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quarta-feira, abril 29, 2015

Dois poemas de Silvestre Kuhlmann

Duas letras de canções de Silvestre Kuhlmann
Calmaria

Um barco na tormenta,

Um grande temporal,
Não lhe atormenta.
O que lhe pode fazer mal?
Descansa!
Os seus dizem: Atenta!
Achas isso normal?
A ventania aumenta;
Não temes a morte, fatal,
Que avança?

Seu despertar alenta:
Repreende o vendaval,
O mar, ele acalenta
Com autoridade tal.
Bonança!

O Mestre se lamenta:
“Não tendes fé vital?
A timidez violenta
Faz esquecer leal
Aliança.”
Neles temor se assenta
Pois não há nada igual
A quem tudo apascenta
E a profundeza, abissal,
Amansa.

A Ovelha Perdida
...Indo por desfiladeiros,
Abismos, despenhadeiros,
Meu andar, acelerado,
Meu ouvido era aguçado
Quando ouvi o seu balido,
Foi música ao meu ouvido,
Estava cansada e com medo,
Mas corri logo ao seu lado;
Peguei-a em meus braços,
Coloquei-a sobre os ombros,
Aliviei seus cansaços,
Sosseguei-a dos assombros,
A levei pra minha casa,
Reuni vizinho, amigo,
Preparei a minha mesa
E a todos logo digo:
Vamos celebrar a festa,
Minha ovelha era perdida,
Voltou ao rebanho com vida,
Não há outra igual a esta!



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