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quinta-feira, outubro 14, 2021

Cinco poemas de Telina Cleine



Olhos para ver

 

Aprender a andar devagar /tempo para divagar/

Ser conduzida na exuberância da vida:

 

Olhar fresco.

Botão ainda fechado:

No deslumbrar, estonteado.

Com espírito inflamado,

Dançando como uma flâmula

 

A anunciar...

O Teu Reino.

 

 

O VOLITAR GRACIOSO

 

Sabe aquele lenço bonito?

Aquele que usavas em teu cabelo?

Em tua juventude, protegias teus finos fios de ouro e caracol

Dos intensos raios de sol;

Daquele lugar sertanejo.

 

Lembra-te que sorrias com animação

Acompanhando-te a alegria,

O riso,

O deslumbre no coração?

 

Usa este lenço agora!

Ainda é hora!

Estampa de flores,

 Rosas

 e gotas púrpuras a escorrer...

 

Traze-o envolta do pescoço, talvez...

Deixa-nos ver teus cachos com nitidez!

Deixa que a transparência traga clareza,

Exatidão;

Perdão ao coração!

 

 

Deixa-o esvoaçar ao Sopro Criador

Deixa para trás toda consternação!

Lembra de tua remissão...

 

O indulto aplaca a dor,

Nutre o coração;

Alegra o viver.

 

 

VOTO DE OBEDIÊNCIA

 

Em um reino longínquo

Nasceu um grande guerreiro

 

Esbelto, forte, corajoso.

Cortês; um verdadeiro cavalheiro!

 

Dizem que viveu tantos anos que não se pôde contar

O amor e a fidelidade

Eram usados como colar

 

Em todos os reinos vizinhos

Falava-se em seu bom nome

 

Era valoroso aos olhos de Deus e amigo de todo homem

 

Dizem que o segredo era uma carta que ele lia a todo momento

 

“Filho meu, não te esqueças do meu ensino e o teu coração guarde os meus mandamentos”.

 

 

HOSHANA

 

Em elevo, meu peito aberto,

Reverente vem transbordar

Aos teus olhos sempre atentos,

Minha alma tenta grafar

O que a Filologia não comporta;

Solene Locução.

 

Em ardor e fulgente flama,

Meu espírito a ti clama

Em um impulso avassalador.

 

É alma insistente,

No âmago ardente

Invocando ao seu Senhor.

 

 O Espírito recolhe

Da alma inculta o odor

Derramando óleo suave

Aos pés do Salvador.

 

 

No Reino de Alma Humana...

 

Como o deslumbramento de olhos tenros diante de uma alvorada,

As palavras trombeteiam ao descrever as belezas de Alma Humana.

 

O solo, na quase totalidade, ávido por sementes e mãos diligentes,

Habilidosas, bondosas e cuidadosas que não temam recuperar alguns pântanos,

Bem como escavar riquezas engrunhadas em veio encoberto.

 

Fluem rios em tons escuros, cujas águas podem curar e fortalecer quem as bebe com elegância e reverência,

Ou desnudar,

O que a oferece indignamente.

 

Em sua Urbe, produtiva, dinâmica e admirável,

A contemplação é...

 Consuetudinária!

 

PHILOSOPHIA e seus filhos: PHILEN, PHILOS e SOPHIS possuem abundância de recursos em suas bibliotecas...

 

Lá, de forma esplêndida,

O próprio LOGOS,

O VERBO ETERNO

 “tabernacula” entre os homens;

 

Ó quão bem aventurada és,

Alma humana!        

 


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