INDIFERENÇA
Não são os cravos frios,
nem o madeiro cruel, nem a
coroa espinhada,
nem a lança aguda que o
soldado ímpio
mergulha na carne em profunda
ferida.
Não é o sol ardente
que abrasa o rosto e
queima a pupila,
resseca o lábio doce e a
cândida frente
qual terna flor que seu
calor aniquila.
Não é a esponja amarga
Que da boca sedenta se
aproxima,
a alegação angustiante da
sede que lhe abrasa,
sede que nasce da alma e
não é compreendida.
Tampouco é o esquecimento
do Pai, como parece que o
Filho acredita,
deixando-o sozinho sofrer
o martírio,
ausente de toda a
misericórdia divina.
Não é o cravo frio,
não é o sol ardente,
nem o terrível
esquecimento.
Não é o fel amargo
nem o espinho penetrante.
É a tua indiferença, é teu
cruel desvio
quem o feriu inclemente
com seu agudo fio.
E é a sede imensa de salvar
tua alma,
que feroz queima suas
ternas entranhas.
Autor desconhecido
Do livro 502 Ilustraciones Selectas, de José Luis Martínez
Tradução Sammis Reachers
Bela poesia, sou a ante da poesia e arrisco vez por outras alguns rabisco.
ResponderExcluirCaso queira ler alguma souoarauto.blogspot.com