domingo, julho 24, 2016

A Palavra Não Escrita, livro de Jorge Fernandes Isah


A poesia de Jorge F. Isah nasce carregada de enlevo hermético. Como os mestres hermetistas italianos do século XX (Montale, Quasimodo, Ungaretti), a cada poema de Jorge somos confrontados pelo toque da Esfinge, “decifra-me ou te devoro”, e mais, “decifra-me e devora-me”: que maior convite pode fazer um poeta, pode propor um poema?

E Jorge avança, como alfarrabista de palavras que é, como artista ora cônscio, ora febril, a estabelecer seus mosaicos na tabula rasa do papel; sua arte nunca é superficial, nunca é simplória: ela não solicita, mas é uma onda densa que arrasta, desperta e conclama ao mergulho em suas torrentes verbais. Exige a atenção, engaja e transveste seus leitores no tensionado herói Teseu, cuja atenção freme ululante enquanto avança pelo labirinto - cujas bifurcações vão se adensando a cada quadra. O prêmio para aquele que perseverar está ao fim do labirinto, embora feito da soma de suas partes: o gozo silencioso da celebração poética, o graal misterioso e assaz buscado, o pequeno êxtase quase epifânico (pois a poesia tem e terá sempre - quem a furtará? - algo de religião, de religação com o divino) que só a verdadeira arte pode inocular nas veias da alma.

Este A Palavra Não Escrita é um manjar pleno para o verdadeiro apreciador de poesia, posto em salvas de prata onde o leitor sorverá a multiplicidade de percepções do autor, cujos versos transitam das elucubrações de sua alma às mazelas da sociedade, do fulgor metapoético, da poesia que se dobra sobre si mesma, à louvação dAquele que é a fonte matricial de toda poesia, justiça e beleza.

Uma jornada com poder de transformar percepções, cujo arco tensionado se estende do álacre ao pungente: esta é a proposta de Jorge Isah neste seu elaborado labirinto.

Sammis Reachers

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quinta-feira, julho 14, 2016

Três poemas de Maria Ignez Menegatte


No Hospital: Aos meus irmãos que se encontram enfermos

No silêncio da manhã,
Aquele coração descansa,
Forçosamente quieto
À espera de um milagre.
Nada a fazer, nada a reter,
Apenas confiar, crer e se entregar.
E nas asas da esperança
Se transportar, voar,
Permanecendo no mesmo lugar.
Ali está um ser sem vigor,
Enfermo, dependente
Mas, acima de tudo, um crente
No Salvador e Senhor Jesus.
Tendo a fé por companheira,
Entre o alívio e a agonia
A esperança como acompanhante fiel
E o consolo do Santo Espírito
O remédio que vem do Céu.



Pela Fé


Ao Monte Moriá
Subia o Pai Abraão
Levando Isaque ao altar
Oferta de maior valor.
Silencioso, pensativo,
Sem entender o porquê
De Iavé requerer
Isaque como sacrifício.
Abraão obedece
E caminha monte acima
Pois a obediência ao Pai do Céu
Não conhece interrogação
Ela é sempre uma resposta
A uma determinação
De alguém que pode tudo
Tudo vê e exige fé.
Abraão sabia disso,
Vivia a esfera dos céus,
Caminhava ao encontro de Deus
Com um filho que já não era seu.
Levando um “riso” como sacrifício
Pra alegrar o próprio Deus.
Deus honrou tamanha fé
E Isaque devolveu a seu pai,
Um homem que obedeceu.
E do Monte Moriá,
Um novo Abraão desceu.



Uma Chave Mestra

Perdão...
Preciosa palavra
Que conforta, anima,
Abre portas, aproxima
Desfaz o mal-entendido
E liberta o sorriso represado.
Perdão
É uma decisão
Que conduz braços a um abraço
Destranca punhos cerrados
Encurta distâncias,
Preenche vazios.
O perdão
Faz o pródigo voltar
O lugar à mesa ser preenchido
O pão voltar a ser repartido
E a felicidade inundar corações.
 
O perdão
é uma chave mestra
Que pode abrir salas diversas
E fechar muitos porões.


Via Prazer da Palavra

sexta-feira, julho 08, 2016

Três poemas de Israel Belo de Azevedo



FAMÍLIAS QUE VENCEM

Benditas são as famílias que apreciam das horas o movimento,
o tempo que juntos passam no sorriso do contentamento
Ou à espera de uma longamente desejada libertação.
 
Grandes são as famílias que aprenderam a arte de juntos sonhar,
Sabendo que o melhor que podem pelo outro fazer
é diante do medo o seu progresso estimular.

Santas são as famílias que cultivam acreditar
Que Deus em seu alto pensamento quer
De cada um e de todos (e)ternamente cuidar.
 
