segunda-feira, dezembro 29, 2008

Dois poemas do Pr. Luiz Flor dos Santos


MINHA CIDADE

Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.
(Isaías 40.31)

Minha cidade acorda com os pássaros.
Com o galo levanta.
O silencio da paz está nela.
E a música harmoniosa da alegria encanta.

Na minha cidade não há sombras.
O medo se esvai.
Para seus labirintos Jorra águas de vida.
Minha cidade é a cada dia mais viva.

Minha cidade desabrocha como a flor.
Em seus jardins há flores enfeitadas de todas as cores.
Pequenas, grandes. Mas todas bem bonitas.
Todos os dias na minha cidade é primavera.
A vida é sortida. É cor.

Na minha cidade anjos cantam.
Se adiantam a proteger.
Nunca estão desatentos.
Agentes do bem viver.

Há um trono em minha cidade.
Nele se assenta Um que tudo governa.
Ele nunca dorme, nunca dormita.
Seu mirar a tudo cogita.

Na minha cidade há Um que instrui
Ilumina. Dirige. Ensina. Conduz.
Como um vento ligeiro impetuoso na sua vez
Tudo sabe. Tudo vê. Minha cidade reluz.

O sol de minha cidade nunca se põe.
Nem afadiga. Ilumina e trás vida.
Durmo com o Sol e acordo com o Dia.
Na minha cidade a lua é sempre inteira e muito bonita.

Na minha cidade a madrugada é tranqüila.
Ouço nela o silêncio de uma Canção inaudita.
A minha cidade é feliz. Cheia de risos.
Minha cidade é amada. Muito bem governada.



JOSÉ

Elevo os olhos para os montes: De onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem;
não dormitará Aquele que te guarda.
(Salmo 121.1-3).

Para cima, José!
Para cima!
Por que teu olhar insiste em ficar cá em baixo, José?
José, para cima a saída é mais fácil. Pode pôr fé.

Para diante, José!
Para diante!
Por que você insiste em olhar para trás?
Para trás ficam os perdidos e nada mais, José.

José, amigo, aceite um conselho:
Não olhe no espelho.
Nele as imagens ficam distorcidas,
Muito distantes ou muito perto.
José, não exite em subir o monte
De lá se vê tudo melhor.

Ai, amigo
Por que tanta depressão em teu semblante?
Para cima! Para diante!
Eleva teu coração, José.

José, não ouviste dizer, não:
Os que choram serão consolados?
Os que têm fome serão fartos?
Então, José, por que não olhas para cima?
Por que não deixas de ser tão turrão?

José ouvi alguém dizer com precisão:
Está alegre, cante,
Está triste faça uma prece.
Alegra esse teu coração, José

Não cesse, José!
Não cesse!
Há uma mão para te amparar.
Um ombro para chorares.
Um coração para te escutar.
Uma Providência para de ti cuidar.

Não desista, José. Nunca!
Não cesses, José. Jamais!
Para cima, José, sempre!
A providência nunca
Nem a Ti nem a mim abandonará jamais!

Para cima, José!
Tira a tristeza do olhar.
Tira a desilusão do coração.
Liberta tua alma e anda firme, então!

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quarta-feira, dezembro 24, 2008

Um poema de Natal, de John Piper


O sol tinha apenas começado a se por
e a face de José, cheia de pesar
apareceu outra vez. “nós encontraremos um lugar”,
disse Maria, cheia de esperança e de graça
“eu sei que iremos”, ela tocou em seu queixo
e sorriu bravamente, “quem necessita de uma hospedagem?

O céu é claro, os cobertores grossos
e mornos; há ainda uma luz boa para escolher
Um lugar entre as rochas que passamos
Deus é o primeiro, o melhor e último”.

Mais vezes do que ele preferiu pensar
A pobre fé de José começaria a afundar
e recolher-se na escuridão como um inimigo
até que o coração esperançoso de Maria incandescesse

Não era a noite que ele temia
nem caçar bestas (animais), nem combater ladrões
De fato, não era medo
que fazia as lágrimas caírem

“Está tudo bem, José, eu não me preocupo
Eu estou certa de que não será duro (difícil) encontrar”.

“meu Deus, você está grávida, mulher, olhe!
Que tipo do marido sempre examina
sua esposa dormindo entre as rochas?
Eu não sou um pastor com alguns rebanhos;
Eu sou um homem e você é minha esposa
com uma criança”.

Ela abraçou-o junto à vida
do seu ventre e não disse mais nada.

Mulher sábia, ela já tinha aprendido:
Às vezes você deixa um homem sozinho
para carregar sua carga de amor, e de gemido.
Ela manteria isso com ela o dia inteiro
e cada vez que viessem (as dores) ela oraria

“não ainda, oh Deus, não na estrada;
Seus ursos feitos a mão são mais pesados
do que ela possa suportar. Oh Rei, por favor espere;
Deixe por favor a criança, sua criança, vir mais tarde”.

Ela nunca incomodava José
Não enquanto eles iam para a cidade
Não enquanto o sol estivesse se pondo
Mas tão somente quando a busca terminou
Ele ajudou-a deitar-se entre galos
e galinhas. Ela sorriu, “Certamente é melhor do que rochas,
especialmente para um nascimento a essa hora da noite”.

“eu não estou bom para brincadeiras agora”.

"“Nem eu”. “Há quanto tempo você sabia disso?”

“Não fique com raiva agora, meu amor, vamos celebrar
o tempo e as maneiras (os meios) de Deus.
Lembre-se de que sua vara e seu cajado
São confortáveis, disse o pai Davi”

Ela se mexeu e rapidamente deu forma à sua cama.

“eu o ajudei a levar sua carga na luz do dia;
Por favor, José, carregue-me hoje à noite”.

“ eu arranjarei uma parteira aqui do lugar...”

“Não me deixe aqui sem sua face (sem que eu possa vê-lo).
Minha mãe mostrou-me o que fazer
E o que eu preciso agora mesmo é de você”

Entre as dores tentou encontrar-se
em paz e olhando fixamente para o céu
E pensar em como ela poderia estar preparada
E depois ela disse, “José, eu estou assustada"

E ele com olhar fixo e calmo
Recitava para ela o salmo do anjo

“ é o tiro do cajado de Jesse;
Será chamado o filho do Deus;
Seu reino nunca terá fim.
Não atenderá Deus ao seu nascimento?”

Mas a face de Maria permaneceu tão triste:
“as promessas são certas para ele.
Você sabe que eu nunca duvido da Palavra de Deus,
mas, José, eu nunca ouvi
a promessa para mim mesma, mas isto:
“Alguma espada e minha própria alma não faltará”

Outra vez seus olhos ficaram fixos,
refletindo a luz brilhante e a graça do céu

“nosso livro está cheio das promessas;
Recorde aquela que diz,
O Senhor não retém coisa boa nenhuma
daqueles que estão sob seu cuidado.
E; quando suas preocupações se multiplicarem
O consolo de Deus vem à noite.
E; um sólido amor circundou a garota
para quem Jehovah é sua pérola.
E; Deus é um a fortaleza para o fraco,
Quão felizes são aqueles que buscam a sua ajuda”.

Aos poucos as dores se retiravam
Ele lhe deu palavras alegres e verdadeiras.
Carregou Maria com a Palavra
e ela entregou o que ouviu:

O Sim de Deus (a confirmação de Deus) para cada promessa antiga
E com as mãos levantadas ambos
foram se completaram agora com a profecia distante:

“Sejam unicamente a Deus todos os elogios,
e deixa ao mundo uma luz de vela
para comemorar esta noite grandiosa”.

FONTE: Jornal Urro do Leão - http://www.urrodoleao.com.br/

Anunciação, poema de J. T. Parreira


O que estava dentro dela
a Alegria, o Nome
escrito
da direita para a esquerda,
Maria não O via
ainda com seus olhos.

