segunda-feira, outubro 24, 2016

Quatro poemas de Marcos Madsaiin Dias


1 BÍBLIA 02 
(Uma Versão Brasileiríssima Para O Início do Século XXI)

Nenhuma porta aberta & todos os corações fechados
A fratura exposta da dor de saber-se nada
& se sentir
valendo menos ainda.

Não diante de Deus, meu salvador!
Nos pés de quem
deponho
(Como que, num vaso, o melhor dos unguentos
os soluços.)
                        toda a vergonha pelo meu pecar.

E os lavo com as minhas lágrimas; e faço
de meus cabelos toalha. E cubro de beijos os pés
empoeirados (mas entre duas dimensões viajantes)
dAquele que fez
                               da
                                      h
                                      u
                                      m
                                      i
                                      l
                                      h
                                      a
                                      ç
                                      ã
                                      o
                                          o princípio ativo
da Glória.

Lucas 7:36-50


MULHER VESTIDA DE LOUVOR

1/
Como são lindas
as filhas do meu povo!...

 Manhã de adoração,
vestes de Domingo;
& toda a graciosidade
de quem se atavia
com retoques & mimos
noiva para o Noivo.

2/
 Como são lindas
as filhas do meu povo!...

Nos cânticos & na dança
A leveza dos movimentos
(cabeças em belos meneios!)
& a sofreguidão no olhar;

de como quem vê o in-
visível & O saúdam.
Beijam o coração do Pai:
T r a n s f i g u r a m – s e!

3/
Como são lindas
as filhas do meu povo!...

Ao timbre da voz
suave (em uníssono)
soma-se o perfeito
louvor dos pequeninos.
Senhor, é o Céu aqui?

Como são puras
as filhas do meu povo!...

Modulam achados
& canções coreografam
que a Eternidade talvez
já não mais possa prescindir

4/
Netos ao colo,
a família em torno;

o peso de tudo
(& do mundo)
sobre os ombros
de quem em Ti,
Senhor, se sustenta;

& pelo ausente
ainda intercede.

Como são fortes
as filhas do meu povo!...

5/
E como são frágeis...

O coração (às vezes
carregado de mágoa)
levam-No & o lavam
na fonte cristalina
do perdão, água rara.

Dissolve-se, então,
a tristeza do olhos,
cujas lágrimas
por enxugar Deus anela.

Como são puras!...
Como são fortes!...
Como são belas!...

6/
Vídevas
na Videira rediviva.

No afã de ver-Te
afagam o inefável.

E a Ti revelam,
ó Grande Eu Sou,
nos grandes feitos,
nas coisas mínimas,
nos pequeninos milagres.

Como são lindas!...

7/
Como são lindas
as filhas do meu povo!...

Que a pureza sempre
em meu olhar esteja
& nunca se me traia
o coração ao vê-las.

Como são puras!...
Como são fortes!...
Como são belas!...

Senhor, são Tuas!

Ex 15:20,21


POEMA

há dias iguais,
eu sei.

assim como há dores
que em nós se perpetuam,
até a condição
da pérola
que numa ostra
se forma.

mas
no Senhor
(profética
& decididamente)
cada dia
é o amanhã
do ontem:

um novo alvor&ser!!!


5/ RECEITA

pros dias maus
em que somente
nós sabemos
a extensão de um Ai
:
SALMO 46
& aquietamento:
de preferência
no colo
do Pai.


