sexta-feira, julho 29, 2011

Dois poemas de Natanael Santos

Esta e outras imagens de uso livre em Imagens Cristãs no Flickr

Abecedário da Bíblia

A Bíblia é:

A – Âncora da alma
B – Bússola do navegante
C – Capacete da Salvação
D – Diretriz para o viver cristão
E – Espada do Espírito
F – Flecha do Valente
G – Guardiã do viajor
H – Horizonte sem par
I – Invencível Palavra de Deus
J – Jóia dada por Deus
L – Lenitivo para o coração aflito
M – Manancial de riquezas
N – Nutrição do salvo
O – Oásis de amor
P – Provisão para a alma sedenta
Q – Quinhão de delícias
R – Rio de águas vivas
S – Saúde para o espírito abatido
T – Tesouro incomparável
U – Unção para o pregador
V – Vereda certa para o justo
X – Xilógrafo que imprime nosso caráter
Z – Zelo de cada cristão





Que casa me edificareis?
(At 7.49)

Onde erigir uma casa
Para o Eterno?

Entre peles
De touros?
De bodes?
De ovelhas?

Com que a faremos?

Esculpiremos o mármore?
Levaremos o ouro, ou a prata ao cadinho?
Correremos em busca de pedras preciosas?

Iremos ao Líbano
Entalhar cedros?

Voaremos à China
Em busca da mais pura seda?

Sairemos em busca 
De famosos arquitetos
E hábeis tecelões?

Não!

O Eterno
Só quer o barro
Amassado aos pés do Calvário
Entalhado com a humildade
Emoldurado com a obediência
O interior revestido de amor
E o trono firmado
Sob as bases da fé!



Colhidos na página do autor no Facebook

Um debate sobre a escassez de poesia estrangeira no Brasil


'Um debate sobre a escassez de poesia estrangeira no Brasil', interessante artigo sobre tradução e poesia publicado no caderno Prosa & Verso do Jornal O Globo, e que você pode ler no blog Bradante, aqui.

domingo, julho 24, 2011

Quatro poemas de J.T.Parreira



COMUNHÃO


Despertaste-me, porque querias
dizer-me qualquer coisa
qualquer coisa em Ti
é um pássaro que vem espreitar na lente
grande angular da minha lágrima
qualquer coisa em Ti é uma onda
que vem
limpar meus pés das areias
do deserto
É uma orquídea no outono
Despertaste-me porque querias
dizer-me qualquer coisa
Esperavas por mim, paciente
às portas do sonho.




POUCAS VEZES A FOME TERÁ TIDO


Poucas vezes a fome terá tido
tanta altivez
como nos caixotes do lixo, com a cabeça
triste, levantada, a procurar
poucas vezes o homem terá sido
tão ignorado
pelo homem como quando lança as mãos
como uma rede
para apanhar o seu quinhão de ar
Estar escondido atrás da claridade
das cortinas da janela
e ver essa altiva pobreza, poucas vezes
terei tido nos meus olhos
a beleza dolorida de ser homem.




O VIOLINISTA


Sobre a madeira do violino
aplaina a nossa alma
tira nódulos
de uma dor que vem
apertando o tempo.
No vento fricciona rosas
até ao invisível perfume
o timbre brilha por vezes no veludo
com o arco alisa
como um marceneiro o som
até que a peça seja um cruzamento
do silêncio com um cheiro.




A ORQUESTRA


Um gesto largo dos braços e os pássaros
se expandem e espalham-se com os olhos
do maestro cheios de música
o ar abre-se como o céu ao azul
Um gesto de ambas mãos
cria as suas próprias aves
até que a larga mão, que sustenta
o som, depois o apaga.

Visite os blogs do autor:
http://papeisnagaveta.blogspot.com/
http://poetasalutor.blogspot.com/

terça-feira, julho 19, 2011

ÁGUAS VIVAS Volume 2 - Antologia de Poesia Evangélica




Há exatos dois anos, em Julho de 2009, veio a lume a Antologia Poética Águas Vivas, destacando a obra de 10 poetas evangélicos contemporâneos. Dez expoentes dos mais diversos estilos poéticos, unidos num livro editado em formato eletrônico, trazendo uma riquíssima e edificante amostra de poesia, numa obra franqueada a todos os interessados, pois de circulação e cópia gratuitas.