Um anjo imune
ao calor de dia, ao frio
do fundo das almas desertas,
desceria
do tecto do céu
para anunciar a passagem
de Deus no mundo.

in http://www.papeisnagaveta.blogspot.com/

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Natal em Emaús, um poema de Myrtes Mathias


Natal em Emaús

È natal!
E no natal a gente sempre espera que aconteça um milagre.
Mas, ás vezes, a gente espera, espera e cansa, como os discípulos de Emaús:
– Senhor, é já hoje o terceiro dia, o terceiro mês, o terceiro ano...
Então, de repente, vejo-me passando às mãos do Mestre todas as mágoas, frustrações e dor.
E ele, mansamente, começa a fazer-me lembrar as bênçãos e vitórias alcançadas durante todo o ano, toda a vida: ás vezes sem conta em que o socorro chegou, talvez não como eu havia pedido ou esperado, mas sempre concorrendo para o meu próprio bem.
Enquanto minha alma caminha assim com ele, sua voz, como um acalanto, faz arder meu coração e eu lhe estendo a mão, queixas e murmuração, transformadas num pedido de amor:
– Fica comigo, Senhor!
O dia declina. Já não sou mais jovem, nem forte, nem cheia de ilusões.
O crepúsculo me assusta, me causa pavor:
– Fica comigo, Senhor!
Mas quando suas mãos marcadas, glorificadas, se estendem para partir o pão – que é ele mesmo, minha alma alimentada, agradecida, reconhece que sempre esteve comigo, durante todo o caminho. E a alegria é tanta que quase não dá para crer:
– Eras tu, Jesus! Eras tu, Rabi!
E eu me ajoelho para adorá-lo e para escrever essa estranha mensagem de ressurreição num dia de natal...
E hoje, o terceiro dia, o terceiro mês, o terceiro ano... Que esperava eu?
Não me lembro. Não importa.
O milagre aconteceu!
Há luz ao meu redor, há luz dentro de mim:
Jesus nasceu! Ele vive! Está aqui! Emanuel! Rabi!
Glória a Deus nas alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor!
O caminho da espera se fez o da esperança:
Deus feito criança nasceu, cresceu, morreu, ressuscitou, cumpriu as promessas, deixou a promessa:
– Este Jesus há de voltar um dia!
E tudo isto é tão lindo, tão pleno, tão consolador, que a gente tem que terminar repetindo com o anjo anunciador:
– Não temais! Eis que vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:
hoje vos nasceu Jesus Cristo, o salvador!
Vos nasceu – nasceu para nós, cada um de nós, mesmo para os que caminham na direção de Emaús.
Hoje é dia de ressurreição e de advento, dia da renovação do entendimento, que vem em resposta ao meu clamor:
– Fica comigo, Jesus! E Jesus ficou!
Noite feliz! Noite de paz! Noite de amor!

Um poema natalino de Flávio Américo


Louvor ao Deus pequenino

As pessoas esqueceram o esperado
Cada dia, esquecido Ele era
O ar se tornara triste como fado
Ou ruína coberta pela hera

Mas numa noite escura e fria,
Em que nada parecia especial
Veio ao mundo quem seria
Da vida seca, o manancial

Seja louvado, aquele menino
Que, ao nascer, trouxe a luz
Aquele Deus bem pequenino
A todos os povos conduz.


O presente, não é tão diferente
Está esquecido, o Deus encarnado
Só se fala em receber presente
Deixando o divino menino de lado

Mas se escutas esses cantores,
Que te lembram, do natal, o sentido
E se tocado pela mensagem fores
Agradeça o amor por Deus sentido

Seja louvado, aquele menino
Que, ao nascer, trouxe a luz
Aquele Deus bem pequenino
A todos os povos conduz.


Cante conosco ao bom criador
Que, por amor, pagou o preço
Do vil pecado que só cria dor
Oh, tanto amor eu não mereço

Mas obrigado, Senhor Jesus,
Por ter me amado tanto
O meu amor ao teu não faz jus
Mas te dedico esse canto

Seja louvado, aquele menino
Que, ao nascer, trouxe a luz
Aquele Deus bem pequenino
A todos os povos conduz.


Visite o blog do autor: http://www.palavrasboladasereboladas.blogspot.com/

domingo, dezembro 14, 2008

Dois poemas de Natal, de Filemon F. Martins



DESEJO DE NATAL

Se eu pudesse compor, eu comporia
um poema de paz e de ventura,
cujas palavras cheias de ternura
fossem do amor a eterna melodia.

Se eu soubesse cantar, eu cantaria
nesta Noite de Luz e de doçura,
e toda a Terra venturosa e pura
minha canção a Deus entoaria!

Pois nesta Noite de Natal, de glória,
um menino mudou a própria história
da Humanidade que não tinha Fé...

Que em cada coração aqui presente
possa nascer, feliz, eternamente,
O SINGULAR JESUS DE NAZARÉ!


O NATAL DE JESUS

Natal. Noite em Belém. A noite é bela.
O céu está tranqüilo e deslumbrante.
Quase ninguém percebe a luz daquela
Estrela singular e fascinante.

Quanta beleza envolve aquela tela,
o menino nasceu e o povo errante
há de encontrar no filho que revela
uma história de amor edificante.

Grande exemplo naquela estrebaria
nos deu Jesus, o filho de Maria,
ao pecador que seu perdão implora.

Hoje, neste Natal, a Humanidade
já não tem fé, amor, fraternidade,
pois a ganância tudo quer e explora.

Para ler muitos outros poemas e textos do autor, Clique Aqui.

filemon.martins@uol.com.br

terça-feira, dezembro 09, 2008

Um poema de Josué Ebenézer


Oração da Família

Senhor!
Que a chaleira sempre apite
Uma água fervendo;
Enquanto houver um amigo
Para tomar um café preto com a gente.

Que a brisa do vento
Sempre encontre uma janela aberta
Para atravessar toda a casa e espalhar
O perfume da esposa após o banho da noite.

Que haja sempre brinquedos
Espalhados pelos corredores
A indicar que filhos, netos e bisnetos
(ou ainda alguma criança amiga)
Povoam nosso lar de irreverência infantil.

Que o forno tenha a chance de ser
Aquecido de tempos em tempos
Para produzir uma gostosa broa de milho,
Fruto da criatividade culinária
De quem tem junto um sorriso para oferecer fora do pires.

Que haja sempre um sofá,
Mesmo que velho e recoberto de um pano rejuvenescedor,
Para abrigar nossos corpos e nossas vozes
Em um diálogo franco e criativo,
Tendo a televisão desligada.

Que a falta de água do verão
Não impeça de se produzir beijos molhados
E se dar abraços apertados
Multiplicando afeto por todas as estações.

E que, acima de tudo, haja sempre canções
A serem entoadas por corações agradecidos
Pela vida e pelo amor
Que começou em ti e que tocou os que
Simplesmente acreditaram no Eterno.

Amém!

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Um poema de Hamilton Fernandes Filho


Ave

Soberana ave...
As mãos divinas que amparam teu vôo
Trazem prenúncio de chuva
Nas nuvens negras além de ti.
Meus olhos fatigados
Te vêem daqui
E minha humana forma sem asas
Aspira o pó da terra que há de me consumir.
Teu ninho guarda teu repouso
E as mãos que acolhem teu pouso
Guardam minhas asas
Para o dia em que eu partir.

Visite o blog do autor: http://hamilton-fernandes.blogspot.com

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Um poema de Wally Alves Fernandes - ESCOLA DOMINICAL


Escola Dominical

Há uma Escola bendita
Onde se aprende a verdade,
Traz a mensagem inaudita
Da graça e da liberdade.

Nesta Escola conhecemos
O que fizeram os heróis,
Cujas vidas bem sabemos
São para nós qual faróis.

Vidas como a de Sansão,
De Moisés e de Josué,
Que nos falam ao coração
E nos incitam à fé.

Uma história tão bonita
É a do jovem Daniel,
De Ruth, a moabita
E do justo irmão Abel.

