sábado, maio 24, 2025

PRIMEIRESSÊNCIAS, novo livro de poemas de Sammis Reachers (baixe grátis!)

 


O verso força e aplaina seu caminho, escolhe seu momento, gerencia seu parto. Se nunca disseram, vai aqui: um poema não precisa de ninguém, malgrado a vaidade passional de seus fantoches. Bem, pelo menos desta espécie são os versos que formam este Primeiressências.

Meu livro anterior, Cartas e Retornos, nasceu num momento convulso, em pandemia, mas seguindo um projeto editorial de certa forma linear, fincado a eixos temáticos que lhe direcionaram ou estabilizaram o voo, sem limitá-lo, facultando até um maior alcance.

Primeiressências é como uma feira de domingo, com bananas e morangos, grãos e temperos, miúdos de porco e roupas de crochê.

Dividi a obra em certas seções: O Ofício e a Meta, com metapoemas e versos sobre a condição de estar poeta ou escriba, essa miséria luminosa; Primeiressências, a feirinha de totens e sintagmas; Menino, com versos de maior nostalgia ou biografados; A Missão, com poemas iluminados pela alegria de Cristo; Do Amor, com textos espontâneos sobre ele, seguindo uma linha iniciada em meu livro Poemas de Amor em Trânsito. Por fim, Experiessências, com alguns poemas visuais e pseudo-concretos.

No mais, este é só mais um livro de poemas, que podem cuidar de si mesmos.

O livro está disponível em formato eletrônico (e-book em pdf, gratuito) e impresso.


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O livro impresso (formato 14 x 21cm, 142 páginas) está disponível diretamente comigo, ao preço de 30 reais, já com o valor do frete incluído. Escreva para meu e-mail ( sreachers@gmail.com) , ou entre em contato pelas redes sociais.







sexta-feira, maio 16, 2025

Cinco poemas de Natanael F. de Melo

 



Mateus vinte e quatro

 

Após Jesus Cristo
explicitar os
pecados dos fariseus
e a profecia
de Jerusalém,

Ele foi para o
monte das Oliveiras.
Chegaram os
Seus discípulos
e perguntaram-Lhe:

“Quando nos
acontecerá
a tua vinda
e a consumação
de todas as coisas?”

“Sejam prudentes,
ninguém vos engane.
Virão muitos cristos,
isto é, mentirosos
que dizem ser eu

– pois, quando eu vir,
não serão
necessárias
apresentações.
Todos verão e saberão.

Aqueles enganarão
muitas pessoas.
Guerras entre
nações e reinos
(ainda não é o fim)

acontecerão,
juntamente a
fome e terremotos,
mas isto é somente
o princípio das dores.

Ainda, surgirão
falsos profetas
com vis doutrinas
e outra vez
a muitos iludirão.

Neste tempo,
o ódio do mundo
por todos os Meus
mostrar-se-á
forte e rude.

Todas as nações
procurarão
vossa matança
por causa
do Meu nome.

Haverá
escândalo,
traição
e amargor
uns para os outros.

Na multiplicação
da iniquidade,
o amor de
quase todos
se esfriará.

Todavia,
todo aquele
que perseverar
até o fim
será salvo.

O evangelho
do reino
por todo o mundo
será pregado,
para testemunho

para todos
os povos.
Então, virá o fim.
Minha noiva já
não mais sofrerá.”

Proclamemos
para todos!
Jesus está voltando!
Falemos de Cristo
pra que Ele venha.

 

 

Alvo

 

Bancos vazios podem ser vistos
nestes lugares que não existe
perseguição. De fato, triste,
nada parece ir contra isto,

contradição. Mas sofrimento
pelo Senhor já foi usado
fazendo os crentes espalhados,
dando pra igreja crescimento.

A liberdade que nós temos
neste gigante, colossal,
tem feito nosso afã banal,
pois o final vai ao que queremos.

O fogo por missões ‘cabou-se,
não plantam mais, não buscam os molhos
nem para os próprios volvem os olhos;
o amor de quase todos foi-se.

Boa vida nos acomodou,
tirou de nós precioso foco:
almas perdidas e doentes
que só de Cristo necessitam.

Cristão, não deixe tradição,
rito ou cultura a fé virar.
Por favor, Jesus, vem nos relembrar
de proclamar a salvação.

 

 

À procura de Deus

 

Afirmou certo homem “Preciso estar com Deus”
e, perguntando a todos que encontrava,
diversas respostas ouvia.

