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domingo, junho 30, 2024

AMPLITUDE, Revista Cristã de Literatura e Artes, chega a seu quarto número. Baixe a sua


Foi em julho de 2019. Há cinco anos atrás saia o terceiro e idealizado-para-ser o último número de Amplitude. E da terceira para a segunda edição, o lapso fora já de três anos. Como um editor pode explicar uma periodicidade assim? Me ajude, amigo leitor!

Cara de pau por cara de pau, deixe-me replicar um trecho de minhas desculpas pelo enorme hiato entre a segunda e a terceira edições, citando a mim mesmo:

 

Neste tempo, pude dedicar-me, além dos compromissos acadêmicos, à edição de diversos livros e recursos em serviço da igreja e da Literatura, e à manutenção religiosa dos blogs de serviço.

 

Sim, nestes anos todos não cessamos de produzir livros e recursos, tanto  enquanto autor, quanto como organizador e editor (dê uma olhada em nossa biblioteca de recursos gratuitos, AQUI ). Mas nada podemos contra a verdade, senão pela verdade. E a verdade é que editar uma revista — ainda mais uma com as propostas de Amplitude — é trabalheira de assustar até a um editor já meio calejado. Por isso seu irregular avanço e eventual queda — queda não, tropeço — para o prático, embora doloroso, abandono.

No entanto, compreendemos por fim que Amplitude precisava viver. Mas as dificuldades permaneciam as mesmas; assim, como recolocá-la em sua jornada? A solução encontrada foi retomar as atividades entregando ao leitor uma revista mais enxuta, embora mantendo boa parte das seções que ditaram o estilo da publicação. Opa, na verdade criamos até novas seções, como a de Games ou a Pharmacia.

Com a retomada, inauguramos também a chamada para publicação, abrindo espaço para que autores submetam suas obras para a seleção e eventual veiculação na revista.

Amplitude é uma revista de posição e cosmovisão declaradamente protestante; no entanto, somos amplos em nossa irmanação criativa com nossos co-navegantes do mistério do Deus de Abraão, Isaque e Jacó: Cristãos de todas as vertentes podem ser lidos em Amplitude. Nesta edição, temos poesia e contos, crônicas e artigos, quadrinhos, resenhas de livros e até de games para refrigerar nossas almas.

O trabalho de Amplitude é fruto e consequência de um esforço de divulgação e promoção literárias iniciado no já longínquo ano de 2006, com o blog Poesia Evangélica. Até hoje, o blog já publicou em torno de 700 autores, desde iniciantes a grandes nomes do protestantismo brasileiro e mundial — alguns, de quem você jamais imaginaria terem escrito poemas. E o blog segue a todo vapor, com postagens a cada dez dias, em média. Não deixe de visitá-lo: www.poesiaevanglica.blogspot.com .

No mais, tenha uma boa leitura, e compartilhe esta revista com quantos você puder.

      Sammis Reachers, editor


PARA BAIXAR SEU EXEMPLAR PELO GOOGLE DRIVE, CLIQUE AQUI.

A revista também está disponível no Google Play Livros, AQUI.

Issuu, AQUI.

Scribd, AQUI.

SlideShare, AQUI.


sábado, novembro 19, 2022

Uma seleção de poemas sobre Casamento



 ALIANÇA

Bastos Tigre

Aliança, algema divina,

A mais doce das prisões;

Uma prisão pequenina

Que encerra dois corações!


Modesta joia, é verdade,

Porém que vale um tesouro,

É toda a felicidade

Em um círculo de ouro.


Rodinha frágil e fina

Que parece um brinquedo,

Com ela qualquer menina

Prende um rapaz pelo dedo...


Elo solto da corrente

Que Deus forjou de amor puro,

Ela, através do presente

Liga o passado ao futuro.


Elo de ouro! Esperança

De horas risonhas e calmas,

Felizes os que na aliança

Acham a aliança das almas.


Na mão direita figura

Como penhor de afeição,

Mas é completa a ventura

Se muda para outra mão.


Na velhice lembra o enredo

Dos sonhos da mocidade...

Depois... duas num só dedo:

Uma vive, outra é saudade!



SONHO E ESPLENDOR

José Britto Barros

Eu sinto amor em o meu coração,

forte, amor sem par!