Também temos a história
Do puro e manso José,
Cujo exemplo, na memória,
Nos mantém sempre em pé.

Uma vida bem formada,
Sempre nela se advinha
De Dorcas, a bem-amada
E de Ester, a rainha.

Vidas assim consagradas
Para a Deus Pai servir.
Muitas mais nos são mostradas,
São exemplos a seguir.

Nesta Escola assim se aprende
A Jesus a gente amar,
Quem não vem se arrepende,
A Deus não vai agradar.

Esta Escola benfazeja,
De valor tão sem igual,
Vive aqui bem nesta Igreja,
É a Escola Dominical!

FONTE: Sociedade Auxiliadora Feminina da IPB - http://www.saf.org.br/

domingo, novembro 30, 2008

Um poema de Mário Barreto França - ANDANDO SOBRE O MAR


ANDANDO SOBRE O MAR*

Depois que o Salvador deixou a multidão
A comentar dos pães a multiplicação,
Subiu ao monte e, ali, ficou a contemplar
A beleza do céu e a poesia do mar,
Sentindo o coração pulsando confortado
Pelo grande milagre há pouco realizado,
Sabendo que o fizera apenas pelo amor
Que sempre dedicara ao pobre pecador,
Fazendo reflorir na paz e na alegria,
A vida que murchava à dor de cada dia,
E fazendo brotar, numa festa de rosas,
Os tristes corações e as almas dolorosas...
E foi talvez ali, naquela solidão,
Que Jesus recitou a mais doce oração...

Caía a tarde. Ao longe, um barco navegava;
Soprava a ventania, o mar se revoltava
E as ondas a rolar, ameaçadoramente,
Pareciam querer tragá-lo, de repente...

Os discípulos seus estavam lá – coitados! –
Pelo negro terror da morte dominados...
Pescadores leais – homens do mar – como eram,
Diante da tempestade eles logo souberam
Que já não lhes restava a mais leve esperança...
Tudo estava perdido, a não ser que a bonança,
Por milagre de Deus, não tardasse demais...

E Jesus, que do monte os contemplava em ais,
Moveu-se de piedade e veio, devagar,
Leve, como a virtude, andando sobre o mar...

Quadro maravilhoso aquele! Quadro lindo
Que o tempo consagrou com seu valor infindo!
Nem as famosas mãos dos grandes escultores
Nem o gênio dos mais afamados pintores
Poderiam gravar, no mármore ou na tela,
Aquela aparição divinamente bela:
- O céu encapelado, o céu a lampejar
E Jesus, muito leve, andando sobre o mar.

No seu medo, porém, os discípulos vêem
Apenas um fantasma a lhes surgir do Além.
Mas, tal como a bonança esplendorosa e pura,
A voz do Salvador soou-lhes com doçura:
- “Não temais, que sou Eu! Tende ânimo, porque
O Pai, que tudo sabe, o Pai que tudo vê,
Sentiu a vossa angústia, ouviu vossa oração
E vos mandou, por mim, a sua redenção.”

Então Pedro exclamou: - “Se és tu, ó Mestre amigo,
Se és tu mesmo, Senhor, manda-me ir ter contigo!”
E Ele lhe disse: - “Vem!”
Pedro seguiu, mas logo
Vacilando, gritou – “Senhor, eis que me afogo!
Ó salva-me, Senhor!”
E o Mestre o segurou
E, muito paternal e calmo, lhe falou:
- “Por que tu duvidaste, homem de pouca fé?
Tem ânimo! levanta e firma-te de pé!
Pois aquele que crê e é salvo pela graça
Pode ordenar ao vento... e a tempestade passa...”

E, entrando ambos no barco, o mar ficou sereno,
Como a própria expressão do Nazareno...
O céu torna-se azul; cessou do vento o açoite;
E a lua, que surgiu para o esplendor da noite,
Era a coroa astral de Deus no firmamento,
E o símbolo de luz do Novo Testamento...

E os discípulos vão, agradecidamente,
No íntimo elevando aos céus a prece ardente,
Libertos afinal do peso das agruras,
Aprendendo do Mestre, à luz das Escrituras,
As mais belas lições e os conselhos mais sábios,
Sentindo os corações sem mágoas nem ressábios:
Claros – como o esplendor balsâmico do luar,
Leves – como Jesus andando sobre o mar.

In: Sob os Céus da Palestina, Editora JUERP: Rio de Janeiro, 1971

*Poema muito pedido pelos leitores. Finalmente publicado...


Aproveitando: vocês repararam na ilustração? É do pintor, desenhista e ilustrador francês Gustave Doré (1832 - 1883). Doré ilustrou maravilhosamente dezenas e dezenas de passagens bíblicas, e caso você queira ver (e usar, pois estão em Domínio Público) mais obras dele, visite este link: http://www.creationism.org/images/DoreBibleIllus/

terça-feira, novembro 25, 2008

Três poemas de Wolô (Wolodymir Boruszewski)


Restaurando o contrito

Enquanto minha alma derramo
Diante do trono da graça
Escuto uma voz que me abraça:
Sossega, meu filho, eu te amo

Acalma o soluço sofrido,
Que manso chegou ao ouvido
Daquele que ama o contrito
No dia da Paz ou do grito

A lágrima limpa que brota
Denota um espírito santo
O pranto que Cristo desperta
Liberta o filho da derrota

E agora, passado o assombro,
Repousa tranqüilo em meu ombro;
Do amor deste instante sagrado
Escreve em teu peito um recado:

Por amor a meu Pai amoroso
Abandono esse andar cambaleante
Enxugando meus olhos, com gozo,
Posso ver o meu alvo adiante

Sem olhar para trás eu prossigo
Pois Jesus leva o fardo comigo
E em erguendo meus olhos avisto
O encontro perfeito com Cristo.


NÓS DESATADOS

Por que me amarro neste cais?
Por que me escondo no porão?
Se o mar aberto é muito mais
E o céu aberto imensidão
Nem sei...
Por que me amarro ao verbo ter?
Por que me escondo tanto assim
Nas aparências do poder
E me encolho dentro em mim?
Se o unigênito de Deus
De seu poder se esvaziou
Mas no barquinho para os seus
O mar e o vento aquietou
Já sei!
A quem criou os céus e o mar
A quem seu próprio Filho deu
Meu coração vou entregar
Navegar, voar, ser seu.


QUE TAL NÃO MATÁ-LO MAIS?

Na alma essa calma que invade e me atrai
Na mente somente a vontade do Pai

No olhar a brilhar um sorriso Natal
No gesto um protesto um juízo final

No espírito um lírio sublime e feliz
No corpo o martírio de um crime que eu fiz

Em tudo o conforto da luz-salvação
Contudo foi morto na cruz qual ladrão

Mas hoje vive para nossa paz
Que tal não matá-lo mais?

Mas hoje vive pra quem nele crê,
e quer vir nascer em você.

Para ler mais poemas e letras de músicas do autor, acesse a comunidade dele no Orkut Clicando Aqui,
ou clique aqui, para acessar a página do autor no Recanto das Letras.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Dois poemas de Johann Killing


Entrevista de emprego

Bom dia, Senhor Presidente!
Posso me sentar na cadeira?
Desculpe a minha maneira,
Sempre falo espontaneamente.

Pois não, sente-se, à vontade,
Não tenho problema com isso,
Contanto que ouças, submisso,
E não me interrompas a frase.

Eu agradeço tua cordialidade,
E de pronto peço que atentes
Às qualificações imponentes
Que aqui estão, neste encarte.

Alcancei um altíssimo cargo
Na empresa em que me acho.
Estou quase que logo abaixo
De nosso presidente amargo.

Amargo? Digo mais, ingrato.
Não sabe como me empenho
Como um escravo no engenho,
Como para negócios tenho tato.

Então eu ouvi falar no Senhor,
Que aqui valeria mais a pena;
Que a carga não seria amena,
Porém a isso não vou me opor.