Um dizia “Está Deus nos lugares altos, distantes
e inacessíveis”, outro falava “Está na minha igreja
e somente nela, venha nos visitar, segue a gente
no Instagram ;)”. Ouviu também “Deus não é, apenas
se sente e no fazer coisas boas Ele se faz em você”
e não pode deixar de escutar “deus não existe”.

Como não sabia o que fazer – por isso perguntou –
decidiu de tudo experimentar para encontrar Deus.

Ao que disse “deus não existe”, não deu ouvidos,
pois queria, mais que tudo, encontrar Deus.

Decidiu seguir o conselho dos atos bondosos,
da energia positiva, do passaporte da bondade
para o céu. Enquanto fazia voluntariado em países
de terceiro mundo, alimentando pobres e ajudando
no ensino de crianças carentes, percebeu que uma
falsa espiritualidade, baseada em vanglória,
aos poucos o convencia de que ele era bom
o suficiente para conseguir um espaço no pós-vida.
Percebeu também que havia esquecido do Deus
que procurava, já que tinha criado seu próprio deus
dentro de si. Triste, voltou para casa.

Lembrou-se do convite moderno e despojado
daquela igreja que pregava ser a única habitação
de Deus na terra. “Deus só pode estar lá”, pensou.
No primeiro e último culto que esteve, percebeu
que Deus não estava ali também. O ego de todos
era afagado com músicas centradas na necessidade
de Deus precisar deles e não o contrário. Depois
veio uma palestra motivacional afirmando ainda mais
a sensação de bem-estar, na manipulação dos sentidos
para que, novamente, uma falsa espiritualidade houvesse.

Por último, deu chance à quietude e, na meditação
e na transcendência do espírito, no alto das montanhas
e na reclusão social, esperou Deus aparecer.
Mas ele encontrou seu espírito vazio.
Deus não estava nos lugares altos e quietos,
nas igrejas movimentadas e bem-quistas,
no fazer o bem.

Entristecido por não encontrar Deus pelos próprios meios,
por conselhos humanos, retirou-se e em casa, ficou só.
Ali, em secreto, procurou Deus em espírito contrito,
arrependido. Então Deus, em secreto e espírito, Se mostrou e,
através de Sua palavra, deu direção ao homem que o procurava.

 

 

Amor e ensino

 

O que podemos fazer
para cativar
quem nos ouve?
Muito para se ler
sem a mente alcançar,
o que houve?

Se enche o ar da sala
de ideias retumbantes
e novas tecnologias.
Porém ao coração se calam,
Tudo redundante,
a mesma metodologia.

Da plateia cheia
no fundo se levanta
uma mão trêmula.
Tenha escrito, então leia.
O que propõe? Com tanta
força, levanta sua flâmula.

Já pensaram no ensinar
com amor igual ao Mestre?
De nada adianta livros mil
e Nele não se inspirar,
como um qualquer que palestra
sem amar seus ouvintes a fio.

Formadores se calaram,
no olhar se manifestou
o peso de pensar errado.
Outros o ouviram
e há quem diga que gostou,
mas não queria ser taxado.

 

 

Ruge, outra vez, a gana atroz

 

Ruge, outra vez, a gana atroz
deste mudar só por mudar,
o novo quer, falta de ar,
é contumaz e faze a sós.

O que virá e o que já foi
na mesma página se encontram,
o coração afoito amparam,
se lembra qual ardor diz oi.

Contrapõe, pois, o grito íntimo
‘inda mais forte do seu peito,
o espelho fita e nos céus feito

o mais singelo dentre os ínfimos,
ou, pelo menos, pensa ser.
De Deus preciso no meu ser.


Visite o site do autor, e leia dezenas de outros poemas: https://cristaoepoeta.wordpress.com/


terça-feira, maio 06, 2025

Três poemas de Rogério Godoy

 


ERGA-TE

 

Quando tiveres fome, comas de meu pão.

Quando tiveres sede, bebas de minha água.

Quando tiveres frio, agasalha-te em meu corpo.

Quando tiveres medo, esconda-te por trás de mim.

Quando te sentires só. Chama-me e eu não tardo a chegar.

Quando estiveres perdida(o), tua bússola serei,

para ao caminho certo te guiar.

Quando estiveres com problemas,

busca-me e te direis como o resolver.

