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segunda-feira, junho 29, 2009

POESIAS DE DEUS - Um texto de Sebastião Pereira Ferreira Junior

*

“Somos poesias de Deus, criados em Cristo Jesus
para realizarmos boas obras”
(Paulo aos Efésios, 2.10)


Faço parte de uma geração pós-moderna. Sou fruto de uma nova realidade existencial. Como participante ativo desse novo mundo, colho os benefícios que ele me proporciona.

Vivo uma realidade jamais imaginada por gerações anteriores. Os frutos tecnológicos e científicos que começamos a colher, como geração pós-moderna, nossos antepassados sequer ousaram sonhar.

Mas preciso reconhecer que tenho colhido, com a contemporaneidade da minha geração, frutos amargos e indigestos.

Vivo um contexto de crise relacional e perda de identidade. Parece que minha geração se perdeu na “exuberância do novo”, na ”complexidade das invenções”.

Olho para a história e percebo que talvez não tenha havido época semelhante onde se enfatizou tanto o número em detrimento da pessoa – com nome e identidade próprios.

Sou mais um no meio de milhões... Sujeito a uma descaracterização cada vez maior. Quase uma simples prosa, marginalizada por uma sociedade sem poema algum.

Quem sou eu?

A dúvida me faz buscar respostas na Palavra de Deus. Quando me aproximo dela, percebo que há outra definição de quem sou e de meu valor.

Ela me diz que “sou poesia de Deus” (a palavra no texto em grego é “poiema” – traduzida por poesia ou obra de arte).

A Palavra de Deus me diz que sou obra de arte do Criador.

A definição de quem sou e do meu valor resgata à minha memória algumas percepções, ofuscadas pela convivência no mundo pós-moderno, que são essenciais à manutenção de minha existência como pessoa.

Primeiramente percebo, como “poesia de Deus”, que sou único e especial.

O salmista entendeu sua importância e “unicidade” no processo criativo de Deus, quando escreveu: “Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável... e todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro, antes de qualquer deles existir” (139.14 e 16).

Não sou mais um número, como num processo de produção em série, mas criado e planejado como um ser único, com identidade própria – “obra de arte para honra e glória do Grande Artesão!”.

Percebo também, como “poesia de Deus”, que minha criação revela o sentimento do Grande Poeta.

Na narrativa do Gênesis, a expressão usada na criação do ser humano é diferenciada do restante da criação, quando diz: “Viu Deus o que havia feito e eis que era muito bom” (1.31).

Dizem que os poetas não criam se não há algum sentimento forte em sua alma. Por isso, as poesias vêm acompanhadas de sentimentos de grande alegria ou tristeza.

O coração do Grande Poeta se encheu de alegria e contentamento ao escrever sua poesia mais importante – a criação do ser humano.

Minha existência é fruto da satisfação do Criador!

Percebo ainda, como “poesia de Deus”, que a minha criação revela o Próprio Poeta.

Ao criar o ser humano, Deus disse: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança” (Gn 1.26).

Como obra de arte, expresso o caráter do Grande Artesão, como sua imagem, seu reflexo.

Os grandes poetas são facilmente reconhecidos pelas suas criações literárias. Não preciso fazer muito esforço para reconhecer e apreciar um texto de Fernando Pessoa (“tudo vale a pena quando a alma não é pequena”) ou Vinícius de Moraes (“que não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”). Suas identidades estão marcadas e expostas em seus escritos.

Como obra de arte de Deus, sou um reflexo – deveria ser – do Grande Poeta.

A teologia chama esse reflexo (imago dei) de “atributo relativo” – características próprias que o Criador repartiu com sua criação.

Sou imagem e semelhança do Criador!

Por fim, percebo, como “poesia de Deus”, que sou criado para ser lido e apreciado pelos outros.

Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes e tantos outros só se tornaram grandes e conhecidos por “repartirem” seus escritos com os outros, por revelarem às claras o que haviam produzido na privacidade.

A poesia não pode jamais ser engavetada – ela perde seu valor, por mais nobre e artesanal que seja.

Sou assim, escrito pelo Criador, para a leitura e apreciação daqueles que convivem ao meu redor. Se a minha vida não pode ser lida, então ela perde o seu significado, como que num processo de “engavetamento existencial”.

Sou criado para as boas obras – para influenciar os outros com os versos da minha existência...

É bom trazer à memória todos os dias, enquanto cercado pela superficialidade “prosal” desse mundo pós-moderno, meu valor e identidade – SOU POESIA DE DEUS!