Ouça bem, minha cara criatura:
Tudo aquilo que tu já estudaste,
Bom, existe um grande contraste
Com o que temos aqui, de postura.

Portanto, esqueça teu currículo,
Desculpe, mas ele vai pro lixo.
Eu também não quero ser prolixo,
Nem fazer um discurso ridículo.

Onde trabalhaste, na Erro Ltda.,
O chefão trabalhou muito comigo,
Mas um certo dia pensou consigo
Que minha glória devia ser tomada.

Quando ele finalmente caiu na real,
Caiu do seu posto, perdeu o emprego
E para acabar com o meu sossego
Criou a empresa concorrente infernal.

Viveste para Erro, mas deves mudar.
Se queres viver para Justiça Iltda,
Tua visão geral deve ser alterada,
Pois aqui é diferente do outro lugar.

Nossos valores aqui são verdadeiros,
Pois a própria Verdade trabalha aqui.
Se antes costumavas pensar só em si,
Agora deves ser sempre o primeiro...

...a ceder. Tu terás que ralar como lá
E vou logo dizendo sobre teu salário:
Ele não é imediato, mas nem temporário,
Pois o que ganhares para sempre durará.

E aquilo que conquistaste sofridamente,
Teu digníssimo, e até invejável posto,
Bom, aqui no meio da plebe serás posto
E serás exaltado, sendo humilhada gente.

Se pensas que és digno de mais conforto,
Que és bom, ou quiser tomar minha glória,
Eu proponho que ames a traidora escória
E a resgates com amor de seu caminho torto.

Tentes perdoar, entregando a si próprio,
Se fazer, então, maldição em seu lugar,
Tornar-se publicamente alguém vulgar,
Por alguém que nem consegue ficar sóbrio.

Enfim, o mundo ao qual estás acostumado
É diferente do nosso mundo na Justiça.
Não precisa mostrar experiência postiça,
Não precisa nem ao menos ser um letrado.

Pois todo o processo de adesão foi feito.
Já está consumado todinho esse processo.
E é essa esperança que agora eu professo,
Que se largares tudo, podes ser perfeito.

Senhor Presidente, não quero ser cético,
Porém devo dizer que não vejo um sentido
Que pudesse fazer com que eu fosse atraído
A aceitar abertamente algo tão patético.

Eu entendo, jovem, e para tratar disto
Que peço que converses com meu amigo
Doutor Espírito Santo, que, já te digo,
O ajudará a entender melhor o Cristo.

Última coisa: quem me recomendou, afinal?
Bom, na verdade, eu li algo a teu respeito
Em um livro em casa, que estava no parapeito.
Escuta, filho, este livro te será essencial.


1Ts 5.2

Comecei, finalmente,
a fazer minha mala
Numa daquelas tardes
em que o mundo se cala;
Daquelas que tsunamizam
Para cima de ti
Idéias, respostas coerentes,
Que te põem a refletir;
Essas tardes em que
Se esquece o mundo,
Se reconhece que já
É moribundo,
Pois num instante respira saúde,
No próximo, então, se desilude
E é atropelado pelo trem da morte,
Como por um felino de grande porte.

Minha mala já está pronta.
Dentro, minha alma, de ponta a ponta.
Não cabe mais nada, nem meu ego,
Que eu julgava ser pequeno, como um prego;
Nem todas minhas honráveis posses,
Felizmente também não minha tosse;
"Só o essencial"- disseram - "Só o eterno.";
(Já vi que vou ter que deixar meus ternos)
Nenhuma roupa sequer que me encorpe,
Mas que nudez lá não será torpe.
Não marcaram horário comigo,
Mas "o mais depressa possível, amigo".
Parece que o trem só passa uma vez,
Esse trem não vem "de três em três".

A catraca é minuciosamente
Segregadora de nossa gente,
Pois ela serve, além do mais,
Como um detector de mortais.
E esses são, então, retidos,
Pois retidão nunca lhes fez sentido.
A catraca, um madeiro sujo, meu Deus!,
E uma inscrição sangrenta: Rei dos Judeus.

Ouvi um jovem anunciando que está perto,
Pessoas correm, como se algo fora descoberto.
Penso estar pronto, mas não sei para o quê.
"A passagem é presente de Deus para você"
Estranha a placa, tem outra que fala:
"Uma boa viagem para ti e tua mala"
Opa, li errado: "[...] para ti e tua alma"
Preciso pensar nisso com calma.
Alguém disse que após a catraca não há volta,
Mas essa minha ignorância me revolta,
Pois nem conheço o tão esperado destino,
Ouvi falar algo parecido quando era menino
E, hm...será que eles esperam pelo Cristo?
E todas essas pessoas estão aqui por causa disto?
Ué, mas não foi provado que foi só homem?
Existem tantos pregadores que do nada somem,
Com tudo o que sempre negaram, se envolvem,
E "das corruptas iguarias do rei comem"!

Como devo amar um Deus ausente?
Que Promete bênçãos, mas somente mente?
Mata com ondas mares de inocentes,
E ainda se chama de benevolente.
Para mim, esse Cristo nem existe.
Concordo até com o Nietsche
E eu acho até meio triste
O quanto esse povo insiste.
Para mim, só acredito vendo
E por isso é que sempre contendo
Com qualquer um chamado reverendo.

Ali na entrada, para mim já a saída,
Um pregador popular a falar resumida,
Mas firmemente sobre sua vida perdida,
Confessa seu testemunho de vida,
De forma pausada, sofrida.
Depois parte em despedida,
Da platéia atéia atingida.
Sigo-o um pouco até a catraca.
Em seu blusão, uma inscrição já fraca:
HARVARD UNIVERSITY, hm...um intelectual,
Mas até aí, até Einstein foi parcial:
"O caro Deus não joga dados".
Fico de repente encucado.

Acho Sagradas Escrituras no chão,
Devem ter escapado de algum cristão, da mão.
Me certifico: não chegou o trem
Me sento de costas, enquanto ele não vem.
Começo a ler o livro como a um lançamento,
Minhas malas ali no canto, ao relento.
(Acabei trazendo várias, pois meu ego
Não coube numa só, não nego.)
Me mantenho a todo momento
Alerta e bem atento
Tanto à leitura, quanto ao trem,
Para saber quando ele vem.
Me sinto estranho, um Espírito me invade,
Mas ele respeita minha privacidade.
Ele invade com consentimento meu,
E começo a entender essas coisas de Deus.
Quanto mais leio, mais entendo,
Faz sentido para mim, vou cedendo
Me sinto repentinamente sedento
De correr atrás de Deus, e não mais do vento.

O trem, entendi, a catraca também.
O pregador intelectual me fez bem.
A pressa dos crentes parece relevante,
Minhas malas desapareceram num instante,
Estou pronto, ansioso pelo lugar para onde vou,
Levanto, olho adiante, desmaio, o trem já passou.

Visite o blog do autor: http://antiapostasy.blogspot.com/

sábado, novembro 15, 2008

Dois poemas de Mário Barreto França


ORAÇÃO
*
Senhor! Não olhes para as minhas faltas
Nem pra maldade do meu coração,
Mas dá-me, dessa altura em que te exaltas,
O teu doce perdão!

Liberta-me, Senhor, desses venenos
Que os bons costumes corrompendo vão...
E me concede uma migalha, ao menos,
De tua perfeição!

E se algum dia algum desejo infame
Quiser lançar-me para a perdição,
Castiga-me, Senhor, pra que eu te chame
No incenso da oração!


CONFISSÃO
*
Senhor, pelos meus males torturado,
Venho prostrar-me, súplice, a teus pés:
Na luta entre as virtudes e o pecado
Eu sofri o mais trágico revés.

O Bem do alto da cruz me convidava
Para cumprir a esplêndida missão
De levar o consolo a quem chorava
E, a quem se arrependia, o teu perdão.

