramando sangue de inocentes
e de exércitos de ignorantes.

Ele é o outro pão que diariamente me alimenta
nas escuridões e nos dias claros da existência.


                      XIII

A estrela da manhã aproxima-se.
Há pesar abundante na atmosfera,
e nos insones olhos meus.
O silêncio sensível, a escuridão de outrora,
se esvaem, abeira-se a aurora.

Não se ouve mais grilos e caninos,
somente operetas de galos e galinhas,
nos poleiros tênues dos quintais vizinhos.
           E do jambeiro, alvoradas de pardais.

“Ainda nem se fez manhã.
Eis-me aqui a Te buscar.
Sem ti a vida é vã,
sem razão passará”.

E primeiras lágrimas rompem,
em emocionantes canções matinais.
O sobrenatural passa a ser real.



      Na Hora Marcada

O último raiar do sol ilumina
toda a montanha atrás da Igreja.
E ressoam leves badaladas de sinos.

Defronte da sua casa,
sentada numa cadeira de balanço,
uma velha amiga olha a cena
encontrando alento.

No alto da outra montanha,
meninos alpinistas caçando o pôr- do- sol,
gritam para outros embaixo,
no vale sem gramínea.

E em seu quarto semi-escuro
o poeta em oração.
Ele fala para Deus de amigos,
de incompreensões expressadas,
que desejam tornar o poeta
cubo de gelo em sol pino.


segunda-feira, setembro 17, 2012

Assim Cantaria Barrabás, poema de Myrtes Mathias


Assim Cantaria Barrabás

Desde criança venho perseguido
por um destino sem contemplação:
para dormir eu encontrei a rua,
nada cobriu minha pele nua,
para comer fui mendigar o pão.

Assim cresci em minha muda espera,
na obsessão de um dia me vingar
do sentimento que meus pais negaram,
do abandono a que me condenaram
não tendo tempo nem para me amar.

Tornei-me salteador...

Parava, às vezes, mudo, pensativo,
no ermo perdido, fraco, incapaz;
olhando o céu e desejando um fim:
- Por que Jeová, Tu me fizeste assim,
porque nasci imundo Barrabás?

Até que um dia (pois há sempre um dia
no destino bom ou mau de cada um)
ouvi de um Homem vindo da Judéia,
que milagres houvera lá na Galiléia,
que mortos reviveram em Cafarnaum.

E a pergunta que havia em meu peito
fez maior. E, sem poder conter
o desejo de ver o tal Messias,
que mensagem nova nos trazia,
saí, buscando-O, e me prender.

Dias depois, na solidão da ceia,
um soldado irônico me chama:
- Vem, Barrabás, que amanhã é Páscoa,
vem sentir como o povo te ama, te ama...
Sigo tremendo...
De Pilatos a voz estranha, horrível,
abafa a algazarra enlouquecida:
- A quem agora desejais soltar,
a vosso Rei, que vos quer libertar,
ou Barrabás, que tem roubado vidas?

E a multidão satânica delira:
- Ai falso Rei, Tu não escaparás!
Foi sacrilégio o que fizeste aqui:
dizer-te Rei do trono de Davi.
Na cruz o Cristo! Solta Barrabás!

E só então o Homem condenado
volta os olhos para me encarar.
Por que me olha assim com tal doçura?
Dessem-me a cruz, a forca e a tortura,
mas nunca a força e o amor dAquele olhar.

Levam-no ao Gólgata. Tomam os madeiros
e no maior passam a prender Jesus.
Amedrontado e cheio de aflição,
atravesso a imensa multidão
e oculto-me aos pés daquela cruz.

E vejo o Mestre receber vinagre,
em meio a revoltante zombaria;
Vejo sua carne pálida rasgada,
Sua cabeça de espinhos coroada e
“os soluços imensos de Maria”.

E eu, salteador que o povo inda temia
(que pelos meus altos merecia a cruz),
suplicando, dirijo-me a Maria:
-Responda-me: quem é este Jesus?

