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terça-feira, fevereiro 04, 2020

Três poemas de Luiz Guilherme Libório


Ressurreição
E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? - Lucas 24:5

O breu em nós não compreendia
a vinda da luz pela voz do Verbo
nem compreendíamos o deserto
erigido pelo Leão que ruge o dia
tal qual o negror em nós não via
o véu que se rasga no furor certo
- nós não tínhamos olhos quietos
o suficiente para ver Quem rugia!

Então houve o retorno que recria.
Então compreendemos nosso elo

da cruz central ao ver o ressurecto
no trinitário sorriso do terceiro dia.


Veremos, verão
"Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido." - 1 Coríntios 13:12

Chove e é verão.

Vejo o romper dos raios pela janela
luzindo seus ramos de trigo na noite.

Minha pequena
missão é esta:
ser poeta.

Anunciar a Glória de Deus
que há em todas as gotas
e em ampla luz retórica
anunciar o que apenas
vejo em frestas.



Presente de Natal
Eis que me semeei no árido destes campos
e quis colher do meu suor algo santo
para presentear o meu Senhor.

Das nuvens
esperei o pranto que os hinos justifica
e do vento vir o aroma da baunilha
para embrulhar com ele o meu amor.

No entanto, vede
que o meu Senhor existe desde sempre!
Fez os campos, o verde, os dentes
que rompem o núcleo dos frutos
e o próprio amor.

Qual presente
posso dar ao Senhor?

O Senhor existe desde sempre.
Mas escolheu nascer aqui
e conosco tem vivido.

Nada posso dar
mas o meu presente
é Ele ter nascido.


Leia mais textos do autor no blog https://luizliborio.blogspot.com/

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