terça-feira, março 29, 2011

SE EU CAIR AMANHÃ, poema de Jessé Medeiros



SE EU CAIR AMANHÃ


Se eu cair amanhã…
Não me decepcione. Quando passar por mim, não finja
que não me viu. Aproxime-se e me cumprimente.
Lembre-se que estarei cego. Não permita que eu caia no abismo.


Se eu cair amanhã…
Não me acuse, não diga que eu errei. Tenha sempre
uma mensagem inspirada pelo Espírito Santo para me dar.
Lembre-se que não tive força e caí…


Se eu cair amanhã…
Não me esqueça; não tente me substituir por outra pessoa.
Ore constantemente em meu favor, visite-me ou me escreva;
lembre-se que estarei preso, acorrentado…


Se eu cair amanhã…
Não fique satisfeito, sorrindo… Não bata palmas.
Lembre-se que haverá uma alma a mais caminhando
para o inferno. O Espírito Santo ficará triste mas
o Pai estará me esperando.


Se eu cair amanhã…
Não me despreze, fazendo-me sentir discriminado.
Não risque meu telefone da sua agenda. Lembre-se que
estarei faminto e sedento: leve-me o Pão e a Água da Vida.


Se eu cair amanhã…
Não me amaldiçoe; não diga que irei para o inferno,
para não me machucar. Como crente forte, suporte
as minhas fraquezas. Esteja pronto para me ajudar.


Se eu cair amanhã…
Não fique parado. Mexa-se, faça alguma coisa.
Coloque-me em seus braços, trazendo-me de volta ao lar.
Observe se o meu corpo tem feridas, veja se há traumas
no meu coração e me apresente ao Bom Pastor.
Certamente, Ele vai me curar.


Se eu cair amanhã…
Lembre-se que estarei com sete demônios a mais que
da última vez. Nem por isso se afaste de mim. O Espírito
do Senhor é sobre você para libertar os cativos. Então irmão,
liberte-me. Estarei morto espiritualmente, traga-me à vida.


Se eu cair amanhã…
Mais do que nunca, preciso de você: do seu amor,
da sua força, oração, fé, mansidão e paciência.
Porém, se nada disso acontecer, então irmão,
quando for feito o apelo, entregue-se a Jesus para
sua salvação.


www.poesiaevanglica.blogspot.com
No livro Círculo de Oração em Festa, de Eliúde Marques

quinta-feira, março 24, 2011

Dois poemas de Rui Duarte



CONTAGEM
“Abraão lança os olhos
ao lume longínquo”
J. T. Parreira, “Contagem de estrelas”


Dissera Deus a Abraão
o pai de miríades de nações,
que contasse as estrelas
e contaria os pés
dos filhos
e dos filhos dos filhos


essas seriam as contas
amplíssimas das areias
mais do que as águas do mar
ao retirarem-se
diante das marés
dos filhos, das nações amplíssimas
do seu pai, avançando
sobre a palma da terra
e as costas dos oceanos
conquistadores dos continentes e ilhas


Abraão que contasse
que lançasse os olhos
na demora dos lumes
do céu


E Abraão contou


Abraão contou
os intervalos entre elas
Abraão contou os pêlos
da barba branca
e os intervalos
entre os cabelos
que lhe faltavam




PAULO DE TARSO NA PRISÃO


“… A golpes de paixão, tento passar…”
Miguel Torga, “Emparademento” (in Orfeu Rebelde)

Emparedado tentei
já desfazer as cadeias
que me puseram no degredo
as mãos e os pés
estão unidos com os ferros
e transmitem à boca o pedido
de um grito
que a noite eleve
para lá das grades
ao terceiro céu, e que
me traga a frescura do consolo

pois sei que as cadeias não são negociáveis
para os que seguem Cristo,
nem tão pouco feitas perpétuas
ou elas cedem, ou o muro cede
doem afinal ainda menos
do que o desespero
de se terem incrustado
nas mãos e nos pés,
do que um destino tumular

das cadeias do meu avesso,
que me esmurra
como um doido varrido e que
a golpes de paixão, tento passar

é aí, no recesso
que mais emparedado estou

por durante um minuto
ter desaprendido
de cantar

Visite o blog do autor: http://neaktisis.blogspot.com/

quarta-feira, março 23, 2011

Rádio Repentistas - Programa Repentes Pela Vida


Já divulgamos aqui a Rádio Repentistas, que tem dado divulgação à poesia evangélica (você pode enviar seu poema em áudio para ser veiculado por lá). 
A novidade agora é o programa Repentes Pela Vida, com transmissão ao vivo, todo domingo das 21:30 as 23:00h. O melhor é que você pode ligar para lá pelo Skype (radiorepentistas) e falar ao vivo com o Silvano Lyra.


