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sexta-feira, agosto 09, 2013

Um poema para o Dia dos Pais, de Ivone Boechat


MEU PAI
Gosto de rever
a imagem forte do meu pai,
tremendo o assoalho
ao caminhar.
É doce me lembrar
como se temia
quando ele perdia
a abotoadura,
o guarda-chuva,
a chave de fenda!
Hoje é lenda:
a figura enigmática,
a disciplina dura,
a rotina sistemática.
Pai não morre,
corre na frente
pra levantar o segredo do véu
e guardar pra gente
o lugar mais estrelado
 do céu.

CLIQUE AQUI para poemas para o Dia dos Pais

segunda-feira, agosto 22, 2011

Dois poemas de Sidinei Bühler Kauer




Até a Morte


Tentei ganhar o mundo,
Mas ele me ganhou.
Não quis ser humano,
Mas a humanidade me conquistou


Eu era alguém até ganhar o dom,
Agora sou poeta.
Não sou gente, pois sou diferente.
Não sou alienígena, pois minha mente é vívida.


Mas sou normal,
Mesmo não querendo ser.
Sou gente,
Mesmo não querendo parecer.


Descobri que o único jeito de viver
É morrendo.
O único jeito de ser diferente
É sendo igual.


Alguém sempre está a procurar,
Mas poucos conseguem achar.
Espero ser uma vela,
Para na busca ajudar.


Mas se não puder ser,
Quero ser a faísca que acende a chama.
Quero é ajudar,
E, se não puder, ao menos não atrapalhar.


Enquanto existirem as estrelas no céu,
Quero continuar a expressar minhas idéias.
Caso impossível isso seja,
Vou escrever até o dia que meu dom perder.


Até o dia que meu espírito falhar.
Se minhas mãos não puderem escrever,
Vou ditar.
Se minha voz acabar, vou arranjar outro jeito de profetizar.


Mas, de onde cheguei não voltarei.
O que criei, criei.
O que fiz está feito.
Só Deus pode mudar o que já fiz.
Só ele pode permitir que eu faça mais.


Do livro 'Nem todas as perguntas têm respostas; mas todas as respostas têm perguntas'.




Papai É Meu Herói


Papai está limpando o potreiro
E eu pequenino
Brincando debaixo das vassouras...


Mamãe novinha ainda
Pega no pesado com o Pai.
Ela é criativa
E me dá uma jarra


Eu colho as hortelãs
Papai abre a emenda da mangueira
Enche a jarra
E então faço meu chazinho.


As horas passam e fico com fome
Mamãe tão querida trouxe uma trouxinha
Lá dentro está a comida
E um café gostoso.


Depois de encher a barriga
Continuo ajudando.
Piso em um cupinzeiro
E de dentro sai um cobra dançando.


Mamãe leva um susto
Papai seguro pisa a serpente.
E dou um pulo
Nosso herói me deixou contente!


Depois de findar o dia
Voltamos para casa.
Atravesso a pinguela
E visito a vovó.


Sentada do lado
De seu fogão a lenha
Chama-me para o colo:
- Meu neto venha!


Sonda como foi o dia
E eu feliz conto
Que passei o dia limpando
O nosso campo.


Conto minhas peripécias
E ela lembra a bondade de Deus.
Antes de voltar
Tenho que dizer ao vô “schlaf gut”.


E assim termina o dia,
Onde meus pais trabalharam
E ainda me fizeram pensar
Que eu também estava trabalhando.


E de fato fui parte do trabalho,
Dei alegria a meus pais!


Papai do céu,
Quero te fazer feliz!
Obrigado por me deixar estar contigo
Enquanto o Senhor trabalha.


E depois de tudo,
Ainda poder achar que fiz alguma coisa.
E fiz,
Eu te fiz sorrir Papai!


Te amo Papai.
Eu sei que você me ama.
Cuida pra cobra não me pegar,
Tudo que quero é Te ajudar.


