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sexta-feira, março 28, 2014
Um poema de Joselir Veiga Martins
Poesia salva
As vezes eu me sinto poeta esquecido
Jogado em um canto qualquer mendigando rimas.
Lutando com lágrimas que teimam em não cair.
Quem sabe eu não seja um mendigo travestido de poeta?
À espera de rimas que não virão.
Que chora à porta do templo
aguardando o tempo.
Porta fechada para balanço
E do lado de fora
Um Deus aberto a diálogos.
Talvez eu nem seja mesmo um poeta
Mas, sim, um cristão esquecido pelas areias do tempo
Como moldura antiga
Que carrega fotos amareladas
Que jazem do lado de fora de Laodicéia,
Enquanto as manchetes se multiplicam
Em boas novas na cidade vizinha.
Cidade em tumulto
Turbas apaixonadas
Pedem a cabeça de um certo homem
Três salteadores pendurados
O do meio se diz ser Deus
Que loucura!
Gente bem intencionada diz que suas palavras exalam luz
Parece que um dos salteadores foi iluminado:
Esperança para o poeta.
A rima voltou.
Esta noite entrarei no Paraíso.
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