Já naquele momento, muitos talentosos poetas não puderam ser incluídos na obra, cujo projeto editorial inicial era dedicar-se a 10 poetas somente.

Pois eis que agora, em Julho de 2011, a semente que ficou germinou, e é com grande alegria que apresentamos aos leitores este segundo volume de Águas Vivas, imbuído do mesmo espírito da edição anterior, que é destacar e divulgar a excelente poesia cristã produzida atualmente por nossos irmãos, no Brasil e em Portugal.

Desta feita estão antologiados sete autores, sendo quatro deles, os brasileiros: Antonio Costta, Fabiano Medeiros, Flávio Américo e Norma Penido; e três lusitanos: Florbela Ribeiro, Jorge Pinheiro e Rui Miguel Duarte, cada qual comparecendo com 10 poemas. O e-book possui 116 páginas, em formato PDF, e o download é gratuito.

Decerto e mais uma vez, outros poetas de excelência ficaram de fora, pois na presente edição optamos por trabalhar com um número menor de autores. Mas nossa expectativa é dar prosseguimento ao projeto Águas Vivas, vindo daqui a algum tempo a contemplar a obra de outros de nossos bardos, que têm exercitado com multiforme graça o dom divino que o Senhor lhes outorgou.

Querido leitor: tenha uma muito boa leitura, e não deixe de compartilhar este livro e estes poemas com seus amigos e irmãos. Sinta-se livre também para republicar este post em seu blog ou site, sem necessidade de prévia autorização.


Para baixar o livro, CLIQUE AQUI.


Para ler o livro online, CLIQUE AQUI.


Sammis Reachers, organizador

sábado, julho 16, 2011

Dois poemas de cordel de João Batista M. Nascimento


O PRECIOSO SANGUE
No interior de Bragança
No estado do Pará
Houve um fato interessante
E eu quero lhe contar
É testemunho de crente
Espero que vá gostar
Mais se você é de Deus
Veja o que aconteceu
Testemunhe para os seus
E pare pra pensar

Perto de uma fazenda
Em uma vila formada
Morava uma irmã
Daquelas bem avivada
Que em sua igrejinha
De sapê e de cavaco
Cria que Jesus Cristo
Estava sempre ao seu lado
E que podia ajuda-La
Caso ele fosse chamado

A irmã lavava roupa
Para os donos da fazenda
De vez em quando levava
A eles a encomenda
Na fazenda eles tinham
Cachorros grandes valentes
Presos durante o dia
Para não ver muita gente
Afim de mantelos ferozes
Pra proteger a fazenda

Certo dia a irmãzinha
Em uma tarde ensolarada
Com a trouxa na cabeça
Foi cumprir sua jornada
O portão tava aberto
A irmãzinha entrou
Os cachorros soltaram-se
Ninguém viu ninguém falou
Avançaram em grande fúria
E a irmãzinha gritou

Jesus Cristo meu senhor!
Cobre-me com o teu sangue
Por teu bendito amor
E os cachorros frearam
E olharam com temor
E a dona da fazenda
Logo se despertou
Quando saiu no terreiro
Ao olhar para a irmã
Gritou, caiu, desmaiou

E seus filhos lhe juntaram
Bem no meio do terreiro
E os cachorros prenderam
Mais vendo a mãe desmaiada
Ficaram em desespero
Mais logo ela voltou
Ao seu estado normal
E gritou para os seus filhos
Levem a lavandeira
Urgente pro hospital

Seus filhos disseram, não!
Ela esta sã e contente
Dando gloria a Jesus
Por sua vida de crente
A fazendeira insistiu
Mais eu vi ela ferida
Esta toda ensangüentada
Pode até perde a vida
Logo veio lhe acalmar
Sua lavandeira querida

A fazendeira abraçou lhe
Falando assim, não se zangue
Mais eu vi você coberta
De cima a baixo com sangue
E a irmãzinha falou
O sangue que você viu
É o sangue precioso
De Jesus o salvador
Que foi vertido na cruz
Pra salvar o pecador 