Vamos limpar o potreiro
Tirar tudo que é inço.
Ele ficará lindo
Quando for limpo por inteiro.


E então vamos brincar...
E falar para sempre
Sobre meu Papai herói
Que me salva!


Ef 5.1 "Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados..."


Visite o blog do Pr.Sidinei: http://newsbkauer.blogspot.com

sábado, agosto 07, 2010

Um poema de Rosiane de Deus Bueno

*

Paizinho...

Hoje eu precisei de Ti
Desesperadamente...
Como alguém falto de ar
Alguém fraco e triste
Sufocada pelo medo
Hoje precisei de Ti
Como nunca antes
Como o sedento caminhando
No deserto quente da prova...
Com os pés feridos do caminhar
Hoje como eu precisei de Ti...
Minhas lágrimas corriam
Elas clamaram por mim
Pois minha voz enfraqueceu
Pelos gemidos constantes
Hoje precisei do Teu colo
Do aconchego do Teu abraço
Do Teu beijo na minha testa
Espantando todo o medo
Hoje eu precisei da Tua voz
Dizendo que me ama
E que está tudo bem
E que Você está aqui

E Te encontrei...
Corri pros Teus braços
Numa calma brisa Te achei
E pude então respirar...
Senhor... obrigada...
Obrigada por nunca me deixar sozinha...


Visite o blog da autora: http://sendomoldada.blogspot.com

sexta-feira, agosto 07, 2009

Um poema de Gióia Júnior, especial para o Dia dos Pais

*

Em homenagem ao Dia dos Pais, publicamos aqui o terno poema Uma Vida em Minha Vida, escrito pelo saudoso poeta Gióia Júnior em homenagem a seu pai, Pr. Raphael Gióia. É um poema longo e permeado por uma doce tristeza, mas belíssimo. Que ele possa nos fazer refletir – para aqueles que já não tem mais seu pai consigo, que esse texto possa evocar as melhores lembranças; e para os que os tem, vivos, que faça com que eles sejam valorizados ainda mais.

Boa leitura!

UMA VIDA EM MINHA VIDA


Perdi-o.
Não o tenho.
Telefonarei para sua casa, e da distância, voz um tanto
abafada, palavras de ternura de rosa (desta mesma rosa
amarela que está sobre a mesa em que escrevo)
ele não falará comigo.
Irei buscá-lo em meu pequenino carro barulhento, para
as longas visitas habituais, e ele não irá comigo.
Não estará mais lendo em sua biblioteca (a imensa
colméia de onde vinham seus sermões). Não virá mais orar
à cabeceira de minha cama, quando eu estiver doente.
Seu púlpito está vazio.
Tristemente vazio.
Onde os largos gestos firmes?
As mãos para traz
e o corpo todo sentindo o sermão na ponta dos pés?
Onde o timbre da voz,
doce e penetrante,
metálico às vezes,
outras vezes aveludado?
Nos aniversários, não lerá para nós o salmo predileto.
No Natal, enfeitará de saudade nossas possíveis alegrias.
O terno preto dos domingos, levou-o um pobre.
O chapéu inconfundível,
real como uma vida,
dorme sobre o cabide.
Não há mais sol ou chuva
que desçam sobre sua cabeça pintada de neve.
“Eu irei para ele, porém ele não virá para mim.”
Não o tenho. Perdi-o.
Há coisa mais triste?

II
Eu era pequenino, de calças curtas.
Igreja Paulistana há alguns decênios. Dona Ida, Dona
Paula, Dona Noêmia, Seu João Donatz, Arnaldo de Matos,
Furtado de Mendonça, Dona Dagmar, Dona Alcina, Diácono Iraci.
Na escola dominical eu teria de dizer uma poesia.
Uma das primeiras poesias que disse em minha vida.
Ela falava de um pai que ia ficando velho,
cujos cabelos embranqueciam.
Falava do filho que não queria perder o pai.
Naquele tempo meu pai era moço e forte.
Olhos de brilho penetrante. Cabelos negros.
Não consegui declamar a poesia até o fim.
Chorei.
Seu Mendonça chorou, me carregou no colo. Papai chorou.
A Igreja chorou.
Isto foi há muitos, muitos anos.
Que gostosa aquela tristeza!
Eu era menino, papai era moço –
Havia uma longa vida pela frente.

