sábado, março 28, 2020

Dois poemas de Vera Cristina Weissheimer

Ramakrishna Nimmaraju

Que a tristeza se desfie em versos de poesia.
Que a desesperança esperanceie.
Que a dúvida seja impulso para o atrevimento de crer.
Que a loucura necessária não seja temida.
É preciso de sandice para atrever-se nas coisas da fé.
Lá onde os absurdos fazem sentido,
e, apesar de todos os pesares, que possamos sentir,
de todos os nãos que possamos ouvir,
de todos os contrários que possamos enfrentar
e dos vazios em que podemos cair,
que a fé, ainda assim, seja nossa força de vislumbrar
possíveis nos impossíveis.

Do livro Quando a Vida Dói (Ed. Sinodal)


Eterna finitude

Folha seca
Que cai sem temer o vento que a leva
Folha verde que resiste ao vento
Vento forte que insiste
Que dança em sua volta
Vento fazendo ventania
Folhas
Pequenas, grandes
Secas
Até as verdes
Quem sabe colhidas antes do tempo,
Mas quem há de entender
Haverá mesmo algum tempo certo?
A hora certa?
No outono ou primavera
Em qualquer das estações
As folhas são tomadas pelo vento
Brisa ou tempestade
Que dança
E as tira de onde estiverem
Do ipê ou da palma
As folhas rodopiam
E dançam no tempo da finitude
Tempo de eternidade


domingo, março 15, 2020

FLOR DE MAIO, livro de poemas de Roberto Zwetsch para download gratuito


O autor Roberto Zwetsch disponibilizou, para download gratuito, seu belo livro Flor de Maio (publicado pela Editora Nhanduti).

PARA BAIXAR O LIVRO, CLIQUE AQUI.

sexta-feira, março 06, 2020

MINHA CASA DE DEUS, poema de Irmgard Roessler Menze


MINHA CASA DE DEUS
(A Igreja de Cristo em São Leopoldo)

O mais belo local sobre a terra é minha casa de Deus.
Em tempos bons e difíceis de lá entrei e saí.
A primeira vez nos braços de meus pais,
para receber o batismo, quando pequena e pobre.

Dai o tempo foi rápido e ao mesmo tempo maravilhoso
Quando me chamaste a segunda vez, Senhor, ao altar.
Lá recebi o perdão do meu pecado. Tu me convidaste e eu vim.

E depois de alguns anos, com a coroa de mirto em meu cabelo,
no braço de meu amado, estive diante do altar,
para pedira bênção para nossa vida futura.

Mas multo mais do que pedimos, tu nos deste, Senhor:
Nos destes belos filhos, netos nos deste depois,
permite que fiquemos juntos ainda por um longo tempo,
Guarda-nos de sofrimento.

Mais uma vez os sinos badalam... será para mim... para meu último caminho?
E então verei das alturas minha casa de Deus.
Senhor, abençoa a todos que lá entram e saem.


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