Mas, no gozo da vida adulterada,
Com mil promessas me tentava o Mal;
E foi tal a atração a mim causada
Que fui vencido em luta desigual...

De então, eu tenho sido tão perverso,
Tão desobediente a Ti, Senhor,
Que, custo a crer, houvesse no universo
Alguém mais desgraçado e pecador...

Os males que causei a tanta gente
E a dor que a tantas almas provoquei,
Não serão compensadas, igualmente,
Por tudo que, decerto, sofrerei...

Senhor, eu me confesso e te suplico
O perdão para os males que já fiz:
Que só de tua graça eu seja rico,
Que só por teu amor seja eu feliz!

segunda-feira, novembro 10, 2008

Um poema de Mário Wilson Pereira do Amaral


Um Poema Congregacional

A terra que se chama Brasil
Por Deus estava preparada
Faltavam semeador e a semente viva
Para a terra ser semeada

D. Pedro II, o Imperador do Brasil,
Desejava aumentar a população
Recebe muitos imigrantes
Visando ao progresso da nação

Em Maio de 1855,
Chega da Inglaterra uma embarcação
Trazendo um casal de semeadores
Que trazia a semente da salvação

Eles se instalaram no Rio de Janeiro
Mas não houve adaptação
Deus os leva para Petrópolis
Pois era o plano do seu coração

Em 19 de agosto do mesmo ano,
Iniciam a semeadura,
A corações puros de crianças,
Semeiam a semente pura

Pela primeira vez em língua nacional
O genuíno Evangelho é pregado
Chuvas de bênçãos descem sobre o Brasil
O campo começa a ser semeado

O primeiro casal de missionários,
Dr. Kalley e dona Sara,
Foi usado por Deus
Para abrir as portas da seara

O campo é muito fértil
E logo começa a frutificar
O caminho está aberto
Outros obreiros começam a chegar

Como era de se esperar,
Ocorria perseguição
Havia solo pedregoso
Onde a semente tinha rejeição

Mas era plano de Deus
Sua Igreja no Brasil instalar,
E na capital do Império
A igreja evangélica vai brotar

Surge então na corte do Império
A primeira Igreja Evangélica Congregacional,
A igreja Fluminense
Uma igreja nacional

A seara brasileira
Ainda não foi toda colhida,
Tem lugares no Brasil
Que ainda não conhece a vida

Já se vão mais de 150 anos
E não vamos parar de trabalhar
A seara é muito grande
Há muitas almas para salvar

Se você não pode ir ao campo,
Um missionário pode enviar
Há muitos deles trabalhando
Procure a um deles ajudar

O trabalho que Kalley e Sara começou
Nós devemos continuar
E o Evangelho genuíno de Cristo
Ao Brasil devemos levar.

In Revista Atitude Missionária #18, publicada pelo Departamento de Missões da Igreja Congregacional

quarta-feira, novembro 05, 2008

Três poemas de Ariovaldo Ramos


Conversas com Deus

Conversas francas com o nosso Senhor;
Que são, eu o espero, reverentes.
Tornam, de fato, bastante patentes,
Crises de mui sério inquiridor.

Coisa, até um tanto, resolvida:
Questões de teologia e pessoais;
Perguntas, aparentemente normais,
De quem confronta essa cara vida.

São as respostas que tenho buscado,
E os fatos que tenho questionado,
Os tais que, me desculpem os ateus,

Ainda que a eles não pareça,
Por mais mesmo, que a dúvida cresça,
É bem melhor perguntar para Deus.


Misericórdia

Reconheço e sei que estão em postos
Mui diferentes projetos de vida
Tão insignes desafios de lida
Que devem reorientar os gostos

E, entretanto, por mais que se tente
Ainda que com bastante afinco
E, eu garanto, com isso não brinco
A gente se vê mesmo impotente

O bem, então, que quero, não consigo
Pela presença de um mal antigo
E não sei se conto sua concórdia

A ineficácia desse esforço
Pela existência dum claro fosso
Me remete à sua misericórdia


Desígnios

Não sei não! Você aprontou comigo:
Numa madrugada triste e fria,
De um modo que, sei, ninguém diria,
Você levou o meu grande amigo.

Eu sei que a vida é muito breve,
Que tal qual Anchieta na areia,
Numa tênue e mui sensível teia
Você, a vida da gente escreve.

Está certo surpreendente Deus,
Afinal, os desígnios são só seus.
Recolho-me ao que me circunscreve.

Você não tem de explicar p’ra mim
E como o cronista Ibrahim...
Eu digo: “ademã”, que eu vou de leve.

Visite o site do autor: www.ariovaldoramos.com.br

sexta-feira, outubro 31, 2008

Um poema de Lilia Cordeiro Fernandes


POR QUE CALAS O AMOR QUE HÁ EM TI?

Por que calas o amor que há em ti?
Por que o deixas se perder, quando tantos precisam encontrá-lo?
Por que calas ao ponto de cegar-te, quando tantos precisam dessa luz para viver?
O amor que há em ti é um dom, e o dom do amor é se dar.

Por que escondes, então em teu peito, o que a muitos pode salvar?
O que falas, teus gestos não confirmam. Nada tem a dizer.
De que adianta a falsidade, se nela, cedo muitos vão perecer?

Por que calas a razão da tua vida, a excelência de teu corpo, a razão do amanhecer?
Quando calas o teu amor, o ódio deixas prevalecer.
Se acreditas em Jesus Cristo, pelo amor devias lutar, pois Cristo, mesmo sendo traído, não calou o amor que a muitos pode salvar.

Teu silêncio concorda com este mundo que luta pela aparência, que mata a inocência, troca a vida pela morte, cala o amor com a violência.
Mundo que disfarça a dor com coloridos, promete caminhos floridos, mas esconde os espinhos que a falta de amor produz. Não apagues a tua luz!
O mundo precisa dela para viver.

Não cales o Cristo vivo que pelo amor nos ensinou a vencer.Não cales a tua voz!
Ela pode preencher o vazio de muitos que estão no frio de estar a sós.
Grita se preciso for!
Luta pelo que tem valor!
Deixa que Jesus Cristo transborde em tua vida, o oceano do seu amor!

in Comunidade Poesia Evangélica (ORKUT).

Um poema de Epitácio Fragoso Vieira


Um pouco ao Eclesiastes

Os dias correm
como as noites vagam
como cães vadios
os pensamentos vão.

Tudo passa e tudo volta
Nada é novo sobre a Terra
Nada me surpreende na condição humana.

Como um rio se misturam os sais e os ais
no coração do homem estão o bem e o mal:
o lobo e o cordeiro, o cristal e o lodaçal.

in "Profissão de Fé", publicado pela UFPE.

domingo, outubro 26, 2008

Três poemas de Luciano Martini


EXPECTATIVA

O sol nasce desbotado
nuvens marcham em desalento
os sabiás desafinam
borboletas abandonam suas cores
choram as flores
por saudade de ti

falta o aroma da chuva
as ondas quebram sem graça
ribeiro corre tristonho
canteiros sem odores
choram as flores
por saudades de mim

vento sopra preguiçoso
o beija-flor está de mal com o jardim
estrelas desistem de brilhar
fogem pirilampos voadores
choram as flores
por saudades de nós

Baseado em Romanos 8, 19 - "Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus."


AS ESTRELAS

As estrelas
não serão alcançadas nunca
mas como as noites seriam tristes sem elas

Os astonautas não conseguiram chegar nem perto das estrelas
mas os poetas,
vão lá todas as noites...

Há uma lenda muito antiga
que diz:
Quem conseguir seguir uma estrela inalcançável
e viajar na luz de seu brilho,
no final do caminho,
encontrará um Menino.


PROMESSA

Espero a tua volta!
E, embora às vezes me entristeça
Enquanto aguarde,
É tão bela a tua promessa
Que chego a desejar que venhas tarde...


