Publicado em 2019, Vestígios de Azul é uma das mais recentes coletâneas de poemas do lusitano José Brissos-Lino, pastor, escritor, professor e articulista presente em diversos veículos de informação, seja em Portugal ou no Brasil.
Com prefácio do saudoso poeta J. T. Parreira, de quem Brissos foi sempre amigo próximo, a obra verseja as vivências e percepções do autor por um suave prisma que as decompõe em diversas tonalidades, seja do azul que dá nome ao livro, seja de cores outras, feitas de ternura e saudade, de calma celebração e rica fruição poiétika.
Aqui, três dos poemas do livro:
ESTE AZUL
Este azul mata-me de
prazer
com todos os sorrisos de
que for capaz
sem sombras escuras nem
recantos húmidos
invade os olhos claros do
dia assombroso e limpo
abre todas as portas
toscas e pesadas
artilhadas com velhos
ferrolhos medievais
de castelos imaginários
dos senhores e cavaleiros
ruidosos que se insinuam
na arte da lenda
concedendo o inefável
o prazer supremo
de um culto sagrado sem
cálice de prata
nem salvas de ouro
e sou atalaia entre ameias
já moribundo de azul.
FOI ASSIM A SALVAÇÃO
Foi assim a Salvação. Um
Menino
desceu aos homens
com a paz na algibeira
e estrelas na boca
enquanto uns olhos de sol
e de lua
lhes aqueceram os dias
e os sonhos
para sempre.
A OLIVEIRA VERDE
"Sou como a oliveira
verde na casa de Deus" (Livro dos Salmos)
sou como a oliveira verde
saudável, frutífera
acendo o dia dentro de
casa
tempero a mesa
unjo reis e sacerdotes
e tiro o medo das portas
que gemem
no silêncio da noite
escura
na casa do meu Deus
estou firmemente plantado
em chão de misericórdia
o orvalho da confiança
escorre-me
pelas folhas.
Caro mestre: magnífica escolha. Lindos poetas,uma boa indicação. Tudo o que se precisa nesses tempos; palavras de esperança. 'E veio a Salvação.' Muitos ouviram,não entenderam e muitos duvidam. Sempre volto ao seu blog. Abração..
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