E Madalena, quase num soluço:
- É o Cristo. É Deus, portador da paz.
Por nosso amor abandonou o céu,
era um cordeiro, transformou-se em réu;
morre em lugar do imundo Barrabás.

E vi, então, a própria natureza
mergulhar em trevas, enquanto Jesus,
clamando: “Está consumado”,
morria, para que eu fosse libertado,
sobre uma cruz – minha própria cruz...

Assim cantaria Barrabás o seu poema,
Se a História o quisesse contar.
E tu, que tens ouvido há tanto tempo,
porém não tens crido,
que o próprio Deus morreu em seu lugar?

Chamas maus os que mataram o Cristo;
mas podes tu viver em paz?
Mataram a Cristo os teus desatinos.
És também um louco assassino:
- Diante de Deus tu és Barrabás.

Via blog http://porcausadaflor.wordpress.com (acesse e leia muitos outros poemas).

quinta-feira, setembro 13, 2012

Dois poemas de Oséias Gama



Resposta a um Ateu

Existe, muito embora tu descreias
E menosprezes sua essência eterna.
Um Deus que o mundo incrédulo governa
E em cujas semelhanças tu te enleias.

Relança a vista para as noites cheias
De estrelas lindas – na estação hiberna,
Escuta a voz da patativa terna
E o som das águas a jorrar das veias.

Consola as dores dos humildes tetos,
Perscruta o abismo incógnito das lousas
E sonda os microscópios insetos.

Verás somente, pois que crer não ousas,
Que Deus agindo em seus ditames retos
Para harmonia universal das cousas.


A Partilha
(Baseado no conto de Coelho Neto)

Ia alta a noite... Chuva penetrante
caía no tugúrio abandonado
da mãe faminta que ao regaço honrado
tentava a custo amamentar o infante.

Era somente um filho ali restante
que ainda resistia ao choque ousado
da tísica que tinha dizimado
aquela geração agonizante...

Esforço vão... Baldada tentativa...
Daquela fonte nada se deriva
que transformasse sua dor em brilho...

Pranteia o filho a falta de alimento,
e a mãe dizia olhando o céu nevoento:
- “Não faça bulha, vá dormir, meu filho!”

in O Jornal Batista (Junho/1953)

segunda-feira, setembro 10, 2012

Um poema de Karen Gritti Sutil



O Senhor responde ao clamor

Senhor ouça minha voz.
A angústia está atrás de mim,
O medo veio me visitar.
Eu não sei o que fazer para expulsá-lo
O teu Espírito Santo é bem vindo em minha vida.

O Teu santo nome é o que eu clamo
No dia da angústia.
Os teus ouvidos estão atentos para o clamor.
Não me escondas a Tua face,
Responda-me mais uma vez

Tu és santo e digno de todo louvor
Adoro a ti por que me salvas das mãos do inimigo
Tua fidelidade é para sempre
É por isso que o milagre que preciso em Ti eu espero
Pois o Senhor é o todo poderoso e me ama,
E Aquele que me ama é eterno.

sábado, setembro 08, 2012

Dois poemas de Murilo Fernando Gatti


Escritor dos Escritores

Página virada
Novas linhas sendo escritas
Pelo Escritor dos Escritores
Aquele que é dotado da primaz sabedoria
Aquele que é cheio de profunda criatividade
Características estas quais ninguém pode compreender

Como compreender tal grandeza?
Como compreender tal habilidade?
Daquele que escreveu os meus dias
Assinou a minha salvação com Seu sangue
No livro da vida, no livro da vida

Página em branco
Com lápis, canetas celestes
A minha história é escrita
Conhece-me antes mesmo do meu nascimento
E desde a fundação dos séculos
Já tem certeza da vontade plena que tem para mim



Por Mim, Para Mim

Limpa-me
Conduz-me a parecer mais Contigo
Restaura-me
Ao Plano Escolhido antes de minha formação

Antes da madre me escolheste
Meu nome em Teu livro escreveste
Nem o porvir me separará
Nem a morte me roubará
Do Teu Cuidado, do Teu Amor

