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quinta-feira, junho 18, 2020

Dois poemas de Sueli Soares



É NO CEMITÉRIO

É no cemitério que iremos para a última morada aqui na terra
É no cemitério que deixamos nossos entes queridos
E no cemitério que também seremos deixados
É no cemitério que o corpo cremado ou não
Depositado na terra ou jazigo, e por mais que o caixão
e o funeral sejam de luxo todos se igualam
não há diferença de classe social
É no cemitério que acaba o orgulho, o egoísmo, o ressentimento, a inveja
A própria opinião, se achando rei da razão
É no cemitério que todos os sentimentos são enterrados junto àquela pessoa, tudo acaba ali
Que ao contrário, bom seria, se deixasse enraizados na memória de seus conhecidos
A bondade, amor, perdão, lealdade
e todas boas qualidades
Que ficam para sempre gravadas
(A memória do justo é abençoada, mas o nome dos perversos cai em podridão - Provérbios 10:7)
É no cemitério que no momento do enterrar se fazem discursos bonitos
Colocam-se coras de flores, lançam flores tão lindas
Quem muitas vezes nenhuma flor deu em vida
Àquela pessoa
E como ficaria feliz essa pessoa
se recebesse essas flores e homenagens
Quando estava viva
Mas acabou... ali jaz alguém que não vai ver mais nada, não adianta mais nada
Tudo não serve de nada
E no cemitério que encerra todas as oportunidades
As reflexões muitas vezes também ali chegam
Do beijo que não se deu
Do perdão que não se deu
Do abraço e carinho... de expressar o sentimento.
Em dizer eu te amo
Acabou... agora é lamentar o que poderia ter feito
e não fez, e carregar o arrependimento
É no cemitério que ao sairmos de lá
deixando o ente querido
Enfrentamos o período do luto, lágrimas e lembranças a todo momento... Sentindo aquela dor terrível
Do vazio deixado
Que achamos que esse período nunca vai passar
Mas o Espirito Santo, só Ele faz amenizar a dor
e a saudade consolando o coração
com as lembranças daqueles que amamos
Por isso precisamos aproveitar o tempo pela frente
Aproveitar as pequenas e grandes oportunidades de estarmos juntos
Amando, perdoando, sendo felizes e fazendo felizes aqueles que nos cercam
Não dando importância a coisas tão insignificantes e passageiras
Que não têm valor, não valem a pena
Porque a vida é apenas um sopro (Salmos 144:4)
Antes que nosso corpo em pó se fragmente
E o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu (Eclesiastes 12:7)
E segue-se o juízo (Hebreus 9:27) onde cada um prestará contas a Deus.



NO CAMINHO ESTREITO, NÃO PASSA BAGAGEM

O caminho é íngreme
Até chegar à porta estreita
Também de grande dificuldade
Ao passar por essa porta
Porque é impossível carregar bagagens
Bagagens do orgulho, vaidade, ódio
Indiferentismo, o próprio “eu”
É preciso deixar cair um a um
Deixar para trás
Essas... e todas outras bagagens
que atrapalham de passar por essa porta
É preciso estar livre e leve
Das cargas e pesos que fazem distanciar
Do amor de Deus
Eu estou caminhando
Por esse caminho íngreme
Às vezes encontro pedras e espinhos
E mesmo com obstáculos
com minhas imperfeições
Vou caminhando
Não olhando para os lados
Nem para trás
Porque se eu olhar
Certamente não vou conseguir
sequer dar um passo

Por isso quero somente olhar
Para frente e para o alto, continuar caminhando
Atraída pela voz
Do Pai amado
Que me encoraja
Que me constrange
Com Sua Palavra
(Poucos são os que passam por ela. Mateus 7:14)
Não quero ser excluída
Quero estar entre aqueles
Que passam por essa porta
Que já deixaram as bagagens
Que já fizeram sua escolha...
(Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que levam à perdição, e muitos são os que entram por esse caminho. Mateus 7-13)
Não entrar pela porta larga
É ter sabedoria
É evitar caminhos da perdição
Caminhos da morte
Seja física ou espiritual
(Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte. Provérbios 14:12)
Entrar pela porta estreita
Vale a pena o resultado
Entrar pela porta estreita
É desfrutar de todas bênçãos do Senhor
Seja no presente
Seja no porvir

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