A vida encerra grande inspiração:

Amar, amar, amar!


Oh! Grande é este amor

que nos faz feliz!

És sonho e esplendor

que eu sempre quis!

Oh! No meu coração

sinto tal prazer

em o só pensar no amor

que iremos nós viver!


Havendo as flores para ocultar

os espinhos mil,

afetos para dor suavizar

tudo é céu de anil!


Que Deus o nosso amor venha selar

para o seu louvor,

e queira o Pai a vida nos guiar

em prazer ou dor.



ORAÇÃO MATRIMONIAL

José Britto Barros

Ao teu altar nós vimos, Senhor,

rogar que firmes em Ti nosso amor,

pois nos uniste nesta afeição

e deste amor és a causa e a razão.


Dia após dia, em sombra ou luz,

nós ficaremos aos pés de Jesus;

nossa união confirma, ó Senhor,

e faze eterno, ó Deus, nosso amor!


Um junto ao outro vamos seguir,

e os Teus ensinos, Senhor, sempre ouvir;

no lar ditoso que Tu nos dás

queremos ter Teu amor, Tua paz!


Nos dias lindos, nas aflições,

a Ti faremos, ó Pai, orações;

perto de Ti nós vamos viver,

na doce paz ou até no sofrer!



JUNTOS

Adauto Júnior

Juntos atingiremos o amor perfeito em Deus
Juntos alcançaremos a comunhão máxima e eterna
Juntos buscaremos a comunicação em Espírito
Juntos atingiremos a intimidade plena
Juntos chegaremos a oração de poder e de fé
Juntos atingiremos ao prazer de sermos um
Juntos atingiremos vidas para salvação através de nossos testemunhos
Juntos atingiremos a satisfação pessoal e profissional
Juntos atingiremos as bênçãos sem igual
Juntos... sempre juntos, eternamente nos amaremos.

Juntos experimentaremos as provas de fé
Juntos obteremos a felicidade conjugal
Juntos veremos todos nossos familiares salvos
Juntos distribuiremos nossas vidas a Deus
Juntos namoraremos eternamente
Juntos receberemos os dons do Espírito Santo
Juntos colheremos os frutos por nós plantados
Juntos viveremos a mais linda história de amor
Juntos falaremos as palavras mais doces
Juntos experimentaremos a mais linda compreensão mútua
Juntos demonstraremos a mais alta privacidade
Juntos obedeceremos a Bíblia em submissão e amor

Juntos viveremos momentos de ternura
Juntos envolvidos pela natureza de Cristo
Juntos faremos o culto doméstico
Juntos nós oraremos juntinhos
Juntos nos doaremos um ao outro
Juntos renunciaremos o nosso “eu” em prol do outro
Juntos cuidaremos dos nossos futuros filhos
Juntos teremos saudades infinitas
Juntos seremos o caminho de Deus aqui na terra
Juntos seremos uma só carne
Juntos cresceremos... viveremos e eternamente estaremos com Jesus
Juntos amaremos um ao outro como Cristo e a Igreja se amam.



Bodas de Ouro - 50 Anos de Casamento

Adauto Júnior

50 anos não são 50 dias...
É um mar num oceano de bênçãos que ainda estão por vir.
É a sintonia do coração de Deus com o coração de A&E.
É o suspiro especial de Deus diante de duas pessoas.
É o cheiro puro de Cristo num jardim bem cuidado e cheio de flores.
É a graça de Deus quintuplicada em bondade infinita do próprio Pai.

50 anos é uma história...
De lutas e conquistas; de batalhas e vitórias; de choros em risos; de preocupações com os seus em prazer a dois.
De ver as noites se transformarem em dias com céus azuis.
De olhar as expectativas de ideias serem organizadas e coordenadas.
De sentir as tempestades se transformarem águas tranquilas, em sonhos concretizados, em poemas e poesias.
Da sensibilidade no chamado de Deus bem cedo, muito cedo.
De perceber constantes cuidados nos encontros diários.

50 anos é uma canção...
Com letras bem suaves e serenas.
De responsabilidade com os desígnios do Pai Eterno.
Cheia de meiguice e ternura.
Vibrante e corajosa.
Com notas de amizade e obediência.