III
Levou-me pela primeira vez ao Colégio. Eu e Paulo.
Ao Colégio Batista da mesma Rua Homem de Melo, nas Perdizes.
O Diretor era Mister Morgan.
As professoras eram Dona Ludmilla, Dona Leleza.
Dona Leleza que tocava piano enquanto a gente
do Jardim da Infância dormia.
Paulo não quis ficar. Fugiu. Fui atrás dele.
Meu pai ria, ria, ria.
No Jardim, eu repetia para os coleguinhas
toda aquela belicosidade de meu pai.
Um dia agarrei um santinho do peito de um menino,
joguei-o ao chão e provoquei:
- “Não é santo. Piso nele e ele não faz nada!”
- “Quieto menino, respeite a religião dos outros.”

IV
Foi meu Professor de Português.
Preparou-me para o admissão.
Graças ao seu grosso lápis vermelho e azul,
tirei as melhores notas e aprendi a conjugar os verbos,
especialmente no imperativo negativo e positivo.
Fomos para Campo Grande.
Ele foi meu professor nos 4 anos de Ginásio.
Dava notas mais rigorosas para mim.
Eu caprichava nas composições,
mas os colegas tinham notas mais altas que as minhas.

Um dia fiz a composição de outro colega.
Tirei nota inferior.
Ele soube depois e riu muito.
- Tenho que puxar pelo meu filho.
Quero que ele saiba mais que os outros.

V
Leu meus primeiros poemas:
- Não está bom não, filho, está um tanto forçado.
Poesia é algo muito natural. Assim como a respiração, entende?
Nada o satisfazia.
Queria que o filho escrevesse melhor.
Um dia escrevi um poema para mamãe,
que estava doente e longe da gente.
Levei ao escritório para que o lesse.
Leu-o e não disse palavra.
Tirou os óculos, enxugou uma lágrima.
Depois me abraçou e chorou. Chorou muito.
Chorava e ria como o faria muitas vezes vida à fora –
Foi o maior elogio que fez a um poema de seu filho!
Prefaciou gulosamente,
de olhos arregalados como uma criança que come um doce,
os dois primeiros livros que escrevi.
Era o primeiro a ler qualquer poema que eu escrevesse.
O meu crítico, o meu orientador, o meu amigo.

VI
Aos dez anos me batizou,
ali no batistério da Primeira Igreja Batista.
Era uma noite fria.
Salústio Areias também foi batizado no mesmo dia.
Eu tinha tido sarampo.
Disseram que era perigoso uma recaída.
Ele não acreditou nisso.
Fez questão que o batismo fosse naquele dia.
- “Meu filho (para os outros dizia, meu irmão)
renovas a tua profissão de fé,
consciente e livre
feita perante a Igreja e perante Deus”
- “Renovo!” - respondi, rouco e tímido.
Eu estava amedrontado.
Levantou a mão direita. Colocou a esquerda sobre o
meu ombro. Baixou a cabeça e exclamou em alta voz:
- “Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho
e do Espírito Santo. Amém!”
E, me olhando por cima dos óculos,
falou baixinho aos meus ouvidos:
“não tenha medo”.
E por suas mãos firmes e enérgicas
belas e claras,
fui mergulhado nas águas batismais.