Visite o blog do autor: http://lucmartini.blogspot.com/

terça-feira, outubro 21, 2008

Um poema de Norma Penido Bernardo


ORAÇÃO DE UMA OVELHA

Senhor, ontem eu vi o meu pastor chorando,

E naquele instante eu fiquei pensado

Quem poderia lhe causar tamanha dor?

Qual ovelha fez chorar o meu pastor?

Seriam estas lágrima por uma ovelha perdida,

Rebelde, desobediente, ou quem sabe caída,

Que trocou o aprisco pelo mundo enganador,

Fazendo sofrer tanto o coração do meu pastor?

Senhor, não me deixes ser uma ovelha assim.

Não deixes nunca o pastor chorar por mim.

Faze-me mansa, submissa, meiga, obediente,

Humilde e voluntária, ovelha simplesmente ...

Quero caminhar à luz da tua doutrina

E beber da fonte cristalina

Que vem do alto, enchendo-me da tua graça,

Ovelha por dentro e por fora, por favor me faça.

Senhor, quero neste rebanho promover a união.

Não me deixes ser problema, mas me faças solução.

Quero somar as alegrias e multiplicar o amor.

E nunca seja motivo das lágrimas do meu pastor.


in Revista Missionária, 2T - 2000

Um poema de Sidney Lanier


Como a ave do pântano
que constrói secretamente o seu ninho
nas terras molhadas.
Vejam, eu também construirei para
mim um ninho na grandeza de Deus;
eu voarei na grandeza de Deus
como a ave do pântano voa
na liberdade que preenche
todo aquele espaço
entre o pântano e o firmamento.

In Devocional Nosso Andar Diário, Abr/Mai/Jun 2008

quinta-feira, outubro 16, 2008

Dois poemas do Pr. Luiz C. Leite


ADÃO

Muita confusão se fez em mim
Quando a luz interna se apagou
Vi com desespero o começo do meu fim
Não senti o chão debaixo de mim…
Num silêncio surdo a nuvem negra me envolveu
Algo dentro em mim se espatifou
Ensimesmado e mudo vi meu mundo desabar
Movido por uma vergonha imensa me escondi…
Provei pela primeira vez
O gosto de sal de uma lágrima
Meu corpo se estremeceu
Ao ouvir a voz que me chamava no jardim…
Adão onde estás?


NÃO QUERO...

Não quero experiências forjadas
Emoções manipuladas
Medos infantis
Não quero ter controle de nada
Nem a reverência tola
Que se dá aos imbecis…
Não quero vestes impressionantes
Não sou oráculo, não sou nada
Não quero ser o “senhor importante”
Nem ostentar credenciais de fachada
Eu quero ser simples como uma reta…

Visite o blog do autor: http://luizvcc.wordpress.com

ACORDO ORTOGRÁFICO


Como muitos de vocês têm visto na mídia, breve começará a entrar em ação o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que pretende unificar a forma como o Português é escrito nos diversos países lusófonos.

A partir de janeiro de 2009, Brasil, Portugal e os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste terão a ortografia unificada. O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol.
A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Sua unificação, no entanto, facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros. Com as modificações propostas no acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado. No Brasil, a mudança será bem menor: 0,45% das palavras terão a escrita alterada.
Mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país.

Resumo da ópera - o que muda na ortografia em 2008: - As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo.
Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os brasileiros terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo". - mudam-se as normas para o uso do hífen - Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia "creem", "deem", "leem" e "veem". - Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos".
- O trema desaparece completamente. Estará correto escrever "linguiça", "sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés de lingüiça, sequência, freqüência e qüinqüênio. - O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de "k","w" e "y".
- O acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição). - Haverá eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia". O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia.
- Em Portugal, desaparecem da língua escrita o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como em "acção", "acto", "adopção" e "baptismo". O certo será ação, ato, adoção e batismo.
- Também em Portugal elimina-se o "h" inicial de algumas palavras, como em "húmido", que passará a ser grafado como no Brasil: "úmido".
- Portugal mantém o acento agudo no e e no o tônicos que antecedem m ou n, enquanto o Brasil continua a usar circunflexo nessas palavras: académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno, bónus/bônus.

DADA A IMPORTÂNCIA DO TEMA, DESDE JÁ DISPONIBILIZAMOS AQUI O TEXTO DO ACORDO PARA DOWNLOAD. São 14 páginas em formato pdf.

PARA BAIXAR O ARQUIVO, Clique Aqui.

sábado, outubro 11, 2008

Dois poemas de Eliúde Marques


EIS-ME AQUI

Eu ouço além, Senhor, tua chamada
e o vasto campo eu vejo a florescer;
porém, desejo estar bem preparada
e revestida pelo teu poder!

Eu quero dar-te a minha vida inteira,
embora eu nada represente ou seja;
quero ser luz, ser paz e ser bandeira
hasteada para o bem da tua igreja!

Eu sei que Tu tens preparado tudo,
'té mesmo o que jamais pude antever;
o pão, a veste, o amor e, sobretudo,
a graça e a firmeza de vencer.

Se queres, pois, Senhor, toma a tenaz,
toca os meus lábios porque sempre cri
que esse teu toque me fará capaz
de assim dizer: Envia-me, eis-me aqui!

Do livro: Luzes do Arrebol - Poemas que a Fé inspirou


CANTAI AO SENHOR

Quão simples é o nosso cântico
para dizer de Deus
o amor que nos legou.
A linguagem humana
jamais encontrará a nítida expressão,
para exprimir louvando
o dom da criação.

Quem poderá neste mundo
suficientemente cantar
a sublimidade de Sua graça
e do seu amor sem par?
Que mais poderíamos acrescer
ao coro universal de sua criação,
que continuamente lhe rende louvores
em gesto de gratidão?
Os céus declamam a glória de Deus
e o firmamento
anuncia a Obra das Suas mãos.

Cantam as alvoradas
de cada doce amanhecer;
canta o sol em seus raios
ao sossego do alvorecer;
cantam as ervas, as flores,
nos campos e nos prados;
cantam as aves nos bosques,
jubilam nos seus trinados.
Cantam a montanha, o vale,
o rio na barulhenta cascata,
todos louvam a Jesus,
até mesmo as feras nas matas.

As constelações entoam louvores
à Estrela da Manhã;
os prados cantam aleluias
à Rosa de Saron;
as cordilheiras falam
da Majestade nascida;
os regatos cristalinos
apontam a Água da Vida.
A sutileza de Sua glória
é contada nos junquilhos e jasmins
que aromatizam jardins.

O vôo das grandes águias
até as longas alturas,
num misto de poder
Sua força nos revela;
o marulhar contínuo
das ondas empoladas,
no crespúsculo ameno
é a mais sublime tela;
o farfalhar das folhas
na blandícia do vento,
é um dos mais delicados
instrumentos da orquestra
que o infinito Deus,
com seu poder rege em festa.

Tudo canta, tudo louva,
tudo engrandece a Deus,
agradecendo a bondade
com que Jesus nos deu.
Cantai, ó povos, criados por Sua mão;
cantai, diz o salmista,
louvai-o de coração,
exercitai vossos lábios,
nos doces cânticos O exultai,
cantai suas maravilhas,
no canto a harmonia semeai.

Cantai seu poder nas sombras
ao declinar do dia;
cantai no alvorecer,
no arrebol do meio dia;
cantai a glória perenal
em todo o teu viver;
cantai nas horas alegres,
cantai também no sofrer.
Se a vossa vida
é toda um quebranto,
cantai, que o canto
é mel que adoça o pranto.

E na terra, no mar, no céu
o que existir de belo, puro e santo
seja rendido a Deus de coração.
E as nossas almas num celeste canto,
rendam-se enfim no altar da gratidão.

Do livro: Primícias do meu Jardim

terça-feira, outubro 07, 2008

Dois poemas de Paulo Cruz


ALVÍSSARA

Vede, em ruínas está a cidade,
O canto já não ecoa mais.
Vede, é tudo choro e lamento,
A harpa, em galhos secos jaz.
O vento de desobediência
Trouxe consigo o terror,
O gosto amargo da doce ilusão
Tirou do poeta o amor e a canção;
Quem trará novo alento a Sião?