Sebastião Pereira Ferreira Junior

Via Portal Encontre a Paz em Jesus - http://www.emjesus.com.br

quarta-feira, junho 24, 2009

Um poema do Pr. Adelírio Mendes de Freitas

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http://presentededeus.files.wordpress.com/2008/12/manjedoura.jpg


SONETO DE PALHA


O que perdi, perdi. O que ganhei não tenho,
Do mundo que não tem meu corpo despojado
Da alma que o Céu preza, e que já foi comprado
Por preço imensurável, na nudez de um lenho.

Se a rica manjedoura é pobre em palha e é ouro
O ouro já não paga, e a palha agasalhou
O rei que muitos reinos áureos conquistou
Viu-se na palha pobre o seu maior tesouro.

Quem tem no nobre ouro a palha vil rupestre,
Ante o ígneo olhar deste supremo mestre,
Embora em palha vã terá riqueza imensa.

Não há ninguém que o compre. Não há ninguém que o vença.
É vero o seu caráter, é firme a sua crença;
É ilusório o TER efêmero, ante o SER que permanece.

Um poema de Wittembergue Magno Ribeiro

*

"Há poemas ininteligíveis nos seus elementos, porque só

o poeta tem a chave que o explica; mas a explicação não
é necessária para que pessoas dotadas de sensibilidade
poética penetrem na intenção essencial dos versos".
Manuel Bandeira



Às vezes presente,
Tantas vezes ausente.
Presente ou ausente,
Eu tenho fé.
Seja do tamanho de um grão,
Seja microscópica,
Sutil ou intensa,
Ela é a minha fé.
Se com ela me convenço, sem ela me venço.
Se com ela eu falo, sem ela me calo.
Se há nela esperança, sem ela nada sou.
Nos territórios transitórios da vida,
Espero algum dia poder ouvir:
A tua fé te salvou!

Visite o blog do autor: http://www.wmagnoribeiro.blogspot.com/

sexta-feira, junho 19, 2009

Três poemas de Gióia Júnior

Tarsila do Amaral - Morro da favela


SALMO I

O Senhor está no barracão da favela
e a fome é menos rude
e o frio é mais ameno;

O Senhor está nos bondes barulhentos
e o cansaço é mais leve
e o perigo é menor;

O Senhor está ao lado dos guardas da noite
e o medo não existe
e não há solidão;

O Senhor está no cais onde os homens trabalham
e os fardos são mais leves
e as horas menos lentas;

O Senhor está nos asilos onde os jovens anseiam
e a Sua presença aquece
como um retorno de mãe;

O Senhor está nos hospitais de indigentes
e a dor desaparece
e o sono logo vem...

Bendito seja o Senhor!
______________Bendito seja!
_________________________Amém!



INTERLÚDIO I

Ah! noite aquela em que Ele foi traído!
e foi abandonado e foi moído
por minhas transgressões! Ah! noite aquela,
dura e profunda, silenciosa e bela!
de uma beleza trágica e voraz!
De ti, oh, noite, vem a nossa paz...
De tua escuridão irrompe a luz
nasce o perdão, desperta a fé, emerge a cruz.



INTERLÚDIO II

Onde estão os muros da Cidade Eterna?
onde estão os salvos? e os queridos meus?
onde estão as luzes da manhã primeira?
onde a estrela santa do menino-Deus?
onde estão as vozes do coral celeste
anjos proclamando que chegou a luz?
onde brilha agora o sangue do Cordeiro
no momento exato em que morreu na cruz?

Meu Divino Mestre, dá-me a Tua mão
para que eu os ache no meu coração!
e embora haja trevas e embora anoiteça
que eu nunca os esqueça... que eu nunca os esqueça.

Do livro '25 Anos de Gióia Júnior', Editora Betânia, 1976

domingo, junho 14, 2009

Dois poemas para o Dia do Pastor*

*
A Ovelha Perdida - Alfred Soord

Gratidão de Pastor

Senhor, eu te agradeço a provação,
o sofrimento atroz por que passei;
o mal que me feriu o coração,
as lágrimas de sangue que chorei.

Senhor, eu te agradeço a ingratidão
que padeci de quem eu tanto amei;
a calúnia sofrida – a maldição
que me lançou alguém por quem lutei.

Eu te agradeço..., pois, ao ser provado,
senti acrisolar-se o meu viver,
- a minha treva transmudar-se em luz.

