terça-feira, maio 28, 2013
Um poema de Rute Salviano Almeida
Palavras da minha boca
Ah! Palavras da minha boca,
sejam agradáveis, doces e encantadoras
ás almas tristes, cansadas e sofredoras,
para animar, alegrar e motivar
e ajudá-las no caminhar!
Ah! Palavras da minha boca,
sejam pensadas, ponderadas e refletidas
às pessoas ansiosas e desiludidas
para ensinar, aconselhar, instruir
e animá-las a prosseguir!
Ah! Palavras da minha boca,
sejam poucas, ou bem escassas e medidas.
Não sejam ditas de forma irrefletida
E, ao conversar com almas machucadas,
possam, com amor, ser ponderadas!
Ah! Palavras da minha boca,
jamais entristeçam qualquer coração,
nem provoquem discórdia ou dissensão,
causando dor a quem me quer bem bem
ou fazendo chorar alguém!
Ah! Palavras da minha boca,
transmitas as boas novas de salvação.
Ao pecador sem qualquer direção
proclamem a mensagem de alento,
de esperança e contentamento!
Ah! Palavras da minha boca,
que eu seja sábia ao pronunciá-las,
tenha domínio próprio para refreá-las,
sempre as use para confortar os meus
e as transforme em louvor a Deus!
Da antologia "De Viagem Pela Palavra", Ed. Litteris, 2013
quinta-feira, maio 23, 2013
Página no Facebook dedicada à obra de Joanyr de Oliveira
Foi criada, na rede social Facebook, uma página dedicada à publicação dos poemas do grande e saudoso poeta e pastor Joanyr de Oliveira (1933 - 2009). A belíssima página está a cargo de seu filho, o pastor Judson Oliveira.
Além de suas múltiplas atividades e talentos, Joanyr foi desde sempre um grande incentivador da poesia e dos poetas evangélicos.
Curta a página e acompanhe as publicações: http://www.facebook.com/pages/Joanyr-de-Oliveira/350348548408399?fref=ts
Aproveitamos para publicar dois poemas de Joanyr:
MANIFESTO
Poetas de todos os sonhos, uni-vos!
Nas folhas do silêncio e do verbo
editai as fisionomias do amor,
entrelaçai vossas metáforas.
Dai e recebei vossas mãos
trêmulas sob o peso do universo,
das lágrimas gotejadas pelos milênios,
dos que mataram a vida
amoldada pelos dedos de Deus.
Dizei às flores o vosso segredo
quando no anverso das coisas caminhais.
Uni-vos contra as foices sorrateiras
e degoladoras do vento, contra os martelos
que pisam sobre a harmonia dos homens,
contra os cifrões obesos e hipócritas.
Poetas de todos os planos, uni-vos,
estendei vossos braços até o infinito:
trazei de volta a Eternidade
pelos condutos de vosso sangue.
Urge casar o Belo de vosso canto perfeito
e a perfeita canção do caminho de Deus.
Escolhei a palavra madura
e a beijai ritualmente.
Poetas de todos os sonos, erguei
Dos submundos doentios
As águas da morte e com um olhar
Transformai tudo em poesia!
Acariciai com o verso mais sereno
Os que não sabem sorrir,
Os meninos amarelos, nus e esquecidos,
Os preclaros donos das guerras do mundo,
Os promulgadores de injustiças.
A estes avisai, poetas,
que sobre a inocência de seus netos futuros
pisarão os implacáveis corcéis da morte.
Poetas, uni-vos nas alamedas do amor
e jorrai vossos soluços unânimes,
porque os relógios do pânico
não dormem – com as bombas, não dormem –
com os terremotos grávidos de ira.
As potestades subterrâneas
apontam agora a última noite.
Urge convocar, poetas, as margens dos oceanos,
os pilotos, os timoneiros, os chefes austeros,
os sepulcros, os golfos solitários,
os mendigos, as meretrizes,
os humilhados pelos fortes, os tripudiadores,
os loucos de todo o gênero, os bastardos,
os reis sem trono, os tímidos, os assassinos,
os leprosos que se casaram com as trevas,
os natimortos, os desesperados sem remédio,
os sonhadores incorrigíveis, os sem honra,
os avarentos, os santos do Senhor de todas as terras,
os calmos viventes e os moribundos.