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segunda-feira, outubro 17, 2016

Dois poemas em cordel de Euriano Sales


As bênçãos de Balaão e sua jumenta faladeira

Tem gente na igreja
Que tem medo de maldição
Tem medo de praga, macumba
Olho gordo e amarração
Se cruzar por um gato preto
Corre atrás de oração

Tem gente na igreja
Que diz ter fé em Jesus
Que se benze, bebe água ungida
Recebe oração do pai da luz
Faz a famosa mandinga gospel
Apela inté pro sinal da cruz

Tem gente na igreja
Que tem caixinha de promessa
Ler um versículo por dia
Que é pra benção sair depressa
E lá só tem versículo bom
Pois ruim não interessa

Como é que gente assim
Ainda diz ser cristão
Se Jesus morreu na cruz
Quebrando toda a maldição
Crer em Cristo já basta
Essa é a única condição

Certo dia o povo de Israel
Se aproximava dos moabitas
Quando Balaque, rei de Moabe
Deixou a cidade toda aflita
Pois tava se pelando de medo
Daquele povo israelita

Enviou seus mensageiros
Até a casa de Balaão
Um homem muito respeitado
De grande reputação
O que ele falava dava certo
Seja benção ou maldição

Pediram a Balaão
Para vir até Moabe
E soltasse uma maldição
Que em Israel desabe
Que não sobre um vivo
Que o povo todo se acabe

Balaão pediu licença
E foi falar com o Senhor
Mas Deus não permitiu
Amaldiçoar quem Ele abençoou
Balãao despachou o povo
E o pé dali não arredou

Balaque não se conteve
Mandou um povo importante
Pra convencer Balaão de ir
Com eles mais adiante
E amaldiçoar Israel
Aquele povo retirante

Balaão falou com Deus
E o Senhor deixou ele ir
Mas só faria alguma coisa
Que Deus viesse a permitir
Balaão pegou sua jumenta
E a selou para partir

Mas no meio do caminho
Deus resolveu impedir
Enviou um anjo à estrada
Com o intuito de proibir
E fazer com que Balaão
Desistisse de ir

Mas balaão nem viu o anjo
E continuou sua viajem
Mas a Jumenta dele viu
E sem um pingo de coragem
Saiu foi fora da estrada
Procurando outra passagem

Balaão disse a jumenta
Pra voltar pro seu caminho
A jumentinha obedeceu
E foi andando devagarinho
Dá se fé o anjo aparece
Pra jumenta bem de pertinho

A jumenta se espreme toda
E machuca o pé de Balaão
A dor deve ter sido grande
Pois a sua primeira reação
Foi plantar a peia na jumenta
Pra ela prestar atenção

O anjo aparece de novo
Num espaço bem estreito
E bloqueia todo o caminho
Pra ninguém passar direito
A jumenta se joga no chão
Como forma de respeito

Balaão já tava invocado
Com as atitudes da jumenta
Com um vara sentou-lhe a mão
Foi vinte, trinta, quarenta
Cinquenta lapada no espinhaço
Ai a jumenta não agüenta

A jumenta já tava roxa
De tanto apanhar
E como não dizia nada
Pois só sabia relinchar
Deus fez com que a jumenta
Desembestasse a falar

“Balaão pelo amor de Deus
Pra quê essa violência
Você já me bateu três vez
Não tem um pingo de paciência
O que foi que eu fiz de errado?
Foi alguma desobediência?"

Ai Balaão se invocou
Pois a jumenta tava falando
E pronunciava direitinho
Podia mandar pro soletrando
E o pior que não era uma simples fala
Ela tava era se reclamando

Balaão disse: Ôxiiii…
Se tá de brincadeira?
Se eu tivesse uma espada,
Uma faca ou inté uma peixeira
Tinha lhe matado agora
Pra você parar de besteira

A jumenta disse pra ele:
O senhor acha que eu tô brincando?
Eu sou de sua confiança
Há vários anos venho lhe carregando
Eu por acaso já aprontei uma
Pro senhor vir recriminando?