50 anos é uma extensão do amor...
Um amor delicado e nobre.
Um amor próximo e solícito.
Um amor reservado e perseverante.
Um amor envolvente e tranquilo.
Um amor concentrado e bonito.
Um amor lindo e cuidadoso.
Um amor elevado e inocente.
Um amor inteligente e bem estudado.
Um amor sublime e cativante.

50 anos são dois em um...
São registros de amor e ternura.
São contos de amizade e esperança.
São versos de dedicação e oração.
São falas de cumplicidade e companheirismo.
São atitudes de joelho e lágrimas derramadas a Deus.

50 anos de referências...
No ensino da Palavra.
Na fidelidade com a doutrina.
No se dar ao próximo.
No tratar a todos com amabilidade.
No perfume da unção de Deus.

50 anos com eles...
Oh doce caminhada!
Oh presença forte do Espírito Santo!
Oh intensas saudades quando não estamos por perto!
Oh sentimento de gratidão ao Senhor dos Senhores!
Oh suave calma e cristalina como se fossem Jesus em pessoa!

50 anos de comunhão...
De compaixão.
De estender a mão.
De ter a chave – da vitória!
De ser o equilíbrio.
De estar na convergência de tudo e de todos.

50 anos de paz...
De disciplina pelo olhar.
De falar pelo agir.
De testemunhar que breve Jesus voltará.
De acordar cedo para o dia a dia.
De fé em Deus todos os dias.

50 anos de vitórias...
Sobre as enfermidades.
Sobre as dificuldades.
Sobre as tentações.
Sobre as perseguições.
Sobre as adversidades.

50 anos não são 50 dias...
São oceanos de felicidades.
São mares de regozijo.
São lagos de alegrias.
São rios de prudência.
São chuvas de glórias:
Da glória de Deus!
Amém!


DOIS CORAÇÕES

Mário Ribeiro Martins


Quando nós pelas curvas dos caminhos
Andarmos lado a lado bem velhinhos
Não teremos sequer um só desejo.

Os nossos dias idos de paixões
Serão lembrados por dois corações
Que se esgotaram sempre no festejo.

E com nossos cabelos já branquinhos
Seguiremos enfim de tal maneira,
Que terminando nossa bel carreira,
Veremos bem de perto nossos ninhos.

E muitos dirão: Estes dois velhinhos
Passaram docemente a vida inteira
Plantaram sempre nela uma roseira
Que lhes deu flores e não deu espinhos. 



ORAÇÃO PELOS CASAIS

Josué Ebenézer

Nesta noite tão romântica
Ao som de suave música
Tendo você bem perto e
Sentindo o frescor do vento...
Eu paro por um momento
E rogo a Deus meu Senhor:
Que o amor como a quântica
Mesmo com ondas incertas
Ensine nesta dualidade
Que amar o ser desperta
E à vida traz mocidade.

À luz bruxuleante
Em velas que já se apagam
Num saboroso jantar.
Eu vejo os olhos teus
Mirando os olhos meus
Nos mistérios do amar.
Por isso rogo ao Pai
Que esse alvo sorriso
E essa mão tão perfume
Traga-me sempre um afago
E leve pra longe o amargo
Da dor e qualquer ciúme.

E nessa oração que faço
Ergo as mãos para o Alto
Agradecendo por ti!
És minha amada querida
Amor da minha vida
Que quero ter sempre ao lado.
Não será jantar romântico
Ou mesmo presente caro
Até beijo de ocasião
Que dirá o que sinto e fito
Pois se sigo o meu faro,
Acordes do coração
Nosso amor é infinito! 



FELIZ NÚPCIAS

Eliúde Marques

 

Era um sonho de muito acalentado,

esperanças de um puro e terno amor.

Hoje esse sonho está realizado,

pela vontade excelsa do Senhor.

 

Eis um caminho novo pela frente,

estrada longa para palmilhar.

Se o amor estiver sempre presente

na vida-a-dois hão de compartilhar.

 

Flores e espinhos vão orlando a estrada,

pássaros cantam pela madrugada

e passa o dia o sol sempre a brilhar.

Aproveitem o belo, as alegrias,

as delícias do amor no dia-a-dia

e fiquem juntos se a noite chegar.