Renova-me
À mente do meu Salvador
Guia-me
Para a Plenitude do Teu Favor

Não eu Te escolhi
Mas Tu me escolheste a mim
Anunciarás Tu coisas grandes e ocultas
Que ninguém sabe
Teu Trono, Tua Unção
Teu Sangue, A Redenção
Por mim, Para mim


Visite o blog do autor: http://www.refugioodeumsonhador.blogspot.com.br

quarta-feira, setembro 05, 2012

Três poemas de Darci Corval


SOLIDARIEDADE

Se estou nu, tu me vestes?
Se com fome, me sacias?
Se com sede, me dessedentas?
Se enfermo, me socorres?
Se em prisão, me visitas?

Se assim ages, tu me amas;
Se me amas, a Lei cumpres;
Se a Lei cumpres, fazes bem.

Amar ao próximo e a Deus
É o maior dos mandamentos:
Foi Jesus quem ensinou...

Ele mesmo é quem promete
Dar posse do Reino aos justos:
Àqueles que, nesta vida,
Aos pequeninos socorrem,
Não lhes deixando faltar
Pão, carinho e amor!

AINDA HÁ TEMPO

Se ao longo de tua vida
jamais separaste tempo
para agradecer as bênçãos recebidas,
aproveita agora esta oportunidade
e a Deus eleva uma prece.

Pede-Lhe que perdoe a tua ingratidão
e, com quebrantado coração,
humilha-te diante do Eterno.

Sentirás, com certeza,
a inundar-te o ser,
a paz de Cristo,
que só podem ter
os que O buscam
de todo o coração.

Experimenta agora, enquanto há tempo!
não sabes se terás a mesma sorte
de poderes resgatar, antes da morte,
esta dívida que tens com o Senhor.
Portanto, não mais esperes;
sê grato a Deus!


UM LUGAR PARA O REI

Não era uma noite qualquer.
Um sentimento diferente
Aquecia os corações dos habitantes de Belém.
Seria a movimentação dos peregrinos
Que à cidade chegavam para o alistamento?
Talvez!...
O reencontro com amigos;
A procura de abrigos...
Tudo parecia irreal.

A pequena Belém, de repente,
Se viu multipovoada.

Não era, apenas, o ir-e-vir
Em busca de hospedagem.
Havia um clima de suspense,
Como se algo extraordinário
Viesse a acontecer.

E, em meio a essa expectação,
Quando já todos dormiam,
Um choro de bebê,
Ouvido, apenas, por seus pais
E animais que, com eles,
Dividiam a estrebaria!...

O irreal aconteceu;
Tornou-se realidade.
Um Rei nasceu;
E seu berço...
A tosca manjedoura!

Um rei na estrebaria?!

Sim. Dormindo, calmamente,
Naquela manjedoura.

Será que estou sonhando?
Não é possível!...
Tivemos todos nós o mesmo sonho?
Os anjos anunciaram e cantaram!
Então, vamos conferir!


Chegaram os pastores
E encontraram o Deus-menino-
O Emanuel- como os anjos descreveram:
-Envolto em panos,
Tendo, por berço,
A manjedoura.

Não havia lugar,
Outro lugar mais digno
Para O acolher?
Um Rei, o Rei dos reis aqui?!
..............................................

Ainda hoje
Ele procura lugar para Se abrigar
E não encontra.
Você se indigna com tal situação?

Então, deixe-O entrar
E definitivamente morar
No palácio real,
Que é o seu coração.

segunda-feira, setembro 03, 2012

Antologia de Poesias Natalinas

Livros recentemente adquiridos: Memórias do Nazareno, de José Britto Barros; Águas de Descanso e Arte de Viver, de Thiago Rocha; O Natal de Cristo (coletânea); Flores de Minh'Alma, de Rosa Jurandir Braz; Inspirações do Ocaso, de José Bezerra Duarte.