Este sangue meus amigos
Que a fazendeira enxergou
Já protegeu muita gente
Neste mundo de horror
Protegeu israelitas
Do anjo destruidor
Que trouxe morte aos Egípcios
E ao faraó sem amor
Que resistiu a Moisés
Enviado do Senhor

Este sangue protegeu
Simbolizado em cordão
A prostituta Raabe
Seus pais e seus irmãos
Quando a velha Jericó
Foi destruída sem dó
Pelo Deus da provisão
Protege eu e você
Basta somente crer
Que Jesus é a solução
FIM



O MISSIONÁRIO E O FAMOSO

Quero com muita calma
Com alegria na alma
Chamar sua atenção
Pra meditar nestes versos
Que por sinal e por certo
Vai te ajudar no deserto
Da caminhada cristã
Que te leva à cidade
Que por certo tens saudade
E se chama Canaã

Um missionário dos muitos
Que o Brasil já formou
A um país mui distante
O Senhor Jesus mandou
Fez um trabalho bonito
Muita alma ganhou
Fez um templo grandioso
Obreiros ali formou
Mais até que veio o dia
E o missionário voltou

Despediu-se dos irmãos
Daquela comunidade
Deixou todos com saudade
Pois era seu pai na fé
Pegou filhos e mulher
E entrou no avião
Pesava-lhe o coração
Ter que deixar seus irmãos
Num país que não sabia
Se voltaria, ou não

No transcorrer da viagem
Em um avião luxuoso
Percebeu que viajava
Com um artista famoso
E ao chegar ao Brasil
Das alturas ele viu
Um movimento anormal
O povo se aglomerava
Pra receber em sua casa
O artista internacional

O missionário então
Desembarcou do avião
Vendo a multidão
Que nem olhavam pra si
E conversou com Jesus
Senhor ouve minha oração
Passei dez anos na índia
E volto ao meu torrão
Ninguém ta me esperando
De mim ninguém faz questão

E esse moço que vejo
Levando abraços e beijos
Levado em um cortejo
Não esta em sua terra
E o povo aqui faz guerra
Pra dele se aproximar
De muitos é protegido
É aclamado como herói
Parece que muitas coisas
Nesse país fez por nós

Jesus então respondeu
Falou no coração seu
Filho não te ilude
Com o que os teus olhos vêem
Esse mundo esta pátria
Não pertence a você
És um cidadão do céu
Creia nisso, bom rapaz
Moraras eternamente
Nas mansões celestiais

Nas mansões celestiais
Meus leitores eu sustento
A fama não é passageira
É eterna e cem por cento
Não há morte não há lágrimas
Não há dor Nem sofrimento
A Bíblia assim afirma
Lá não existe lamento
De todas estas amarguras
O cristão está isento
Fim



segunda-feira, julho 11, 2011

Dois poemas de Sammis Reachers


CARTA AOS DERROTADOS

Aos derrotados de todas as idades, tempos e lugares:
Jesus já venceu por nós

Aos que escrevem poemas de amor
na língua morta
de um país que já não existe:
Continuemos Poesia contra os muros,
Jesus já venceu por nós

Aos mutilados e deixados pra morrer
em Waterloo e Stalingrado,
Roraima e São Paulo, na próxima esquina,
nos porões das (in)direitas ditaduras
ou nas sibérias comunistas,
no miolo efervescente da multidão
ou nos últimos últimos últimos bancos
das Igrejas:
Olhemos para o alto,
Jesus já venceu por nós

Aos apunhalados enquanto dormiam
por um dos cem milhões
de Judas que Satanás
comissionou e infiltrou
nos mais improváveis meios, famílias e lugares:
Perdoemos,
Jesus já venceu por nós

Aos que sempre ou apenas
numa única hora errada
(apenas)
deram as costas:
Ele é o nosso Grande Perdão
pois Filho do único Onibenevolente;
Jesus já venceu por nós

Aos que nas malfadadas todas
as tantas e tantas e tantas vezes
roubaram e estupraram,
mentiram e abusaram,
traíram e assassinaram;
àqueles e àquelas prostituídos e travestidos,
aos viciados em substâncias, jogos ou pessoas,
aos cães de todas as estirpes,
aos extirpados, a todo aquele
que habita e palmeia
o fundo frio do poço:
Arrependamo-nos, arrependamo-nos, arrependamo-nos
e creiamos:

Em Cristo Jesus somos mais que vencedores.