 

Lembrem que a vida é curta e passageira,

não contenham o amor no seu viver;

unam-se muito pela vida inteira,

pois, nisso ser feliz se faz mister.

 

Pela felicidade deste dia:

desabroche o botão mais perfumado,

brilhe o raio de sol bem mais dourado,

trinem os pássaros numa saudação.

Nasçam estrelas pelo firmamento,

suave brisa sopre no momento,

destile a abelha o seu mais doce mel,

que tudo é festa, canto e alegria

pois em Itaberaba, na Bahia,

casam-se hoje YOLANDA e OZIEL.



PRECE NUPCIAL

Eliúde Marques

 

Senhor,

como a Adão deste Eva no jardim,

aqui estou para ser

a companheira escolhida,

a ajudadora,

a amiga, a benfeitora:

amada,

compreendida,

amparada.

Entretanto, mais amar,

mais me doar, mais compreender

na missão de mulher

e perpetuar a espécie

na fusão de nossas vidas.

 

Fazes-me assim

edificar minha casa

com Tua sabedoria,

sendo cativa ao cativo

que somos por teu amor.

 

Amar é seguir lado a lado

pelas veredas da vida:

chorar uma mesma lágrima,

sorrir com o mesmo motivo

sentir uma mesma dor.

 

Do pão pode haver migalhas,

o agasalho, sem calor,

seja a casinha de palhas

mas nunca falte o amor.

 

Recebe a nossa oferenda

neste altar solenemente

e Tua mão dar-nos vem,

'té que a morte nos separe:

nosso amor por teu amor,

em nome do amor somente. Amém.



CANÇÃO DE AMOR PARA O ESPOSO

Eliúde Marques

 

Como é bom ter o teu amor, esposo,

o teu cuidado, tua proteção;

o teu carinho, como é tão gostoso,

que segurança traz ao coração!

 

Foi Deus que assim te pôs no meu caminho,

na primavera em flor da minha vida,

dando-me rosas com poucos espinhos,

cumprindo Sua palavra sem medida.

 

Como é sublime amar e ser amada,

encontrar a pessoa desejada,

fundando um lar feliz e abençoado...

 

Quando lembrar o quanto te esperei,

ao coração sempre repetirei:

não foi em vão, amor, ter esperado!.

 

 

ESPOSO AMIGO

Eliúde Marques

 

Querido esposo, companheiro certo

de todas horas, dia, ano inteiro,

apoio forte de mim sempre perto,

porto de amor, meu cais alvissareiro.

 

Oásis que encontrei no meu deserto,

canto de amor, meu sonho derradeiro.

Deus nos uniu e fez-nos um concerto

para exprimir o seu amor primeiro.

 

Por tudo que tu foste e hás de ser

em minha vida, no nosso viver

como um farol, um guia e um abrigo,

 

Deus te dê sempre anos de alegria,

sempre ao meu lado com toda harmonia

porque és, esposo, o meu melhor amigo.


segunda-feira, dezembro 25, 2017

Quatro poemas de Natal


MANJEDOURA

Josué Ebenézer

O barro é esturricado, asseado,
e traz o brilho dos cuidados maternos...

Solitária.
No interior da estrebaria, rejuvenesce
quando o lugar se reveste de inconfundível luz.

Embevecida, abriga o menino Jesus.

Palavra bonita para o feio cocho
em que animais se alimentaram sôfregos.

Acolhimento.

A velha manjedoura é um coração que bate,
ao ritmo descompassado do desejo.

Palavra que reinventa o berço humilde
e há um gesto de compaixão nas palhas e panos.
Há uma prece de confissão no acolhimento humilde.

Cada coração de fé é uma manjedoura
em que o menino Jesus precisa deitar
para crescer na sua missão
de fazer andar nos lugares altos de Deus
o homens de boa vontade.

A velha manjedoura nos faz lembrar
que somos barro nas mãos do oleiro...


ACALANTO PARA O NATAL

J. T. Parreira

Dorme, dorme, não é ainda o tempo
da sombra da cruz abraçar o mundo, nem apagar
a escassa luz do velho testamento

Agora é o tempo dos acalantos, um dia
Outra madeira suportará o peso de um Deus, mas agora
Dorme, meu amor

Com os teus olhos encostados ao meu peito, sabes
Com os teus dedos a tocarem o meu rosto
Quem sou eu, nenhuma deusa poderia ser

Como sou, porque sou mulher e tua mãe
Dorme, dorme, meu amor, para eu guardar
Este momento de cintilações da tua face.