 Ai Deus na mesma hora
Fez com que Balaão
Enxergasse o anjo
E entendesse a situação
Deus o recriminou
Pela sua má ação

Mas depois de arrependido
Deus disse pra ele continuar
E quando chegasse em Moabe
Esperasse Ele ordenar
Pois Balaão só falaria
Aquilo que Deus mandar

Depois de oferecer sacrifício
Balaão esperou Deus falar
Ouviu tudo atentamente
E foi ao povo pronunciar
Mas ao invés de maldição
Deus mandou foi abençoar

"Como é que eu poderia
Abrir a boca e amaldiçoar
Um povo cujo o Eterno
Nunca quis condenar
Eles terão a morte dos justos
Ninguém pode os acusar"

Balaque não acreditou
No que ouviu de Balaão
Como é que eu lhe trago aqui
Lhe dou comida e acomodação
E você vem falar de benção
Ao invés de maldição?

Venha comigo, venha
Vamos pra outro lugar
Mas por favor Balaão
Quando chegarmos lá
Converse com esse seu Deus
E me faça o favor de amaldiçoar

Balaão falou com Deus
E a história se repetiu
Ao invés de maldição
O que o povo mais ouviu
Foi Balaão falar da Bençãos
Que Deus por ele transmitiu

Balaque ficou injuriado
Não estava acreditando
Mas mesmo assim insistiu
Pois não tava funcionando
Levou Balaão pra outro lugar
E uma maldição ficou esperando

Balaão Já sabia
O que Deus tava querendo
Por isso nem perdeu tempo
Pelo contrário, foi logo dizendo
Abençoou o povo de Israel
Falou enquanto tava pudendo

Balaque o interrompeu
Mandou ele se calar
E arrumar as trouxas
E de Moabe se mandar
Pois não fez o trabalho direito
Que era apenas amaldiçoar

Balaão antes de ir embora
E voltar pra sua cidade
Falou o que Balaque não queria
Lhe disse um monte de verdade
Profetizou só coisa ruim
Falou com gosto e vontade

E lendo uma história dessa
Como eu posso acreditar
Que praga e maldição
Pode o Cristão alcançar
Não tenha medo disso não
Não precisa se preocupar



O evangelho de Cristo X O evangelho de Hoje

Antes de falar do texto
Quero aqui me desculpar
Pois posso falar de coisas
Que muitos não vão concordar
Mas é o que tá no meu coração
E a este não posso enganar 

Me chamo Euriano
Autor do Cordel Cristão
Falar de Cristo é complicado
Muitos não entenderão
Pelo menos é o que dizem
Os doutores da religião

Mas quem foi que complicou
Foi Cristo, ou foi a igreja?
É tão difícil entender
O que ele quer que a gente seja?
Ou será que estamos moldados
Como as formas de uma bandeja?

O evangelho de Cristo
Fala direto ao coração
Quem tem ouvido pra ouvir ouça
Cada uma de sua lição
Suas palavras eram claras
E anunciava a salvação

O evangelho de hoje
Fala por meio de sinais
Precisamos de intérpretes
Pra entender o "q" a mais
Só a bíblia não adianta
Precisamos de algo mais

O evangelho de Cristo
Me prepara pra dificuldade
Não me abstém disso
A dor é dura realidade
O próprio Cristo sofreu
Por amor a humanidade

O evangelho de hoje
Não aceita tal condição
Se eu tenho Cristo, tenho tudo
Não passo por aflição
Ordene a cura, repreenda
Tome posse em suas mãos

O evangelho de Cristo
Me ensina a diminuir
O menor será o maior
Bem vindo os pequeninos aqui
Quem pesca peixe, pescará almas
Basta querer me seguir

O evangelho de hoje
Me mostrou os holofotes
Quanto maior eu for
Maior domínio terei sobre os fantoches
Farei da Fé um grande Show
Com direito a passaporte

O evangelho de Cristo
Me falou de um tal João
Que comia gafanhotos
E anunciava a salvação
Homem simples e humilde
Sem títulos e formação

O evangelho de hoje
Me apresenta uma profissão
Serei Doutor Pastor Fulano
E poderosa é minha oração
Tenho mestrado, doutorado
E também uma grande unção

O evangelho de Cristo
Me ensinou a perdoar
A olhar pro meu próximo
E antes de querer julgar
Vê que sou pior que ele
Mas Cristo veio pra nos amar