Sentir-me-ei, agora, consolado
e, humildemente, poderei dizer:
- trago no corpo as marcas de Jesus!

Celso Diniz
No livro Um Novo Coração - Casa Editora Batista, 1968



Eu sou um Pastor

Se algum dia te chamarem por um nome que não seja o teu...
Se mentindo, disserem a teu respeito, coisas que venham a ferir o teu coração...
Se os teus companheiros te virarem o rosto, te negarem um sorriso, ou até mesmo a saudação...
Se precisares de ajuda e todas as portas se fecharem diante de ti...
Se buscares a Deus em oração, e te faltarem palavras para falar com Ele...
Se abatido, chegares a duvidar da tua chamada e das promessas de Deus para tua vida...
Ainda assim... Não temas, porque sobre ti brilha o sol da justiça. Como os ramos que se dobram durante a tempestade, tu não permanecerás curvado.
Mas... Levantarás o teu cajado com firmeza e triunfarás sobre todas as injustiças, mentiras e perseguições, porque entre muitos, tu és um daqueles que pode dizer: “Eu sou um pastor”.

Norma Penido
No blog http://normapenido.blogspot.com/

*O Dia do Pastor é comemorado em todo segundo domingo de Junho.

Sobre este tema, organizamos a antologia gratuita AO ANJO DA IGREJA, DECLAMA: POEMAS AOS PASTORES DE DEUS, reunindo dezenas de poemas sobre e para os pastores. Baixe o livro gratuitamente pelo Google Drive, clicando AQUI.

sexta-feira, junho 12, 2009

Dois poemas de Iza Almeida

*

CAMINHO DO CÉU

Sei que existem caminhos
Que parecem ao céu levar,
Mas vejo em meu dia-a-dia
Que é difícil caminhar...

Caminhar para o céu é meu lema,
Não posso me descuidar:
Deixar de lado a mentira,

Deixar de lado o rancor,
Deixar tudo que me afaste
Da presença do Senhor.


Encher minha alma de paz
Que só a salvação em Cristo traz...
Encher minha alma de luz,
Ter uma fé viva em Jesus.


Perdoar os inimigos,
Orar para que se tornem meus amigos.


Ter mansidão ao falar...
Ajudar os oprimidos,
E a quem de mim precisar...
Falar palavras sinceras,
Para que em mim possam confiar!


Sei que existem caminhos
Que parecem ao céu levar,
Mas só Jesus é o caminho
Que nos leva ao eterno lar!


"Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". João 14:5-6.



SENHOR, FICA COMIGO

Senhor, fica comigo
Não sei sozinha andar.
Fica, Senhor, comigo
Contigo quero estar.

Senhor, sem Ti não vivo,
Fico sem direção
Como navio sem rumo
No mar em agitação...

Sou como ave sem ninho
Se debatendo em vão.

Fica, Senhor, comigo
Assim eu vencerei
As lutas desta vida
E em paz eu viverei.

Fica, Senhor, comigo
Te imploro meu bom Deus
Não olhes minhas falhas
São tantas eu bem sei.

Fica, Senhor, comigo
Meu guia e pastor
Aos pastos verdejantes
Conduza-me com amor.

Fica, Senhor, comigo
Assim eu vencerei!

"O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará". Salmo 23:1

Visite o blog da autora: http://poemasdeizaalmeida.blogspot.com

segunda-feira, junho 08, 2009

Dois poemas de Wilsius Norte


(re)Construindo laços

Laços, (in)tempestivos
(in)Próprios e sentidos
não por sentidos, mas no sentido próprio
do horizonte, de Deus,
não meu

meu horizonte é pequeno, limitado
cheio de limitações
(in)próprias muitos poderão dizer
Mas de fato saber, sentir, viver,
como diálogo criar?

Espaço íntimo do sujeito,
Contemplar a ação
Contemplação e tomada de postura,
sem intimidação, buscar
intimidade com Deus

Em tímida idade, busco Seu colo
engatinhando e balbuciando,
dores? - talvez, linhas, sem lágrimas
dissabores meus, (in)próprios dos laços

Laços que (des)ato, acordo que (des)faço
em meu pequeno horizonte, tímido
fecho os olhos, não quero este horizonte cinza
de múltipla (des)confiança vulnerável
não quero violência contida,

quero paz
A verdadeira Paz

Quero as cores... Vibrantes!
O mover Seu, o Espírito em meu silêncio
(re)Construindo laços, não em meu horizonte tímido
mas no íntimo do horizonte de Deus



Chuva no horizonte

Tudo está cinza, escuro e nublado.
Não há cores, mas há vida,
esperança que não cansa,
apesar das muitas dores.
Tudo está precipitado,
em senti, pensar, fazer

Nada sei - Nada sou - Nada posso
(!)