NATAL

Natanael Santos

O Verbo Eterno deixou a eternidade,
Alçou vôo e tomou as asas do Vento,
Fez um pouso pra trazer a liberdade,
Numa virgem: para o fiel
cumprimento,

Das mensagens que profetas predisseram;
Muito antes de o Verbo se encarnar.
Anjos em côro, com com júbilo disseram:
Glórias a Deus, Ele a paz veio implantar!

O Verbo Eterno vindo aqui humanizou-se,
Fez-se homem, não deixando de ser Deus,
Com o homem Ele identificou-se;

Tendo vindo especialmente pros judeus,
Mas no Calvário, na cruz Ele doou-se;
Para salvar: ricos e também plebeus!


Cortinas de Leds

Rosa Leme

A humanidade gira toda sobre a paz e o amor.
A humanidade gira no clima natalino,
Para comemorar o aniversário
De Jesus menino.

Deus contempla...
Ele está presente
Do sol nascente
Ao sol poente...

Nas casas e edifícios há faiscagem
Das cortinas de leds,
Das cascatas de luzes...

Nos corações de novo brilha uma luz!
No presépio encanto e belas cantigas
Debruçam-se, para venerar
A bela imagem do menino Jesus.

Bom é dar e receber presente...
Mas o melhor presente
É Jesus presente no coração da gente!

No natal todo mundo é bom freguês.
Você vê toda esta gente
Correndo atrás de presente...
Todos eles Deus que fez!

No clima natalino flui alegria, esperança,
Parece que todos amam a bela criança!

No ar há um cheiro suave de amor
Que inebria de paz o nosso ser interior...
Que todos os dias sejam natais de amor...
Feliz Natal!

terça-feira, setembro 01, 2015

Dois poemas de Josué Ebenézer


PALAVRAS
Palavras, que são palavras,
esta forma de expressão?
Extraídas das próprias lavras
de quem faz comunicação.
Palavras de todas as formas
tamanhos vários e sons;
palavras transgridem normas
mesmo nos corações bons.
Palavras soltas ao vento
desprendidas do papel;
palavras libertas da frase
em busca do próprio céu.
São palavras tão rebeldes
inquietas em seu ser;
carregadas de seus signos
fecundadas de saber.
Palavras simples, difíceis,
prenhes de significação;
palavras rebeldes, dóceis
seres vivos em sujeição.
Palavras sedimentadas
carvalhos na Terra-Idioma;
palavras adolescentes
rés do próprio genoma.
As palavras nos possuem
quando vem inspiração;
os seus signos influem
na mais forte emoção.
Palavras, pássaros velozes
planando suavemente;
palavras encorpam vozes
sentidos de cada mente.
Há palavras assustadoras
rudes como xingamento;
há as pacificadoras
suaves brisas ao vento.
Há palavras qual espadas
que penetram fundo o ser;
há aquelas recalcadas
que só querem aparecer.
Palavras, mais que palavras,
são setas do coração;
quando disparam sem travas
podem causar comoção.
Se vêm de coração puro,
palavras são bênção e paz;
mas vindas do obscuro
intuito cruel subjaz.
Quero as palavras mais lindas,
quero aquelas mais belas.
Palavras com ramas infindas:
flores, canteiro, aquarelas.
Palavras que atapetam vias
onde transita o amor;
palavras que encorajam vidas
com mensagem e dulçor.

