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segunda-feira, junho 17, 2024

Dois poemas de Juracy F. Viana

 


FALA A TEUS FILHOS


"Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração,

de toda a tua alma, e de toda a tua força. Estas palavras que

te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus

filhos, e delas falarás assentado em tua casa. e andando

pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te."

Deuteronômio 6:5-7

 

Logo ao te levantares,

Quando o sol triunfante desfizer

As últimas brumas da noite

As estrelas se apagarem

As asas primeiras se desenharem

No azul-turquesa do céu

E os ruídos da vida recomeçarem.

Fala a teus filhos do Deus Criador.

 

Mais tarde, no apogeu do dia,

Quando andares pelo caminho

Margeado de rosas e espinhos

E seguires sorrindo e gemendo

Por entre cantos de aves ligeiras

E lamentações de sofridos,

Fala a teus filhos

Da proteção de Deus, o bom Pai.

 

Quando ao cair da tarde,

As coisas se acomodarem

Sob o lençol suave das sombras

E os lampadários de estrelas

Se acenderem no mais profundo céu

Fala a teus filhos que Deus

Presente em toda hora do dia

Zela, sem cessar, pelos seus.

 

No decurso da noite cerrada,

Quando a fadiga vencer mente e corpo

O sono pesar sobre as pálpebras

Os sonhos descerem dos arcanos,

Dize a teus filhos

Que Deus jamais dorme

Que vigia no silêncio da madrugada

Guardando e velando o povo seu.

 

Exorta os teus filhos com as palavras

Que “estarão no teu coração”:

    “Amarás o Senhor teu Deus

    de todo o teu coração,

    de toda a tua alma,

    e de toda a tua força.”

Lembra-lhes que Deus os amou primeiro.

 

Tua é a responsabilidade

De sempre falar-lhes

Do Deus criador, do Deus companheiro,

Do Deus vigilante, do Deus que é AMOR.

 

 

ORAÇÃO PARA O ANO NOVO

 

Pai amoroso e paciente,

agora que as cansadas portas do Ano Velho rangem,

fechando-se para nunca mais se abrir,

leva-nos a meditar nas coisas que ficaram por trás delas...

Nas oportunidades que perdemos, de trabalhar

contigo no teu incessante trabalho no mundo;

E nas tristezas e nos problemas que nos afligiram,

alguns deles causados por nossa própria imprevidência;

Nas vezes sem conta que pisamos fora do teu caminho;

porque o orgulho, a superfluidade e o egoísmo

escureceram o roteiro que nos traçaste, ao escolher-nos;

E também, nas alegrias e vitórias que gozamos

e que esquecemos de agradecer-te.

Em todos esses deslises, foi incomparável

a paciência que tiveste para conosco

e teu amor não se esgotou, nem ao menos diminuiu.

Sustentaste-nos com impressionante fidelidade, cada dia.

É por isso agora, quando o Ano Novo

engalana os seus portões para abri-los,

ao transpô-los, ousamos implorar-te

que nos tornes aptos para receber

maior porção do teu Espírito,

a fim de que crescendo na comunhão contigo,

compreendamos melhor os teus planos

e a responsabilidade que nos cabe neles.

Por amor de teu Filho. Amém.


Do livro A Igreja em Festa (Casa Editora Presbiteriana, 1990)


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