quinta-feira, junho 22, 2023

Dois poemas de Teremar Lacerda Rocha

 


EU FARIA TUDO DE NOVO...

 

Eu obedeceria a voz do meu Mestre;

Eu sairia da minha terra,

Eu iria em busca do perdido,

Eu não olharia o País, se desenvolvido

Ou de quinto mundo como o chamou alguém.

Aquela voz a soar nos meus ouvidos e coração!

Eu não fugiria à missão...

Eu faria tudo de novo...

Até dar banho e pintar aquele menino

Cheio de feridas, com violeta e um pedaço de algodão!

Eu repugnaria outra vez ao limpar as carinhas sujas,

O nariz de “melecas” escorrendo quase ao chão,

Até o milagre do estômago novo chegar...

Eu deixaria os meus filhos brincando com o gato,

No Vilarejo cheia de terra sob o meu olhar,

Para a tua palavra ensinar...

Eu faria tudo de novo...

Eu perdoaria quem,

Num gesto mesquinho,

Me deixou sozinha num lugar ermo,

Cheio de lama, com duas crianças pequenas,

Sem poder caminhar...

Mas Deus mandou anjos, para tirar-nos de lá...

Eu faria tudo de novo...

Eu levaria meus filhos comigo ao trabalho,

Não importando a crueldade da periferia,

As crianças que vinham de pés no chão,

Para cantar com eles, “Eis a estrela”

Celebrando o natal, em Tua adoração!

Eu não teria medo que

Se misturassem às crianças da rua,

Que vinham por um pedaço de pão!

De brincar com elas, correr, crescer,

Estudar juntos até profissionais virem a ser...

Pois Tu, Senhor, te encarregaste da transformação,

Sem que eu nada pudesse temer!



MUNDO TRANSFORMADO!

 

 “Transforme o mundo com a alegria de Jesus”!

Participando, contribuindo,

Orando, abençoando missionários,

Enviando, indo!

 Transforme o mundo!

Mostre alegria,

Porque Jesus é a fonte desta alegria!

Fale DELE, alegre-se com ELE,

Porque a sua alegria é a nossa força!

Viva o poder de Jesus que há em você!

Transforme o mundo!

Mostre Jesus às Nações...

Deixe que encha os céus,

Encha os corações

De tantos que virão,

Conhecerão o seu nome

E NELE se alegrarão!

Transforme o mundo,

Porque ele está em chamas

E multidões ainda não o conhecem

E perecem, sem saber para onde vão,

Fazendo grinaldas de flores,

De costas para o abismo,

Sem conhecer a salvação!

Leve alegria à terra triste,

Neste tempo de pandemia!

Onde milhares morrem,

Onde a terra geme, irmão!

“Viva o poder que transforma”,

Com a alegria de Jesus!


Do livro Poemas do Coração (GodBooks, 2023).


quarta-feira, junho 14, 2023

Igreja Batista da Cachoeira conta a própria história através da literatura de cordel

 


A Igreja Batista da Cachoeira, localizada em Feira Nova - PE, foi organizada no dia 8 de dezembro de 1899 na residência do Irmão Hermenegildo Xavier de Brito César, no Sítio Cachoeira do Salobro. O evento que lhe deu início contou com a presença do pioneiro missionário norte-americano William Edwin Entzminger.

Para celebrar sua longa história de lutas e devoção, a igreja inovou, elaborando um poema em cordel para narrar a sua trajetória. A obra narra a história da igreja desde seu início, em 1897, até o ano de 1932.

Um trecho da obra:


Na Casa de Hermenegildo Xavier,

No dia oito de dezembro,

Na assembleia organizada,

A Igreja Batista foi nascendo.

 

William Edwin Entzminger,

Missionário de coração ardente,

Presidiu a reunião sagrada,

Com fé e zelo transcendente.

 

Lá estavam presentes,

Felicidade Cordeiro, a irmã,

Hermenegildo e sua esposa Rita,

E mais 38 almas de fé cristã.

 

Entre eles, irmãos de Nazaré da Mata,

E da cidade de Recife também,

Na assembleia arrecadou 400$000 réis,

Para a construção do templo sem desdém.