Participe!


sábado, março 19, 2011

Dois poemas de Samira Tavares



Existe um vazio em mim


Vazio oco
Oculto
Com grandes proporções


Vazio não vazio
Guardador de profundos sentimentos
Segredos mistérios charadas


Vazio velado
Recôndito
Trancado a sete chaves
Onde habita toda a minha verdade


Vazio intangível
Flutua
Voa
Dança
Na finitude de minha existência


Tento tocar penetrar
Decifrar seus enigmas
Forasteira do que vejo e ouço
Forasteira de minh’alma


Quero alcançá-lo
Não consigo
Chego perto
Um golpe fatal


Inútil


Terá fim esta Odisséia?
Pobre menina jovem mulher
Inútil me será toda a jornada
Posto que somente em Deus
E no conhecimento de Sua Infinita Essência
Minha verdade será a mim revelada


E o vazio mudará em flor
E serei de flor em flor
Um jardim suspenso
Cultivado pelo Zeloso Jardineiro


Paisagista do meu ser
Poesia e flor serei
Pena nas mãos de Habilidoso Escritor
Rima rica
Rara
Soneto maior
Pura beleza


Hoje sei, Senhor
Sou mais eu
Quando sou Você




Poema do Amor Maior
(Oseias 3:1)


Sangue pisado 
Corre nas veias
Coração amargo
Compasso arrastado
Descompensado
Se sentindo usado
Desarrimado

Mente doente
Corpo indigente
Humor pungente

Desilusão
Traição
Pulsão
Ablação

Volto

Arrimo
Estimo
Sirvo
Expio

E amo de novo



Visite o blog da autora: http://samirando.blogspot.com/

segunda-feira, março 14, 2011

Dois poemas de Jonathas Braga



No Getsêmane


De joelhos sobre a terra, o Mestre orava,
naquele instante cheio de amargura
e, ao pressentir que o fim se aproximava,
a noite parecia mais escura.


- Meu Pai, se for possível, vem e afasta
de mim o cálix negro da maldade,
mas, se tanto sofrer já não me basta,
seja feita, meu Pai, tua vontade.


E enquanto um anjo ali o confortava
os sofrimentos cruéis lhe amenizando,
dos seus olhos a lágrima rolava
em gotas de cristal se transformando.




A Humildade de Jó


Eu sei que tudo podes, Deus bondoso,
em todos os momentos,
e pensamento algum, Deus poderoso,
sonda os teus pensamentos.


Coisas maravilhosas não sabia
e por isso falei,
mas nem o que falava eu entendia
e só agora o sei.


Atenta para mim, Senhor clemente,
e falarei sem medo,
pois eu te inquirirei, humildemente,
de manhãzinha, cedo.


Ouve-me, que de tudo me arrependo
de todo o coração,
e em pó e cinzas hoje me envolvendo,
espero o teu perdão.


Do livro A Maravilhosa Luz

terça-feira, março 08, 2011

Um poema de Rosa Leme para o Dia das Mulheres



SIMPLESMENTE MULHER!

Com a letra ‘’M ”de mãe;
Com responsabilidade suave;
Natureza, Deus a fez feminina.
Delicada, formosa, pura e linda;
É uma flor no jardim de Jesus.

Mulher sábia
Com a sabedoria de Deus,
Com uma palavra pode mudar uma nação.
Pode transformar a guerra em paz.

Mulher símbolo de força
Fé inabalável.

No lar, mulher sal da terra
É o sol que brilha, emitindo luz
Para sua família.
É o sal que dá sabor de mansidão
E domínio próprio para todos.

Mulher protetora
Age como uma leoa para defender seus filhos.
Mas com carinho tem o semblante suave
De um ser celestial.

Que linda criatura!
É tanta sua meiguice no olhar!
Com doces palavras sabe os tristes alegrar.
Com tanta ternura!
Parece mais é um anjo de candura.

Mulher quanta fidelidade!

Nas alturas, nos montes, nas marés altas ou baixas,
Na tempestade, no deserto ou no vale
Ela é fiel ama sem medida.

Mulher guerreira,
Desbrava com doçura, vai sem medo...
Luta pelos injustiçados com candura.
Esquece a maldade da sociedade, luta pela igualdade.

Mulher pura, sem manchas.
É a mulher serva de Deus, que dobra os joelhos
Em oração e adoração ao senhor.
É a mulher que ama e libera o perdão.
Sou Simplesmente mulher!

Visite o blog da autora: http://poesiasderosaleme.blogspot.com/

quinta-feira, março 03, 2011

Um poema de Fernando Yeshua



Minha Graça te Basta

Foi quando os meus olhos cansados deixaram de enxergar e meu rosto tocou o chão
Quando me deitei no vazio existente e sem ter pena de mim abracei a escuridão
Eu quis dormir e acordar em outro lugar
Desejei o tempo de uma outra história
Quebrantei o meu coração e desci ao mais profundo no caminho das lágrimas
Lembranças de infância conversavam comigo e me mostravam como em um livro
Tudo me veio à memória e nada me trouxe de volta
Foi então que neste lugar-algum esquecido no tempo
Eu fui confundido por uma voz distante que clamava de longe
Uma brisa leve me encontrou e cercou-me como um muro
Então eu acordei os meus sentidos em trevas
Me vi ser invadido por uma luz mais clara que o Sol e mais alva que a Neve que me atravessou em lança
Olhei novamente e estava em seus braços
Suas asas me cobriam
Ele me chamava pelo nome e me revelava coisas que nunca subiram ao meu coração
Os seus olhos me atravessavam a alma e enxergavam toda a minha vida
Em seus braços eu lhe disse tudo o que sou
Em seus braços ele me levou para si
E só me disse que sua Graça era o bastante
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