Mas vede, é dos montes que vem a Paz,
Alvissareira é a notícia que traz
Os pés do arauto, do irmão.
Vede, é vitória já reina teu Deus,
Em corais alardeia Sião
Às nações a tua salvação.



ESPERANÇA NO LEITO


Naquele lugar onde o dia é sempre noite,
adentro, sento e sinto o sonho que já perto
adestra. Deito, em torno, um cabedal modesto
me faz lembrar os momentos cabais de minha
tensa existência debaixo do sol, que hoje,
após anos sem alarde, arde em meu dorso;
anos em que minha vida era tarde tênue,
onde todos os meus sonhos eram fantásticos
e cheios daquela vitalidade pura
que alimentava a alma em toda noite escura.
Hoje, essa cura não chega e a noite dura
muito mais que a eternidade, é fogo que arde.

Porém, em contrição meu coração aguarda
o Mestre, folga de esperança em meio à dor,
do meu peito ferido a paz não baixa a guarda
e resiste, perdendo a vida por ganhá-la
e assim ganhando-a por perdê-la, eternamente.

Visite a página do autor: http://paulopoeta.blogspot.com/

quinta-feira, outubro 02, 2008

Dois poemas de Noélio Duarte


MODULAÇÃO

Se a música de sua vida
Está assim desafinada;
Se você não vê saída
E tudo resulta em nada...
É só tristeza, incerteza,
Descaso, cansaço...

Se as notas de sua canção
Estão assim desencontradas;
Se o que há é confusão
E a sua melodia é mal tocada...
É incompreensão, desconsideração,
Muito delírio, tanto martírio...

Se a sua vida não tem harmonia
E tudo, tudo se desestruturou...
E o que foi uma sinfonia,
Agora é só pausa, pois se calou...
É ausência, tanta carência,
Afastamento, fingimento...

Se a sua música desafinou,
Se suas notas emudeceram,
Se a sua canção silenciou
E se as pausas apareceram...

Então, já está na hora:
A mudança é sem demora!
Saia desse tom menor,
Fuja desse som tristonho
Volte a viver o seu sonho
Ouse querer uma vida melhor!

Coloque-se no ritmo acertado,
Venha, mas para o compasso ansiado,
Module agora, de uma vez só:
Entregue-se a Deus
- O Grande Compositor –
A sua especialidade é o Amor.
E Seu toque modulará você
Para viver dessa vez
O incrível e maravilhoso
Tom Maior!


O CANTO MELHOR

Por um instante, pensativo,
Eu, reflexivo, me perguntei:
- Será que a poesia – som vivo,
Com toda a sua melodia –
Agora vai se silenciar?
Com tristeza eu me calei.

Não ouço a voz da bonança
De Mário Barreto França,
Cuja voz ainda alcança
Tantas vidas por aí...

Não ouço o Gióia Júnior, poeta,
Cuja letra amiga e dileta
Pôs-se a fazer alerta:
O seu texto fala por si...

Calou-se a voz doce que fez
Célia Câmara Reis,
Sensível e com lucidez,
Louvar, adorar e sentir...

Calou-se Myrtes Mathias
Que com suas belas poesias
Trouxe-nos tantas alegrias:
Ela nos fez refletir...

Mário, Gióia, Célia, Myrtes...
Produziram letras vivas,
Obras bem acabadas,
Mensagens tão altivas,
Edificantes, tão amadas;
E ainda ecoam no ar
Poesias tão bem lavradas
Que faz o povo cantar!

Parei. Refleti. Pensei.
E em silêncio eu fiquei...
E as perguntas surgiram,
Pensamentos me invadiram,
E entristecido, emudeci...
Como ficaria a poesia assim?

Mas olhando ao redor,
Vi o dia para viver,
Vi a magia do anoitecer,
Vi famílias se encontrando,
Vi crianças brincando,
Vi o professor ensinando,
Vi o médico curando,
Vi o pastor pregando,
Vi o guarda apitando,
Vi a Igreja orando,
Vi o sol ofuscando,
Vi Deus abençoando...
Então, com alegria entendi
Que fomos privados da voz
Destes poetas tão amados
Mas a poesia está em nós
E cerca-nos por todo lado...

Poesia, letra melodiosa
Nascida das mãos dadivosas
De Deus, o Pai amado.
Poesia é Deus falando,
Poesia é Deus doando,
Poesia é Deus amando,
Poesia é Deus recriando
Mensagens para abençoar...

E fico sensibilizado
Ouvindo o Cristo amado
Sua mensagem pregando,
Sua voz me estimulando,
Sua poesia manifestando
Paz, alegria e perdão...

É como se eu escutasse
Uma voz, que me falasse:
“Vinde, descanse em mim,
Fique próximo assim,
E você achará o céu
- lar futuro do fiel –
Tenha Paz, alegria sem fim!”

Tudo isso é poesia
Pura, santa, sem fantasia:
Deus nos fertilizando,
Deus aqui nos ajudando,
Deus conosco, cuidando,
Deus do céu, iluminando!

Bendita poesia,
Melodia eterna,
Canção doce, terna,
Que nunca se findará:
Ela é o sopro de Deus
Abençoando todos os seus,
Por isso jamais cessará!


Do livro TEMPO DE CANTAR

Para mais poemas do autor, visite a Comunidade dedicada a ele no Orkut, em: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=22533944

sábado, setembro 27, 2008

Dois poemas de Flávio Américo


UMA VIDA DURA E A FÉ QUE DURA

A fé madura
Dura
Numa vida má e dura

O viver triste subsiste
“persista”,
Insta-me a fé

Sobre o fardo da vida, a fé diz:
Leve,
Mesmo não sendo leve

A dor sempre existe
Resistindo,
A fé insiste, insiste, insiste

O inacreditável torna-se real
Acredite,
O irreal passa a ser crível

À fé, não compete a prepotência
Competindo,
A primeira impotente se torna

Mas o prazo das minhas forças vence
Vencido,
Vejo a fé vitoriosa

Reconhecendo minha incompetência,
Posso
Descansar no Onipotente
Tudo posso naquele que pode



QUANDO A RAZÃO NÃO TEM RAZÃO

As teorias e experimentos não provam,
Que o doce amor
Que os cristãos experimentam, provam,
É só fuga da dor

Não é nem um pouco racional,
Quem a qualquer cristão chama
De pessoa simples e passional
Só porque da fé guarda a chama

Não faz sentido a utilização
Dos paradigmas dos humanos
Para entender o autor da criação,
Que vive bem mais que uns anos

Boca, olho, nariz, pele e ouvido,
Apesar de mostrarem o mundo,
Não me mostram, lá no fundo,
Algo sobre Aquele que tenho ouvido

Se for mister, prá conhecer,
que se toque ou veja
sobre o mister Mainardi, não dou parecer,
Pois só o conheço da Veja

Esqueça os cinco sentidos,
São efêmeros como o ar
Deus foge dos entendidos,
Não se deixa enquadrar

A ciência, prá provar,
Precisa da repetição
Tipo as ondas no mar
E as batidas no coração

Deus não pode ser isolado,
Para que a ciência
Construa um postulado
Baseada na experiência

Deus está muito além
De qualquer enquadramento
Não só por viver no além,
Mas por ser de tudo o fundamento

Ser Sensível não faz parte do seu ser,
Já que está além do tempo e do espaço
Mas é sensível apesar do grande Poder,
Pois me amou apesar de eu ser um bagaço

Na noite de chuva é sacada
Cura inclusive bicho-de-pé
Livra-me de cada enrascada
E das minhas besteiras até

Aqui acabo a conversa
Sobre a fé e a razão
Como vimos, o poema versa
Sobre essa união

A razão, não duvide,
Usada de forma indevida,
Secará qual galho de vide
Longe da fonte de vida


Para mais poemas, visitem o blog do autor: http://palavrasboladasereboladas.blogspot.com/

ORKUT: Comunidade Poesia Evangélica


Queridos, durante um bom tempo ‘resisti’ a utilizar ferramentas como o Orkut, por diversos motivos (principalmente a falta de tempo). Mas, em busca de contatos e informação (e para finalmente responder ‘sim!’ à clássica pergunta dos amigos: ‘Você tem Orkut?’), decidi criar meu perfil no mesmo.
Pois qual não foi a minha felicidade ao encontrar por lá, firme e já a um bom tempo estabelecida, a Comunidade Poesia Evangélica, mantida pela irmã Letícia Spengler, também poeta. A Comunidade se dedica aos mesmos propósitos deste blog, ou seja: resgatar, divulgar e incentivar a leitura e a produção da poesia evangélica.