Águia d'Aurora

A fumaça que sobe de minha choupana incendiada
Tece uma cicatriz na aurora
Me perdoe, mas incendeio baús de passados e amarras
Para voar livre para Ti, Amanhecer

A criança em mim (meu lastro e terna antítese)
apertou o Botão de Alarme
Da minha vida
E esse barulho, como um ranger de trilhos
É meu coração que explode

Meu tempo finda e
Eu aposto
todas as minhas fichas,
Todos os meus ossos
Em Ti

Escapei ainda ontem
Da vila de Maquiavel-dos-Mortos:
- Oh Cristo, eu vim
Em busca de tua Engenharia de Revolução

Diploma-me

Mata-me

Ressuscita-me
Ressuscita-me

Ressuscita-me

quinta-feira, julho 07, 2011

Onde Estás, Felicidade? Poema de Myrtes Mathias


Onde Estás, Felicidade?

Naqueles tempos primeiros,
uma história aconteceu
que ninguém pode esquecer:
era certo jovem louco
que a mulher do seu amor
um descuido fez perder.

Quando ela se foi,
deixando um estranho rastro,
da triste cor da saudade,
através da eternidade o seu grito
se perdeu:
- Não te vás, Felicidade!...
Era este o nome dela, daquela que lhe fugia:
Felicidade-Alegria-da-Paz-Que-o-Mundo-Não-Dá.
Desde então, numa descida pelo declive da História,
pelos vales, pelas serras, o infeliz repetia,
trêmulo de ansiedade:
- Onde estás, Felicidade?
Mas só o eco respondia:
- Dade, dade, dade...

- Guarda bem o teu dinheiro,
ajunta grande tesouro.
A mulher que tu perdeste,
só se entrega a quem tem ouro.
E o pobre abandonado, dia e noite, noite e dia,
de moeda em moeda, grande tesouro ajuntou.
E parece até que, um dia, do ouro, na claridade,
viu passar sua querida – a bela Felicidade.
Mas, quando estendeu os braços,
só o ar ele abraçou, e só o eco, pobre amigo,
ao seu grito – Onde estás, Felicidade? –
respondeu, com piedade:
- Dade, dade, dade...

- Estuda, pesquisa, domina toda a ciência,
torna-te uma celebridade.
Dia e noite, noite e dia, sobre livros e tratados,
dentro de laboratórios, o pobre se confinou.
E quando a sociedade, após anos de renúncia,
grande prêmio lhe outorgou,
pode ver perto de si a sua bela passar.
Mas, com um sorriso de piedade,
só o eco o ajudou quando, chorando, indagou:
- Onde estás, Felicidade?
- Dade, dade, dade...

- Arrebata multidões com teu talento e valor,
sem demora será tua a mulher de teu amor.
Sob as luzes da ribalta, entre aplauso e adoração,
quase chegou a sentir a mulher do seu desejo
ao alcance de sua mão.
Mas, quando o pano caiu e a solidão voltou,
outra vez sua pobre alma de angústia transbordou.
E só o eco repetiu o seu grito de saudade:
- Dade, dade, dade...

E assim buscou riqueza, saúde, glória, saber,
sem nunca nos braços ter
a sua meiga tão bela.
Contrito, reconhecendo a sua limitação,
tudo quanto possuía colocou sobre o altar
do Senhor da criação:
- Ó tu, que decides tudo,
devolve-me ao coração
aquela que meu pecado para sempre me roubou.

Só então, no céu de cinza,
fez-se doce claridade,
como a que ele conhecera, no passado,
num jardim.
E ele pôde ouvir, enfim:
- Eis-me aqui para ser tua.
Nem mesmo a própria morte de ti me separará:
eu sou a Felicidade, que tu perdeste um dia,
eu sou a tua Alegria-da-Paz-Que-o-Mundo-Não-Dá.
Até o eco repetia:
- Nada nos separará.
Deus me comprou com a sua vida,
sou a tua prometida
Felicidade- Alegria-da-Paz-Que-o-Mundo-Não-Dá.


Myrtes Mathias
No livro Encontro Marcado (JUERP)
via blog Amor Scan - http://amorscan.blogspot.com/

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...