Acróstico
Mais uma coisa havia a fazer
Uma coisa que faria a criação completa
Lindamente arranjada e em plenitude
Haja a mulher, disse Deus com suas mãos habilidosas,
Enquanto moldava um novo ser de uma mesma carne
Raiou o sexto dia; eis que tudo era muito bom!
O
furto
De
mim podem ter furtado um objeto, mas deles roubaram a esperança.
Um
coração roubado de esperança não sonha...
Objetos
se recuperam; é difícil tirar segunda via de esperança.
É
duro olhar nos olhos de uma mãe e ver vergonha,
Um
sentimento de que falhou – quando falharam com ela
O
mundo, o sistema, a vida, o companheiro que nada deixou
Senão
suas marcas de egoísmo e ganância.
De
mim podem ter furtado um objeto, mas deles roubaram os sonhos
E
é por isso que eles pegam o que não lhes pertence
Porque
o que era seu não está mais lá – a credulidade no mundo.
Cabeça
de gente grande em corpo de gente pequena – paradoxo insuperável.
Nunca
dá certo... gente pequena deve ser o mundo grande, como um parque de diversões,
Uma
grande aventura...
Mas
olhos de gente grande em gente pequena só vê o errado – e aprende o mal.
De
mim podem ter furtado um objeto, mas deles roubaram a inocência.
E
eu senti vergonha no alto de meus saltos, eles de pé no chão
Tendo
de ouvir sermão em vez de contos de fadas...
Uma
vez só eu queria este mundo possível aqui e agora...
Neste
mundo que não quer Deus, mas não tem nada melhor para dar.
Que
é arrogante e autossuficiente, mas não tem nada melhor para dar.
Que
se acha tudo e não é nada, que não sabe dar, só cobrar...
De
mim podem ter furtado um objeto, mas meu medo incerto
É
que deles um dia vão roubar a existência
E
vão dizer que eles mereceram, que são maus...
Mas
a verdade nua e crua é esta:
De
mim roubaram um objeto, deles roubaram a infância.
E
há coisas que a gente dificilmente recupera.
No princípio era o verbo
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