Na Comunidade você poderá ler dezenas e dezenas de poemas, e os que são autores poderão também publicar o seu trabalho.

Visite a Comunidade em:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=6890746

quarta-feira, setembro 24, 2008

Novo Blog: CIDADANIA EVANGÉLICA

Caros amigos e leitores, venho apresentar-lhes um novo blog que iniciei, o Cidadania Evangélica (http://cidadaniaevangelica.blogspot.com/). A temática? Tudo que envolva e relacione o Evangelho e os evangélicos às causas sociais, passando pelo conceito de Missão Integral (que tem em Ariovaldo Ramos um de seus defensores), oferecendo também dicas de cidadania, direitos e deveres, saúde, ampla rede de links de instituições de ação social (evangélicas ou seculares), serviços e utilidades para o cidadão, e artigos e endereços sobre a questão do tratamento de dependentes químicos. Além disso, o blog será também local para a exposição e discussão dos grandes temas sociais do Brasil e do mundo, como por exemplo, a lei da homofobia (sempre no objetivo de informar/despertar/convidar a Igreja a tomar partido ativo em tais questões). Iremos também até coisas mais amenas como exposição de técnicas de como criar uma horta caseira, dicas de reciclagem e etc. Enfim, pretende-se criar aqui um ‘clipping’ ou colagem de artigos relevantes, oriundos de quaisquer fontes, quer seculares ou evangélicas. Pois tenho visto que é necessário despertar aquela grande parcela da igreja que ainda dorme ou engatinha em tais questões.

Amados, o interessante é que este é um blog aberto para colaboradores, um blog coletivo. Caso você seja cristão evangélico e participe ou sinta interesse em obras sociais, e creia que pode contribuir com este projeto, desde já lhe convido para ser colaborador ativo deste blog, com direito a efetuar postagens. Visite o blog, e caso sinta afinidade com este pequeno projeto, entre em contato.
E mesmo que você não queira ser colaborador direto do blog, lhe convido a colaborar enviando textos (seus ou de terceiros), dicas de links e sugestões. E também lhe convido a trocarmos links.

Irmãos, colaboradores são sumamente necessários. Meu tempo é escasso, pois mantenho ou colaboro num bom número de blogs. Mas não crio um blog por ‘capricho’. Como já expus em nossos debates da UBE, tento manter uma visão estratégica da blogosfera, que é a de fechar lacunas e ocupar espaços. ‘O que está faltando?’, é a pergunta que faço a mim mesmo e a Deus. Tem sido assim com os outros blogs que mantenho. Enriquecer a blogosfera evangélica, agregar valor informativo e expandir nossos horizontes. Com muita humildade, como o trabalho das formiguinhas. Para glorificar ao Senhor!

Visite, colabore, divulgue!

domingo, setembro 21, 2008

3 poemas de João Tomaz Parreira


À MÃO DE DEUS

Deixa cair uma folha dourada
deixa cair um gota de água
dessas que são o toque de seda
das primeiras chuvas

Deixa à árvore o pudor
de estar nua diante do vento
a nuvem aspirar
por um segundo, ser a cor do céu

Deixa cair as cascatas
de frescura entre os penhascos
e que as aves debiquem
os seus cristais de ar

Deixa que a música uma vez
por uma vez toque os sentidos
dos teus anjos, e o odor
de uma rosa os ruborize

Deixa que a branca lua vele
a sua própria claridade
por onde vão as águas do luar
por onde a noite se perde

Deixa que o sol sob a treva
do universo sem fundo
marque com a luz amarela
todos os pobres da terra

Deixa que hoje a tua mão
seja a mesma que gravou
um rosto, um corpo, um sopro
no térreo veludo do chão




DISCURSO AOS JOVENS

Não deixeis para amanhã
a vossa humilde tarefa de olhar
pela honra dos mais velhos,
de pequeno
é que um rio faz o destino
das suas águas poderosas,
nenhum pássaro
é novo em demasia
para se lançar no alto,
imóvel céu.

Escrevo-vos
porque cada dia
vos trará uma surpresa
é preciso decantá-la até à gota
mais simples do sangue.

Uma névoa que se levante
e se envolva nas coisas
como um rio de cinza - vos escrevo
porque sois fortes- dissipai-a,

todavia
que os dias de sol
não vos enganem,
Bem e Mal já não são as fronteiras
que jamais deveriam tocar-se
por isto vos escrevo
para que vosso coração se mova
na verdade.




OUTRO POEMA DE DEUS

Não fosses Tu, Deus, continuar
a rosa morreria na primeira rosa
e as aves cairiam ao primeiro vento
que rompesse o ar

Sei bem que nada era antes de Ti
nem as trevas uma forma vazia
nem a noite tinha onde cair
e o sonho esperava
os degraus da escada
negra ou dourada dentro de nós

Não fosses Tu, Senhor, continuar
e haveria apenas pedras a arder
e iriam doer Teus olhos
na vasta solidão do mar.


Visite as páginas de J. T. Parreira:
www.papeisnagaveta.blogspot.com
www.poetasalutor.blogspot.com

terça-feira, setembro 16, 2008

Dois poemas do Pr. Luiz Moreira


Alma

Quando parecia perdido
Eu encontrei o tesouro da minha alma
Alguém que dentro do meu corpo fala
Alertando com sua forte mão
Esse fraco coração

Eu sei que em toda minha vida
Minha alma almejou o seu amor
Hoje feliz e abençoado
Posso dizer: Canta minha alma ao Senhor!

Alma de um sonhador que não se abate
Lembrando que os sonhos são de Deus
Por isso espero até ao fim
Alcançar toda promessa do Pai

Alma de um homem vencedor
Humilde e sem nome de doutor
Que simplesmente avança na direção do Senhor
Com sede e fome do seu amor

Alma que almeja a luz
Tem pavor da escuridão
Brilha a cada manhã
Anunciando pela fé, é tempo de união

Alma que me faz descansar em paz
Quando as portas fecharem no mundo
Para tirar sua confiança na terra
Levanta tu fé, e clama
Oh! Deus minha alma espera
Somente em ti


Esperar

Esperar um momento certo para avançar,
Confiar sabendo que esta é a hora de chegar,
Ter certeza que tudo vai dar certo,
Celebrar com júbilo o resultado alcançado.

É assim que precisamos viver,
Para não perder a oportunidade
De continuar na direção da fé;
Sabendo que a qualquer hora será a sua vez,
E para quem será tudo o que você fez?

Esperar pela tormenta sem se abalar,
Quando ela chega você começa a orar;
O céu escurece, a terra estremece,
O povo se desespera, mas você espera,
Sabe que vai passar, e no final,
Restará uma nova canção para cantar

Esperar a volta daquele que você ama
Pelo seu nome você chama,
E quando Ele chega
Acende uma chama que faz das trevas luz,
E Ele diz, meu nome é Jesus.

Esperar nEle e por Ele,
Podemos caminhar seguros,
Para a mansão onde não há dor,
E toda lágrima secará.


Do livro Pensamentos de Um Homem Simples (Edição do autor).
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