Tudo está dolorido,
os olhos (lacrimejam medo)
o nariz (escorre fadiga)
os joelhos (doem pelo peso que sustentam)
os lábios (não murmuram, louvam)
o pulso vibra, ainda há fôlego

Em meio ao pó
a alma (ora)
o espírito (clama)
Por momentos (nossos) aos pés do Mestre

(jejum e oração)
(negação e afirmação - nada sou/Ele é)

Olho para o horizonte,
(de olhos fechados)
pelos olhos da fé,
e choro.
Lágrimas nuas, perseverantes
em meio a tribulação, providência

Chuva.
(para aliviar o calor)
Chuva.
(que sara toda a dor)
Chuva.
(para fertilizar a terra)
Chuva.
(esta era a promessa)

"Mais grato a Ti , mais grato a Ti.
Mais consagrado, ó faz-me, Senhor!
Mais humilhado e cheio de amor,
Faz-me mais grato a Ti, mais grato a Ti!"
(Hino 370, Harpa Cristã)

Visite o blog do autor: http://wilsiusnorte.blogspot.com/

sexta-feira, junho 05, 2009

AJUDE MISSIONÁRIOS!

*
Texto publicado originalmente no blog da União de Blogueiros Evangélicos
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Pablo Picasso

“A menos que a Igreja seja mobilizada, o mundo inteiro não poderá ser alcançado. Esta mobilização só verá o resultado do seu esforço tornar-se realidade se efetivamente existir uma operação conjunta do Povo de Deus.”

John Stott

Amado irmão, você gostaria de ajudar missionários? Ajudar diretamente? Orando, escrevendo-lhes palavras de ânimo, contribuindo financeiramente para o avanço do Evangelho? Preparamos uma pequena lista com endereços de blogs e sites pessoais de missionários brasileiros, que estão neste exato momento em ação em diversos campos espalhados pelo mundo. E a cada membro da UBE, fazemos o convite: Conheça, se envolva, contribua!

Família Matioli (Quênia, na África) - http:// www.familiamatioli.com.br

Leonardo e Jonara Gonçalves da Silva (Peru) – http:// www.projetopiura.blogspot.com

Pr. Henrique Davanso (Albânia) – http:// www.projetoalbania.blogspot.com

Família Buchmanns (Guiné Bissau) - http://www.freewebs.com/timoteobachmannfamily/

Missionário Rubens e família (Senegal) - http://www.missionfleursendesert.com.br/

Ezequiel e Janaína (Moçambique) - http://www.levantateafrica.com

Emeric Ernest Vasváry (Escócia) - http://emericmarcie.blogspot.com/

Rodrigo Allan Ildefonso (Venezuela) - http://missoesvenezuela.blogspot.com/

Família Iud (Peru) - http://familiayud.wordpress.com/

Sílvia e Laura Octaviano (África do Sul) - http://www.silviaelauranaafrica.blogspot.com/

Fábio Diniz (Sibéria, Rússia) - http://www.fabiodiniz.com

Olimpio Tiberio (JOCUM Sibéria, Rússia) - http://www.ywamsiberia.org/focartasnoticiasdasiberia.html

Missionário Eliezer Neto (Piauí) - http://aguavivaparaosertao.wordpress.com

Missionária Kelem Gaspar (está construindo uma escola de Missões no Pará) – http:// www.missionariakelem.blogspot.com

Fredson e família (missionários entre os pescadores no sul da Bahia) – http:// www.fredsons.blogspot.com

Silvany Luiz da Silva (sertão do Rio Grande do Norte) - http://www.prosertao.com.br


Vale lembrar que há muitos e muitos outros missionários atuantes, que não possuem blog ou site pessoal, mas que também precisam de sua ajuda. Uma boa fonte de informações sobre missionários brasileiros é o tradicional site UniãoNet ( http://www.uniaonet.com/), mantido pelo abnegado irmão Yrorrito. Se você quer informações missionárias, vale a pena assinar a newsletter dele.
Outra dica é buscar diretamente nos sites de Missões e Agências Missionárias (a maioria das grandes denominações brasileiras possui um órgão dedicado a Missões). No blog Veredas Missionárias (http://www.veredasmissionarias.blogspot.com/) está reunida uma excelente lista de links missionários, para páginas de Agências, Missões, missionários e uma gama de temas relacionados.