POIESIS
A vida alimenta a poesia
e a poesia alimenta a vida.
O poema é a refeição dos
corações inquietos de significação.
A poesia revela o escondido
e esconde o revelado.
Pra alcançar a revelação
é preciso sensibilidade.
Pra ter acesso ao escondido
é preciso possuir a chave.
Só acessa a poesia
quem está com o sonho em dia.
Pra alimentar, o poema precisa se nutrir.
O poema se nutre do silêncio
e, também, das falas do cotidiano;
o poema se nutre da dor
e também da inquietação;
mas, acima de tudo, do amor
e da paz do coração...

quarta-feira, junho 18, 2014

PEQUENAS ORAÇÕES DAS MANHÃS DE FÉ, poema de Josué Ebenézer



PEQUENAS ORAÇÕES DAS MANHÃS DE FÉ

Cada crente possui uma fé.
Não é fácil subir os degraus da vida
– estes degraus da espiritualidade –
sem a oração que sustenta a fé do que crê.
E cada crente tem também um deus.
Mas serão imprevisíveis escaladas
se este não for o Deus dos impossíveis
que sustenta o justo com o pão diário
e veste o frio com o agasalho da esperança.
Eu até diria que nós crentes somos:
um tanto cegos para os transeuntes incréus;
que escorraçamos a miopia quando
o desafio próximo é enxergar com os olhos da fé;
e somos algo surdos para as vozes que gritam agonias;
e algo mudos para os ouvintes
que esperam encaminhamentos.
Como o Jacó da escada em sonhos
queremos chegar no topo, onde Deus habita,
mas o nosso travesseiro é de pedra
e o sonho ameaça virar pesadelo...
Não abrimos mão da fé, cremos em Deus,
mas, no crepúsculo, o céu alaranjado
por vezes acena horizontes ainda indefinidos.
Há quietude, qual bálsamo suave,
nas pequenas orações das manhãs de fé.
E os cãezinhos farejam as migalhas
que caem da mesa do seu senhor.
E no rito da prece, do sonho, da fé,
as árvores balançam ao vento, despencando frutos.
A chuva da manhã cai sobre a relva
e as orações vão movendo o coração de Deus.

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Natais de Outros Tempos, poema de Josué Ebenézer



NATAIS DE OUTROS TEMPOS

Eu trago os natais
da infância
naquela igreja,
batista,
da serra friburguense
quando cantavam pardais
perto da estância
quase sertaneja
benquista
de meu coração
e o non sense
me domina
relembrando
o tempo
das cantorias,
dos corais;
“Jesus Alegria dos Homens”.
E as crianças
aguardando o momento
mágico
da distribuição das
sacolinhas de doces baratos...

Trago nas amarras
do coração
aquela árvore gigante,
pinheiro espetante,
cheia de coloridas bolas,
festões, pendentes
e presentes
espalhados pelo chão.
Decoração.
De um natal
evangélico,
angélico;
e as crianças vestidas de
anjos,
arcanjos,
asas brancas
arrastando paredes
espetando caras.
E o rei Herodes
barrigudo,
troncudo
caindo forte no
assoalho de madeira
fazendo a cena do
menino-Jesus vitorioso
sobre o Império do Mal.

Trago nas teias do tempo
o vento,
suave vento,
da recordação.
Daqueles natais de outrora
quando ainda se
ouvia declamar
poesia nos cultos.
E o culto todo era poesia,
pois tinha menininha
levantando sainha
com as pontinhas dos dedos
e cantando:
“Sou uma florzinha de Jesus”.
E tinha adulto marmanjo
roncando alto nos bancos detrás
porque a Fábrica não
liberara mais cedo
e teve que ir direto
pra Igreja depois de
acender a caldeira.
E tinha também coral cantando
bonito e homens de bigode
farto com terno e gravata
cantando grosso feito urso
e apesar de tudo,
“Tudo é paz, tudo é amor.”

E também tinha meninas
casaidoras de cabelos longos
e sorrisos largos
vestindo midis e máxis
achando-se o máximo;
mas todas com perfume Channel 3
para igualar a concorrência.

E o pastor lia os Evangelhos:
Mateus, Marcos, Lucas
e a gente via tudo acontecer
à nossa frente:
a manjedoura, Belém,
os pastores, os anjos,
Jerusalém...
E era como se nos
transportássemos
para aqueles tempos...