 

Foi Hermenegildo, valente e forte,

Que transportou os tijolos com afinco,

Por meio quilômetro de distância,

Levando-os com dedicação e carinho.

 

Assim, com a ajuda da comunidade,

Ergueram o templo com bravura,

No início do ano de 1900,

Concluído com fé e ternura.

 

Nesse templo, de acordo com a Ata nº 3,

A comunidade se reunia com ardor,

Semana após semana, dedicados,

Louvor e adoração em seu interior.

 

O trabalho batista em Cachoeira,

Lembrado nas memórias do pastor,

William Edwin Entzminger,

Com amor, descreve com fervor:

 

“Minhas visitas à nova igreja,

Em Cachoeiras, eram constantes,

Era grande a aceitação da mensagem,

E nutríamos esperanças vibrantes.

 

Naqueles domingos de manhã,

À frente da casa de Hermenegildo eu estava,

Contemplando a cena emocionante,

Crentes marchando em passos que me alegrava.

 

Grupos multicores, vindos de todos os lados,

Interessados e cheios de devoção,

Em direção ao santuário de fé,

Rumo à casa de culto, em comunhão.”


Leia o poema na íntegra, clicando AQUI.


terça-feira, junho 06, 2023

Dois poemas de Edcleide Monteiro

 


MÃOS

 

Era Menina-moça

Tímida e delicada

Primogênita da família

Amada e bem cuidada

 

As mãos do lar

Sempre dão proteção

Todos os filhos

Estão cercados de atenção

 

Aos olhos de seus pais

Reinava em inocência

O atroz não tem cara

Independe da etnia

Não mora distante

Vive no seio da família

 

A perversidade é

Invisível

Impercebível

Ininteligível

 

A mão de confiança

Traiu a parentela

Trouxe desesperança

 

A menina moça

Teve alma invadida

Sua pureza perdida

 

O tempo passou

O tempo não curou

Tempo, tempo, tempo

O que se pode esperar do tempo?

 

A menina cresceu

A ferida também

 

Suas mãos delicadas

Trêmulas ficaram

Suas risadas alegres

As angústias silenciaram

 

As frágeis mãos

Seguiam sozinhas

Não expunha sua dor

Vergonha tinha

 

Em seu caminho

Alguém a encontrou

A mão estendeu

Empatia demonstrou

 

As mãos furadas

Ele a mostrou

De braços abertos

Seu amor revelou

 

As mãos furadas

Prontamente a acolheram

Um abraço lhe deu

Sua dor removeu

Vida nova concedeu

 

Essas mãos furadas

Continuam estendidas

Presenteando a você

Paz, amor e vida



Cordel: A Graça da Incerteza (sobre o câncer)

 

Vivo cada dia

Com rotina programada

Minha agenda pronta

É toda cronometrada

 

Para os próximos meses

Tenho muitos compromissos

Tento honrar todos eles

Não me espelho nos omissos

 

Como vai passar a noite

E o dia chegará

Tenho a convicção

Aurora me aguardará

 

Certo dia amanheço

Escuto triste notícia

Enfermidade chegou

É real, não fictícia

 

Nos braços do Pai celeste

Encontro Paz e consolo

Sua Graça infinita

Não há tristeza nem dolo

 

Contudo, meu coração

Se aflige inquieto

Sentindo-se inseguro

Sofrendo, nada discreto

 

Logo, então percebo

O controle já não tenho

O futuro é incerto

Confiança não detenho

 

Leio na Bíblia Sagrada

Que me lembra quem eu sou

Vaso na mão do oleiro

Que o barro amassou

 

Entrego ao meu Senhor

O desejo de controlar

A precisão da certeza

No altar quero deixar

 

Em teus santos desígnios

Minha alma vai descansar

Como bebê que mamou

Em teu colo vou nanar

 

Diante de ti eu chego

A tua graça me rendo

Em oração percebo

Tua presença me enchendo

 

Em meu pai celestial

Tenho força e firmeza

A minha vida comanda

Ele me tem feito proeza

O meu coração sossega

Na Graça da incerteza


Perfil da autora no Instagram: @tesourodehistorias


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