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quinta-feira, setembro 12, 2024

Dois poemas de Irene Giglio



CONSOLAÇÃO 1

 

A coisa mais reconfortante na vida é poder recostar em teu ombro divino

a cabeça cansada

os olhos pesados

e chorar as lágrimas reprimidas.

É poder soluçar baixinho

aliviando assim

toda a dor no coração contida.

 

É ser capaz de dobrar os joelhos no tapete

ao lado da cama

para ali derramar, sem reservas, todo nosso ser.

Seja com risos de alegria ou prantos de tristeza

com a alma em luto

ou o coração em festa.

 

Seja como estiver nosso espírito

bom mesmo é saber que tu estás a nos ouvir

pronto a nos auxiliar, fiel em perdoar

perfeito no amar.

 

            Ah! Senhor! Sê tu o nosso consolo e a nossa salvação todo dia!

 

 

CONSOLAÇÃO 2

 

Meus soluços atingem

a tua compaixão

e no teu peito acolhes a minha cabeça.

É onde no embalo do teu consolo, adormeço

e só em mim acorda a esperança vã de jamais despertar.

 

Vezes sem conta lágrimas teimosas umedecem tuas vestes benditas

preces entrecortadas por soluços alcançam teus sentidos

então tu me cercas num aperto mudo de proteção.

Minhas mãos, então pequenas e frias, cessam em busca de guarida

e encolhidas junto ao teu abraço

encontram o calor tão desejado.

 

As faces comprimidas à fortaleza do teu seio santo

o soluço antes tímido

agora solto e incontido, atinge seu auge desesperado.

Cabelos desavolumados pela garoa fina da vida

quase a esconder o vislumbre da face suplicante.

O peito ofegante, como a testificar da imensa fuga

encontra paz e segurança

e em meio às lágrimas e murmúrios inexprimíveis

ainda se pode ouvir teu costumeiro, mas indispensável

“não temas”

comprimindo-me com mais firmeza ao  teu peito

faço que estreites teu abraço

pouco antes de, consolada, retirar-me da tua presença

na certeza de poder continuar.

 

Um comentário:

  1. Muito lindo e Consolador é o nosso Senhor Jesus. Ele merece toda a honra por nós acolher.

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