ERGA-TE
Quando tiveres fome, comas de meu pão.
Quando tiveres sede, bebas de minha água.
Quando tiveres frio, agasalha-te em meu corpo.
Quando tiveres medo, esconda-te por trás de mim.
Quando te sentires só. Chama-me e eu não tardo a chegar.
Quando estiveres perdida(o), tua bússola serei,
para ao caminho certo te guiar.
Quando estiveres com problemas,
busca-me e te direis como o resolver.
Quando por um motivo qualquer,
as lágrimas encharcarem a seus olhos, com suavidade,
a cada uma delas, com as pontas de meus dedos enxugarei.
Quando a tristeza te invadir o coração,
use e abuse de minha alegria.
Quando o estresse te fazer querer gritar, use os meus
ouvidos;
mas com cuidado para a meus tímpanos não estourar,
pois para mim um castigo seria, a sua voz não mais poder
escutar.
Nesta luta, tu nunca só estará.
Quando a verdade a seu lado estiver, e isso justo for,
contra tudo e contra todos, estarei sempre pronto para te
ajudar;
nem que seja para do chão te levantar,
em meu colo te pegar, para o caminhar continuar.
Mas, se certa não tiveres, nem justo fores,
assim mesmo comigo conte;
nem que seja para de teu erro te convencer,
e a seu lado estar em seu humilhar, sua cabeça levantar,
e dos ataques dos cruéis de proteger.
Sozinha, tu nunca estarás;
desde que, a seu lado quiseres que eu venha, sempre estar.
GALERIA DA DOR
Relato de um menino...
Menino, um dia criança...
Criança, um dia de rua...
Criança gente... gente criança:
“Eu sou gente!”
Sou gente que procuro gente
que absorva meu amor ardente,
num compasso desencontrados
onde gente passa por indigente.
Sou gente que procura gente
que me torne verdadeiramente gente
e não do mundo uma vertente,
tirando-me da testa o rótulo de indigente.
Sou gente que se mistura com gente
branca, negra ou transparente...
O que importa é ser gente
e não um simples indigente.
Sou gente... do cantor a repente
que a muitos faço contente
com versos e prosas cantadas
numa alegria... de mim ausente.
Sou gente que ao abismo passa rente
por haver gente que não me vê gente,
e sim uma triste figura
de um desprezado indigente
Sou gente, elo da corrente
de um mundo obscuro e incoerente,
que até certo ponto...
não deixa de ser atraente.
Sou gente... humildemente gente,
um tanto eloquente como contundente;
mas que no fundo é apenas gente
que merece ser amada como gente...
Simplesmente gente,
e não... como simplesmente e vulgar indigente.
SAUDADES DO PAI
Senhor, inclina teus ouvidos para mim
e ouve nessa hora a oração que a ti faço.
Peço-te que me permitas subir em teu colo
e encostar minha cabeça em teu peito.
Bem sei eu, Senhor,
que lugar melhor não há para eu estar.
Como eu queria Senhor “retornar” ao jardim,
onde contigo “me encontrava” a cada crepúsculo.
Quero de onde eu estiver, a tua voz conseguir e poder ouvir,
quando a meu nome tu chamares;
a tudo largarei e correndo a teu encontro irei.
Em teu pescoço quero pular e me agarrar,
não te soltar até sentir seus braços me afagarem;
enquanto giramos juntos
à luz de um lindo final de tarde em teu jardim;
o jardim que tu preparastes só para me encontrar; o teu/meu jardim.
Quero ter um encontro de meus olhos com teus olhos,
e ter meu pecado constrangido e vencido por teu santo olhar.
Senhor, despido dos trapos de imundice, que no dia a dia,
a meu corpo cobrem, quero me banhar e submergir em tuas
águas.
E quando de tuas águas, eu sair meu Senhor,
me dê novas vestis, para o continuar;
pois a sujeira de minhas vestes, me trazem vergonha
e retardam meu caminhar.
Senhor, assim como para com Estevão tu fizeste,
também para comigo se faça;
quando chegar a hora de a mim recolheres,
quero a tua face contemplar, antes mesmo de a meus olhos
fechar.
Hoje, Senhor...
eu tenho saudades dos encontros contigo em teu jardim,
que nunca pude ter; dos beijos que não te dei;
do doce perfume teu, que nunca pude sentir;
do brilho de teus olhos, que não pude ver...
Perdoa-me Senhor...
pelas vezes que em oração, não te busquei;
pelos momentos, que a sua voz fingi não ouvir;
por trocar-te por um irresistível prazer;
por escolher ao caminho largo e encontrar-me com a
perdição...
Então, Senhor...
Toma-me pelas mãos – como que a um menino tomas,
e leva-me de volta para o teu jardim, oh Pai;
pois é lá, a seu lado, que seu filho quer estar.
Leia outros textos no site do autor: https://mj7missoesurbanas.no.comunidades.net/
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