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segunda-feira, março 05, 2018

Dois poemas de Wagner Antonio de Araújo


Pierre Putica

Ainda que ninguém saiba

Basta que Ele veja,
Que contemple o meu serviço,
Que perceba o meu esforço,
Que me tenha por submisso.

Basta que Ele saiba,
Que só Ele valorize,
No mais profundo ou à superfície
Com ganho farto ou sem ter nada.

A recompensa não fenece,
O galardão não deteriora,
Se ao além partir a messe
Do serviço mundo afora.

Basta que Deus saiba,
Basta que Deus veja,
Mesmo que aqui não caiba
Algum prêmio ou recompensa.

Até um copo dágua,
Servido por amor a Jesus,
O confortar alguma mágoa,
O ajudar a carregar a cruz,

Galardão não perderá,
Haverá um prêmio além,
Isto é certo que virá
Fruto da graça também!

Por isso sê forte e continue a servir,
Ainda que dos homens reconhecimento faltar.
Porque no céu, na glória, no porvir,
Dos lábios de Cristo haverá de escutar:

Eu vi, eu contemplei, eu percebi fidelidade,
E te recebo, servo bom e obediente,
Entra na glória da eterna felicidade
Porque no mundo você foi dedicado crente!

Santas palavras de Jesus,
Ditas no Reino da gloriosa luz!
Recompensa neste mundo não mais interessa,
Quando na glória terei a promessa!

Assim, meu Santo Deus,
Meu Pai, meu Mestre, meu Senhor,
Servir-Te-ei e também aos Teus,
Até o fim, sem desistir, em Santo amor!

Que ninguém veja, que ninguém saiba,
Que dos homens eu nem seja lembrado.
Basta que no Teu coração eu caiba
E cumpra com fidelidade o Teu chamado.


Por que me feres?

Um dos soldados que ali estavam, deu uma bofetada em Jesus, dizendo: Assim respondes ao sumo sacerdote? Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; e, se bem, por que me feres? (Jo 18:23)

Por que me feres? Foi a pergunta do Mestre
Ao soldado do templo que o feria.
Um soldado que para tal se preste
Deveria explicar porque o fazia.

Por que me feres? - pergunta perplexo, o Senhor,
Se no templo ensinei por tantos dias,
Somente agora, com violência e furor,
Tu me atacas por dizer que sou o Messias?

Por que me feres? É o que o Senhor continua a perguntar,
Para um mundo mal, povoado de gente sem pudor.
Por que me feres e continuas a rejeitar
O amor do Pai, que seu Filho deu pra Salvador?

Fere a Jesus todo aquele que o rejeita,
Todo aquele que despreza o Salvador.
Fere também aquele que apenas aparenta
Uma fé que não tem e, cristianismo sem valor!

Por que me feres? Pergunta o Mestre para o homem,
Cujos pecados lhe encobrem a beleza da criação.
Por que me feres? Pergunta o Senhor às mulheres,
Que rejeitam do Senhor a salvação.

Para os jovens diz Jesus: "por que me feres?",
Quando rejeitam o evangelho e abraçam o mundo.
Às crianças, aos pequenos, pobres seres,
Também pergunta o porquê de ouvidos surdos!

E assim o mundo segue a ferir Jesus,
Esbofeteando-o com uma alma distante da fé.
Estão em trevas, fogem da luz,
Preferem morrer, afogando-se na maré!

O crente carnal também fere a Jesus,
Cada vez que rejeita o seu caminho.
Abraça a ambição e rejeita a cruz,
Renega a fé sem pejo ou carinho.

Fere a Jesus quem vive em pecado,
Fere também quem não pede perdão.
Fere a Jesus quem despreza um coitado,
Fere a Jesus quem não estende a mão!

"Por que me feres?" - estaria eu também ferindo-o?
Será que não tenho sido mais um agressor?
Que Deus me perdoe, do meu peito extraindo
Todo o mal, enchendo-me de amor!

E, ao invés de ouvir "por que me feres",
Que eu ouça: "bom está, servo bom e fiel".
Oh, Deus, ajuda-me a fazer o que queres,
E assim em minh'alma serás o Emanuel!

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