Mostrando postagens com marcador Carlos Vicente Coutinho Neto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Carlos Vicente Coutinho Neto. Mostrar todas as postagens

terça-feira, fevereiro 19, 2008

3 poemas de Carlos Vicente Coutinho Neto


CHUVA

Tu que te identificas com a chuva
E observas as gotas de caos a bater em tua janela;
Tu que tens teus gritos abafados pelos relâmpagos
Que retumbam em tempestade de luto e de desespero;

Deus te ama muito.
Deus tem um plano para ti.
Pois os campos serão férteis
Depois da estação das águas.


PORQUE INCONFORMADO VI

Porque inconformado vi
A idolatria de imagens de barro
Imagens com vendas nos olhos
Cegas surdas mudas
Feitas maiores que a Verdade
E por isso Mentira.

Porque inconformado vi
Polivalente e poligâmico o comportamento do homem
Viciado e putrefato o corpo do homem
Corrompido e canceroso o espírito do homem
Cogumelos que pareciam até viçosos entre as maçãs
Mas que nem por isso deixavam de ser fungos.

E percebi
Que era também minha a missão
De restituir-lhes ao menos em parte a dignidade.

Por cada espaço vazio no Reino dos Céus
Por cada túmulo de eterno pranto
Eu responderei.

E enquanto o mais humilde será exaltado perante o Senhor
Eu ficarei sozinho
E ser-me-ão atirados ao rosto
Os títulos, medalhas, contra-cheques, elogios,
Tudo inútil.


POEMA DO PERDÃO

Perdão.
Eu me excedi.
Se soubesse antes medir as conseqüências
Não faria tudo o que fiz.
Não diria tudo o que disse.
Não causaria náuseas a mim mesmo.
Não seria ponto de referência às nuvens negras.
Não precisaria ser alpinista de abismos.
Não precisaria mentir duas vezes.
Não seria propagador das cinzas.
Não Não Não.

Aos que conheceram minha pior face,
Perdão!

Poemas do livro inédito "O Cavaleiro Negro - poesia completa de adolescência - 1994-2004."
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...