Depois da Breve Antologia da Poesia Cristã Universal, iniciei os trabalhos para a realização de uma antologia de poemas natalinos (ainda sem título), da lavra de nossos grandes poetas evangélicos de ontem e de hoje. Além de ser um manancial reunindo farta produção temática, sobre esse momento central da história humana, o nascimento de nosso Salvador, a antologia será também pretexto para a realização de talvez a maior seleta de poesia evangélica até aqui aventada. Isso porque meu objetivo é reunir versos de poetas atuais, mas também dos grandes nomes de nossas letras evangélicas, nomes que andam esquecidos como Manuel da Silveira Porto Filho, Benjamin Moraes Filho, Stella Câmara Dubois e muitos outros, diversos dos quais sequer tendo sido publicados aqui, neste blog.

Para tal intento, tenho adquirido mais livros antigos, através de sebos virtuais, como por exemplo os da foto acima. E contamos agora com as edições digitalizadas de O Jornal Batista (em http://www.batistas.com), onde é possível ler quase um século de edições, em cujas nobres páginas sempre se faz presente a poesia. Contamos também com as prestimosas ajudas dos poetas Filemon Francisco Martins e Pérrima de Moraes Cláudio, que tem nos ajudado com o envio de muitas colaborações e informação.

Que os irmãos possam orar por este objetivo, para que até inícios de dezembro esteja disponível para download gratuito esta nova e necessária antologia, uma homenagem ao nosso Senhor, um presente aos leitores e um merecido tributo aos nossos poetas de Deus.

Paz!

sábado, setembro 01, 2012

Entrevista com o Poeta e Pastor Carlos Nejar


       As letras e a Palavra sob a ótica de Carlos Nejar
Originalmente publicado em http://pibnet.com.br
Carlos Nejar, casado com Elza Nejar, pai de 4 filhos, pastor há 2 anos na Comunidade Evangélica do Deus Vivo, no Rio de Janeiro. Procurador de Justiça aposentado é poeta, ficcionista, crítico e ocupa a 4ª cadeira na Academia Brasileira de Letras. É autor de vários livros internacionais e cerca de 50 títulos publicados no Brasil.
O que Jesus representa em sua vida?
Tudo. Ele vive sem mim, mas não vivo sem Ele. Rick Warren expressou com felicidade, citando Cl 1.16 - "Pois todas as coisas, absolutamente todas nos céus e na terra, visíveis e invisíveis começaram, Nele e Nele encontram seu propósito". Ainda mais que só podem chegar a Deus Pai, através do Filho, Jesus. Por remir todas as raças, crenças e nações, como diz no Apocalipse. O Cordeiro, o único digno de abrir o Livro da Vida e da Eternidade. Há que viver a Palavra que se revela em vida e plenitude.

Qual é sua relação com a Palavra de Deus?
Minha relação é total! É o centro. A Palavra nos purifica e nos salva. Cremos através de ouvir a Palavra de Deus, assim, a Palavra é o princípio e o fim de nossa fé. O centro da ComunidadeEvangélica do Deus Vivo, na Urca a qual sirvo com o Ministério, é a Palavra de Deus.

Como poeta, qual sua análise dos livros poéticos da Bíblia: Salmos, Eclesiastes e Cantares?
Os Salmos nos falam da glorificação a Deus -"tudo o que tem fôlego louve ao Senhor"; Cantares fala do amor entre Jesus, o noivo e a Amada, a Igreja fiel; o Eclesiastes nos põe diante do tempo que passa, a sabedoria de viver em Deus. Ainda estamos no antes, vendo os sinais do depois: "Antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro; e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço. E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu" (Ec 12.6-7).

A internet é um risco para literatura impressa?
Não. Completa com nova instrumentação. O único risco é o da burrice ou ignorância, que não vêm, felizmente, da técnica sabiamente utilizada. É como a pá, o arado e o trator.