VII
Fez o meu casamento na Igreja do Brás.
Chamou Dinorah num canto e disse brincando:
- Se algum dia ele judiar de você, venha à minha
Casa e se queixe. Puxo as orelhas dele.
Minha nora é minha filha.
- Numa fria e cinzenta manhã de junho,
ficou torcendo comigo para que o meu primeiro filho
fosse um homem:
- “Vai ter o meu nome, será o neto!
Quando crescer vai herdar de você
o grande relógio velho do meu escritório, que foi de
meu avô e de meu pai.”
Aquele mesmo relógio para o qual escrevi uma elegia.
- É menino!
Chorou comigo. Chorou e riu como tantas vezes o faria vida a fora.
Fomos juntos, como dois colegiais, registrar o meu primeiro filho.
Depois veio Rosely e a alegria foi a mesma:
agora era a netinha.
Chorou comigo. Riu comigo.
Fomos juntos, conversando como dois companheiros,
registrar no Cartório do Brás
a menina que trazia tanta alegria ao nosso lar.

No Hospital das Clínicas,
a maior preocupação do Erasmo era a saúde de meu pai.
- Não quero que ele venha aqui. Não quero que ele se impressione.
Como está papai?
- Papai está bem!
Paulo não chegava de viagem sem que viesse tomar a
bênção de seu velho pai:
- Ando meio preocupado, papai está um tanto abatido...
Erasmo foi chamado à Glória de Deus.
Paulo foi fazer companhia a Erasmo.
Vovó foi também cantar louvores no céu!

Papai está bem!
Como está bem? Tem chorado muito!
Chorado sem que ninguém o veja.
Escondidinho no escritório.
De noite, quando os outros dormem.
Saudades que seu coração quase não suporta.
Muitas vezes esteve à beira da morte,
e as orações dos crentes de todo o Brasil o fizeram sarar.

- Quando Deus tiver de me levar,
a Igreja nem saberá que estou doente,
para que não tenha tempo de lutar com Deus,
pedindo a minha cura.

VIII
Quantas visitas fez?
Quantos sermões pregou?
Em quantos Estados semeou?
Quantas almas levou para o aprisco do Mestre?
A quantos confortou, esclareceu,
encaminhou, dirigiu, ensinou, orientou, guiou, salvou?
Não sei. De uma coisa sei, “que eu era cego e agora vejo”!
Foi o Billy Graham caboclo,
o Moody de Piracicaba.
Sem recursos, sem equipes, sem meios,
sacudiu a Pátria com a sua palavra simples,
direta, humana, enérgica,
convincente, comovente,
plena do poder do Espírito Santo.

IX
Perdi-o.
Não o tenho.
Desejarei falar com ele,
como quem morre de sede,
e ele não ouvirá a minha súplica.
Trocarei bens e glória
e prazeres e planos
por uma migalha de seu sorriso,
por uma gota do brilho dos seus olhos.
Não sorrirá. Não me verá.
Dele resta o grande vazio que ninguém preenche.
Um nó em minha garganta,
as mãos trêmulas, os olhos vermelhos.
Enquanto morria,
seus colegas pastores estavam à sua cabeceira.
Ele respirava compassadamente.
Não via, não falava, não se movia.
Apenas respirava.
O seu sopro parecia o bater nervoso
das asas de um pássaro ferido.
Eu, Guta, Elza Helena, Maria Helena, Lídia Helena e
mamãe chorávamos um choro manso,
sem gritos, sem revolta, sem blasfêmia.
A respiração foi se ralentando.
Foi murchando lenta e suavemente. Parou.
Pastor Erodice recitou e todos nós repetimos:
- “O Senhor nos deu, o Senhor nos tomou.
Bendito seja o nome do Senhor!”

