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quinta-feira, julho 26, 2007

Três poemas de Samuel Pinheiro


POEMA-FELICIDADE

A
Felicidade
Das mãos
Que nos seus calos provam
O mel e o açúcar dos frutos.
O suor
É uma mesa de sol-
Nas mãos
Que são piores que bofetadas
Na face metálica da fome
Nada as detém
No Caminho.
São um arco de Sangue
Arremessando espigas de trigo
Para dentro da fome.
São o caixão da fome.
Correm pelos valados da tristeza
Soltando trinados de sal.
Pulam as muralhas
Mais inexpugnáveis
E as paredes
Mais bem caiadas
As mãos
Que são abelhas
Trabalhando no silêncio o seu mel.
As mãos
Barradas de Fogo.
Os calos e as cicatrizes
São a formosura das mãos guerreiras
Que se gastam
Gastando a fome e o frio.
Construindo
O poema vivo
De ser Felicidade.
Servo de Deus!
Operário da Felicidade!


Poema

antes
que seja tarde
vamos plantar as nossas mãos
nas enxadas e no trigo
plantar as enxadas e o trigo
nas nossas mãos.
nunca mais
ficar sitiados pelas muralhas da tristeza.
antes partir
contra cada monstro
vestidos de Lume.
este é o júbilo
que se colhe
da vitória.
o júbilo
que da batalha
se colhe do Sangue de Cristo.
nunca mais
desistir
virar as costas.
desistir é perder.
desistir é morrer.
não importa
que os fantasmas retesem as suas garras
e os lobos uivem pelas redondezas.
podem mesmo
dar asas às pedras.
o justo
confia na Arma de Sangue
que tem na mão.


Poema

não se arrependem
não se arrependerão
os que investem as suas mãos
na Luz

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