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segunda-feira, dezembro 14, 2020

Três poemas de Renê Lourenço

 


 Igreja perseguida

Um cantar poético a despeito do sofrimento

Aos irmãos perseguidos

 

Regam a semente da palavra

As lágrimas que descem pela face marcada

Pelo sol, pelas dores e aflições da jornada

E pela fé, que por nada disso é abalada

 

Marcam pegadas os pés missionários

Entre os desertos, montanhas e outeiros

Calejados e cobertos de poeira

Como são belos os pés do mensageiro

 

Em meio a hostil afronta da perseguição

Com desrespeito, e ameaças e com exclusão

À semelhança de Cristo, o mártir não esmorece

Regado com seu sangue o evangelho floresce

 

Igreja perseguida por nada será vencida

Pra lhe fazer vitoriosa Jesus deu-lhe a própria vida

Marcada pelas dores e por um amor profundo

Maior é o que está em vós que o que está no mundo

 

Dores, cadeias e um espírito compassivo

No rosto desce a lágrima, na alma reina o sorriso

Estou seguro que as tuas aflições de agora

Não podem ser comparadas com tua recompensa na glória

 

Homens e mulheres de vida redimida

Caminham por desertos fazendo-os gerar vida

Não sei se nessas estradas nós nos encontremos

Mas no dia glorioso, juntos, regozijaremos

 

Na pureza de tuas lágrimas é lavada a tua força

E renovada a esperança na paz do teu sorriso

Em ti a glória de Cristo é revelada na terra

A tua vida alimenta uma semente eterna

 

Igreja perseguida por nada será vencida

Pra lhe fazer vitoriosa Jesus deu-lhe sua vida

Marcada pelas dores e por um amor profundo

Maior é o que está em vós que o que está no mundo

 

 

Tudo está consumado

 

Pelo sangue derramado tudo está consumado

O arrependido é perdoado no cordeiro imolado

Expressão da justiça no evangelho revelado

No sangue deste cordeiro o pecado é condenado

 

Pelo amor revelado no sangue da redenção

O pecador arrependido é conduzido à salvação

O amor expressa justiça, do cordeiro a perfeição

O impenitente rebelde traz pra si condenação

 

Pois este foi o caminho que o homem escolheu trilhar

E da cruz de Jesus Cristo ninguém poderá escapar

E se viveres fora dele em ti já há condenação

Mas, se com ele morreres encontrarás salvação

 

Pois a justiça de Deus no evangelho se revela

A graça da santidade que a sua justiça atesta

Seja vida ou seja morte, nada será ocultado

Pelo sangue derramado, tudo está consumado


COMO CHUVA NO SERTÃO

 

Meu sertão de terra seca

Gente simples e valente

Nessa terra de pobreza

Um amor veio veemente

Uma história verdadeira

E emociona muita gente

 

Pois eu cresci nesse lugar

Bem em meio a pobreza

Onde homens e mulheres

Oram sempre com firmeza

Pedindo a Deus a chuva

Pra acabar com a forte seca

 

Eu andava pelas veredas

Com tristeza no meu peito

Reparando a terra seca

E coração do mesmo jeito

Mas o vazio que eu sentia

Não era pela seca ou pelo seu efeito

 

Eu olhava pra mim mesmo

E eu me via sem alegria

Queria algo que preenchesse

Um vazio que eu sentia

Eu queria o amor verdadeiro

Que dá um sentido pra vida

 

E então eu clamei a Deus

Com a última força que tinha

Ele me acudiu, era o que eu queria

E então ele falou comigo

Como já sendo meu amigo

Me deu mais do que eu queria

 

E assim como a chuva

Deixa verde o meu sertão

A chuva do seu Espírito

Inundou o   meu   coração

Me trazendo para a vida

Sarou as feridas e deu salvação

 

E meu coração sertanejo

Que numa seca padecia

Virou manancial de águas

E uma fonte de alegria

Água que refresca a alma

E que jorra para a vida

 

Me fez poeta adorador

E com caneta e papel

Eu declaro o seu amor

Tão mais alto que o céu

Hoje adoro ao meu Senhor

Seu amor é o meu troféu

 

Com versos de rima doce

Vou louvando ao meu Senhor

Que grandemente me amou

Antes mesmo que eu fosse

Pois do céu ele me espiou

E a água da viva me trouxe

 

Mais humilde que criança

E mais glorioso que o sol

A tempestade ele amansa

E me guia como um farol

E a sua voz é mais linda

Que o cantar do rouxinol

 

A sua luz me alumia

O seu brilho me conduz

Se tudo é noite ele é dia

Sua glória em mim reluz

Sua palavra me alimenta

E é melhor que cuscuz

 