X
D. Gláucia Petcov olhou para mim e repetiu baixinho
um trecho do meu poema VEM DOCE MORTE:
“... és um sussurro manso...”
pela certeza de que
“os que crêem NELE ainda que estejam mortos,
viverão.”
Felizes, porque
“Uma mui feliz cidade existe
além das brumas e da cerração.”
A Jerusalém excelsa onde não há mais pranto nem dor.
A Cidade Santa.
Quando deixávamos o Araçá, Dinorah sentiu as primeiras dores.
Menos de duas horas depois,
Deus, no seu infinito amor,
mandava o meu terceiro filho – o Rubinho.
O netinho que o vovô não conheceu.
O netinho que alegrou o coração da vovó
e do papai e da mamãe e dos tios,
no dia em que nosso tesouro ficava no Araçá.
http://poesiaevanglica.blogspot.com
XI
Registrei meu filho no Cartório do Brás.
Guta foi comigo.
Papai não assinou como testemunha.
Papai não está mais com a gente.
Perdi-o.
Não o tenho mais!
Não o terei mais! Nunca mais!
Nos aniversários, não lerá para nós o salmo predileto.
No Natal, enfeitará de saudade nossas possíveis alegrias.
O terno preto dos domingos, levou-o um pobre.
O chapéu desabado, cinzento, fosco,
murchou como estranha flor.
Os cãezinhos não farão mais festas a seus pés.
Os canários, aos quais levava alpiste todas as manhãs,
não cantarão mais para seus olhos de menino feliz.
Não dará mais o braço à minha mãe,
na caminhada terna e carinhosa dos domingos.
Os vizinhos não dirão mais:
“Vão eles de braços dados. Parecem adolescentes.
Dois namorados, isso é o que parecem.”
(Minha mãe,
minha linda mãe, filha de um corajoso espanhol de Málaga,
é uma rocha em frente ao mar.
Batida pelas ondas e pelos cortantes ventos da costa.
Em três anos perdeu a mãe, o marido e dois filhos.
Mas é quem nos consola,
quem nos conforta,
quem nos encoraja.)
Não morreu, no entanto.
Está no trabalho que fez,
nos livros que escreveu,
nos sermões que pregou, nas almas que levou a Cristo,
na Igreja que dirigiu.
E em mim.
No que penso, no que falo, no que escrevo, no que vivo.
Meu exemplo, meu estímulo, meus poemas, minha saudade.
Minha enorme saudade.
Minha vida.
Uma vida em minha vida!

Do livro '25 Anos de Gióia Júnior' (Editora Betânia).

Você pode ler muitos outros poemas de Gióia Júnior clicando Aqui, Aqui e Aqui. E AQUI, um pouco da história do poeta, que foi também político e apresentador de televisão.

sábado, agosto 09, 2008

Um poema para o dia dos pais, de Ivone Boechat

AMOR DE PAI

O amor de pai é indiscutível:
mão calejada, camisa suada,
pressa, canseira,
doação,
o pai é avalista
dos erros na contramão.

O amor de pai é visível:
joelhos dobrados,
prece escondida,
braços abertos,
olhar de ternura,
perdão.

Pai é alguém muito especial:
produtor,
diretor,
ator, figurante
do filme, ao vivo, em cores,
com o roteiro da vida escrito
nas linhas de sua mão.

terça-feira, junho 26, 2007

Um poema para um pai, um poema para uma mãe

PAI

Eu quisera vencer o firmamento
e penetrar nos céus, na eternidade,
para dizer-te, ó pai, nesse momento,
a amargura que sinto, que me invade!

Quisera ter de Deus consentimento
para transpor o espaço, a imensidade,
e contar-te da mágoa e do tormento
de um coração que chora de saudade.

Pois quando tu partiste deste mundo,
meu sofrimento se tornou profundo,
que a minha vida consumindo vai...

Porém, nos vendavais dos empecilhos,
que eu possa palmilhar os mesmos trilhos,
que nesta vida palmilhaste, pai!

Filemon Francisco Martins
[Clique aqui para ler mais textos do autor].


A MÃE

Para MJP

Poucas letras sabe, as pérolas
são o filho, a filha, os netos
toda a filosofia
não é mais do que seus dedos
quando tínhamos tão frágeis
os cabelos
a sua geografia é pouca
é a beira
do sol no Alentejo
poucas letras sabe
de história, só como foi
tão dura a vida
e da arte pouco ou nada
jamais soube da orelha
cortada de Van Gogh
conhece Deus
e esse saber é o bastante
para nos trazer a vida iluminada.

João Tomaz Parreira
www.papeisnagaveta.blogspot.com.
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