O que representa a honra em fazer parte da Academia Brasileira de Letras?
A Casa de Machado é o privilégio de conviver com grandes inteligências, algumas geniais - deste País. E presidentes, ministros, embaixadores, educadores e a maioria, grandes criadores de nossa literatura. A corrente de Machado pugnou pelos escritores e Joaquim Nabuco, pugnou pelas personalidades eminentes. Há ali um constante diálogo de cultura, sejam nas conferências abertas ao público nas terças, seja nas publicações, sejam nas duas bibliotecas, ambas primorosas. E o importante: A Academia se abriu para o povo. E o povo para a Academia, hoje a mais valiosa entidade cultural da América Latina.

Como está a academia hoje?
Tem avançado no tempo, para que a poeira não a enterre. E a imortalidade, como afirmava Sartre, deve voltar-se para a vida. Cícero Sandroni foi um grande presidente, com visão institucional. Atualmente o Ministro Marcos Vilaça dirige a instituição e é um homem voltado para o coletivo e a modernidade.

50 livros publicados, cada um deles é especial, certamente é como se fosse um filho, mas fale de um em especial?
Sim, os livros não são apenas nossos filhos, muitas vezes são nossos pais. Nascemos deles. Mas há um que amo sobremaneira e está esgotado – Todas as fontes estão em ti. Foi editado em 2000 pela Eclesia e ganhou o prêmio do melhor livro religioso do ano, em S. Paulo. Fala da vinda de Jesus (mantidas as distâncias) - é o meu Cântico dos Cânticos.
Tenho novidades editoriais: a primeira é “A Poesia Reunida” pela Ed. Novo Século, de São Paulo, “História da Literatura Brasileira”, ampliada até autores atuais, pela ed. Leya; a publicação até junho de “Os Viventes”, em 3ª edição, com mais de 300 novas criaturas, formando uma espécie de Comédia Humana em miniatura. Trabalho há mais de 30 anos essa obra, sempre em progresso. Penso que agora é a versão definitiva.

Como foi a chamada de Deus para ser um pastor?
Passei vinte e seis anos na Igreja de origem presbiteriana (Igreja Cristã Maranata) e ali Deus já me usava com graça na Palavra. Dali desliguei-me fraternalmente, depois que em 11 de janeiro de 2008, pela Igreja da Assembléia de Deus, Tabernáculo de Israel, fui ungido. Havia sinais há mais de dois anos, prenunciando a unção e eu protelava. Antes, em sonho , recebi de Deus o nome do Ministério - Ministério do Deus vivo, que assumi na plena alegria de servir.

Qual é o seu autor brasileiro preferido?
Na nossa literatura, para mim, há Machado de Assis e depois, Guimarães Rosa, de Grande Sertão Veredas. Poetas, Drummond, João Cabral, Jorge de Lima e Cecília Meireles.

Qual é sua opinião sobre as recentes declarações de José Saramago sobre a Bíblia?
Na capa do Jornal de Letras, de Lisboa, de 21 de outubro de 2009, lê-se “José Saramago – o peso de Deus!”. E Deus não é peso para quem o conhece ou aceita. Ao contrário, leva sobre si todo o nosso peso, infortúnio, enfermidade. E é quem nos liberta e restaura. E digo isso por experiência própria. Não é a soberba humana ou a petulância que o tocam. Está acima dos conceitos. Acima da luciferina inteligência. E Saramago não deixa de ser um predicador às avessas. E por mais que vocifere ou raciocine, não mudará Deus num til. [...]

Qual é seu maior sonho?
Estar com Deus, o dia mais jubiloso, Aquele que é meu Amigo e é fiel. Antes, guerrear pela Palavra, para que o maior número de vidas sejam salvas. Quero subir com uma multidão, fazendo com que Deus alcance também os grandes deste mundo. Já dei há muito o primeiro passo - como ensina Rick Warren - os demais são de Deus em nós.

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"Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará sem dúvida com alegria, trazendo consigo os seus molhos"(Salmos 126.6). Não viemos para a derrota, viemos para fazer a diferença. Não viemos para ser cauda, mas cabeça. Louvado seja o Senhor, por isso!
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