E eu dedico o meu cordel

Ao Senhor que se fez servo

Justiça doce feito mel

Um amor que puro e eterno

Perdão que nos leva ao céu

Pra nos salvar do inferno

 

Sua palavra é um candeeiro

Que no escuro nos conduz

Quem carece achar um amigo

Vá seguindo a sua luz

E ele vai estar contigo

Seu bom nome é Jesus


quinta-feira, novembro 15, 2018

Oração para a Igreja Perseguida - Patrick Sookhdeo


Oração para a Igreja Perseguida

Senhor, porque Você foi deixado, abandonado
Naquela árvore de maldição e vergonha?
Porque Você foi deixado sozinho,
Desprovido do amor e cuidado do Seu Pai?

Hoje o Seu povo parece esquecido,
Deixado sozinho em mãos cruéis,
Perseguidos, abusados violentamente, martirizados.
Torne Sua presença e Seu Amor real para eles.

Pois a esperança está perto,
A Glória desce e a escuridão é banida.
A morte não atormenta mais.
Ressurreição triunfa sobre o túmulo.
Cristo vive para sempre.

Senhor, Vítima, Sacerdote e Rei,
Venha para Seu povo sofredor,
Cure seus quebrantamentos,
Cuide de suas feridas,
Remova suas angústias,
E seja para eles uma esperança e um futuro.

Via Fundo Barnabas.

quinta-feira, abril 21, 2016

Cristã secreta da Árabia Saudita escreve poema sobre seu encontro com Jesus

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A situação dos cristãos na Arábia Saudita é bastante séria e o extremismo islâmico tem feito diversas vítimas ao longo dos anos. As restrições do governo sobre a liberdade religiosa, em geral, são muito elevadas e, por conta da forte influência do fundamentalismo islâmico, quem escolhe servir a Jesus deve fazê-lo em segredo. 
Diante de todo esse contexto, como uma cristã na Arábia Saudita enxerga Jesus? Leia a seguir.
Ele habitou no mais profundo do meu coração
Eu enxerguei sua luz de longe
por trás das montanhas
por trás do horizonte

Ele se levantou como a radiante luz de uma manhã cheia de alegria
Ele se levantou dentro da minha alma tão cheia de escuridão
minha alma perdida e confusa
minha alma que não conhecia o significado de “descanso”

No entanto, ele me visitou como a brisa suave
como a fragrância que emana das colinas
ele me visitou

Ele habitou no mais profundo do meu coração
e se estabeleceu lá dentro
Ele encheu minha alma com pureza, com vida

Ele é Jesus, gentil e compassivo
Jesus, a origem da minha alegria
Jesus, o refúgio da minha alma

Eu o adoro desde que o conheci,
e me apaixonei por ele
E como não poderia ser assim?
Pois ele me amou primeiro

Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3.16
(Matéria publicada em 01/2015)

sábado, junho 02, 2012

Somos Cem! Poema de Mário Barreto França



“Somos Cem!”

Em Roma – lupanar dos Césares corrutos –
Ao contraste infeliz de orgias e de lutos,
Um louco imperador, já bêbado do sangue
De tanta execução de um povo pobre e exangue,
Quis mais, pois exigiu que a si todo o cristão,
Em público, ofertasse, incenso e adoração.
Por isso fez erguer, em meio à velha praça,
De si mesmo uma estátua, em gesto de ameaça.

Mesmo tendo razão para a revolta, o povo
Evitava falar desse decreto novo,
Pois a crítica dele, ou simples comentário
De tal caso, seria um juízo temerário...

Mas, no dia marcado e na hora aprazada,
Estava a multidão mudamente postada
Na grande e velha praça, aguardando o início
Da cerimônia vil desse pagão ofício.
A espera foi bem longa e foi grande o cansaço;
Porém, de seu lugar, ninguém movia um passo.
Cada qual, ao chegar diante do ídolo imenso,
Curvava-se submisso e, então, queimava incenso...

O comando da escolta, ativo e ameaçador,
Fiscalizava tudo e a todos com rigor.
Ninguém dizia nada; até que, a certa altura
Daquela cena hostil, uma hercúlea figura
De jovem recusou curvar-se à estátua erguida,
Dizendo à autoridade: - “É-me preciosa a vida,
Mas prefiro perdê-la, a cometer traição!
Somente a Deus adoro e atendo; eu sou cristão!”

Ante àquela atitude, o comando da escolta
Em suspense ficou; para o moço se volta
E lhe fala severo: - “O seu gesto impensado
Há de à morte o levar sob o lago gelado...”