O evangelho de hoje
Me ensinou apontar o Dedo
E dizer só no olhar
Quem é quem nesse enredo
Esse aqui é uma benção
E aquele ali eu tenho é medo

O evangelho de Cristo
Me ensinou a dependência
Simplesmente viver o hoje
Que Deus dará a providência
Basta exercitar a minha Fé
Isso é loucura pra ciência

O evangelho de hoje
Me ensinou diferente
É verdade, tenho que ter fé
Fazer novena, corrente
Vou garantir o de manhã
Fazer do jeitinho da gente

O evangelho de Cristo
Não meu prometeu riqueza
Pelo contrário, eu aprendi
Que ser rico não é uma proeza
Não ajuntais tesouro na terra
Pois as traças correm e não tem firmeza

O evangelho de hoje
Me mostrou a prosperidade
Dê dinheiro a Deus
Que viverás em felicidade
Pois sou filho do Rei
Posso ter tudo a vontade

O evangelho de Cristo
Me ensinou a seguir em frente
Por mais que o cálice seja duro
Há um propósito de Deus pra gente
Até a folha que cai da árvore
Mostra o Deus que está presente

O evangelho de hoje
Me ensinou a duvidar
A consultar antes de ir
O que o ungido falará?
Não vá, você vai morrer!
Se eu for, Deus não vai estar?

O evangelho de Cristo
Era vida relacional
Era o pão partido em casa
Na varanda, no quintal
Pregado fora dos templos
Vida pentecostal

O evangelho de hoje
É vivido em uma única via
Uns sabem tudo, outros nada
Vá pra culto, mostre alegria
O pecado é entre você e Deus
Fale com os anjos e sorria

O evangelho de Cristo
Renova minha esperança
Me faz voltar ao princípio
Inocente como uma criança
Me faz aprender de Jesus
Seus ensinos é minha herança

O evangelho de hoje
Tenho esperança que um dia
Viva a simplicidade
Da vida que Cristo vivia
Que seja sal e luz pro mundo
Que seja uma nova poesia

Acesse o blog do autor: http://cordelcristao.blogspot.com.br/

domingo, outubro 09, 2016

Antologia Poética da Revista BARA para download


A Revista portuguesa BARA foi, durante muitos anos, o órgão de expressão maior da Associação Evangélica de Cultura. Tendo sua primeira edição em 1979, um ano após a fundação da Associação, o periódico foi veículo para textos poéticos, desenhos e ilustrações, estudos e reflexões as mais diversas, da lavra de uma excelente geração de autores, tais como João Tomaz Parreira, José Brissos-Lino, Samuel Pinheiro, Jorge Pinheiro, Clélia Inácio Mendes e outros.

Aqui, disponibilizamos para download, em reprodução fac-símile, a edição especial da revista, intitulada de Antologia Poética. Nas palavras de Jorge Pinheiro, "para além dos referidos poemas, a Antologia oferece uma série de textos sobre a temática da poética, entre eles o magnífico ensaio da autoria de Tomaz Parreira sobre Bocage (A Essência Espiritual do Pensamento Bocagiano), que o autor apresentara dois anos antes no Congresso Juvenil das Assembleias de Deus realizado em Setúbal. Mas a Antologia não se ficou apenas pela poesia e pelos textos de análise – incluiu também desenhos de artistas evangélicos vários."

Ao final da revista, a título de apêndice, um texto de esclarecimento sobre a relevância e abrangência da Associação Evangélica de Cultura e da própria BARA.

Para realizar o download pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI.
Para realizar o download pelo site Scribd, CLIQUE AQUI.
Para realizar o download pelo site 4Shared, CLIQUE AQUI.

Outros textos publicados nas edições da Revista BARA podem ser baixados a partir do grupo BARA - Associação Evangélica de Cultura, no Facebook. Acesse AQUI.


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