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segunda-feira, setembro 25, 2017

Dois poemas de Silvino Netto


MINHA ORAÇÃO AOS 75 ANOS!
(Preparando sua oração para a comemoração de seus 75 anos em 19/09/2017)

DEUS,
Por quanto tempo o Senhor
Me quer ainda aqui na terra?
Não tenho pressa de partir,
Mesmo sabendo que para aonde vou
Não terei mais dores, nem lágrimas, nem...
Pretendo curtir
Um pouco mais aqui.
Tenho sonhos e preciso consolidar
As obras de tuas mãos!
O Senhor mesmo disse pelos profetas
Que os velhos sonhariam
E dariam muitos frutos viçosos e vigorosos.
Então, quero ser um velho enxuto!
Quero saborear meus frutos
E compartilhá-los
No amadurecer de minha vida!
Sei, também, que não é na quantidade de anos
Que registramos nossa existência terrena.
Por isso, quero que meus frutos
Sejam mesmo de qualidade,
Ainda que não muitos!

Aos 75 anos, aos poucos,
Começo a arrumar as malas
Sem pressa de partir
E sem a neura de contar os dias
A não ser para alcançar um coração sábio!
Não tenho a pretensão de viver
A experiência de Enoque
Que, se eu entendo o que a tua Palavra diz,
O Senhor o tomou sem passar pela morte.
Quem sou eu, para querer tanto!!!
Mas, peço-te que me ajudes
A continuar minha trajetória,
Andando contigo,
Com bengala ou sem bengala,
Com cabelos ou sem cabelos,
Com artrose ou sem artrose,
Com rugas ou com mais rugas,
Com ou sem ponte de safena...
Mas com um coração sadio,
Andando contigo longas caminhadas
Assim como Enoque
Andou contigo!


PALMAS PARA AS PALMEIRAS!
(Set. 2017) 

Acompanho as notícias dos furacões
Na sua fúria impiedosa de destruição!
Ruas vazias, ventos fortes,
Abrigos repletos de refugiados,
Força das águas, inundações,
Mortes,
Perdas incalculáveis,
Medo, terror nos corações....

Neste cenário,
De fúria de  cão devorador,
Impressiona-me a força das palmeiras!
Sacudidas por todos os lados,
No balanço de suas folhas em leques,
Para lá e para cá,
Resistem a força, impiedosa, de ventos fortes!

As palmeiras me fazem ver, a vida assim!
Furacões inesperados nos atingem,
Desafiam nossas forças,
Querendo destruir nossos sonhos,
Levar o que construímos,
Nosso patrimônio,
Nossa família...
Arrancar nossas raízes,
Balançar nossas estruturas
E nos derrubar!

Em meio a dor
Do furacão destruidor
As palmeiras me inspiram
E me ensinam a enfrentar os furacões da vida!
Eles existem, em momentos diferentes,
Em escala maior ou menor de devastação,
Deixando rastros de destruição!

Mas, as palmeiras me ensinam
Que é possível resistir a força do  furacão!
Ainda que abalado...
As palmeiras me ensinam
A crescer buscando as alturas,
Firmar as raízes
Abraçado nas rochas
E regado pelos mananciais inesgotáveis!

Na vulnerabilidade das ventanias,
Dos furacões,
Quero a força divina da palmeira
Dentro de mim,
Para permanecer na fé,
Enfrentando as tempestades da vida,
Na certeza de que elas passam
E se desfazem,
Ainda que possam voltar
Mas, me encontrarão de pé!

PALMAS PARA AS PALMEIRAS!

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