Eu, a poesia
Eu, A Poesia!
Ruth P. Vianna
Quando Nasci?
Não Sei.
Nisso Eu Jamais Pensei.
Acho Que Foi No Momento Da
Criação,
No Imenso Vazio Daquela
Escuridão,
Que Eu Ali Surgi.
Como Sou?
Tenho Todos Os Estilos E
Formas.
Deixo Você Me Descobrir,
Me Sentir.
Assim Eu Sou!
Se Tenho Cor?
Sim! Posso Ter Todas!
Mas, Às Vezes, Sou Tão
Transparente,
Que Até Mesmo No Verso
Mais Eloquente
Chego A Ser Incolor.
De Onde Eu Sou?
Sou Do Infinito!...
Desse Universo Imenso, Tão
Bonito!
Não Tenho Fronteiras, Nem
Bandeiras.
Assim Eu Sou!
A Quem Pertenço?
A Você, Que Me Lê E Com A
Alma Me Vê;
Que Me Faz Virar Canção E
Também Oração.
A Você, Que Me Cria,
E Com Rima Ou Sem Rima
Faz De Mim Fantasia...
A Você, Que Transforma
Meus Versos Em Perdão;
Às Vezes Me Usa, Ou Me
Desenha Na Amplidão!...
Assim Eu Sou!
No Vaivém Das Ondas E No
Brilho Das Estrelas,
Você Me Vê.
No Fiel Da Balança E No
Sorriso Da Criança,
Você Me Vê.
No Pássaro Que Brinca Em
Seu Ninho,
Ou Num Simples Gesto De
Carinho,
Você Me Vê.
Nas Águas Cristalinas De
Uma Fonte,
E Até No Azul Que Se Perde
No Horizonte,
Você Me Vê.
Nas Lágrimas Que Jorram
Sempre Mais
Nessa Busca Contínua Pela
Paz,
Você Me Vê.
Nos Campos De Batalha, Na
Bomba Que Nos Cala;
Ou, Quem Sabe, Naquele
Sonho Que O Embala,
Você Me Vê.
Assim Eu Sou!
Vivo Na Terra, Nas
Estrelas, No Mar,
No Balé Do Beija-Flor, Na
Essência Do Amor.
Sou Lazer, Sou Prazer! Sou
Noite E Sou Dia.
Sou Vida Colorida Que
Desliza... E A Alma Eterniza.
Sou A Vitória, A Glória, A
Confiança, A Esperança.
Sou Correnteza E Calmaria.
Sou Tristeza E Alegria.
Sou Eu, A Poesia! Sou eu,
a Poesia!
Posso até ver a minha identidade, enquanto passo pelas linhas desses versos.
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