Uma questão importante: há muitos missionários que estão em países onde é grande a perseguição aos cristãos. A situação em alguns casos pode ser tão perigosa que eles (os missionários) evitam veicular informações sobre a obra realizada diretamente na internet, com medo de serem ‘encontrados’ pelos aparelhos repressores desses países, através de sites de busca como o Google. Por isso, meu caro blogueiro, caso você venha a se deparar com informações sobre irmãos que estão em ação em países assim (em sua grande maioria países muçulmanos, mas também alguns budistas e comunistas), evite divulgar DIRETAMENTE em seu blog tais informações.

Nós da UBE somos uma família de mais de 3.000 membros. Vamos mostrar a nossa força, e mostrar fazendo a diferença na obra primordial da igreja, que é o cumprimento da Grande Comissão. A frase já clássica sobre Missões nunca deixará de ser verdadeira:

Missões se fazem com os pés dos que vão, com os joelhos dos que ficam e com as mãos dos que contribuem.

Assuma sua posição como membro útil do maravilhoso Corpo de Cristo, e de mãos dadas avancemos!

Sammis Reachers

terça-feira, junho 02, 2009

Três poemas de Gerard Manley Hopkins

*
Pablo Picasso

Lanterna externa


Uma lanterna move-se na noite escura,
Que às vezes nos apraz olhar. Quem anda
Ali? – medito. De onde, para onde o manda
Dentro da escuridão essa luz insegura?

Homens passam por mim, cuja beleza pura
Em molde ou mente ou mais um dom maior demanda.
Chovem em nosso ar pesado a sua branda
Luz, até que distância ou morte os desfigura.

Morte ou distância vêm. Por mais que para vê-los
Volteie a vista, é em vão: eu perco o que persigo.
Longe do meu olhar, longe dos meus desvelos

Cristo vela. E o olhar de Cristo, em paz ou perigo,
Os vê, coração quer, amor provê, pé ante pé, com suaves zelos:
Resgate e redenção, primeiro, íntimo e último amigo.
*
Tradução de Augusto de Campos



Tu és de fato justo

Justus quidem tu es, Domine, si disputem tecum: verumtamen justa loquar ad te: Quare via impiorum prosperatur?

Tu és de fato justo, ó Deus, se brigo
Contigo; e é justo, Deus, o que disputo.
Como o ímpio avança, e a frustração é o fruto
De todo empreendimento a que me obrigo?
Fosses o imigo, ó tu, que és meu amigo,
Serias pior, pergunto, mais arguto
Triunfando, baldando? O ébrio e o dissoluto
Mais fazem no ócio que eu, Senhor, que sigo
Por ti. Vê o monte, a mata, que coberta
Densa de rama! Enlaça-a agora o inciso
Cerefólio, olha! e a brisa fresca inquieta-
a; aves constroem -, e eu não, não crio, em crises,
Eunuco do tempo, a arte que desperta.
Me rega, ó Deus de vida, rega as raízes.
*
Tradução de Alípio Correia de Franca Neto



A grandeza de Deus

A grandeza de Deus o mundo inteiro a admira.
Em ouro ou ouropel faísca o seu fulgor;
Grandiosa em cada grão, cada limo em óleo amor-
Tecido. Mas por que não temem sua ira?
Gerações vêm e vão; tudo o que gera, gira
E gora em mercancia; em barro, em borra de labor;
E ao homem mancha o suor, o sujo, a sujeição; sem cor
O solo agora é; nem mais, solado, o pé o sentira.

E ainda assim a natureza não se curva;
Um límpido frescor do ser das coisas vaza;
E quando a última luz o torvo Oeste turva
Ah, a aurora, ao fim da fímbria oriental, abrasa –
Porque o Espírito Santo sobre a curva
Terra com alma ardente abre ah! a asa alva.
*
Tradução de Augusto de Campos

Fonte dos textos e mais poemas do autor AQUI.

Nota do editor: Os leitores que acompanham já de algum tempo este blog, sabem que poucas vezes publicamos textos de autores não-evangélicos. No entanto, quando se faz oportuno, trazemos aqui textos - de caráter cristão - de grandes nomes da Literatura. E com certeza Hopkins é um dos grandes baluartes da poesia de língua inglesa, em todos os tempos.