A turba amedrontada escutou, sem protesto,
A sentença ditada ao jovem, por seu gesto...
Entanto, quando tudo acreditar fazia
Que outros iam ceder à ação da covardia,
Muitos, que até ali em silêncio ficaram,
A mesma negativa, altivos, proclamaram:
- “Não! Não somos tão vis, temos limpas as mãos;
Só cultuamos um, que é Deus! Somos cristãos!”

E esses, como os demais, que dessa forma agiam
Em número e valor se elevavam, cresciam;
Até que, ao desfilar do último refém,
A soma dos fiéis totalizava cem.

Mas antes de cumprir a sentença, por norma,
O comando da escolta os colocou em forma;
E apelou a cada um que à fé apostatasse,
E a clemência da lei, desse modo, alcançasse.

Porém, todos de pé, em firme posição,
Unânimes, febris, lhe responderam: - “Não!
Não negaremos nunca o Salvador e Mestre!
Poderão nos matar o corpo corruptível,
Mas nossa alma – jamais! – que é eterna e intangível.”

Face a tal decisão leal e destemida,
A sentença de morte iria ser cumprida.
O comando da escolta, os fez logo marchar
Para o lago gelado.

Era tarde; o luar,
Balsâmico e suave, ungindo os condenados,
Esboçava no céu um quadro original:
Uma cruz sepultando um fardo de cuidados;
E, nos braços da cruz, o facho de um fanal...

Aquele quadro lindo a refletir-lhes n’alma
Uma coragem santa e uma celeste calma,
Inspirou-lhes, na marcha, o cântico de um hino
Que consagrava a Deus seu heroico destino:

“Somos cem, a morrer por Cristo!
Somos cem, a morrer por Cristo!
Mas no céu nós o veremos
E com os anjos cantaremos:
- Vale a pena morrer por Cristo!”

A praia era deserta; o frio era cortante;
Do lago a superfície era vasta e brilhante;
Porém um sorvedouro havia a cada passo,
Disfarçado e fatal.
Mas, nem fome ou cansaço
Abatia a moral daquela gente forte
Que a sorrir e a cantar, enfrentaria a morte
Nessas águas glaciais...

O comando da escolta
Olhava-os com respeito.
Então, um deles volta,
Causando à autoridade imensa decepção,
Pois via em cada qual um bravo em ascensão.

Ele era moço ainda; e mostrava em seu rosto
A palidez do medo e as marcas do desgosto...
É que na hora final sentiu a alma abatida
Ao choque emocional de desistir da vida:
- Por quê? Por quê morrer quando, em festa, a cidade
Era doce convite à sua mocidade?!...

Por quê sacrificar-se anônimo, sem glória,
Se poderia obter, de outro modo, a vitória?...
Preservando a existência, ele não deixaria
De manter-se cristão; apenas tomaria
Cautela no falar, cuidando na conversa,
Para evitar o mal dessa gente perversa.
Quem sabe se melhor pregaria o Evangelho
Num estranho lugar, quando fosse mais velho?...
Mas... e o seu voto a Deus junto aos seus companheiros?
Que pensariam dele?...
E, com passos ligeiros,
Sem olhar para trás, à deserção se entrega...

Quando o grupo notou a fuga do colega,
Em vez de se deixar vencer pela tristeza,
Ergueu mais alto o olhar, marchou com mais destreza,
E todos, a uma voz, cheios de inspiração,
Foram cantando assim sua heroica canção:
“Somos firmes noventa e nove,
A seguir a morrer por Cristo!
Mas, no Céu nós o veremos
E com os anjos cantaremos!
- Vale a pena morrer por Cristo!”

O comando da escolta olhou emocionado
A dramática cena; ele via, de um lado,
O medo, a retirada, o louco apego à vida,
Em detrimento até da atitude assumida...
E, do outro, ele notava a firmeza, a bravura,
A excelência da fé na existência futura,
A esperança num Deus que o mortal persuade
A confiar na promessa azul da eternidade...

E assim, profundamente abalado e convicto
Da sua própria culpa e do amor infinito
De um ser eterno e justo; e, maldizendo a dor
Que àqueles bons heróis causara um desertor,
A espada, o escudo e a farda à distância lançou;
Correu a unir-se ao grupo; e, impávido, exclamou:
- “Amigos, eis-me aqui! Deixai a vós unir-me!
Por favor, permiti que eu vá convosco, firme!
Agora eu creio em Cristo! Eu sou cristão também!
Somos de novo cem! Somos de novo cem!...”

E nas águas glaciais, sob as bênçãos do luar,
Vão todos submergindo, a cantar, a cantar:

“Somos cem, a morrer por Cristo!
Somos cem, a morrer por Cristo!
Mas, no Céu nós o veremos
E com os anjos cantaremos:
Vale a pena morrer por Cristo!”

Agosto de 1959

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