Porque, poetas, bem perto se anuncia
a última noite. E o ranger de dentes
e o pranto pousarão sobre as coisas e as frontes.
O Dia Eterno abrirá puríssimas asas
sobre as vestes vestidas de branco.
Poetas, emigrai dos sonos e dos sonhos
e cantai como espada e trombeta
as cores iluminadas do Amanhã.
(11/07/1977)
Poema lido pelo autor durante o I Encontro Nacional de Poetas Evangélicos - Rio de Janeiro, 24 de Julho de 1977.
MÃOS CONTEMPLADAS
As mãos tecem o poema.
O roteiro ignoram
de sua tessitura.
As mãos sempre insones
em conchas misteriosas.
A humildade é a sua glória.
Podem os olhos rutilar
navegando no papel;
pode o sorriso vir
luminoso, à doçura
do cantante estribilho.
As mãos se limitam
ao silêncio e ao labor,
à mudez de um oficio.
Eis o seu ministério:
a penosa colheita.
As mãos transitam
entre as margens e a sede:
o papel as contempla.
Os conceitos e sonhos
seguirão os astros
e os caminhos da terra.
As mãos desconhecem
o sabor perenal
de suas muitas palavras.
(Lisboa / São Paulo, 13.7.98)
quinta-feira, maio 16, 2013
DEUS AMANHECER, novo livro de Sammis Reachers
Eis aqui meus amigos, meu novo livro (este não é e-book, é impresso), DEUS AMANHECER.
As 150 páginas deste livro reúnem uma seleção de textos escritos desde minha conversão, em 2005, até aqui. São diversos textos inéditos, somados a outros publicados apenas em blogs e redes sociais, e que configuram o corpo principal deste Deus Amanhecer, acrescidos de uma antologia poética, com textos selecionados de meus quatro livros anteriores (livros que circularam apenas como e-books): Uma Abertura na Noite (2006), A Blindagem Azul (2007) CONTÉM: ARMAS PESADAS (2012) e Poemas da Guerra de Inverno (2012), além de poemas publicados na Antologia Águas Vivas I (2009).
O livro conta com prefácio do querido poeta lusitano João Tomaz Parreira.
O livro foi impresso em pequena tiragem, para distribuição entre amigos e casas de leitura. Mas caso você queira adquirir um exemplar, escreva-me para assegurar que ainda há exemplares para venda.
Promoção
E mais: para quem desejar, já está rolando uma promoção, através da página do blog Arsenal do Crente no Facebook. Você pode ganhar este e mais um outro livro, Quando a Teologia Faz Diferença (Ed. Hagnos), lançamento organizado por Lourenco Stelio Rega. Para saber como participar, confira neste link:
https://www.sorteiefb.com.br/tab/promocao/195836sábado, maio 11, 2013
Três poemas de Myrtes Mathias
Enquanto És Jovem
Quando na cidadela de tua alma
se digladiam a voz da consciência
e a atração do mundo,
nessa batalha tão mais terrível
porque travada no silêncio e na solidão,
Alguém participa de tuas lutas,
compreende tua limitação.
Quando estendes a tua mão direita
para fazer alguma coisa boa,
sem que o saiba tua mão esquerda,
Alguém vê teu gesto e abençoa.
Ainda é o mesmo, Aquele que no templo
olvidou ruídos e sábios fariseus,
para abençoar duas moedas
que caiam no gazofilácio,
como um hino no coração de Deus.
Não te preocupes a opinião do mundo,
à tua própria opinião;
entrega teus bens e tua vida,
duas pobres moedas diante dos homens,
preciosas para Aquele que vê o coração.
Acende tua chama e parte a iluminar o mundo,
enquanto és jovem,
enquanto tua luz tem mais fulgor.
Deus te deu a salvação e a liberdade;
distribui esses bens com a humanidade:
Amor se paga com amor.
Se a ordem for gastar os teus talentos
entre gente estranha que nunca te agradecerá,
para enxugar teu suor e tuas lágrimas
os teus passos Alguém precederá.