Natais de outrora,
quando a pressa ainda
não era o motor que movia o mundo.
E o mundo ainda
não se tinha globalizado.
E o menino Jesus
ilustrado no presépio
de manjedoura
mas sem estrebaria
fazia
com que todos nos
concentrássemos
na homilia pastoral
e cantássemos
aleluias ao Filho de Deus,
hosanas ao Rei dos Reis
e fôssemos
para nossas casas altas horas
sentindo o friozinho
de Friburgo
bater na face,
pois naquele tempo
ninguém daquela igreja
tinha carro
e por isso,
nem carona podíamos ser,
a não ser,
do cenário natalino,
pois o friozinho da noite
que despertava os ossos
nos fazia sentir iguais aos pastores
que nas altas horas da noite
guardavam os seus rebanhos
quando receberam a visitação dos anjos.
E a gente chegava em casa,
fazia a prece de fim de noite
já de pijama, pulando lépido
para os cobertores,
pois podia ser
que naquela noite
mesmo, os anjos de Deus
também nos visitassem...

segunda-feira, março 19, 2012

Dois poemas do Pr.Josué Ebenézer




DEPOIS DE TUDO, AINDA FALTA...


A Annelise & Alexandre


Irmãos, quando as portas se fecharem e uma barreira crescer diante de vossos olhos
e turvo sentimento tomar conta do coração;
quando o existente tiver desaparecido e o real já não for o que parecia antes até porque o antes sumiu;
e as pernas bambas perderem o rumo já que a cabeça não quer comandar
e o destino que era certo se perdeu logo ali na esquina:
procurem-me e vos darei uma canção.


Vos darei uma canção, como quem escava a lama, como quem fabrica um tijolo, como quem constrói uma casa.


Que fazer diante do desafio, se há que se recomeçar? Recomeçar.
Que fazer diante da caminhada, se a estrada é longa? Caminhar.
Que fazer diante do nada, do sonho desmoronado? Voltar a sonhar.


Dar-vos-ei uma canção e não é só minha.
É uma canção que chegou um dia na minha vida e suaviza sons de esperança no meu coração.


Há muito que fazer depois de tudo que se passou...
Os amigos perguntam com os olhos, indagam a razão da esperança que há em vós;
os irmãos estendem as mãos e convidam para o aperto da solidariedade;
os vossos filhos, ah, os filhos que são o horizonte renovado do amanhã, que já começa a encontrar um porto seguro...
estes filhos vão perguntar no futuro:
- papai, mamãe, onde está nosso chão?


Dar-vos-ei uma canção que recebi de Deus.
É a canção do Senhor em terra estranha (Sl 137.4).
Uma canção difícil de cantar (que até Israel engasgou na melodia),
mas que os filhos de Deus cantam sempre, até em lágrimas;
mas cantam sempre, pois ela é o alimento da esperança.


A resposta para todos; vós dareis com ações.
Dareis respostas com a determinação de vossos gestos;
a fé de vossas palavras;
o brilho de esperança de vossos olhares...


Que minha canção seja o toque suave do Espírito em vossos corações;
que ela produza cócegas de risos de alegria em vossos dias;
que ela faça massagens suavizadoras para expulsar o cansaço;
que ela sibile sons de harmonia em vossos ouvidos.
E que o milagre da reconstrução seja como o preencher do vazio com a habitação;
como a semente que morrendo germina a árvore;
como o fruto que maduro, seduz e produz encantamento.
Para tanto, creiais como o salmista: “o SENHOR mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida” (Sl 42.8).




ORAÇÃO PELOS CASAIS


Nesta noite tão romântica
Ao som de suave música
Tendo você bem perto e
Sentindo o frescor do vento...
Eu paro por um momento
E rogo a Deus meu Senhor:
Que o amor como a quântica
Mesmo com ondas incertas
Ensine nesta dualidade
Que amar o ser desperta
E à vida traz mocidade.

À luz bruxuleante
Em velas que já se apagam
Num saboroso jantar.
Eu vejo os olhos teus
Mirando os olhos meus
Nos mistérios do amar.
Por isso rogo ao Pai
Que esse alvo sorriso
E essa mão tão perfume
Traga-me sempre um afago
E leve pra longe o amargo
Da dor e qualquer ciúme.

E nessa oração que faço
Ergo as mãos para o Alto
Agradecendo por ti!
És minha amada querida
Amor da minha vida
Que quero ter sempre ao lado.
Não será jantar romântico
Ou mesmo presente caro
Até beijo de ocasião
Que dirá o que sinto e fito
Pois se sigo o meu faro,
Acordes do coração
Nosso amor é infinito! 



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