Felizes são as famílias que vencem no padrão
De Jesus Cristo, onde não há nenhuma competição,
Porque o sucesso de um é do outro complemento.
 
Seus laços de sangue a história de vez não corta
E a geografia, mesmo sinuosa, não é distância que importa.
São heranças vivas mantidas pela paixão.
São desejos perenes protegidos pela oração.
 
Vencedoras são as famílias que se portam assim:
Se chega a doença, o desvelo permanece à porta.
Não desistem se o desvio a algum  tristemente toca.
Acompanharão, cuidarão e amarão até o fim.


O PERFUME DA CRUZ

Do pomar das muitas frutas plantadas
para conhecimento e nutrição
escolheu o homem a única indevida
para selar sua partida
e deixar clara sua rejeição
à palavra divina que traz plena vida.
 
Seu pecado não foi escolher a liberdade:
livre já o era no nascimento.
Seu crime foi escolher a prisão,
seduzido por um sorriso de fingimento
deixado depois da tentação
na senda solitária do sofrimento.
 
Mas Deus, que o verbo da desistência
não conhece e não conjuga em seu coração,
fez nascer no pomar da primeira existência
a planta pequena da paz,
a que desabrocha em forma de reconciliação
e de inimigos amigos fieis faz.
 
Ao longo dos milênios dos dias havidos
uma semente germinava aqui
para ser morta ali
e não dar o fruto da restauração,
o único que, comido, vida faz produzir
e transforma o desencontro em comunhão.
 
Na plenitude dos milênios tristes transcorridos,
do alto de um monte fora da cidade
arrebenta sobre as pedras uma flor.
Tem a forma de uma cruz.
Tem a força de uma cruz.
Tem o peso de uma cruz.
 
Ela suporta a forma de um homem.
Ela guarda a força de um homem.
Ela resiste ao peso de um homem.
 
Nela, o homem justo vindo do céu é cravado
por homens que não sabiam o que faziam.
Não lhes importa que o seu sangue jorre.
(Não passa ele de um dócil animal de sacrifício.)
Não lhe interessa que o sol forte torre
o seu corpo, com uma luz firme e um pesado calor.
Melhor será quanto maior for a sua dor.
 
A cruz, não parece, mas é Deus em ação.
Cheia quando espoucava a luz do dia, 
mas, quando a noite se punha, vazia,
a cruz tem raízes fundas no chão,
que se espalham até o túmulo da ressurreição,
Tem raízes que atravessam a nuvem sombria
diante das testemunhas tantas da ascensão.
 
Como os homens que olharam, no deserto,
para a haste de metal e foram perdoados,
podemos olhar para ela e receber o abraço
em que Deus nos mostra quem somos: filhos amados.
A cruz, com a ressurreição, é o Pai perto.
A cruz é a cesta de aromas sobre nós lançados
para da culpa nos livrar até o último traço.


O CONVITE DE JESUS

Não quero crianças silenciosas na igreja;
que corram, desde que conosco estejam;
sua presença é brisa saltitante que bafeja
a renovação da vida que o Pai sempre dá.

Não quero caras feias diante do choro
dos bebês, que não é escandaloso
como a melodia que estala do dedo raivoso
de quem, crescido, só quer "disciplinar".

Quero uma igreja que seja amplo lar
para as que, não tendo em quem se apoiar,
amadas, se sintam livres para desejar,
amando como eu gosto: até o fim.

Não quero uma igreja em que o martelo
esteja na mão para quebrar.

Quero uma igreja que seja castelo
onde todo garoto possa se abrigar.

Quero uma igreja que, se tiver labirinto,
seja só de brincadeira para a menina brincar.

Deixem vir os que não têm pressa.
Que a religião não os impeça
de participar felizes na festa
do Reino que vim inaugurar.

Venham, pequenos, vou lhes contar uma história
do jeito que minha mãe me contava:
"Era uma vez um pai que ao seu filho amava.
Assim mesmo o menino decidir ir embora.
Pensam que o Pai deixou de aguardar sua volta?
Depois de muitas noites, em que o Pai o esperava,
o rapaz chegou. Cheio de medo, mal andava.
E o Pai o recebeu tão gostoso com um banquete
que não durou só um dia, mas toda a madrugada".


terça-feira, julho 05, 2016

Resultado da Promoção


Amados irmãos e amigos do blog Poesia Evangélica, graça e paz!
É com felicidade que anunciamos os nomes dos três ganhadores dos kits de livros, sorteados por ocasião do aniversário de dez anos de nosso blog. São eles:


  • Raitler Matos
  • Andréa Nathelly
  • Jarbas Aragão


Aos ganhadores e a todos os que participaram, nosso muito obrigado por sua participação, carinho e presença.

*Lembrando que o nosso método de sorteio é o de sempre: cada nome escrito num pedaço de papel, todos colocados num saco, de onde retiramos aleatoriamente três papéis.
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