Quando por um motivo qualquer,

as lágrimas encharcarem a seus olhos, com suavidade,

a cada uma delas, com as pontas de meus dedos enxugarei.

Quando a tristeza te invadir o coração,

use e abuse de minha alegria.

Quando o estresse te fazer querer gritar, use os meus ouvidos;

mas com cuidado para a meus tímpanos não estourar, 

pois para mim um castigo seria, a sua voz não mais poder escutar.

Nesta luta, tu nunca só estará.

Quando a verdade a seu lado estiver, e isso justo for,

contra tudo e contra todos, estarei sempre pronto para te ajudar;

nem que seja para do chão te levantar,

em meu colo te pegar, para o caminhar continuar.

Mas, se certa não tiveres, nem justo fores,

assim mesmo comigo conte;

nem que seja para de teu erro te convencer,

e a seu lado estar em seu humilhar, sua cabeça levantar,

e dos ataques dos cruéis de proteger.

Sozinha, tu nunca estarás;

desde que, a seu lado quiseres que eu venha, sempre estar.

 


GALERIA DA DOR

 

Relato de um menino...

Menino, um dia criança...

Criança, um dia de rua...

Criança gente... gente criança:

 

“Eu sou gente!”

 

Sou gente que procuro gente

que absorva meu amor ardente,

num compasso desencontrados

onde gente passa por indigente.

 

Sou gente que procura gente

que me torne verdadeiramente gente

e não do mundo uma vertente,

tirando-me da testa o rótulo de indigente.

 

Sou gente que se mistura com gente

branca, negra ou transparente...

O que importa é ser gente

e não um simples indigente.

 

Sou gente... do cantor a repente

que a muitos faço contente

com versos e prosas cantadas

numa alegria... de mim ausente.

 

Sou gente que ao abismo passa rente

por haver gente que não me vê gente,

e sim uma triste figura

de um desprezado indigente

 

Sou gente, elo da corrente

de um mundo obscuro e incoerente,

que até certo ponto...

não deixa de ser atraente.

 

Sou gente... humildemente gente,

um tanto eloquente como contundente;

mas que no fundo é apenas gente

que merece ser amada como gente...

 

Simplesmente gente,

e não... como simplesmente e vulgar indigente.

 

 

SAUDADES DO PAI

 

Senhor, inclina teus ouvidos para mim

e ouve nessa hora a oração que a ti faço.

Peço-te que me permitas subir em teu colo

e encostar minha cabeça em teu peito.

Bem sei eu, Senhor,

que lugar melhor não há para eu estar.

Como eu queria Senhor “retornar” ao jardim,

onde contigo “me encontrava” a cada crepúsculo.

Quero de onde eu estiver, a tua voz conseguir e poder ouvir,

quando a meu nome tu chamares;

a tudo largarei e correndo a teu encontro irei.

Em teu pescoço quero pular e me agarrar,

não te soltar até sentir seus braços me afagarem;

enquanto giramos juntos

à luz de um lindo final de tarde em teu jardim;

o jardim que tu preparastes só para me encontrar; o teu/meu jardim.

Quero ter um encontro de meus olhos com teus olhos,

e ter meu pecado constrangido e vencido por teu santo olhar.

Senhor, despido dos trapos de imundice, que no dia a dia,

a meu corpo cobrem, quero me banhar e submergir em tuas águas.

E quando de tuas águas, eu sair meu Senhor,

me dê novas vestis, para o continuar;

pois a sujeira de minhas vestes, me trazem vergonha

e retardam meu caminhar.

Senhor, assim como para com Estevão tu fizeste,

também para comigo se faça;

quando chegar a hora de a mim recolheres,

quero a tua face contemplar, antes mesmo de a meus olhos fechar.

Hoje, Senhor...

eu tenho saudades dos encontros contigo em teu jardim,

que nunca pude ter; dos beijos que não te dei;

do doce perfume teu, que nunca pude sentir;

do brilho de teus olhos, que não pude ver...

Perdoa-me Senhor...

pelas vezes que em oração, não te busquei;

pelos momentos, que a sua voz fingi não ouvir;

por trocar-te por um irresistível prazer;

por escolher ao caminho largo e encontrar-me com a perdição...

Então, Senhor...

Toma-me pelas mãos – como que a um menino tomas,

e leva-me de volta para o teu jardim, oh Pai;

pois é lá, a seu lado, que seu filho quer estar.


Leia outros textos no site do autor: https://mj7missoesurbanas.no.comunidades.net/


  

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