Se lá vieres a morrer incompreendido,
em nome desse ideal, sem um adeus,
Aquele que te viu e guiou em cada passo,
trocará tua renuncia e teu cansaço
por um lugar de honra entre os heróis de Deus.
Quando se perde um grande se perde amor.
O que é que a gente faz
quando perde um grande amor?
Primeiro,
queira ou não queira,
a gente chora.
Depois, então,
a gente ora e louva ao Senhor
pelo tempo que durou.
Mas se a gente realmente crê,
sabe que depois do choro
vem a alegria.
É só esperar por mais um dia:
o amanhã de Deus.
Quantas vezes esse dia se repetirá?
Não sei.
Só sei que coloquei meu coração
nas mãos de Deus:
meu presente,
meu futuro,
e até o passado que é,
principalmente,
o que mais faz sofrer,
faz chorar,
porque a gente fica a se perguntar:
- Por que comigo?
O que foi que eu fiz?
Onde foi que errei?
Eu não sabia que era tão feliz...
Por que não previ e evitei?
Por que?
Por que?
Não sei.
Sou apenas um ser humano
preso aos limites do tempo,
do espaço,
das formas de expressão.
Mas, aleluia!
O meu Deus, não!
É eterno,
numa dimensão de tempo
tão abrangente que,
de repente,
em Suas mãos,
sinto passado,
presente,
futuro,
numa unidade,
que é bondade,
felicidade,
beleza,
riqueza,
companhia,
paz,
alegria.
Essa alegria que a vida não tira
porque está além dela.
E agora, talvez,
já esteja delirando,
não mais sentindo,
não mais sofrendo,
não mais chorando,
não mais me culpando
pelo que aconteceu.
Antes cantando:
“Pela graça do Senhor,
sou o que sou”,
és o que és:
nem superior,
nem inferior.
E assim,
mais uma vez,
tomo minha vida,
tomo tua vida
e as coloco unidas
nas mãos de Deus que nos fez.
Que é que a gente faz
quando perde um grande amor?
Primeiro,
queira ou não queira,
a gente chora.
Depois, então,
a gente ora
e escreve uma canção
que outros cantarão, também,
quando seu amor for embora...
MÃOS DE OPERÁRIO
Cruzadas,
inertes,
brancas,
cansadas,
maltratadas,
cheias de calos,
repousam tranquilas,
na imobilidade absoluta da morte.
Mãos que construíram casas humildes,
edifícios luxuosos,
templos de Deus.
Cansaram-se de construir edifícios tão grandes
que prontos,
sequer ousaram tocá-los.
Humildes mãos de operários,
irão para sempre
deixando suas marcas
nas paredes dos barracos,
das casas ricas,
dos templos,
onde o povo buscará seu Deus.
Tão ocupadas estiveram,
que nada ajuntaram.
Voltam ao Criador
leves como chegaram,
levando apenas as marcas que abençoam,
dignificam.
Lembram outras mãos
que vieram ao mundo para construir.
Mãos de um outro operário,
que se entregaram por mim.
Tingiram-se de vermelho,
nos braços da cruz,
para se destacarem no azul,
para o qual apontam:
Mãos de outro operário,
mãos de Jesus.
Muitos outros poemas da autora na página a ela dedicada, no Facebook: http://www.facebook.com/MyrtesMathias?hc_location=stream
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Myrtes Matias
segunda-feira, maio 06, 2013
Oração, poema de John H. Wheelock
Oração
Tradução de Oscar Corrêa
Tende piedade, Poder
severo e justo,
Da avidez, do ódio e da
lascívia impura,
Da ânsia intérmina e desse
medo augusto.
Daí, ó Saber Infinito, ao
pó, cordura!
Tende paciência conosco,
se injusto
Trai um ao outro, e a
Humanidade dura
O manto inconsútil do
homem, augusto
E uno parte; e divide a
veste pura.
Infinita Piedade, tende-a
redobrada,
Que precisamos dela,
inalcançável
À nossa pobre pequenez
irada,
Amor sem Remorso, Piedade
Inexorável!
no livro Poemas – Geraldo Vidigal e Outros.
São Paulo: Editora LTr, 1995
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